Ansiedade deve ser tratada

GABRIEL NOVIS NEVES

Sempre sofri por ser ansioso. A ansiedade tem me prejudicado, e muito, desde a minha infância.

Se matasse, com certeza eu não estaria mais por aqui.

Com o tempo adquiri um novo incômodo, que não mata, mas não tem por ora solução que é a disautonomia.

Desse jeito não sei onde vou parar, mas, por incrível que pareça, estou firme, cheio de vida e com alegria de viver!

Com as modernas tecnologias, que eu mal ‘arranho’, meu sofrimento tomou nova dimensão.

Não uso mais talão de cheque bancário, o vocábulo dinheiro não é mais utilizado correntemente e se modificou para ‘PIX’, e as pequenas despesas são transacionadas com o cartão de crédito/débito.

Cartas e telegramas foram substituídos por ‘e-mails’, mensagens de WhatsApp e outro ‘emaranhado’ de indecifráveis aplicativos.

Com o mínimo de conhecimento na área, não sei traduzir a linguagem da internet, e frequentemente ‘passo por poucas e boas’.

Ontem à noite verifiquei no ‘Ajustes’ do meu iPhone, um sinal vermelho. Abri o ‘aplicativo’ para saber o que significava aquilo.

Li que: ‘seu armazenamento do iCloud está quase cheio’!

Para mim aquilo era em língua ‘grega’. Procurei indagar de um aqui, outro acolá. A resposta era que precisava esvaziar meu celular de fotos, vídeos e mensagens.

Poderia muito bem aguardar os meus meninos no almoço da família, agendado ‘religiosamente ‘para todos os sábados, e tudo estaria resolvido.

Mas a minha ansiedade não permitiu essa espera, longa demais para um ansioso.

Resolvi ‘pedir apoio’ para uma nora em férias em Barcelona.

Ela me orientou como eu deveria proceder e fiz tudo ao contrário.

Resultado: criei, sem querer, um novo ‘Grupo de Amigos’.

Percebi o meu equívoco. Apressei-me em corrigi-lo. A situação piorou mais ainda e tudo que pude fazer foi sair dele. Deixei o grupo desnorteado, sem rumo e sem o seu ‘criador’.

Chegou o meu neto para o almoço habitual. Sabedor do meu ‘apuro’, em instantes resolveu o problema.

O que tinha que fazer era autorizar o ‘iCloud’ aumentar o potencial de ‘megas’, pagando uma pequena taxa mensal.

Outro neto, com prévia desculpa minha ao ‘Grupo de Amigos’, apagou-o do meu celular e o recuperou nas ‘Listas de transmissão’.

Amanhã, é que poderei avaliar o tamanho do prejuízo, ao encaminhar a minha crônica.

Tem doenças graves e as chatinhas.

Sou portador das ‘chatinhas’. Elas não matam, mas são muito incômodas, despertando em mim, ‘crises de ansiedade’.

GABRIEL NOVIS NEVES – é médico e ex-reitor da UFMT.

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