Suinocultores em Mato Grosso continuam sem resposta do governo do estado quanto ao pedido de redução do ICMS para vendas de suínos para abate em outras regiões do país. O setor, que amarga dois anos e meio de crise, reduziu em cerca de 20 mil o número de matrizes em seu plantel no período, o que vem refletindo em aproximadamente 45 mil animais a menos por mês enviados para o abate.
O pedido de socorro foi feito em fevereiro. Hoje, a alíquota padrão de ICMS da suinocultura é de 12%. Com o incentivo do Programa de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Proder) a alíquota cai para 6%. Na solicitação feita ao governo do estado, os suinocultores pediram que o desconto fosse de 90%.
Apesar de há três meses o setor, conforme o presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Frederico Tannure Filho, conseguir “respirar” com o preço de venda cerca de R$ 0,30 por quilo mais valioso que o custo de produção (R$ 30 em um animal de 100 quilos), os prejuízos contabilizados ainda mostram que a conta não fecha.
“A nossa crise se arrastou por mais ou menos 30 meses. Chegamos a ter prejuízo de R$ 300 por animal. O que é um valor expressivo. Em alguns momentos foi de R$ 100, R$ 150. Mas, se pegar 30 meses é um tempo grande”.
Saída da atividade e redução de plantel de matrizes
De acordo com Tannure Filho, estima-se que cerca de 50 suinocultores deixaram a atividade nos últimos dois anos e meio. Além disso, o plantel de matrizes que era entre 145 mil e 148 mil animais, hoje estima-se que esteja entre 126 mil e 130 mil matrizes.
“Isso reflete entre 40 mil e 45 mil animais a menos abatidos ou comercializados dentro do estado. Então, é um número expressivo para a suinocultura mato-grossense. Nós tínhamos um crescimento constante e agora temos um decréscimo constante”.
Socorro apoiado, mas não colocado em prática
O pedido de ajuda dos suinocultores para tanto para o governo do estado quanto aos deputados estaduais foi apoiado, porém até o momento não foi colocado no papel e em prática.
“Hoje já temos uma redução de 50% e nós pedimos para aumentar essa redução, porque nós temos um número que gira em cerca de 16 mil a 20 mil animais por mês comercializados para outros estados. Isso é cerca de 6% a 8% de todo o suíno produzido dentro do estado. É uma fatia pequena do que se produz, mas é uma fatia importante. Se não tivéssemos essa comercialização estaria pior o cenário. Estaria sobrando animais aqui dentro. Esse incentivo é de extrema importância para que a gente consiga ter esse equilíbrio de mercado”.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz-MT) para maiores informações quanto ao pedido dos suinocultores, contudo até o fechamento desta publicação não obteve retorno.
Canal Rural