Cuiabá libera venda de ingressos para partida contra Flamengo; valores entre R$ 125 e R$ 450
Os ingressos para a partida entre Cuiabá e Flamengo, quarta-feira (20), às 18h (MT), na Arena Pantanal, pela 34ª rodada do Brasileirão, já estão à venda pelo app da Facepass. As entradas custam a partir de R$ 125 no setor Sul Superior para a torcida do Dourado. Os visitantes devem adquirir os ingressos no Norte Superior e Inferior. Os bilhetes serão vendidos exclusivamente pelo app e site da Facepass. O cadastro na plataforma e a compra das entradas são realizados de maneira segura, rápida e prática. Lembrando que o acesso à Arena Pantanal é feito exclusivamente com reconhecimento facial pelo Facepass. Os sócios precisam fazer check-in e confirmar presença na partida. O check-in também é efetuado pelo site da Facepass.
F1 terá evento único para lançamento dos carros de 2025
A contagem regressiva para o início de uma nova temporada da F1 e o lançamento das pinturas dos carros, que há algum tempo tornaram-se restritos ao ambiente virtual, agora serão de fato um grande evento. Em 18 de fevereiro de 2025, a categoria reunirá as dez equipes para abrir o campeonato do próximo ano e também divulgará, de uma só vez, o visual dos veículos de cada time. “Pela primeira vez reuniremos nossos fãs, todas as 20 estrelas do nosso esporte e alguns convidados muito especiais para dar início oficial à nossa nova temporada e marcar nosso 75º ano de corridas. Com 2025 sendo uma temporada clássica após todo o drama vivido até agora em 2024, esta é uma oportunidade fantástica para os fãs de todas as idades experimentarem de perto o incrível espetáculo que é a Fórmula 1”, celebrou o presidente da categoria, Stefano Domenicali. O evento será na Arena The O2 em Londres, no Reino Unido, e terá ingressos disponibilizados para fãs que desejam acompanhar as festividades dos 75 anos da categoria, a serem completados em 13 de maio do próximo ano. Os 20 pilotos das dez equipes do atual grid da categoria – RBR, Mercedes, Ferrari, McLaren, Aston Martin, Alpine, Williams, RB, Sauber e Haas estarão presentes na cerimônia. O grid de 2025 da F1 reserva muitas novidades: a ida de Lewis Hamilton para a Ferrari, após mais de uma década de parceria com a Mercedes, e a estreia do jovem Gabriel Bortoleto na Sauber – findando um jejum de oito anos sem brasileiros no grid da categoria. A temporada começa oficialmente em 16 de março de 2025 com o GP da Austrália, que volta a abrir o campeonato. Tendo 24 rodadas, o calendário será finalizado em 7 de dezembro com o GP de Abu Dhabi.
Juiz acata recurso e suspende efeitos de condenação de candidato; decisão pode alterar resultado de eleição
O juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), Welder Queiroz, deferiu uma liminar em Revisão Criminal impetrada por Osvaldo Jesus Leite (União Brasil), conhecido como “Formigão”, candidato a vereador nas eleições de 2024 em Nossa Senhora do Livramento (37 km de Cuiabá). A decisão foi publicada no último dia 09, e suspende os efeitos de uma condenação penal que tornava Osvaldo inelegível. Com o parecer favorável, pode haver mudanças no resultado das eleições no município. De acordo com a defesa de Osvaldo, patrocinada pelos advogados Hélio Ramos e Matheus Bazzi, o então candidato foi condenado em 2008 por infringir o Código Eleitoral, sendo penalizado com o pagamento de 10 dias-multa, calculados em cinco salários mínimos por dia. Após cumprir a pena e ter a punibilidade declarada extinta em 2021, Osvaldo registrou sua candidatura ao cargo de vereador nas eleições de 2024. Contudo, seu registro foi indeferido com base na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 64/90), que determina um período de inelegibilidade de oito anos para condenados por determinados crimes eleitorais. A defesa argumentou que a pena já deveria ser considerada prescrita, o que invalidaria a inelegibilidade. Alegou ainda que Osvaldo havia recorrido da sentença, o que teria encerrado os prazos recursais para a acusação em 2009. Também sustentou que o indeferimento da candidatura violaria os direitos políticos de Osvaldo. O juiz aceitou a liminar com base em dois pontos principais: a possível prescrição da pena de multa e o risco de prejuízo irreparável para Osvaldo, caso ele seja eleito, mas impedido de assumir o cargo devido à inelegibilidade. “Diante do exposto, defiro o pedido de liminar formulado por Osvaldo Jesus Leite para suspender todos os efeitos da sentença penal condenatória proferida nos autos da ação penal eleitoral n. 0000004-67.2008.6.11.0058, inclusive a inelegibilidade, tendo em vista, em cognição sumária, a probabilidade de ocorrência de prescrição superveniente da pretensão punitiva e o perigo da demora consistente na sua inelegibilidade, objeto de julgamento de recurso eleitoral em registro de candidatura n. 0600329-48.2024.6.11.0020”, decidiu o magistrado. Futuro político Caso a candidatura de Osvaldo seja definitivamente deferida, ele poderá assumir uma cadeira na Câmara de Nossa Senhora do Livramento, já que recebeu 487 votos. Ele ocuparia o lugar do correligionário, Fernandinho do Faval (União Brasil), que foi eleito com 320 votos.
