O Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), decidiu inspecionar hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Cuiabá para averiguar possíveis boicotes aos trabalhos de Intervenção do Estado na Saúde da Capital.
As denúncias foram entregues nesta terça-feira (18) pela interventora Danielle Carmona, ao presidente da Comissão Permanente de Saúde e Assistência Social (CPSA) do órgão, conselheiro Guilherme Antonio Maluf, e ao coordenador da Comissão Especial que acompanha a intervenção, conselheiro Sérgio Ricardo.
Conforme o conselheiro, as inspeções terão foco na rede secundária, onde estariam havendo mais boicotes.
“Vamos a campo para apurar essas denúncias e, se contatadas, comunicaremos ao Ministério Público, que tem participado ativamente do processo”, disse.
“Estamos falando de uma intervenção judicial decretada e se, de fato, isso estiver ocorrendo, os envolvidos podem até ser presos”, acrescentou.
Fake news
A interventora relatou que, embora as unidades estejam abastecidas com medicamentos, os servidores têm informado aos pacientes que os remédios estão em falta e que precisam ser comprados por familiares.
“Precisamos de profissionais capacitados, com boa vontade em atender quem precisa. A união de esforços tem que envolver o estado, os órgãos de controle e os próprios servidores para garantir o atendimento” afirma Danielle.
Danielle apresentou ainda ao TJ, um balanço das ações efetivadas ao longo do primeiro mês de intervenção e destacou os trabalhos realizados neste período, como, a manutenção de atendimentos e a retomada da realização de cirurgias eletivas.
“Os relatórios mostram o que já temos de indicador positivo, como o início das cirurgias eletivas, a criação de leitos de UTI pediátrica e o aumento da procura nas UPAs, que praticamente dobrou. Isso está demonstrado em números. Estes são avanços iniciais, então não há de se falar ainda em interrupção da intervenção. A Comissão ainda vai se reunir e estudar esses números”, disse.
Para Danielle, o esforço do TCE-MT tem sido fundamental para o restabelecimento do setor, especialmente considerando o prazo de 90 dias estipulado para a intervenção.
“Nós temos muitas ações a serem executadas em um curto período. Então essa união tem contribuído muito, principalmente por meio das orientações. O objetivo comum é melhorar os serviços na ponta, para quem mais precisa”, concluiu.