Olhar pontual X olhar no tempo

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ConsCiência

Em recente entrevista à revista “Pesquisa” da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a Dra. Mercedes Bustamante, professora da Universidade de Brasília (UnB) e Coordenadora de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) apresenta suas preocupações com a redução da disponibilidade de águas em área do Cerrado Brasileiro.

Não é novidade que o Cerrado brasileiro tem sido fortemente ocupado pela produção agropecuária do país. O crescimento das novas e antigas cidades da região é também surpreendente. Mas, o destaque é para a redução na disponibilidade de água na região, das milhares de nascentes, pequenos e grandes rios que ocupam o cerrado brasileiro.

Como bem ressaltou a professora Bustamante, é no Cerrado que nascem as águas que abastecem as principais bacias hidrográficas do Brasil, com a Amazônica, Platina e do Tocantins, ocupando quase 40% do território.

Ora, mas para quem já deu um giro por aqui, parece exagero a preocupação com esse tema, pois num “olhar pontual’ podem até dizer: vejam só como está chovendo este ano!

As questões relacionadas às tais mudanças climáticas demandam o “olhar no tempo”, ou seja, somente observações ao longo de anos, muitos anos, possibilitam afirmações corretas.

Sim, o clima está mais seco e quente e o Cerrado está sendo muito impactado por tais mudanças. Em outras palavras, nós que moramos em Mato Grosso, sofreremos as consequências com mais calor e secas intensas.

Os efeitos serão sentidos no desconforto térmico, na saúde, perdas agrícolas, prejuízos na capacidade de trabalho e até possíveis enchentes e incêndios florestais. Não há dúvidas científicas sobre isso. Contudo, este tema exige consciência coletiva sobre os desafios climáticos, que apesar dos riscos, tem gente se beneficiando de alguma forma com os desastres ambientais.

Esta coluna ConsCiênca trará destaques semanais sobre resultados científicos e entrevistas à população de Mato Grosso. Quanto a nova gestora da CAPES, desejamos sucesso – afinal temos uma gestora com experiência no comando da formação científica do país.

Artigo completo: https://revistapesquisa.fapesp.br/mercedes-bustamante-antes-que-a-agua-acabe/

Prof.ª Eliane Ignotti

Pesquisadora Sênior do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais / UNEMAT

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