Polícia Federal investiga explosões em Brasília como ato terrorista
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, disse nesta quinta-feira (14) que as explosões registradas na noite de quarta-feira (13) em Brasília não representam “fato isolado” e que a unidade de investigação antiterrorismo da corporação já foi acionada para auxiliar nos trabalhos. “Quero, inicialmente, fazer um registro da gravidade dessa situação que enfrentamos ontem. Tudo isso aponta que esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica – não só a Polícia Federal, mas todo o sistema de Justiça criminal”, disse. “Entendemos que esse episódio de ontem não é um fato isolado, mas conectado com várias outras ações que, inclusive, a Polícia Federal tem investigado em período recente”, completou o diretor. Durante coletiva de imprensa na sede da corporação em Brasília, Passos disse ainda que já determinou a abertura de inquérito policial e o encaminhamento do caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) diante das hipóteses de atos que atentam contra o Estado Democrático de Direito e de atos terroristas. “Estamos tratando esses casos sob essas duas vertentes e, por isso, nossa unidade antiterrorismo está atuando diretamente.”
Fecomércio-MT é contrária à PEC que impõe o fim da escala 6×1
O debate público que surgiu recentemente sobre o fim da escala de trabalho 6×1, fundamentada na legislação trabalhista há mais de 80 anos, entrou, mais uma vez, em discussão no país. A devida atenção sobre o assunto fez com que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e a Fecomércio de Mato Grosso se manifestassem de forma contrária à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada federal de São Paulo, Erika Hilton (PSOL). Embora as instituições entendam e valorizem as iniciativas que visam promover o bem-estar dos trabalhadores e ajustar o mercado às novas demandas sociais, destacam que a imposição de uma redução da jornada de trabalho, sem uma ampla discussão, implicaria diretamente no aumento dos custos operacionais das empresas. “Esse aumento inevitável na folha de pagamento pressionará ainda mais o setor produtivo, já onerado com diversas obrigações trabalhistas e fiscais”, explicou o presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, que concluiu: “O impacto econômico direto dessa mudança poderá resultar, para muitas empresas, na necessidade de reduzir o quadro de funcionários para adequar-se ao novo cenário de custos”. Com isso, tanto a CNC quanto a Fecomércio-MT afirmam que, ao invés de gerar novos postos de trabalho, a medida pode provocar uma onda de demissões, especialmente em setores de mão de obra intensiva, prejudicando justamente aqueles que a medida propõe beneficiar. Além disso, as atividades comerciais e de serviços exigem uma flexibilidade que pode ser comprometida com a implementação da semana de quatro dias, dificultando o atendimento às demandas dos consumidores e comprometendo a competitividade do setor. Por isso, as instituições acreditam que a redução da jornada de trabalho deve ser discutida no âmbito das negociações coletivas, respeitando as especificidades e limitações de cada setor econômico e evitando a imposição de uma regra única. “Reforçamos nosso compromisso com a geração de empregos e o fortalecimento do setor produtivo, ressaltando que qualquer mudança na legislação trabalhista deve ser amplamente debatida e analisada quanto aos seus impactos econômicos e sociais, para que possamos construir um ambiente sustentável para trabalhadores e empresas”, disse Wenceslau Júnior. Por fim, as instituições representativas dos setores produtivos pedem aos parlamentares que, caso a PEC tramite no Congresso Nacional, a proposta seja reavaliada, a fim de buscar alternativas que promovam o desenvolvimento econômico, a preservação dos empregos e o bem-estar dos trabalhadores, sem onerar excessivamente as empresas e comprometer a estabilidade do mercado de trabalho brasileiro.
