Dia Mundial de Combate ao Câncer de Ovário

O dia 08 de maio marca o dia mundial de combate ao câncer de ovário. Hoje pela manhã conversei com algumas mulheres que fazem parte da minha vida com a seguinte reflexão: Se um dia soubessem, seja por meio de um exame de imagem ou até mesmo por algum sintoma, que um dos seus ovários possa estar comprometido por um tumor o que pensariam? Por que tive câncer de ovário? Quais são os principais sintomas? A quem recorrer? Como tratar a doença? Tem cura?

Antes de tudo precisamos entender o que são os ovários. As mulheres fisiologicamente apresentam dois ovários e esses são as gônadas femininas, ou seja, órgãos responsáveis pela produção dos chamados gametas femininos necessários para a fecundação e também são responsáveis pelos hormônios esteroides (estrogênio e progesterona). Assim, ocupam papel central na vida em idade reprodutiva das mulheres.

São órgãos bem complexos do ponto de vista celular e por essa variedade de células podemos ter vários tipos de tumores (malignos e benignos).

Tratar câncer de ovário tem sido uma tarefa desafiadora há décadas. Hoje temos em média 3800 óbitos por ano e 6.650 novos casos a cada 100.000 mulheres. Também se trata do câncer ginecológico mais letal (que mais mata), com 80% dos casos diagnosticados em estágios avançados.

Como todo câncer uma das principais dúvidas e o porquê de a pessoa ter o desenvolvido. Os fatores envolvidos no câncer de ovário incluem desde fatores genéticos (mutações), e outros como idade precoce da primeira menstruação, idade avançada da última menstruação, mulheres que nunca engravidaram ou que tiveram poucos filhos. Alguns fatores são considerados protetores para o câncer como amamentação, uso de contraceptivo oral combinado (anticoncepcional), ligadura das trompas (laqueadura) bem como retirada das trompas.

A maioria das vezes os pacientes chegam para o oncologista sem sintomas e isso decorre do fato de só se tornar sintomático com o progredir da doença. O mais frequente é sem dúvida os chamados achados de exame de imagem, ou seja, por algum outro motivo as mulheres fazem exames como a ultrassonografia, ressonância nuclear magnética/tomografia computadorizada do abdômen e assim descobrem uma lesão ovariana suspeita para tumor. Quando sintomáticas as mulheres podem se apresentar com inchaço abdominal, náuseas, vômitos, ou até mesmo saciedade precoce (come pouco e mesmo assim tem a impressão que sempre está cheio).

Os métodos de diagnóstico e tratamento podem incluir exames complementares (tomografia, ressonância magnética, marcadores tumorais) e também abordagem cirúrgica. A cirurgia no câncer de ovário além de tratamento também tem papel estadiador, ou seja, sabermos até onde a doença atinge. Também podemos utilizar a quimioterapia com tratamento tanto antes, quanto depois da cirurgia).

Sabemos que as melhores taxas de cura estão associadas a um diagnóstico precoce, tratamento em centro especializado e com médicos capacitados bem como seguimento seriados dos doentes. Por isso, se estiver passando por essa situação de uma lesão no ovário suspeita, procure um especialista (oncologista), tire suas dúvidas e suas angústias e juntos iremos definir a melhor forma de diagnóstico, tratamento e seguimento. Juntos na luta contra o câncer!!!

(*) RENAN OLIVEIRA é Cirurgião Oncológico no Hospital de Câncer de MT, Hospital das Clínicas Primavera (HCP) e na Oncoplus.

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