Cuiabá Notícias inicia rodada de entrevistas com pré-candidatos a prefeito de Cuiabá

O Cuiabá Notícias inicia nesta sexta-feira (19) uma rodada de entrevistas com os pré-candidatos à Prefeitura de Cuiabá. A intenção é fazer um debate sobre a Capital e ouvir os pré-candidatos e suas propostas para diversas áreas de atuação. Nesta primeira entrevista conversamos com Abilio Brunini, do Partido Liberal (PL).

Nas entrevistas, abordaremos diversos temas com o objetivo de levar ao conhecimento público as propostas apresentadas pelos partidos políticos e dar aos candidatos a oportunidade de exporem seus projetos. As perguntas serão as mesmas para todos os entrevistados, como um comparativo para plano de governo.

CUIABÁ NOTÍCIAS – Porque Abilio quer ser candidato à Prefeitura de Cuiabá? O que te motiva a essa disputa?

ABILIO – “Nossa grande motivação é que nós temos uma cidade com potencial de desenvolvimento muito grande que está sendo prejudicada por diversos escândalos de corrupção. Todas as pessoas que moram em Cuiabá estão sofrendo com buracos, saúde e uma série de outros problemas de infraestrutura, má gestão e que acabam comprometendo o próprio desenvolvimento da cidade. Isso tem sido ruim. Para nós que fiscalizamos, por exemplo, eu como deputado faço o papel de fiscalização direto, estou atendendo população, ouvindo reclamações em relação a saúde e infraestrutura. E minha pergunta é: a gente vai ficar a vida inteira sempre reclamando ou a gente vai fazer alguma coisa para mudar isso? E diante dessa situação de ouvir a própria população, a gente vem se dedicando a fazer um projeto que venha sanar esses problemas da gestão da cidade.

CUIABÁ NOTÍCIAS – Como você espera que o processo eleitoral se conduza, visto que a pré-eleição começou bem antes do tempo?

ABILIO – “Geralmente se espera que fosse começar em fevereiro, março às discussões. Mas a gente observou que tudo começou com uma briga partidária do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, o deputado Eduardo Botelho, [se referiu a disputa interna dentro do União Brasil, entre Botelho e o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia] que acabou se tornando pública. E nisso, acabou se antecipando demais as discussões. Eu por exemplo, apesar de estar pontuando bem nas pesquisas, passei o ano de 2023 praticamente em Brasília cuidando das ações de um deputado federal. Estive pouco em Cuiabá, sexta, sábado, domingo e segunda, eram os dias que eu ficava aqui. Então eu não fiz pré-campanha, não iniciei fazendo movimento nenhum, só entrevistas, algumas participações. Não fiz reuniões, não organizei pré-campanha, não fiz nada disso ainda”, afirma Abilio.

CUIABÁ NOTÍCIAS – Quais as propostas que o senhor apresentará na sua campanha?

ABILIO – “Nós temos cinco principais eixos de atuação, o principal deles que a gente vem discutindo muito é que “se não roubar” dá para fazer muita coisa. Se a prefeitura de Cuiabá não tivesse tantos escândalos de corrupção, com orçamento que ela tem dava para fazer muita coisa. Foram 19 operações da polícia, isso não pode continuar. A gente precisa de uma gestão honesta que combata a corrupção. Essa cidade precisa se desenvolver, não é só olhar para trás, mas ela precisa olhar para frente. E para ela desenvolver, precisamos incentivar o empreendedorismo, as pessoas a vir morar em Cuiabá, trabalhar, abrir negócio, a gente estará apresentando um projeto voltado para empreendedorismo”.

