A agricultura perdeu um dos seus maiores nomes nesta quinta-feira (29). Se temos abundância de alimentos no Brasil e no mundo devemos muito ao ex-Ministro da Agricultura e meu colega como Deputado Constituinte, Alysson Paolinelli.
Para os jovens, a ideia de um mundo que não era capaz de produzir alimentos suficientes pode parecer uma miragem distante, mas este foi um dos grandes temores de minha geração e dos que viveram antes da revolução agrícola da qual o Brasil é um grande protagonista.
Foi, Paolinelli, como Ministro, quem comandou a “revolução agrícola tropical sustentável” a partir dos anos 1970, um dos fatores econômico-sociais mais importantes da história recente do país. Ele também foi um dos responsáveis pela modernização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na década de 1970.
Seus esforços por alimentar o mundo o renderam, em 2006, o World Food Prize, prêmio internacional criado por Norman Borlaug, conhecido como um “Nobel da alimentação”- premiação que reconhece a contribuição à segurança alimentar mundial.
Esse notável brasileiro foi indicado ao Prêmio Nobel, em 2021, recebendo 183 cartas de apoio, de 78 países.
Ex-aluno, professor e diretor da Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal), hoje Universidade Federal de Lavras, Paolinelli, que completaria 87 anos no dia 10 de julho, lutava para se restabelecer de uma cirurgia, mas não resistiu.
Alysson Paolinelli deve ser lembrado sempre como o homem que comandou a revolução agrícola tropical no Brasil.
Sem este homem que apoio a entrada da agricultura de grãos no cerrado, Mato Grosso não seria hoje um dos maiores produtores de alimento do mundo.
Júlio Campos é deputado estatual de Mato Grosso.
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