Novos vídeos mostram a ação dos bandidos que invadiram o município de Confresa (a 1.116 km de Cuiabá), no início de abril deste ano. Os criminosos tentaram invadir o cofre da empresa de transporte de valores Brinks, mas não conseguiram levar o dinheiro. A imagens foram divulgadas após o balanço da Operação Pentágono, da Polícia Civil nesta segunda-feira (9).
A investigação da Polícia Civil de Mato Grosso, estima que a organização criminosa envolvida no crime teve um prejuízo estimado em R$ 3,4 milhões. Essa projeção é baseada no material bélico e veículos apreendidos da quadrilha.
Uma das imagens flagrou o exato momento em que os criminosos colocam uma carga de explosivos no muro da empresa. A polícia ainda informou que o bando usou reféns para auxiliarem na invasão à empresa.
Nas gravações, é possível ver outros momentos em que os bandidos aparecem fortemente armados, usando carros para aterrorizar a cidade.
Durante coletiva de imprensa, o delegado Gustavo Belão, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), disse que, por conta do peso dos materiais que utilizaram para invadir a empresa, eles sequestraram moradores da região para auxiliar no roubo, carregando bombas e armamentos.
Ainda segundo o delegado, as investigações identificou a participação de 33 criminosos na tentativa de roubo.
Na época, durante a “Operação Canguçu”, 18 membros do grupo morreram em confronto com policiais e dois foram presos. Entretanto as investigações continuaram, na última sexta-feira (06), a Polícia deflagrou a Operação Pentágono, em seis estados do País, envolveu um efetivo de 321 policiais para o cumprimento de 35 mandados judiciais de busca e apreensão.
A operação foi concluída com a apreensão de quatro armas de fogo, entre elas um fuzil; 360 munições, a maior parte de calibre 556; máscara, balaclava, 23 aparelhos eletrônicos, joias, relógios e U$ 3,9 mil.
Entre os alvos da operação estão os responsáveis pelo planejamento, apoio financeiro e logístico ao roubo de Confresa.
As buscas foram cumpridas nas cidades de Hidrolândia e Rialma (GO); Santa Luzia do Tide, Alto Alegre do Pindaré e Vitorino Freire (MA); Itapeva (MG); Redenção (PA); Atibaia, Diadema, Guarulhos, Paulínia, Porto Ferreira, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo e São Paulo (SP); Palmas, Gurupi e Peixe (TO).
Investigação
Embasada em um amplo acervo probatório, a investigação sobre o ataque a Confresa, coordenada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e Delegacia Regional de Confresa, mapeou todos os passos dos integrantes da organização que roubaram a sede da empresa de segurança de valores, além daqueles que deram apoio à empreitada criminosa.
Agindo na modalidade identificada como ‘domínio de cidades’, os criminosos empregaram violência extrema, usando armas de grosso calibre, uniformes táticos e equipamentos de proteção balística e explosivos de alta capacidade destrutiva para roubar a empresa de valores. Além do ataque à sede da empresa, os criminosos agiram em outras duas frentes, danificaram residências e prédios públicos, abordaram veículos e capturaram reféns que foram levados à empresa de valores. Uma terceira frente do ataque teve como alvos veículos do Estado, danos à rede de energia e veículos incendiados em pontos-chaves para que o bando pudesse fugir na sequência.
Na fuga, o grupo queimou veículos ao longo das vias públicas e seguiu em direção ao municípios de Vila Rica e Santa Terezinha e depois para o estado de Tocantins, onde havia um apoio logístico com barcos e piloteiros.
Quem é a quadrilha
A investigação da Polícia Civil apontou que 28 criminosos participaram diretamente do ataque em Confresa e outros cinco foram contratados como piloteiros para fazer o transporte da quadrilha, pelo rio, até uma aldeia indígena na divisa entre Tocantins e Mato Grosso.
Entre os 28 que invadiram Confresa, o grupo se dividiu entre os que comandaram a ação, os responsáveis pela detonação de explosivos e os executores do assalto e da contenção.
Dezoito integrantes do bando criminoso morreram nos dias subsequentes ao crime, durante a operação de buscas realizada na região de Pium, em Tocantins. Outros dois foram presos e a investigação prossegue para chegar aos outros 13 integrantes do bando.
Outros que deram apoio logístico à quadrilha foram presos pela Polícia Civil nos estados do Pará e Tocantins, durante a primeira fase de investigação. Naquela oportunidade, as equipes da GCCO e da Regional de Confresa chegaram à identificação das residências, na cidade paraense de Redenção, que serviram de apoio ao grupo. Duas pessoas foram presas em flagrante por fornecer a logística ao bando criminoso em Redenção e um terceiro em Araguaína, no Tocantins.
Veja vídeos: