Apesar da derrota para o Botafogo na noite desta quinta-feira, o técnico António Oliveira aprovou a atuação do Cuiabá na Arena Pantanal. Em entrevista coletiva pós-jogo, o comandante auriverde lamentou as chances perdidas, mas acredita que a equipe fez a melhor exibição sob seu comando.
– É sempre desafiante falar de um jogo em que saio muito satisfeito pelo rendimento da equipe. Um domínio completo de todo o jogo, sendo uma equipe muito equilibrada, com e sem bola. Foi capaz de controlar os pontos fortes do adversário, que tentou explorar muito seus pontas. Fomos capazes de construir de trás pra frente, com chegada às zonas de finalização, não expondo tanto na transição, em que o adversário é muito forte.
– O resultado é justo por nossa ineficácia em termos ofensivos, mas foi injusto pela qualidade do nosso jogo. Um pai elogia e também adverte seus filhos, não se pode jogar contra o líder da Série A, ter 13 finalizações no primeiro tempo e não marcar nenhum gol. Temos que ser mais concentrados, eficazes mais rigorosos. Fico feliz que a equipe cresce a cada jogo. Talvez no nosso melhor jogo acabamos por perder.
O revés ampliou o jejum do Dourado como mandante no Brasileirão, agora com três derrotas e dois empates em cinco jogos. António tratou da questão com bom humor e declarou que é uma fase passageira.
– Temos que pedir à CBF para jogar todos os jogos fora (risos)?. Acho que é um momento que estamos vivendo, mas isso vai passar. No ano passado, fizemos uma excelente campanha dentro de casa. Não devemos massacrar muito essa situação, porque é passageira, claro que se arrasta por um tempo. Ainda jogamos cinco jogos em casa, faltam 14, isso vai mudar e vamos tentar equilibrar essa balança de jogar fora e dentro de casa. Se tivéssemos conquistados os pontos em casa, talvez estaríamos na parte de cima da tabela.
Na próxima rodada, o Auriverde visita o Vasco em São Januário, na segunda-feira. O treinador português analisou o confronto e disse que a capacidade emocional será determinante, levando em consideração principalmente o momento do adversário, que ocupa a vice-lanterna.
– Para nos é um jogo terminante, muito importante, mas extremamente emocional. Mais do que aquilo que a equipe mostra de organização, que cada vez mais se aprimora, temos que ter equilíbrio emocional no próximo jogo. A equipe tem demonstrado isso, que é de personalidade, de caráter, sabe o que faz e isso me orgulha. Trabalho com gente que gosta de aprender e isso me fascina. Essa é minha missão, fazê-los crescer. É um grupo extraordinário, solidário, o Cuiabá está cada vez mais construindo identidade própria. Não basta jogar bem, para entrar aqui tem que ter princípios. É um clube extremamente familiar e estou me identificando cada vez mais.
O Cuiabá caiu duas posições e agora é o 16º colocado do Brasileirão, com 12 pontos, a apenas um do Goiás, que abre a zona de rebaixamento.
Confira outros tópicos da entrevista:
Reforços
– É evidente que haverá alguns ajustes no elenco, principalmente entradas. Em vários setores da equipe vão existir. Não vai vir um ônibus de jogadores, acho que três a quatro para darmos peso ao grupo e podermos atingir primeiramente o objetivo de permanecer na elite, mas pensando que essa equipe merece mais. Espero que cheguem logo para se enquadrarem no plano de jogo. Todos que vem eu peço. Esse aí (Clayson) é bom.
usência de Deyverson
– O Deyverson é um jogador de grande qualidade e que nos dá uma ajuda imensa. Tem características muito próprias. Não há jogador que faz o que ele faz no futebol brasileiro. Não queria individualizar, ele nos fez falta, mas não posso tirar a relevância daqueles que jogaram. O Pitta é importante para nós. Não posso ser hipócrita de dizer que o jogador que fez quase todos os nossos gols não fez falta. Qualquer equipe no Brasil gostaria de ter o Deyverson, desde que o jogo se enquadre para ele, nem que fosse para uma segunda opção. Tem características muito próprias.
Globo Esporte