Delegado diz que motivação de assassinato de advogado pode ter relação com a profissão

O delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Nilson Farias, responsável pelas investigações do advogado Roberto Zampieri, que aconteceu na noite de terça-feira (5), no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, disse que a principal linha de investigação é que o crime tenha relação com a profissão da vítima.

Em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (06), o delegado afirmou que a polícia trabalha com todas as linhas de investigação, sendo que a principal é que Zampieri tenha sido morto em decorrência de sua atuação na advocacia.

“Nada pode ser descartado, todas as informações que chegam pra PJC agora estão sendo checadas para eventuais vínculos com a situação do homicídio. Principal linha de investigação é que a motivação pode estar ligada com sua atuação na advocacia”, disse o delegado.

Conforme o delegado, investigadores da Polícia Civil vão apurar se boletim de ocorrência registrado em 2021, acusando o advogado de se apropriar de cerca de R$ 500 mil de um cliente tem ligação com a execução. O delegado não descartou nenhuma possibilidade.

Além do episódio de 2021, o delegado citou ainda, Roberto Zampieri, foi delator em 2018, da “Operação Bereré”, que apurou suposta cobrança de propina no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), na casa do R$ 30 milhões, envolvendo deputados e autoridades políticas.

O delegado também não descarta que a motivação do assassinato possa ter ligação com a delação.

“Conversamos com familiares e tudo está sendo levantando, trata-se de um escritório de advocacia em que a maioria dos casos eram grandes, de valores vultuosos. Então, a atividade laborativa acaba sendo a principal linha de investigação. Não se descartam outras linhas”, disse o advogado.

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“Essa situação específica (suposta apropriação indébita) é uma das várias situações e informações que têm chegado na divisão de homicídios, e todas estão sendo investigadas. Não dá para afirmar de forma categórica que um boletim de ocorrência é uma motivação. Tem possibilidade, como todas as outras causas que estavam em andamento naquele escritório”, afirmou o delegado.

O advogado também ganhou renome ao atuar na área de direito agrário com processos envolvendo cifras milionárias, o que também poderia ter sido uma das motivações.

Segundo a polícia, no momento do crime, Zampieri estava em posse de R$ 11 mil em espécie dentro do bolso, mas o assassino fugiu sem levar o dinheiro ou outros pertences da vítima, como seu celular que estava na mão.

Nilson Farias ressaltou que, pela análise das circunstâncias, acredita que o crime seja de mando. Ele destacou que a quantia em dinheiro encontrada com a vítima, embora considerável, era normal para alguém que lidava com causas de grande porte, como era o caso de Zampieri.

“Ele estava com aproximadamente 11 mil reais em espécie no bolso. Como eu falei, [ele] era um empresário, um advogado, que mexia com causas grandes, então o fluxo dele de movimentação financeira era grande. Então era natural que tivesse com valores no seu poder,” explicou o delegado.

Até o momento, o criminoso encontra-se foragido, e a polícia continua os esforços para localizá-lo e esclarecer os motivos por trás desse assassinato brutal. A polícia encontrou uma caixa supostamente utilizada pelo atirador que disparou contra o advogado. Dentro da caixa havia luvas e sacolas. Os objetos foram encaminhados ao laboratório da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) para realização de exames na tentativa de identificar impressões digitais e chegar ao autor do crime.

Toda a ação do atirador foi resgatadas por câmeras de segurança do bairro. 

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