O governador Mauro Mendes (UB), participou de reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula (PT), ministros, governadores e chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário, na manhã desta terça-feira (18), no Palácio do Planalto, em Brasília. No encontro foram discutidas medidas para ampliação da segurança no ambiente escolar.
Os presidentes do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG); do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber; e do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, também participaram da reunião.
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Como presidente do Consórcio Brasil Central, Mendes declarou que a quantidade de pessoas filiadas às facções criminosas em Mato Grosso já ultrapassou o efetivo de todas as forças de segurança do estado, e lembrou da chacina de Sinop, ocorrida em janeiro, e dos ataques realizados por um grupo criminoso na cidade Confresa (a 1.160 km de Cuiabá), no dia 9 de abril.
“No meu estado me mostraram há poucos dias uma estatística onde todas as minhas forças de segurança tem em torno de 15 mil profissionais. Em uma única facção, em meu estado, tem quase 20 mil cadastrados”, disparou o governador.
Outro ponto abordado na reunião por todas as autoridades presentes, foi em relação, à inclusão no Projeto de Lei das Fake News de regras que obriguem as plataformas digitais a agir preventivamente para retirar conteúdos que possam incentivar ataques.
“O que não pode no mundo real não deveria poder no mundo virtual. A CNN divulgou recentemente nos Estados Unidos uma pesquisa que mostra que 90% dos jovens americanos praticam ou jogam jogos eletrônicos, e que 80% desses jogos de alguma forma estimulam a violência. No Brasil, guardada as devidas proporções de capacidade e tecnologia, nossos jovens estão no mesmo caminho”, frisou Mauro.
Mendes chegou a comentar o atentado em Santa Catarina, que gerou medo e pavor na sociedade brasileira.
“Hoje estamos aqui porque aconteceu um episódio em Santa Catarina; há poucos dias em Mato Grosso alguém chegou num bar e matou 7 pessoas à sangue frio, inclusive uma criança; ano passado no Paraná alguém entrou numa cidade e parecia filme de Hollywood, com metralhadoras, para assaltar bancos – há poucos dias isso também aconteceu no Norte de Mato Grosso. Então, presidente, acho que precisamos sim dar uma resposta”, destacou o governador.
Mauro ainda reforçou que é necessário fazer um trabalho que dê uma resposta efetiva para a comunidade escolar e também às famílias brasileiras.
“Quase 250 mil escolas no país, neste momento, vivem momentos de angústia. Professores, alunos, mães, pais, e eles esperam, de nós, que aqui representamos uma parte desse país, que nós tenhamos uma resposta a altura a este momento, mas, muito mais do que isso, presidente”, declarou Mendes
O governador do Estado argumentou que a violência no Brasil é uma consequência histórica, causa por ineficiência do judiciário e do sistema prisional.
“A violência no Brasil, tem origens muito profundas, mas ela nasce na desigualdade, ela se alimenta por um sistema judiciário que é lento, pelo grande número de processo que nós temos no judiciário brasileiro, pelas leis que hoje não refletem a realidade e com eficiência para combater, e ela se realimenta pelo sistema penitenciário, em todo Brasil, que é chamado de ressocialização, mas que na prática se transformou num sistema de requalificação para o crime. E quando eu digo isso, eu me baseio numa estatística amplamente divulgada que 85% dos egressos do sistema penitenciário brasileiro voltam a cometer crimes”, afirmou.
Para Mendes o problema da violência no País vem se arrastando há mais de 30 anos. Segundo ele, para entender os acontecimentos atuais é necessário fazer um resgate na história do Brasil.
“Nós precisamos compreender, e eu pelo menos vejo dessa forma, que se nós olharmos o Brasil nos últimos 30 anos, e eu falo aqui 30 anos por que eu não quero aqui criticar governo A, B, ou C, ou partido A, B, ou C, 30 anos de um país é um recorte histórico e quando olhamos para a violência, ela cresceu na maioria de seus indicadores”, informou.
Fake News
Conforme dados repassados pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, 756 perfis em diferentes redes sociais foram retirados do ar nos últimos 10 dias por influenciar ou estimular ataques violentos nas escolas.
O projeto das Fake News deve ser votado pela Câmara dos Deputados na próxima semana, segundo promessa do presidente Arthur Lira (PP-AL)