O deputado federal Abílio Júnior (PL), voltou a se envolver em polêmicas nesta quarta-feira (31), ao protagonizar um novo bate boca no Congresso Nacional, em Brasília durante audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST). A confusão da vez foi as deputadas do PSOL, Sâmia Bomfim e Talíria Petrone.
Na audiência, os membros da CPI ouviam o governador Ronaldo Caiado, de Goiás, neste momento em que as psolistas protestavam contra discurso do gestor, que associou o MST ao tráfico de drogas e trabalho análogo à escravidão, momento em que Abílio se levantou de sua cadeira e se posicionou em frentes às parlamentares, bloqueando a visão das deputadas.
Em postura intimidatória, Abílio ria ironicamente e questionou o que seria feito caso ele quisesse ficar na frente de Sâmia e Talíria.
Durante a confusão, uma mulher que estava na audiência chamou Abílio de “machista”, “abusado” e “afrontoso”, além de ser acusado de adotar a postura apenas diante das duas mulheres.
O presidente da comissão, tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), pediu que Abílio se sentasse para dar seguimento à sessão. A mulher que xingou Abílio foi retirada pelos seguranças, enquanto Sâmia afirmou que sofreu tentativa de intimidação e Talíria questionava o motivo de retirarem a mulher.
Antes da sessão terminar, Abilio recebeu o direito de fala e discursou por três minutos. O deputado federal intitulou o MST de “facção criminosa” e invalidou a finalidade social sustentada pelo grupo como missão.
“Esse discurso fiado de função social não se encaixa ao movimento MST, porque invasão de propriedade não possui função social. Prática de crime não tem função social. Desrespeitar a lei não tem função social”, disparou o político.
Além disso, Abilio havia solicitado ao presidente do grupo de trabalho, o tenente-coronel Zucco, que proibisse que parlamentares membros do MST participassem da CPI e incluíssem os respectivos pares na lista de investigados.
Nas suas redes sociais, Sâmia afirmou que sofreu tentativa de intimidação e postou vídeo do momento da confusão e afirmou que o bolsonarismo tenta usar tática para impedir a atuação da esquerda.
“Não satisfeitos em cortar microfones e impedir questões de ordem, os bolsonaristas agora querem apelar para a intimidação física. A truculência, a misoginia e o autoritarismo não vão nos impedir de denunciar a farsa que é essa CPI, tampouco os crimes cometidos pelos ruralistas no nosso país!”, diz a publicação.
Na semana passada, Abílio tumultuou a audiência de instalação da CMPI de 8 de janeiro, ao aparecer sem estar utilizando terno e gravata e provocar membros da esquerda.
Veja vídeo divulgado no perfil do Instagram da deputada Sâmia Bomfim:
