O Conselho de Ética do Senado decidiu nesta quarta-feira (14) rejeitar representação contra o senador Jayme Campos (União Brasil), presidente do colegiado. A decisão foi lida pelo membro Otto Alencar (PSD), que substituiu o mato-grossense durante a análise do pedido apresentado pelo Pros em 2020.
Na representação, o partido pediu a abertura do processo disciplinar por suposta agressão a um cidadão que estaria tentando gravar uma entrevista com a então prefeita de Várzea Grande (MT), Lucimar Campos, esposa do senador, durante a campanha municipal.
Ao analisar o pedido, Otto afirmou que o requerimento não atendeu aos requisitos para a abertura do procedimento. Com a recusa, o colegiado abriu prazo de dois dias úteis para recurso antes do arquivamento definitivo.
A situação que motivou a representação ocorreu durante a inauguração de uma praça, após o rapaz se aproximar de Lucimar para perguntar sobre a falta de água no município.
“Respeita minha mulher, seu porcaria!”, disse Jayme. Em vídeo, é possível ver que antes de tentar falar com a prefeita, o homem, chamado Marcelo Rezende, também havia conversado com o senador, e que ele estava filmando tudo.
Na live, Marcelo primeiro chega para falar com o senador, e pergunta: “Senador, como o senhor vem inaugurar a praça e o povo sem água? Como o senhor se sente?”. A resposta é: “O senhor tem que falar com o presidente do DAE”. Alguns momentos depois, Jayme pergunta porque o rapaz não vai questionar a prefeita, e ele responde: “Eu perguntar pra ela e perguntar pro senhor é a mesma coisa. Aqui o senhor é quem fala”. No entanto, quando ele se dirige para Lucimar, recebe o empurrão de Jayme.
Ao todo, o Conselho tem 43 pedidos de denúncias, sendo que 13 receberam análise jurídica da Advocacia do Senado Federal e foram apresentadas no plenário nesta quarta.
“Digo que, com o acúmulo gerado pela suspensão das atividades durante o período da pandemia para todas as petições, foi solicitada análise jurídica da Advocacia com objetivo de fundamentar o exame preliminar de admissibilidade dessa presidência. Lembro que o exame preliminar da admissibilidade não entra no mérito dos casos, mas apenas analisa questões formais com legitimidade do autor e dos fatos imputados”, justificou Jayme Campos.