HMC passa a realizar tratamento com botox em pacientes com sequelas neurológicas e exame de vídeo encefalograma

O Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) começou a realizar tratamento com o uso de toxina botulínica, conhecida como botox, em pacientes com sequelas neurológicas, e exame de videoencefalograma. Os procedimentos de neurologia estão entre os serviços de especialidades implantados pelo Gabinete de Intervenção Estadual na Saúde de Cuiabá para ampliar o atendimento oferecido à população.

A aplicação de toxina botulínica é considerada incomum no Sistema Único de Saúde (SUS), porque geralmente está associada a procedimentos estéticos. Ela será utilizada na unidade para a reabilitação de pacientes que sofreram traumatismo craniano, Acidente Vascular Cerebral (AVC), paralisia cerebral, esclerose múltipla, e ainda para os distúrbios de movimento (contrações musculares involuntárias), como distonias e espasmo hemifacial.

A neurologista Larissa Kozow, que é responsável pelo tratamento no HMC, afirma que a aplicação da substância no músculo afetado já apresenta resultado logo nos primeiros dias após a injeção.

“A toxina botulínica bloqueia a junção neuromuscular e impede a contração muscular excessiva, proporcionando um relaxamento de músculos rígidos, diminuindo contrações musculares involuntárias”, explica.

Pelas diretrizes do Ministério da Saúde, o paciente deve realizar tratamento de reabilitação para poder ter acesso ao tratamento. “O paciente é encaminhado pela Unidade Básica de Saúde da sua região para consulta com o neurologista e faz a triagem conosco e, caso se encaixe nas condições de tratamento, sai com um laudo solicitando a toxina botulínica junto à Farmácia de Alto Custo e retorna para aplicar o remédio”, informa a neurologista.

Inicialmente, foram liberadas 20 vagas por mês, sendo que 60% dos pacientes atendidos são encaminhados pela Central de Regulação e 40% do próprio hospital.

Vídeo eletroencefalograma

O exame de vídeo eletroencefalograma (vídeo eeg) contribui com o diagnóstico de epilepsia e definição de terapias ou cirurgias em pacientes. De acordo com o neurologista, neurofisiologista clínico e epileptologista, Bruno Gumiero, o exame tem a função de registrar o padrão de atividade elétrica do paciente.

“Nós acompanhamos de forma simultânea com imagem de vídeo do paciente, que nos dá a apresentação clínica em uma crise juntamente com o registro eletroencefalográfico. A partir desses dados nós definimos qual tratamento aplicar, tanto a terapêutica (medicações) quanto a possibilidade cirúrgica”, pontua Gumiero.

A primeira paciente a fazer o exame é a Cássia Maria Lemes Prado, de 26 anos, que ficou três dias em monitoramento. “Ela é privada de muitas coisas, fica mais em casa, não sai com os colegas porque tem medo de convulsionar e as pessoas não saberem cuidar dela e a expectativa é garantir mais qualidade de vida a ela”, afirma a mãe da paciente, Rita de Cássia Lemes Prado.

O serviço de vídeo eletroencefalograma em Mato Grosso, estava disponível apenas no serviço particular. O HMC é o primeiro do estado a disponibilizar o exame pelo SUS.

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