ABILIO – “A gente quer, por exemplo, que a cidade diminua o processo burocrático, não cobre taxa de alvará para quem está começando seu negócio, não pague cadastro na prefeitura, projetos, residências de construção. Porque quanto mais construção tiver na cidade, mais a economia crescerá. E a iniciativa privada quer construir, mas a prefeitura está travando. O cara quer abrir um negócio, mas as vezes demora dias para abrir o negócio na prefeitura, então a gente quer que tudo que as pessoas querem fazer para trabalhar, desenvolver, empreender, seja rápido e facilitado. Queremos criar o “Ganha Tempo”, do empreendedor que é uma estação de apoio para todo mundo que quer empreender em Cuiabá. Essa é uma das partes que nós estamos muito interessados que é incentivar o empreendedor. Outra parte que é muito importante para nós, é a mobilidade urbana. Uma cidade onde a mobilidade urbana não funciona, ela é difícil de desenvolver, você vai para canto, vai para outro, a cidade não é tão grande de extensão territorial.  Às vezes alguém de São Paulo vem para cá, e diz que “é tão pertinho as coisas”, por mais que sejam 20 km de distância, em São Paulo 20 km é pouco. Aqui nós temos 20 km como uma distância gigante, porque ela demora demais com trânsito que a gente tem mal planejado. Desde a época dos semáforos inteligentes a gente vê que são pessoas que não tem competência para administrar o trânsito, a mobilidade fazendo uma gestão ineficiente. E nós precisamos melhorar a situação no transporte público, precisamos melhorar a situação de como a Prefeitura lida com essas empresas de transporte público, precisamos melhor a gestão da saúde, porque não dá para ter uma saúde com R$ 1,2 bilhões de orçamento e não ter uma dipirona no posto de saúde, não pode ser assim”.

CUIABÁ NOTÍCIAS –  Você é favor do BRT ou VLT?

ABILIO – “É importante deixar claro que nenhum dos dois projetos é a salvação do trânsito da mobilidade urbana da Capital. São veículos de transporte  público, que tem como objetivo desafogar o transporte público da cidade. Só que eles trazem outros problemas, nas vias paralelas, que vai haver uma certa redução, o trânsito vai diminuir a velocidade dessas vias, então eles vêm com outras questões. Mobilidade urbana é muito mais do que esse eixo principal que é Avenida do CPA e Fernando Corrêa, que se trata do traçado do BRT ou VLT, é mais complexo que isso. Nós precisamos discutir o transporte público de maneira crítica. O vale transporte único, que se chama bilhete único que se paga uma vez por semana, e usa à vontade, ou uma vez ao mês e usa a vontade. Esse bilhete já existe em várias cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo. São medidas que às vezes acabam sendo até mais eficientes. Além disso, a gente precisa de zonas de circulação de trânsito que funcionem, vias paralelas, organizar essas questões semafóricas de Cuiabá, os radares,  é uma série de complexidade que não vão se resumir em BRT ou VLT. Outra questão, o governo federal tem uma dúvida de R$ 150 bilhões do ano. Esse PAC que ele está propondo em ano eleitoral é apenas discurso eleitoral. O governo federal não vai fazer VLT no último ano de mandato de Emanuel Pinheiro. Isso é discurso político dele, para sair do mandato falando que lutou pelo VLT. Mas o cara que não tapa os buracos da cidade, que tem uma dívida de mais de R$ 300 milhões, que deve R$ 1,2 bilhões como dívida pública, como que esse cara vai se propor salvar o VLT da Capital? Isso é conversa fiada. A gente não pode ficar travando nenhum tipo de modal de transporte como o caso do BRT para poder satisfazer o ego de um gestor com diversos escândalos de corrupção em sua gestão”.

CUIABÁ NOTÍCIAS – A saúde de Cuiabá está precária. Mesmo com a Intervenção do Estado ainda há diversos problemas a serem sanados. Como pretende melhorar a saúde na rede municipal?

ABILIO –  “Eu sei que todo mundo fala que não tem como cuidar da saúde, sem cuidar das redes primárias. É importante a gente entender que os caos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Policlínicas e a falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ele é o sintoma e não a causa. Ele é a consequência de uma má gestão, e não a solução de má gestão. A solução se dá quando a gente começa a produzir saúde, a gente precisa que a política de saúde de Cuiabá seja integrada ao esporte, ao lazer, à saúde preventiva e começar a cuidar para que as pessoas não fiquem doentes. A zoonoses tem que funcionar, a vigilância sanitária, controle de epidemia têm que funcionar. Esse ano, por exemplo, todas as projeções indicam que vamos ter um alto índice de dengue. Então era o momento para gente ta equipando todos os agentes de endemias e zoonoses para que eles estejam em todos os lugares fazendo o máximo de monitoramento, campanhas de conscientização, preparando para a dengue que está ameaçando a população. A gente não está fazendo nada disso, a prefeitura não está fazendo nada disso, se a gente não prevenir a saúde, sempre vamos tratar a consequência do caos. Nós não temos, por exemplo, postos de saúde que atendam após o horário de serviço. Boa parte do trabalhador, ele está ocupado trabalhando durante o dia, então só após o serviço que ele vai conseguir em uma unidade de saúde fazer um cuidado com a saúde. A gente não tem posto que faça esse cuidado fora do horário de trabalho. Precisamos preparar a rede primária, e para isso temos dentro do PL uma Comissão Temática Específica, que é o PL Saúde, com médicos, enfermeiros e pessoas que estão pensando em propostas e soluções para gente apresentar no nosso plano de governo”.


