Usar ou não o Ozempic?

ARNALDO SÉRGIO PATRÍCIO

A livre medicação precisa ser erradicada de nossa sociedade

Chegar ao modelo de corpo ideal, obter a saúde perfeita e ter uma melhor qualidade de vida é o sonho de muitas pessoas que travam a luta contra a balança.

No entanto, para chegar a este patamar é preciso cautela, principalmente, quando se trata do uso correto de medicamentos, para que o sonho não se transforme em pesadelo. 

Na Islândia, país do continente europeu, onde três casos envolvendo o uso de Ozempic e Wegovy, Saxenda, estão sendo investigados pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), após pacientes apresentarem pensamentos suicidas e automutilação ao ingerir as doses. 

No Brasil, o Ozempic e o Saxenda, composição de semaglutida com liraglutida, são fármacos recomendados para o tratamento à diabetes de primeiro grau e obesidade há mais de 15 e 8 anos, respectivamente.  Contudo, recentemente, se popularizaram entre aqueles que estão na luta contra a balança.

Os medicamentos, conforme informações laboratoriais descritas nas próprias bulas, podem gerar efeitos colaterais em cerca de 1% dos usuários, entre eles, inclusive, pensamentos suicidas e de automutilação e que, ao serem notados, devem imediatamente ser comunicados aos profissionais de saúde. 

No país, o acesso a eles é feito pela rede privada, uma vez que são considerados de alto custo.  A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão regulador brasileiro, divulgou que, até o momento, não foi contabilizado nenhum evento adverso em território nacional. 

Como especialista na área e diretor da Unidade de Emagrecimento e Longevidade (UEL) do Hospital São Judas Tadeu de Cuiabá, reafirmo a eficácia assegurada do Ozempic e Saxenda em consultório, desde que seguidos de prescrição médica. Somente assim é possível alcançar os resultados almejados. 

Saúde é um tema que nos demanda incessantemente a necessidade do reforço de pensamento de que todo cuidado é pouco. A livre medicação precisa ser erradicada de nossa sociedade, possibilitando que continuemos a caminhar lado a lado da medicina, bem como da ciência.

Trato a obesidade há muito tempo e posso dizer com clareza que esses remédios são muito seguros.

Mas reforço novamente a necessidade de que não somente para o uso deles, mas de qualquer outro fármaco, é de extrema importância o acompanhamento de um especialista e profissional da área.

Arnaldo Sérgio Patrício é especialista em Medicina Interna e Radiologia.

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