“Essa não é a função da Assembleia”; diz Janaina sobre investigação envolvendo deputados e crime organizado

 

A presidente em exercício da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Janaina Riva (MDB) afirmou que não cabe à Assembleia abrir investigação para apurar suposta ligação de deputados com o crime organizado. A declaração foi dada durante a sessão na Casa de Leis desta quarta-feira (3), após explicações e pedido de desculpas por parte de Wilson Santos (PSD).

“Essa não é a função da Assembleia. Não entendo que caiba a nós essa responsabilidade”, afirmou Janaína durante a sessão. 

As declarações de Wilson foram dadas durante uma entrevista ao site Repórter MT, na última sexta-feira (28), e não foram bem recebidas na Casa de Leis. A pressão por um posicionamento da Assembleia surgiu entre os próprios deputados, após o governador Mauro Mendes (União) ser questionado sobre as declaração de Wilson à imprensa, que disse ter ouvido do próprio ex-secretário estadual de Segurança Pública (Sesp), Alexandre Bustamante, que deputados da legislatura passada haviam pedido a reinstalação de tomadas nas cenas dos presídios de Mato Grosso, para atender membros de facções criminosas.

Na sessão desta quarta-feira (03), Wilson reafirmou que os deputados em questão são da legislatura passada e pediu desculpas pelo abalo causado entre os colegas. Também em plenário, Wilson Santos voltou a repetir a conversa que teve com Bustamante, dizendo que foi abordado em dois bairros por membros de facção e o impediram que fazer campanha. Depois, ao reclamar para o secretário, o gestor teria dito que foi procurado por deputados para recolocar as tomadas nas celas. 

Mais cedo, para o jornal A Gazeta, Bustamante negou a conversa com Wilson Santos e o parlamentar, que reagiu em plenário. “É a palavra dele contra a minha”, disse.

As declarações de Santos causaram um desconforto no Legislativo, já que o fato de não apresentar os nomes dos envolvidos no caso colocou a imagem de todos os 24 parlamentares sob suspeita. Após as declarações de Wilson, parlamentares chegaram a defender que a Comissão de Ética da Casa fosse acionada, assim como o ex-secretário fosse convocado a dar explicações. 

Esse assunto tem que ser tratado no Conselho de Ética. […] Defendo também a convocação do ex-secretário da Sesp, Alexandre Bustamante, para esclarecer essa conversa”, disse o deputado estadual Elizeu Nascimento (PL), policial militar da reserva.

Na terça-feira (02), o Ministério Público Estadual determinou a abertura de uma investigação para apurar as declarações de Wilson. O procedimento preliminar de investigação foi aberto por ordem do promotor de Justiça Marcos Regenold Fernandes, chefe do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco). O órgão é responsável por investigar pessoas com foro com prerrogativa de função, como deputados estaduais.

 “E o Ministério Público, pode ter certeza, que assim que convidado ou convocado, pode marcar dia e hora que eu estarei lá para contribuir”, afirmou o deputado Wilson Santos.

 

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