CUIABÁ NOTÍCIAS – Em seu ponto de vista, o que mais falta em Cuiabá? O que pretende fazer para suprir?

ABILIO – “Nós temos uma cidade que tem o histórico das pessoas viver, conversar, interagir, de viver com uma comunidade, de sentar com a cadeira na beira da rua. Uma cidade que a história da cuiabania é a convivência, os espaços públicos, e hoje você não vê isso. Hoje as pessoas têm medo de sentar na calçada e de levarem seu celular dela embora, a iluminação pública não dá garantia de segurança, as áreas públicas são mal cuidadas não favorecem a interação. Alguém que quer abrir um baguncinha, e já tem a prefeitura contra uma pessoa, também faz parte da nossa cultura. Alguém quer abrir alguma coisa de atividade cultural ou esportiva, não tem a prefeitura aliada, alguém que quer construir, tem a prefeitura como adversária. Eu acho que o que falta para Cuiabá dar certo é uma prefeitura que queira ser amiga da população e facilitadora, não uma prefeitura que só pensa em arrecadar, mas que pensa em ajudar a cidade a desenvolver.

CUIABÁ NOTÍCIAS – Como você vê as pesquisas? Acha que esse cenário pode mudar até outubro?

ABILIO – “Na verdade, esses institutos eles deitaram e rolaram pelo fato de não terem a obrigatoriedade de registrarem no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) as pesquisas de 2023. Então, como que ia auditar essas pesquisas, como ia verificar, cobrar, fiscalizar elas? Em 2024 as pesquisas devem dar uma mudada, porque obrigatoriamente tem que ser registrado no TRE. A outra questão são as controvérsias, nas pesquisas que nós fizemos aponta que a gente está em primeiro. Já as pesquisas que o grupo do Botelho fez, aponta ele em primeiro. Às vezes a diferença entre nós chega ser tão grande, os caras querem puxar tanto o saco do Botelho em algumas dessas pesquisas que os caras chegam a colocar ele com quase 10% na frente do segundo lugar, que é totalmente inexistente. Querem colocar o Botelho que não tem praticamente rejeição, o que também não é verdade. Todo mundo sabe que Botelho é ligado ao grupo de Emanuel Pinheiro (MDB), e representa a continuidade da gestão do emedebista. Tem pesquisa que fala que Emanuel tá com quase 80% de rejeição, e a mesma pesquisa fala que as pessoas não querem representantes que deem continuidade na gestão dele. Ai fala que o Botelho não tem rejeição? Essas pesquisas dizem que 15% das pessoas não sabem em quem votar, é uma pesquisa que não pode ser levada a sério”.


CUIABÁ NOTÍCIAS – Como estão as convenções partidárias?

ABILIO – “As convenções começam a acontecer mais agora com o fechamento das janelas partidárias. Porque cada partido está cuidando de si, cada partido quer montar sua chapa, quer montar chapa de vereadores. Os partidos vão dar mais valores na construção de alianças pós fechamento de janelas partidárias”.  


CUIABÁ NOTÍCIAS – Durante sua trajetória política até aqui, quais os desafios já enfrentou? Acha que as eleições municipais de 2024 será maior delas?

ABILIO –  “As disputas majoritárias como a Prefeitura de Cuiabá,  em 2020, e se  aprovada em convenção a disputa de 2024, serão as mais difíceis, porque você acaba ganhando mais holofotes e seus adversários políticos sondam muito, caluniam, difamam, muitos fakes news ao nosso respeito. Então as eleições majoritárias, as eleições municipais sempre serão as mais difíceis”.

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