Justiça recebe ação contra ex-lateral do Cuiabá acusado de manipular jogos

A Justiça de Goiás acatou nesta terça-feira (9) denúncia do Ministério Público contra o ex-lateral esquerdo do Cuiabá Esporte Clube, Igor Cariús, e outros 15 investigados na Operação ‘Penalidade Máxima II’. Ele é acusado de participação no esquema de manipulação de jogos nas Séries A e B do Brasileiro de 2022. Conforme as investigações, o jogador teria recebido R$ 65 mil para levar cartões amarelos em jogos contra o Ceará e Palmeiras. 

Reportagem publicada nesta semana na revista Veja aponta que, além do campeonato mato-grossense, o grupo também manipulou jogos dos campeonatos de São Paulo, Paraíba e Rio Grande do Sul em 2023. 

O advogado do lateral, Ademar Rigueira, entrou com uma ‘petição de reconsideração’ para pedir novamente o arquivamento do caso. Igor prestou depoimento cerca de uma semana após a busca e apreensão – na primeira fase da operação -, mas não chegou a falar sobre os prints trazidos na denúncia porque ainda não estavam incluídos nos autos.

Desde o primeiro depoimento, o lateral-esquerdo nega todas as acusações. Cariús não voltou a ser chamado para uma nova oitiva. Agora, com o recebimento da denúncia pela Justiça, um novo depoimento acontece apenas ao fim da instrução do processo. O último ato seria o interrogatório, explica o advogado. 

Em entrevista ao GE, o advogado disse que não teve acesso ao conteúdo dos áudios citados no processo. Ao mesmo tempo, confirma que há prints de conversas e responde sobre os R$ 5 mil citados pelo MP – como pagos a Cariús para receber um cartão amarelo diante do Ceará. 

“Formalizamos uma impugnação à denúncia, até porque ela é extremamente frágil nas provas que foram trazidas. Apesar do Ministério Público trazer prints de conversas, no WhatsApp, e entre as pessoas envolvidas, ela não é uma perícia. Ela fala que essas provas foram fornecidas através da apreensão de alguns celulares, mas não foram fornecidas através de uma perícia oficial”, disse Ademar Rigueira.

Ainda segundo o advogado, há uma presunção do Ministério Público que teria indícios da participação do ex-Cuiabá para recebimento de cartão amarelo. Que segundo ele, o  Ministério Público, não forneceu com a denúncia a integralidade dessas provas para que a defesa pudesse analisar. 

“Então, essa prova é imprestável porque ela é uma prova produzida de forma unilateral. Não se tem o contexto de onde foi retirada aquelas conversas e não se pode concluir efetivamente que Cariús tenha participado de uma a proposta para modificar o resultado dos jogos ou receber, segundo o Ministério Público, cartão amarelo”, aponta. 

Conforme o advogado, Cariús está abalado com as acusações. “Ele se diz inocente e isso abala demais, né? O nome dele que tá em jogo, Cariús tem família, tem filhos. Tem uma vida profissional por onde passou, exemplar, e isso claramente abala demais o jogador. Mas isso está sendo superado, está sendo trabalhado e espero que ele enfrente bem esse problema”, exclamou.

O advogado pontuou que a acusação contra o lateral traz um delito novo que veio com o estatuto do torcedor. É um tipo de corrupção privada, em que o próprio crime exige que o dinheiro, a concordância do jogador, seja para alterar o resultado da partida. O que não estaria explícito no tipo penal.

Operação Penalidade Máxima

Até o momento duas fases da Operação Penalidade Máxima foram deflagradas, a primeira em fevereiro e a segunda em meados de abril. Na primeira etapa o lateral-direito do Cuiabá Esporte Clube, Mateusinho, foi alvo do Ministério Público por ter, em tese, recebido R$ 150 mil para cometer um pênalti numa partida contra o Londrina quando jogava no Sampaio Corrêa. O jogador negou participação no esquema.

De acordo com as investigações, os “cabeças” do esquema ofereciam dinheiro para os jogadores para que fizessem lances específicos. Com a garantia dos resultados, os investigados conseguiam lucrar com as apostas esportivas.

No estadual uma partida entre Operário e Luverdense teria tido o número de escanteios manipulados.

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