POR: ISTO É
Adriano Castro, ex-participante do “BBB 1”, foi um dos bolsonaristas que marcou presença nos atos golpistas, que contou com a invasão ao Congresso Nacional no dia 08 de janeiro. Em seu canal no YouTube, o artista plástico compartilhou alguns vídeos em que incentiva o grupo de extremistas a permanecerem em atos antidemocráticos
Na última quinta-feira (19), Adriano, que deixou o Brasil com medo de ser preso após os atos de vandalismo, pediu dinheiro nas redes sociais. “Aqui onde eu tô, eu dependo única e exclusivamente da sua boa vontade. E se você gosta do meu canal, se você gosta de mim e quer me ajudar a me manter aqui onde eu tô, eu conto com a sua colaboração, porque não tem outro meio de sobrevivência”, disse ele.
“Estou fazendo esse vídeo para tranquilizar o coração de vocês, porque sei que vocês estão muito preocupados sobre o meu paredeiro. Vamos lá: não estou no Brasil, estou bem longe, estou em segurança. E agora que me sinto seguro, eu posso fazer esse vídeo, antes não dava”.
O bolsonarista ainda desafiou as autoridades: “Saibam que eu estou bem. O canal não está com o vídeo, assim que o YouTube liberar, voltaremos com a nossas lives, sim. Se acharam que iam me calar, não conseguiram e não vou conseguir. A gente se vê em breve. Espalhem aí que estou bem. E assim que o Youtube liberar, a gente volta”, finalizou.
A IstoÉ Gente procurou Cesar Beck, especialista em Direito Constitucional, Digital e Mestre em Direitos Humanos, que explicou que Adriano Castro pode ser extraditado e preso por ter participado dos atos golpistas. Confira!
“No momento, as investigações ainda estão em curso pela Polícia Federal. Apesar de já existirem na internet evidências robustas da participação de Adriano Castro, pois o mesmo se filmou durante os atos da tentativa de golpe em Brasília. É necessário respeitar os Direitos Fundamentais e Humanos contidos na Constituição Federal de 1988”, começou Cesar.
“Após as investigações da Polícia Federal apontarem a autoria de Adriano Castro nos atos golpistas do dia 08 de janeiro, em Brasília: Só então o Processo Criminal poderá ser iniciado com a Denúncia do Ministério Público. Com a abertura do Processo Criminal, o magistrado federal poderá requerer o pedido de extradição do autor para que ele responda em território brasileiro; respeitado o Devido Processo Legal, o Direito de Contraditório e a Ampla Defesa”.
“Enquanto as investigações ainda ocorrem: É perfeitamente possível localizar seu atual paradeiro através dos serviços de imigração de cada país e confrontá-los com o sistema da Interpol. Uma vez localizado o país de entrada em que ele atualmente está, já é possível, via pedido consular, a extradição dele para o Brasil: prática normalizada em boa parte do ocidente”, ressalta o especialista.
“Em tempo, também é possível que – uma vez a Petição Inicial do Ministério Público seja protocolada – um pedido formal nas plataformas e redes sociais (como o Instagram da empresa Meta): Informe a geolocalização do dispositivo móvel de Adriano Castro que ele realizou para tal publicação; já em solo estrangeiro. Dessa forma, se facilita o trabalho ora via Itamaraty, ora via Judicial para que ele seja devidamente citado e representado por um advogado ou em sua falta, por um defensor público, em solo brasileiro”, concluiu Cesar Beck.
Quem é Adriano Castro?
Adriano Luiz Ramos de Castro tem 54 anos e é natural de Salvador, na Bahia. O artista plástico participou do “BBB1”, reality show da Globo do qual foi o responsável por criar o termo “paredão”. Antes, a disputa para a permanência no programa era chamada apenas de berlinda.
Na atração global, ele foi o sexto eliminado depois de enfrentar um paredão contra a participante Vanessa, que foi a vice-campeã da edição.
Atualmente, Adriano tem um canal no Youtube com mais de 228 mil inscritos, onde fala sobre política de defende o bolsonarismo, apoiadores do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL).
Atos golpistas
No dia 08 de janeiro, bolsonaristas invadiram o Congresso em Brasília. O grupo de extremistas, que marchava pela Esplanada dos Ministérios, enfrentou os bloqueios policiais e invadiu o prédio do Congresso Nacional. Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) subiram a rampa que dá acesso ao prédio e depredaram tudo no local.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou neste domingo intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal até 31 de janeiro deste ano após a invasão e depredação por bolsonaristas extremistas das sedes dos Três Poderes da República, e culpou o ex-presidente Jair Bolsonaro por ter estimulado os atos de vandalismo.