Dois fatos dos últimos dias marcam a nova relação da sociedade em Mato Grosso com algumas facções criminosas. Uma, a Operação Canguçu, quer eliminou 18 bandidos do modelo cangaço de ação criminosa.
A outra, a prisão de duas quadrilhas de invasores de terra ligados do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
Os dois fatos estão ligados à mesma desordem social que tomou conta do país. Os quadrilheiros ligados às grandes facções criminosas e outra ao MST. O MST é uma facção criminosa ligada ao Partido dos Trabalhadores que ganhou força neste ano depois da posse do governo do PT.
O MST teve duas tentativas frustradas de invasão de fazendas em Mato Grosso. Na verdade quis testar a promessa do governador Mauro Mendes de tolerância zero contra invasões de propriedades. Nos dois casos não deu certo. Os invasores foram presos e a estrutura de invasão desmontada. Resta saber agora se o MST vai continuar testando. A sociedade apoiou o governo na prisão dos invasores. Não houve lacração e ne reações contrárias. Ao contrário, só aprovação.
Já no caso do cangaço, tentou um assalto milionário em Confresa. Os assaltantes enfrentaram uma operação de guerra que matou 18 e prendeu 5. Foi uma operação longa, e mobilizou a opinião pública a favor das polícias dos estados, incluindo a de MT. Aqui também os lacradores não tiveram a coragem de se manifestar.
A Tolerância Zero parece estar funcionando. Partidos de esquerda e movimentos esquerdistas ligados aos direitos humanos não tiveram a coragem de abrir a boca. Mas o importante foi mesmo o recado: “Aqui não!”.
A opinião pública aprovou as ações policiais. A população confia muito pouco na efetividade da justiça de julgar e de condenar bandidos ligados a movimentos ou a facções. Para as facções ficou claro que em Mato Grosso se quiserem voltar a agir será em clima de guerra. É o caso de perguntar se vale a pena. O MST também.
Por outro lado, a ação efetiva e enérgica em Mato Grosso é muito oportuna. Com o crescente enriquecimento do Estado é de se esperar que as facções o crime organizado de maneira geral olhem pra cá e comecem a se instalar. Se não houver combate enérgico, Mato Grosso vira um Rio de Janeiro ou um São Paulo.
Na verdade, a ação enérgica é tudo ou nada. As facções se politizaram com apoio judicial em muitos casos, apoio político e institucional em setores dos governos federal, estaduais e municipais. E o MST é uma questão ideológica também aparelhada nos três setores de governo. Inclui-se aí a mídia.
Ruim a tese de que bandido bom é bandido morto. Mas no momento atual do país, tudo está sob questionamentos na dura linha do bem contra o mal.
Onofre Ribeiro – é jornalista em Mato Grosso.