Agentes de segurança que compõem uma força-tarefa, formada pela Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT) bloqueou, na noite desta quarta-feira (31), a entrada e saída da área de uma obra em Colniza ( a 1.076 km de Cuiabá), que está sendo explorada por moradores em busca de ouro. A ação é realizada para proibir o trânsito na MT-418 e os militares aguardam o reforço das forças de segurança para retirar a população do local.
A equipe é composta por policiais militares e civis da região de Colniza e de unidades especializadas de Cuiabá, com Força Tática, Rotam e batalhões de Trânsito e Ambiental.
As pessoas que estavam às margens da rodovia foram retiradas pela Polícia Militar nesta quarta-feira (31) e os policiais fizeram um bloqueio no local para evitar aglomeração.
A ação também é integrada por equipes da Polícia Federal, do Ministério Público do Estado (MPMT) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), entre outros órgãos.
Em nota, o governo de Mato Grosso reafirmou que “durante as obras de pavimentação não foi encontrado ouro, mas sim um sítio arqueológico. O Iphan já foi acionado e a obra terá continuidade após liberação do Instituto”.
Os policiais que estão presentes no local agora os outros agentes enviados para auxiliar nas ações a serem tomadas. O auxílio deve chegar na cidade no fim da manhã desta quinta-feira.
De acordo com a promotora de Justiça, Fernanda Saratt, os moradores que não colaborarem para deixar a região podem ser presos em flagrante.
“Caso não haja a colaboração dessas pessoas, haverá o fortalecimento da Polícia Civil e Militar na para que sejam contidos e encaminhados para a delegacia sendo presas em flagrante. A princípio é invasão de propriedade privada, tem o crime de dano ambiental e também o crime de usurpação de patrimônio da União caso haja ouro e esteja sendo extraído pela população”, disse.
Caçada ao Ouro de Colniza
O boato começou no domingo (28), quando trabalhadores faziam uma obra de asfaltamento na região e encontraram algo que acreditavam ser ouro.
A cidade tem 39 mil habitantes e, rapidamente, a informação se espalhou e os moradores passaram a se aglomerar na área para escavar. Em poucas horas já havia se formado uma cratera no local.
Durante as escavações os moradores acharam, na verdade, louças antigas. Isso porque, segundo a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Sinfra), o local é um sítio arqueológico. O local tem resquícios de civilização antiga, sem qualquer indício de que haja ouro.
A área possui cerca de 500 metros e, após as escavações, foi isolada pela fiscalização ambiental.
Segundo a Sesp, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) já foi acionado e a obra terá continuidade após a liberação. Os materiais encontrados vão ser recolhidos pelo Instituto