Sete municípios de Mato Grosso aderiram um ato público, na tarde desta quinta-feira (18), para pedir o fim da violência contra as mulheres. Um documento assinado por mais de 170 instituições pede mudanças aos poderes públicos. Em Cuiabá, o protesto foi realizado na Praça Ulisses Guimarães, na Avenida do CPA. A manifestação também foi realizada em Várzea Grande, Cáceres, Juína, Pedra Preta, Lucas do Rio Verde, e Sinop.
O documento se chama “Ato por justiça para as mulheres de Mato Grosso” e destacou uma série de reivindicações aos órgãos públicos, entre eles, Governo do Estado, onde os manifestantes requisitaram a implementação de um Plano Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres. Ao Tribunal de Contas do Estado para que o órgão cobre a execução de programas em prol das mulheres, e ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), pelo fim de prisão domiciliar para acusados de feminicídio.
Em Cuiabá, a organizadora do protesto e coordenadora do Fórum de Mulher Negras de Mato Grosso, Leia Santos, contou que é preciso de políticas públicas efetivas direcionadas às mulheres.
“Há uma diversidade dos movimentos, da sociedade, famílias de mulheres que foram vítimas de feminicídio, todos mobilizados pelos mesmos sentimentos de revolta por tamanha barbárie que nós mulheres estamos passando”, disse.
Em Mato Grosso, somente nos primeiros dias deste ano, já foram registrados três feminicídios. Em 2023, foram 49 vidas de mulheres ceifadas pela violência de gênero.
Relembre mortes
Comodoro
No dia 7 de janeiro, Dinamar Ferreira da Silva foi assassinada a pauladas pelo próprio companheiro em Comodoro (a 631 km de Cuiabá). À polícia, ele contou que estava em uma confraternização no sítio que trabalhava quando discutiu com Dinamar por telefone, em seguida foi até a casa e matou a mulher. Na ocasião, o suspeito deixou a vítima morta na residência e voltou para seus afazeres como se nada tivesse acontecido.
No final da tarde, quando pessoas que participavam de uma confraternização na fazenda foram embora, o homem enterrou o corpo da vítima nos arredores de um galinheiro na propriedade. No dia seguinte, pela manhã, fugiu utilizando a motocicleta Honda Bross de seu patrão. Cerca de uma semana depois, na segunda-feira (15), ele se apresentou na Delegacia do município e foi preso.
Lucas do Rio Verde
Francisca Alves do Nascimento foi morta a facadas pelo ex-marido Marcelo Ochoa de Freitas, em frente a rodoviária de Lucas do Rio Verde (a 336 km de Cuiabá). O crime foi registrado por câmeras de segurança, pelas imagens, é possível ver a vítima chegando ao encontro do assassino. Em seguida, ela começa a ser agredida por ele, que desfere várias facadas contra a mulher.
Francisca ainda tentou lutar contra o agressor, mas acabou sendo rendida no chão. A ação durou cerca de dois minutos. A mulher chega a se levantar depois de ser esfaqueada deixando rastros de sangue no chão.
Ela foi socorrida e levada até a emergência do Hospital São Lucas, mas segundo boletim de ocorrência, ela já chegou morta na unidade.
Mayla Rafaela Martins, de 22 anos, foi encontrada morta, nessa terça-feira (16), em uma fazenda às margens da MT-485, em Lucas do Rio Verde (a 336 a km de Cuiabá). De acordo com a Polícia Civil, ela teria desaparecido após entrar em um carro no dia anterior.
O empresário Jorlan Cristiano Ferreira, de 44 anos, foi preso suspeito do crime. Ao ser questionado sobre o crime, ele confessou aos policiais o assassinato.