Produtores rurais priorizam importação de fertilizantes para reduzir custos operacionais
Após uma safra marcada pela perda de pouco mais de 21 milhões de toneladas de grãos no país no comparativo com a temporada agrícola anterior, produtores rurais de Mato Grosso e de todo o país buscam alternativas para otimizar os custos de produção e maximizar a rentabilidade. Neste cenário, a importação de insumos, como os fertilizantes, é a saída para manter as margens de lucro. De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), somente em 2023, as compras de fertilizantes pelo Brasil junto ao mercado internacional representaram, aproximadamente, 8,3% do valor total das importações. O país também atingiu volumes recordes, importando cerca de 41 milhões de toneladas do produto – um aumento de 7,6% em comparação com 2022. Na visão da diretora comercial da WM Trading, Lívia Verjovsky, mesmo com a queda nos preços dos insumos ao longo do ano, a alta dependência do Brasil se manteve devido, especialmente, ao crescimento da demanda agrícola e à produção nacional limitada – com excesso de chuvas em algumas regiões e estiagem prolongada em outras. “A importação permite que o brasileiro compre os insumos a preços mais baixos e tenha uma maior gama de opções para a sua necessidade”, analisa a executiva. Segundo Lívia, a aquisição de fertilizantes inclui a uréia, com suas variações de concentração de nitrogênio, fósforo, potássio, glifosato, picloram e inseticidas também, como o Acetamiprido. Os principais parceiros comerciais do Brasil neste setor são Rússia, Canadá, China, Marrocos, Estados Unidos da América e Belarus. “Esses países desempenham papeis essenciais na cadeia de suprimentos de fertilizantes, sobretudo em nutrientes como potássio, fósforo e nitrogênio”. Ainda segundo a diretora comercial da companhia, o cenário atual com perspectiva de recuperação para os resultados no agronegócio dão otimismo e numa exponencial crescente o mercado de importação de insumos nos próximos anos. A busca por opções de produtos no exterior se intensificou e se democratizou no Brasil desde a pandemia. Além disso, os níveis de tecnologia envolvidos no agronegócio só aumentam. “Cada vez mais vemos produtores potencializando sua capacidade produtiva a partir de tecnologias de fertilização, plantio e colheita. Isso não seria diferente na manutenção dos insumos e equipamentos necessários a esse crescimento”, avalia Lívia Verjovsky. WM Trading Com sede em Vitória-ES, a WM Trading é a primeira do segmento no Brasil a obter a certificação ISO 9001. Em 2024, a empresa, cuja missão é proporcionar soluções eficientes e inovadoras em comércio exterior, investiu em rebranding para se tornar até 2030 a líder tecnológico em comércio exterior de larga escala. A companhia tem presença em 14 estados brasileiros e uma filial no Panamá. Além disso, a empresa possui certificações necessárias para concluir nacionalizações junto a diversos órgãos como Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Da Assessoria
Nota MT premia mil torcedores com ingressos para jogo entre Cuiabá e Flamengo; confira resultado
A Secretaria de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz-MT), em parceria com o Cuiabá Esporte Clube, sorteou 1.000 torcedores entre os participantes do Programa Nota MT para assistirem ao próximo jogo do time mato-grossense. A partida, que será realizada na próxima quarta-feira (20) na Arena Pantanal, será contra o Flamengo. A ação promocional contou com 2.118 inscritos. A lista dos torcedores premiados pode ser conferida ao final da matéria, com os dados pessoais mascarados para assegurar a integridade dos sorteados. Para concorrer aos ingressos, além de estar inscrito no Nota MT, o participante deveria ter, no mínimo, um bilhete gerado no programa e preencher um formulário disponibilizado no site do Nota MT. As inscrições foram encerradas na última sexta-feira (08.11) às 16h. A equipe da Sefaz realizou o