Manejo sustentável na exploração de florestas nativas

Foto: Leandro Balbino/ Canal Rural Mato Grosso

A Fazenda Jatobá, localizada no município de Paranatinga, na região sudeste de Mato Grosso, destaca-se por sua atuação sustentável na preservação do bioma amazônico. Com seus 20 mil hectares de área contínua, a propriedade é um exemplo de integração entre agricultura, pecuária e manejo florestal.

Do total da área, quatro mil hectares são destinados à agricultura, com cultivo de soja, milho e arroz. Além disso, a fazenda abrange 2,9 mil hectares de pastagens, que sustentam um rebanho de sete mil cabeças de gado em ciclo completo. E, devido à sua localização dentro do bioma amazônico, a Fazenda Jatobá possui13 mil hectares de reserva legal, em conformidade com a legislação que exige a preservação de 80% da área com vegetação nativa.

O manejo sustentável na exploração de florestas nativas é o tema do episódio 29 do MT Sustentável desta semana.

Um dos destaques da propriedade é a recuperação da pastagem, feita na área de reserva legal, atualmente com o plantio de arroz, no qual já foi colhido e a palha, inclusive está sendo enfardada para alimentar o gado no final do período da seca.

O proprietário, Thiago Fabris, ressalta que essa atividade permite desenvolver culturas anuais de forma que não degrade a vegetação dentro da área que pertence a ele.

“A gente decidiu fazer porque é um benefício financeiramente que a gente tem e é uma forma de agregar valor na floresta”, complementa.

Controle sustentável com consultoria especializada

O controle sustentável na Fazenda Jatobá começa com um estudo detalhado da área, realizado por uma consultoria especializada. No caso, pelo engenheiro florestal Ledequias Fernandes de Assis, responsável pelo projeto, Ele explica que é feito um inventário das árvores, selecionando aquelas que serão retiradas da floresta.

“Hoje nós podemos retirar da floresta até 30 metros cúbicos por hectare, então a seleção vai ser de acordo com aquilo que o mercado está absorvendo, respeitando a legislação, então você vai pegar indivíduos acima de 158 de circunferência,” esclarece o engenheiro.

Durante a coleta de dados do inventário, as árvores recebem etiquetas para identificar as que podem ser retiradas e as que devem ser preservadas, como as porta sementes, responsáveis pela renovação da floresta, e as árvores jovens que ainda não atingiram o ponto de corte.

O líder de setor e responsável pela extração, Marcelo Salvador, mostra a ficha de campo relacionada às árvores aptas a serem abatidas. Trata-se de um documento que deve ser seguido rigorosamente.

Ele conta que tudo é calculado para causar o menor dano possível, desde a derrubada até o transporte da tora na floresta, além disso, explica que quando há risco de queda sobre árvores jovens ou remanescentes destinadas à extração futura, o direcionamento da queda é alterado para evitar danos.

“Quando ele vê que vai cair sobre uma árvore remanescente, uma árvore fina, que será extraída futuramente, ele redireciona a queda, ou abate aquela outra primeiro que vai cair em cima e tenta jogar na mesma clareira, para diminuir esse impacto. Aí são utilizados os ramais de arraste, que sai com 50 metros, reto e depois ele faz como chamamos de “espinha de peixe”, que é tirando da direita e da esquerda, vindo do final, até chegar na estrada principal “, enfatiza o líder.

Canal Rural Mato Grosso

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