Psicóloga alerta para a importância da conscientização e prevenção ao suicídio

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas cometem suicídio anualmente em todo o mundo, sendo a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Em face desses números alarmantes, o Cuiabá Notícias conversou com a psicóloga Gina Coelho, que enfatiza que ações de conscientização como o Setembro Amarelo.

A campanha ao logo do mês não apenas colocam em evidência a relevância da prevenção ao suicídio, mas também cria um espaço seguro para as conversas sobre saúde mental, permitindo que mais pessoas compartilhem suas experiências e busquem ajuda sem o medo do julgamento.

“O mês de setembro é um lembrete contundente de que a prevenção do suicídio é um esforço coletivo. Cada um de nós tem a responsabilidade de criar uma sociedade mais empática e solidária, onde a busca pela excelência não venha à custa da saúde mental e do bem-estar”, explica Gina.

Segundo ela, um o constante imperativo de ser o melhor em todos os aspectos da vida, seja no trabalho, nos relacionamentos ou nas realizações pessoais, tem um preço alto.

“Em uma sociedade que exige cada vez mais, onde a busca pela alta performance é quase uma norma, muitos se encontram em um terreno instável, vulneráveis à pressão incessante que se impõe sobre eles. A dificuldade em lidar com falhas, perdas e fracassos torna-se uma batalha diária para muitos, levando a um alarmante aumento nos casos de suicídio” aponta. 

“A pressão para alcançar padrões inatingíveis pode ser esmagadora, deixando indivíduos vulneráveis e sem um suporte adequado para lidar com os inevitáveis momentos de derrota”, completa. 

Para evitar desfechos trágicos, a psicóloga enfatiza a importância de identificar precocemente os sinais de alerta e buscar ajuda profissional. 

“É vital estar atento aos sinais de desespero e isolamento. Mudanças drásticas no comportamento, expressões de desamparo e um isolamento repentino são indicadores cruciais de que alguém pode estar enfrentando um momento de profunda crise”, aponta.

Ela observa que, embora nem todas as pessoas expressem verbalmente seus sentimentos suicidas, o ato de falar sobre o assunto deve ser levado a sério. 

“Em um mês dedicado à valorização da vida e prevenção do suicídio, é imperativo que todos nós nos comprometamos a ser uma rede de apoio uns para os outros. O simples ato de ouvir sem julgamento, oferecer apoio emocional e encorajar a busca de ajuda profissional pode fazer toda a diferença. Juntos, podemos quebrar o ciclo de pressão implacável e oferecer um ombro amigo para aqueles que mais precisam. A vida é preciosa e merece ser protegida”, finaliza. 

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