Justiça da liberdade a empresário suspeito de ser integrante da “gangue do chicote”

O juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), concedeu liberdade provisória ao empresário Rafael Geon de Sousa, durante audiência de custódia realizada na tarde de quarta-feira (20). Ele foi preso no âmbito da Operação Piraim, por supostamente participar de um grupo de agiotas que ganhou repercussão nacional ao aparecer chicoteando uma das vítimas, que devia dinheiro ao grupo em uma negociação envolvendo joias. 

Decisão o magistrado considerou que ele tem um filho de cinco anos com transtorno do espectro autista, somado ao fato de sua esposa estar grávida de oito meses. Por fim, o juiz determinou que o acusado terá que cumprir determinadas medidas para que possa responder ao processo em liberdade.

“Aplico as seguintes medidas cautelares ao conduzido: o conduzido está proibido de manter qualquer forma de contato com a vítima e com os demais cobradores elencados nesta cautelar, seja pessoal, seja telefônico, seja por rede social. O conduzido não poderá se ausentar da comarca sem autorização deste Juízo. Não poderá frequentar bares, lupanares ou estabelecimentos congêneres. O conduzido deverá comparecer a todos os atos processuais para os quais for intimado, e não poderá mudar de residência ou ausentar-se desta Comarca por prazo superior a oito dias, sem autorização deste Juízo, sob pena de revogação da liberdade provisória”, diz o trecho da decisão.

Conforme investigação da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), a vítima das agressões teria adquirido os produtos comercializados por Rafael na modalidade a prazo. Diante da inadimplência do comerciante, que revenderia os produtos, o suspeito teria contratado a “gangue do chicote” para torturar o devedor. 

As investigações apontam ainda que o grupo criminoso também trabalhava para agiotas e frequentemente usava chicotes e restringia a liberdade dos comerciantes em débito. As agressões eram gravadas pelos criminosos, que divulgavam os vídeos na internet.  

Ainda conforme a Polícia, outros quatro suspeitos estão sendo procurados, sendo eles: Sérgio da Silva Cordeiro, José Augusto de Figueiredo Ferreira, Benedito Luiz Figueiredo Campos e Guilherme Augusto Ribeiro.

OPERAÇÃO PIRAIM

A Polícia Civil, deflagrou na manhã da última quarta-feira, a Operação Piram contra os integrantes e contratantes da quadrilha do chicote, como ficou conhecida, que torturava comerciantes que tinham débitos com agiotas ou outros tipos de credores. As investigações mostraram que, na maioria dos casos, os suspeitos cobravam juros exorbitantes, fazendo com que as vítimas abrissem mão de suas propriedades, como carros.

O pai da vítima procurou a delegacia especializada no dia 04 de maio deste ano e declarou que o filho estava em poder do grupo criminoso, que exigia dinheiro para liberá-lo. Na ocasião, uma equipe da Derf foi até o local onde estava a vítima que, temendo por sua vida, declarou que os suspeitos não tinham lhe açoitado. A vítima apresentava diversos hematomas. 

A investigação da Derf Cuiabá apurou que a vítima foi abordada pelo grupo criminoso na Avenida República do Líbano, no estacionamento de um posto de combustíveis, na Capital. Na sequência, o pai da vítima recebeu uma ligação telefônica, feita do aparelho celular do filho, onde o interlocutor dizia que credores queriam receber dívidas contraídas pela vítima. O pai chegou a oferecer um veículo avaliado em R$ 80 mil, contudo, os criminosos disseram que a camionete não quitaria a dívida.

O grupo que filmava as sessões de tortura e postava nas redes sociais também sequestrou as vítimas e extorquiu familiares com intuito de receber a maior quantidade de dinheiro possível.

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