sorteio nesta quinta-feira (14), utilizando o sistema do Nota MT e com base no resultado da Loteria Federal de terça-feira (13). O sorteio foi acompanhado pelas equipes do Nota MT, TI e comunicação da Sefaz. Todo o procedimento será auditado pela Controladoria Geral do Estado (CGE), assim como nos sorteios regulares do Nota MT, garantindo transparência e integridade em todas as etapas do processo. Os ingressos sorteados serão vinculados diretamente ao CPF dos ganhadores e disponibilizados por meio do aplicativo Facepass, sistema de reconhecimento facial utilizado para o acesso à Arena Pantanal. Todos os contemplados serão notificados pela equipe da plataforma Facepass com as informações sobre o resultado do sorteio e o acesso ao jogo. Confira lista aqui.
Pai de primeira-dama de Tesouro é vítima de acidente na BR-163
O empresário Reginaldo Santana de Barros, 63, foi identificado como a vítima fatal do acidente envolvendo dois veículos de passeio na BR-163, em Sorriso (a 396 km de Cuiabá), na tarde de quarta-feira (13). Ele é pai da primeira-dama de Tesouro (a 371 km de Cuiabá), Alini Barros esposa do prefeito João Isaack Castelo Branco. Segundo informações do boletim de ocorrência, a colisão frontal ocorreu no km 705 às 16h33. A suspeita é que uma ultrapassagem mal sucedida tenha provocado a batida. Reginaldo não teve espaço para retornar a pista e acabou batendo na lateral de um caminhão e depois de frente com uma Spin. Com o impacto, ele ficou preso as ferragens e morreu ainda no local, já os outros 4 passageiros do outro veículo foram socorridos e encaminhados ao Hospital São Lucas. No Instagram a primeira- dama Aline Castelo, lamentou a partida do pai, dizendo que não sabe como irá seguir, mas que tentará ser forte. “Como explicar para nossos corações o inexplicável? Como entender essa perde tão brusca? Como explicar para o meu coração pai, como? Não sei como será os próximos dias, mas eu prometo tentar. Mesmo com meu coração sangrando eu prometo cuidar delas pai. Eu te amo tanto pai, por favor me ajuda aí de cima”, finalizou.
O direito ao trabalho: O direito ao trabalho é muito mais que acesso a ocupação remunerada
Luís Köhler O direito ao trabalho, consagrado pela Constituição Federal do Brasil no artigo 6º, é muito mais do que o acesso a uma ocupação remunerada. Ele representa um dos pilares fundamentais da dignidade humana e da inclusão social. No Brasil, onde cerca de 14,3 milhões de pessoas estão desempregadas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2024, garantir o direito ao trabalho é essencial para que milhões possam exercer sua cidadania plena e contribuir com o desenvolvimento do país. Trabalhar não é apenas uma forma de sustento; é um meio de construir identidade, desempenhar um papel social e garantir a sobrevivência das famílias. Em muitas cidades do país, o trabalho está diretamente ligado à capacidade de mobilidade social, especialmente em áreas economicamente vulneráveis. Como farmacêutico e acadêmico de Direito, tenho a oportunidade de enxergar o direito ao trabalho sob várias perspectivas e compreendo a responsabilidade mútua de garantir oportunidades justas e reconhecer o valor das diferentes profissões. O trabalho é mais do que uma obrigação econômica; ele é uma garantia de autonomia e dignidade. Para o farmacêutico, por exemplo, essa dignidade se reflete na prestação de serviços essenciais à saúde, como assistência ao paciente, atendimento em farmácias comunitárias, e atuação na linha de frente em contextos de pandemia. Segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF), o Brasil conta com mais de 230 mil farmacêuticos, que trabalham diariamente para atender a população. Esses profissionais enfrentam, além da carga de trabalho elevada, desafios como a falta de estrutura adequada e a carência de reconhecimento. Esse cenário evidencia a importância do direito ao trabalho como garantia de que o exercício profissional seja valorizado e