Nem mesmo a vitória contra o Puerto Cabello, da Venezuela, por 2 a 0, na última terça-feira, pela Copa Sul-Americana, alivia a pressão que o técnico Rogério Ceni enfrenta no comando do São Paulo.
O presidente Júlio Casares e sua cúpula vão analisar jogo a jogo o futuro de Ceni, e os dois próximos duelos serão cruciais para essa avaliação. No sábado, às 18h30 (de Brasília), o São Paulo encara o América-MG, em casa, pelo Brasileirão. Na próxima terça, terá o jogo de volta da terceira fase da Copa do Brasil contra o Ituano, após empate sem gols na ida, no Morumbi.
Uma derrota no sábado pode fazer o treinador nem dirigir a equipe na partida que vale uma vaga nas oitavas de final da competição mata-mata. Uma vitória deve dar sobrevida, com a obrigação de se classificar contra a equipe de Itu. Uma eliminação deve deixar a situação insustentável.
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O momento é conturbado devido ao mau desempenho do time nos jogos importantes desta temporada. Além da eliminação nas quartas de final do Paulistão, a equipe empatou sem gols e fez uma de suas piores apresentações diante do Ituano, pela Copa do Brasil, e estreou no Brasileirão com derrota para o Botafogo.
Foto: Marcos Ribolli
Pressão de organizada
Essa sequência fez a torcida perder a paciência com Rogério Ceni – com direito a um pedido de demissão da principal torcida organizada do clube – e ele já não tem o total respaldo da diretoria, como foi visto em outras ocasiões.
A postagem da organizada, inclusive, marcou uma ruptura que deixou resquícios internamente. Esta foi a primeira vez que a torcida pediu a demissão do ídolo. O teor do texto pesa na avaliação da direção.
Ceni, antes dessa sequência, se disse tranquilo em relação à convivência com a direção, que não se pronunciou sobre a situação do treinador no comando técnico são-paulino.
Altos e baixos
Desde que foi contratado após a saída de Hernán Crespo, em outubro de 2021, Rogério Ceni viveu bons e maus momentos no comando do Tricolor. Seu auge foi a final da Copa Sul-Americana de 2022, quando caiu diante do Independiente Del Valle, do Equador. Ele também chegou ao vice do Paulistão do ano passado.
Neste ano, o treinador pediu jogadores, mas ainda não conseguiu fazer o time engrenar e emendar uma sequência de bons jogos.
– Quando o Muricy (Ramalho) saiu, ele disse que estavam matando os caras que respaldaram esse clube. Porém, eu não sinto falta de absolutamente nada. A direção tem todo o direito de fazer troca. Está no contrato – comentou o treinador, nesta terça.
– Saí duas vezes com o Fortaleza de acordo com o que estava no contrato. É um direito. Não é proibido que haja uma troca. A vida segue para todo mundo. A minha maior dificuldade foi há 33 anos anos, ganhando hoje uns R$ 800. E eu venci, não importa quantas vezes caia, o importante é quantas vezes você levanta – encerrou.
Em meio à oscilação atual, Ceni tem recebido apoio público dos jogadores. Depois da vitória sobre o Puerto Cabello, nomes como Calleri dedicaram o resultado ao técnico. Além disso, Ceni encerrou uma polêmica com Marcos Paulo ao abraçar o autor do primeiro gol são-paulino na partida.
Globo Esporte