Ecomodernismo: uma forma de relacionarmos com a natureza

O ecomodernismo é uma filosofia ambiental desenvolvida neste milênio na defesa da prosperidade humana e de um planeta ecologicamente viável. É a vertente ambiental que defende a dissociação entre o desenvolvimento humano e os impactos ambientais através do desenvolvimento de processos e tecnologias inovadoras. De um modo geral existem três atividade humanas poluentes: transporte, agropecuária e indústria. Apresentarei aqui quatro sugestões do ecomodernismo para mitigar os efeitos prejudiciais ao meio ambiente e aos seres humanos em decorrência dessas atividades. Cabe ressaltar que os ecomodernistas são favoráveis à economia de mercado, contrários ao decrescimento econômico à medida que reduz o direito da sociedade se beneficiar das riquezas da nação. No entanto, considera que:

1- Somos oito bilhões de pessoas na terra, 4 bilhões vivem em 3% do planeta, ou seja, nas cidades. Se os 97% restante do planeta fosse reservado para a natureza selvagem conseguiríamos retirar mais CO2 da atmosfera, o que reduziria o aquecimento global e a formação de chuva ácida, manteríamos a biodiversidade e biomassa e preservaríamos as belezas naturais, a qual poderia ser explorada economicamente pelo turismo e ou outra atividade sustentável.

2- As cidades deveriam ser de 15 minutos, ou seja, onde comemos, trabalhamos, estudamos não poderia levar mais de 15 minutos para chegarmos até o destino, isso impactaria muito na queima de combustíveis fósseis, melhoraria o tráfego e reduziria o número de acidentes.

3- No mundo natural não tem lixeira, tudo é reciclado ou reutilizado, a troca de matéria e energia é constante no clico de vida-morte-vida. Poderíamos imitá-la! Tudo o que for manufaturado industrialmente, por exemplo, deveria ser projetado de uma forma que reaproveitasse o máximo possível dos componentes para a criação de outros produtos, ou seja, as coisas seriam projetadas para ir do “berço ao berço” e não mais para o lixo.

4- A mudar do discurso da ecologia do culpado, das paixões melancólicas para a ecologia da inteligência e da resolução de problemas utilizando da tecnologia disponível e as que virão futuramente. Nessa perspectiva, todos ganhariam sejam eles empresários, construtores, consumidores e o planeta. Basta para isso criatividade, educação ambiental, inovação tecnológica e, políticas públicas indutoras de mudanças nesse sentido.

Essas ideias são os pilares do ecomodernismo e podem ser criticadas. Não me aprofundei em cada uma delas, mas deixo aqui referências para aqueles que se interessarem pelo tema.

Referências

Ecomodernismo: as 7 faces da ecologia política/Luc Ferry: tradução Idalina Lopes -1. Ed. -Santana de Parnaíba (SP): Manole, 2023.

Caminhos para a inovação. Conferencista na Temporada 2022 proferida por Luc Ferry, Postado em jul. de 2022

 (https://www.fronteiras.com/assista/exibir/caminhos-para-a-inovacao)

Alcione Lescano de Souza Junior – é doutor em Fisiologia Humana pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Faculdade de Ciências da Saúde (FACIS) da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). Atualmente ministra aulas de fisiologia para o curso de medicina e coordena um grupo de estudo sobre evolução darwiniana, ambiente e saúde na mesma universidade.

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