O delegado Ricardo Franco da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelas investigações da morte da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca, de 48 anos, disse o acusado de cometer o crime, ex-soldado da Polícia Militar, Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, preso em flagrante no domingo (13), limpou a cena do possível crime cometido no quarto de sua residência, no bairro Santa Amália, em Cuiabá. O suspeito deixou o corpo da vítima no carro dela, um Jeep Renegade, no Parque das Águas. O corpo foi localizado na tarde de domingo, no entanto, o crime teria acontecido durante a madrugada de sábado (12), depois que ela e o assassino se conheceram no bar Edgare, no bairro Jardim Primavera, em Cuiabá.
Conforme o delegado, as cenas do crime indicam que o suspeito cometeu fraude processual, pois limpou a cena do crime na casa dele, depois vestiu as roupas na advogada, colocou o corpo no banco do passageiro do carro dela, e foi até o Parque das Águas onde abandonou o carro.
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“Após cometer o crime, ele limpou a casa toda, tirou o edredom da cama, o travesseiro. Estava tudo dentro da máquina de lavar roupa, tudo molhado, quando nossa equipe chegou na casa. Mas mesmo assim, a perícia criminalística conseguiu rastrear justamente o sangue na cama, nos móveis onde ela deve ter batido a cabeça, até a saída do corpo da vítima, pela manhã”, apontou o delegado.
Durante o interrogatório na DHPP na manhã desta segunda-feira (14), Almir permaneceu em silêncio. Entretanto, durante a primeira conversa com policiais na hora da prisão, em sua residência, ele disse várias informações contraditórias.
“Ele falou que a vítima estava com ele, que colocou ela no carro. Muita mentira. No primeiro momento, ele disse que tinha levado ela para o Parque Mãe Bonifácia, então a entrevista preliminar lá na hora da prisão, ele foi entrando em contradições e realmente, como a gente tinha a imagem, ele confirmou que deixou ela no Parque das Águas, no banco de carona do carro, com óculos escuros, porque ela teria pedido”, explica o delegado.
“Disse que a deixou lá, porém viva, que ela quis ficar lá. Ele não quer confessar de forma explícita. Agora o que levou ele a deixar lá [Parque das Águas], não sabemos. Nós acreditamos que ele quis dissimular”, complementou.
Conforme apurado pela polícia, o suspeito e a vítima se conheceram no Bar do Edgare, que fica nas proximidades da Arena Pantanal, na noite de sábado (12). O acusado estava sem carro, então saiu com Cristiane em seu veículo para a casa dele, no bairro Santa Amália. O rastreamento do aparelho de celular da vítima foi fundamental nas investigações.
“A vítima tinha um celular com aplicativo de rastreio, os familiares sabem disso. Como ela demorou a chegar em casa, eles olharam no aplicativo para localizá-la. Eles se conheceram no Bar Edgare por volta da meia noite. Ela foi embora com o suspeito. Ele estava sem carro, e levou ela para casa, de forma consentida. Lá praticou o crime. Câmeras públicas da rua também comprovam que eles estiveram na casa. Vimos o suspeito saindo da casa pela manhã, no Jeep Renegade da vítima”, afirma Ricardo.
As análises preliminares apontam que a advogada deve ter sido morta durante a madrugada, pois o corpo foi encontrado com rigidez. Além disso, o exame de necropsia atestou diversas lesões na face da vítima e sinais de violência sexual.
O inquérito policial será concluído em até dez dias, e a DHPP tentará interrogar o suspeito novamente.
O delegado Ricardo Franco afirmou ainda que irá representar pela prisão preventiva de Almir.