Em sessão no plenário Abílio pede seriedade e nega que foi transfóbico; Erika rebate

 

O deputado federal Abilio Brunini (PL) usou seu tempo de fala no plenário da Câmara dos Deputados na noite desta quarta-feira (12), para negar que tenha cometido o suposto crime de transfobia contra a também deputada federal Erika Hilton (PSOL-RJ). Com parte da fala em sua defesa, Abilio disse que tem amigos homossexuais. O parlamentar ainda pediu seriedade ao tema.

“Eu quero pedir respeito. respeito. Eu sou arquiteto, tenho inúmeros amigos homossexuais. Inúmeros. Sou arquiteto. Não vou admitir, quero a penalização e quero a célere apuração da polícia o mais rápido possível”, falou o deputado. 

Abilio ainda criticou os deputados e os acusou de explorarem causas para buscar promoção nas redes sociais.

“Não tem uma ação positiva aqui no Congresso. Não faz nada de bom na Câmara. E quer se aproveitar em cima dos outros. Essa é a estratégia deles (se referindo a partidos de esquerda), se aproveitar de uma causa que é muito séria. A causa da homofobia, a causa da transfobia é muito séria no nosso país. São assuntos muito sérios, assuntos delicados, não podem ser usados desta forma”, declarou Abilio.

O parlamentar ainda afirmou que a deputada Erika recorreu à mídia para abordar o caso. No plenário, Erika, em resposta a Abílio disse que a opinião pública repudiou o comportamento dele.

“O parlamentar disse aqui que eu tentei, fui aos jornais, às mídias, eu não dei nenhum tipo de entrevista. Eu não precisei me colocar nesse papel, exatamente porque o comportamento que ocorreu ontem na CPMI, ele vai contra exatamente a opinião pública. Foi a opinião pública baseada nas imagens, nos vídeos, que produziram matérias. Eu não falei com nenhuma imprensa, porque não tenho esta necessidade”, pontuou Erika.

No entanto, Erika admitiu não ter ouvido a suposta fala transfóbica de Abílio. Entretanto, ela ressaltou que outros parlamentares afirmaram ter ouvido a declaração. Ela ressaltou que a investigação ficará a cargo da polícia legislativa e do Conselho de Ética. 

“O que cabe a mim dizer é que existimos respeito, que não estamos aqui a passeio e que não toleraremos nenhum tipo de caracterização debochada, ridícula, estereotipada da nossa comunidade. Estes senhores terão que compreender que nós saímos das esquinas, que nós saímos das mazelas, que nós saímos dos abandonos e chegamos aqui para ser produtora de políticas públicas”, declarou. 

A deputada mencionou que a comunidade LGBTQIA+ chegou à Câmara dos Deputados e permanecerá através de projetos e proposições, e enfatizou que não aceitará piadas e deboche.

 “Não aceitaremos ser chacota, ridicularização, piada e deboche. Acionaremos o Conselho de Ética e qualquer outra instância criminal contra qualquer parlamentar que tentar usar da nossa identidade ou da nossa orientação para nos desqualificar”. 

Relembre o caso 

Durante a sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro, de terça-feira (11), a deputada do Psol ‘aconselhou’ Abilio a ‘tratar suas carências’ em outro espaço. Isso porque Abilio tumultuou a fala do deputado Rubens Pereira Júnior (PT-BA) momentos antes. 

Foi durante a fala de Érika que, segundo o senador Rogério Carvalho e a senadora Soraya Thronicke (UB-MS), Abilio afirmou que Érika estava “oferecendo serviços”. 

Logo após os fatos, o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos do dia 8 de janeiro, Arthur Maia (União Brasil-BA), determinou que o deputado Abílio seja investigado pela polícia legislativa pela suposta falta LGTBfobia contra Erika.

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