O governador Mauro Mendes (União Brasil), saiu em defesa de Gilberto Figueiredo (UB), após o então deputado estadual ser encurralado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), para prestar esclarecimentos sobre supostas fraudes em licitações da Secretaria de Saúde, cuja investigação está em curso na Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor).
Gilberto assumiu uma vaga na Assembleia durante a licença de Eduardo Botelho (UB), que deve retomar o mandato somente no mês de junho.
Logo que chegou na Casa na Leis, Gilberto foi indagado pelos deputados a prestar esclarecimentos sobre o que sabia da investigação da Deccor. Em meio às denúncias, surgiram rumores de que ele não retornaria para o comando da Secretaria de Saúde.
Nesta segunda-feira (15), durante a entrega de nova escola em Várzea Grande, o governador Mauro Mendes, afirmou que os boatos não passam de “fofoca”.
“Tem muita especulação. Se alguém disse algo nesse sentido por aí, mais uma vez estão fofocando. Da minha boca nunca saiu nada disso. Mudanças sempre podem acontecer, mas dificilmente elas vão chegar na imprensa antes que eu as torne oficial. Não tenho motivo nenhum, até o presente momento, que possa mudar isso. A princípio ele volta”, disse o governador.
Gilberto, que também estava presente no evento, declarou à imprensa que está pronto para retornar para cargo na SES.
“Acredito que sigo na Assembleia até dia 15 do mês que vem, que é quando o deputado Botelho estará se preparando para voltar. Assim que ele voltar eu retorno às atividades normais na Secretaria de Saúde”, sustentou.
Operação Espelho
A primeira fase da operação foi deflagrada em junho de 2021 e mirou nos ex-diretores do Hospital Metropolitano, servidores e no dono da empresa LB Serviços Médicos Ltda. A investigação teve início após denúncia de que a empresa contratada para fornecer médicos plantonistas estava disponibilizando número de profissionais inferior ao contrato.
Em diligência de investigadores da Deccor e auditores da CGE in loco no hospital, foi requisitada a documentação contendo os registros dos espelhos das folhas de pontos dos plantões dos médicos fornecidos pela referida empresa. Com base nessa documentação, a CGE elaborou um relatório de auditoria que apontou diversas irregularidades na execução dos contratos.
Em março deste ano, a segunda fase foi deflagrada, com o bloqueio de R$ 35 milhões. Veículos de luxo e imóveis de alto padrão foram apreendidos. Foi descoberto que, especialmente durante o período da pandemia da Covid-19, os agentes intensificaram suas ações, valendo-se da fragilidade e desespero de gestores públicos que se viam obrigados a contratar com urgência e, praticamente, a qualquer preço, os serviços médicos de UTIs.