Obesidade não é preguiça

ARNALDO SÉRGIO

Ao contrário da crença comum, onde muitas pessoas assimilam a obesidade e o sobrepeso à preguiça, na prática, esse tipo de pensamento merece ser desmistificado de maneira concisa. Atualmente, a obesidade é considerada uma epidemia, ou seja, transformou-se em um caso de saúde pública que faz milhões de vítimas anualmente em todo mundo, sem distinção de idade, gênero e, tampouco, classe social. 

É fundamental ter a clareza que o combate ao estigma e a discriminação é o primeiro passo a ser dado pela sociedade em busca de soluções em favor dos pacientes afetados. Para se ter uma dimensão desta realidade a nível mundial, nos Estados Unidos (EUA), por exemplo, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), aproximadamente 71,6% dos adultos têm sobrepeso ou são obesos. 

Número esse que representa mais de dois terços da população adulta daquele país. Se olharmos o cenário nacional, 56,8% dos brasileiros estão acima do peso, conforme estudo desenvolvido neste ano pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com a Organização Global de Saúde Pública. A métrica levou em consideração o conjunto de pessoas afetadas com base no Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 25%.

O consumo exacerbado de alimentos ultraprocessados ou com alto percentual de gordura atrelado ao sedentarismo são as principais causas que justificam o surgimento da obesidade e o sobrepeso. Tanto um quanto outro, no âmbito clínico, são consideradas doenças crônicas e seus aspectos de desenvolvimento necessitam ser investigados e acompanhados por equipe médica especializada. 

Isso visa garantir uma melhor qualidade de vida aos pacientes, impedindo o surgimento de outras patologias agravantes como diabetes, cardíacas e até mesmo, alguns tipos de câncer. Com a modernização da indústria farmacêutica, alguns remédios disponibilizados no mercado são extremamente eficazes no tratamento destes tipos de casos, respectivamente. 

O Ozempic e Mounjaro contam com a anuência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa )para serem comercializados no Brasil. Entretanto, o acesso a cada um deles só é possível com o auxílio de prescrição médica. Estudos clínicos apontam que seus efeitos positivos consistem na perda significativa de peso, bem como, no controle do apetite e saciedade. 

Todavia, para alcançar os resultados almejados, a prática de atividades físicas, promoção da educação nutricional e conscientização acerca da causa são indispensáveis. Em Cuiabá, o Hospital São Judas Tadeu é referência no assunto. A unidade de saúde dispõe de equipes médicas multidisciplinares de prontidão, aptas para implementar o que há de moderno para a cura da obesidade e sobrepeso.

Dr. ARNALDO SÉRGIO PATRÍCIO – é Especialista em Medicina Interna e Radiologia.

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