respeitado. Do ponto de vista jurídico, o direito ao trabalho exige a implementação de políticas públicas voltadas ao acesso ao emprego, condições de trabalho justas e segurança no ambiente laboral. De acordo com o artigo 170 da Constituição, a ordem econômica deve ser fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa. No entanto, essa garantia ainda está distante para muitas pessoas: a informalidade atinge cerca de 39% dos trabalhadores no Brasil, o que representa um contingente de aproximadamente 38 milhões de pessoas sem direitos trabalhistas assegurados. Essa falta de regulamentação e proteção torna o trabalho informal uma alternativa de risco, onde direitos básicos, como jornada de trabalho e descanso remunerado, muitas vezes não são respeitados. Nesse contexto, torna-se crucial a promoção de políticas públicas que incentivem o trabalho decente e a inclusão social. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define “trabalho decente” como aquele que oferece uma remuneração justa, segurança e proteção social, além de direitos fundamentais e liberdade para que os trabalhadores expressem suas preocupações e participem das decisões que afetam suas vidas. No Brasil, políticas públicas voltadas ao trabalho decente poderiam reduzir a vulnerabilidade de trabalhadores informais, ampliar o acesso a direitos trabalhistas e melhorar as condições de trabalho nos setores de saúde, educação e serviços essenciais. Para o farmacêutico, o direito ao trabalho também é um compromisso com o cuidado direto à população e a promoção da saúde pública. No entanto, a sobrecarga de demandas e a falta de políticas adequadas que valorizem essa profissão têm levado muitos profissionais a enfrentarem condições de trabalho extenuantes. Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), as redes de farmácias atendem cerca de 10 milhões de brasileiros por dia, o que demonstra a importância do farmacêutico na promoção da saúde. Quando o direito ao trabalho não é plenamente garantido – seja pela ausência de uma remuneração justa ou de condições de trabalho adequadas – não apenas o profissional é prejudicado, mas também a qualidade do atendimento à população. A regulamentação das profissões de saúde e a luta por melhores condições de trabalho são fundamentais para a efetividade do direito ao trabalho. A Constituição, em seu artigo 7º, assegura direitos como descanso semanal remunerado, uma jornada compatível com a vida pessoal e condições seguras de trabalho. Para os farmacêuticos, essas garantias são cruciais, pois a exaustão e a pressão laboral podem comprometer a qualidade do atendimento prestado. Além disso, um estudo do Ministério da Saúde indicou que profissionais da saúde em ambientes de alta demanda, como farmácias e hospitais, têm 2,5 vezes mais chances de desenvolver problemas de saúde mental, como estresse e ansiedade. A legislação trabalhista brasileira, uma das mais abrangentes do mundo, busca assegurar proteções que vão desde o piso salarial até a saúde e segurança no ambiente de trabalho. Entretanto, ainda há desafios significativos, como a informalidade e a precarização do trabalho, que afetam o exercício pleno desse direito. Dados da OIT apontam que o Brasil está entre os países com maior taxa de informalidade na América Latina, o que ameaça a inclusão e a proteção social. Como estudante de Direito, vejo o papel da legislação trabalhista como um mecanismo de equilíbrio, promovendo não apenas o acesso ao trabalho, mas também sua qualidade e continuidade. Portanto, o direito ao trabalho deve ser visto de forma ampla: não basta garantir empregos; é preciso assegurar que esses postos ofereçam condições dignas, justas e que promovam o bem-estar do trabalhador e da sociedade. A luta pelo direito ao trabalho é, sobretudo, uma luta pela dignidade e pela construção de uma sociedade inclusiva. O trabalho é parte do que somos e do que oferecemos à sociedade. Como farmacêutico e futuro advogado, defendo o direito ao trabalho como um meio de valorização e inclusão social, essencial para a saúde pública e para a justiça social. Em um país como o Brasil, onde a desigualdade ainda é um obstáculo significativo, lutar pelo direito ao trabalho é lutar por uma sociedade mais justa e digna para todos. Luís Köhler é farmacêutico, consultor em assuntos regulatórios, graduando em Direito. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
A Moratória da Soja e a narrativa de caos ambiental: uma crítica à ABIOVE e ao Impacto no Desenvolvimento do Mato Grosso
LUCAS COSTA BEBER Nesta semana, Bernardo Pires, diretor de sustentabilidade da ABIOVE, lançou duras críticas contra o Governador, prefeitos, vereadores e a Assembleia Legislativa do estado de Mato Grosso. Em tom ofensivo, o Diretor acusou o Governador de atender a interesses “extremistas” da bancada ruralista e de promover a destruição ambiental. Tal discurso, no entanto, desvia o foco das verdadeiras intenções e práticas de entidades como a ABIOVE, que, ao invés de promover a sustentabilidade de forma justa e transparente, tem construído uma narrativa de caos ambiental para lucrar com a venda de uma “solução sustentável” imposta aos produtores brasileiros. A ABIOVE representa mais de 94% do mercado comprador de soja, e suas restrições afetam a vida de milhares de famílias que vivem em propriedades rurais do bioma amazônico, tratados como “sub-cidadãos” sob a ótica da ABIOVE. Esse controle da oferta de soja, que nenhuma relação tem com incentivo à preservação, restringe o direito constitucional à livre iniciativa, especialmente daqueles que cumprem todas as exigências do Código Florestal Brasileiro, um dos mais rigorosos do mundo. Dessa forma, a ABIOVE aufere ganhos financeiros com a soja “sustentável” no exterior, vendendo a imagem de preservação sem compartilhar os benefícios econômicos com os produtores brasileiros que seguem essas regras restritivas. O modelo imposto pela ABIOVE desconsidera o impacto econômico e social nas regiões onde a produção agrícola é uma das principais fontes de desenvolvimento. Em vez de criar um sistema de certificação e rastreabilidade que permita atender aos anseios de clientes mais exigentes, como aqueles que demandam soja de áreas convertidas para a agricultura anteriormente a 2008, a ABIOVE aplica uma regra única a todos. Isso gera desigualdades sociais e regionais, prejudicando municípios do bioma amazônico que poderiam levar melhor qualidade de vida aos seus cidadãos. Ao desprezar essas comunidades, a ABIOVE cria uma segregação injusta entre municípios que já se desenvolveram e aqueles que, segundo sua visão egocêntrica, deveriam pagar o preço para que as empresas apresentem aos compradores o famigerado certificado de soja livre de desmatamento. Não bastassem todos os impactos sociais que o acordo comercial da Moratória da Soja causa à população desses municípios, a crueldade da ABIOVE não se limita, utilizando-se de fóruns importantes para demonizar quem produz no Bioma Amazônia. A ABIOVE nunca destacou publicamente os resultados positivos alcançados pelos produtores brasileiros em preservação e sustentabilidade. Mato Grosso é um exemplo notável: apenas 14% do seu território é usado para a produção de soja, sendo que os agricultores locais respeitam uma legislação que exige a preservação de 80% de áreas nativas no bioma amazônico e 35% no Cerrado. Com práticas avançadas de conservação, os produtores mato-grossenses não só mantêm a vegetação nativa em suas propriedades, mas também aplicam o plantio direto, rotação de culturas e uso de bioinsumos, técnicas que aumentam a matéria orgânica do solo, reduzem sistematicamente a adição de insumos químicos e promovem o sequestro de carbono. Estudos da ESALQ comprovam que a agricultura brasileira é capaz de sequestrar até 1,6 tonelada de carbono por hectare ao ano, transformando a produção agrícola em uma atividade que contribui para a mitigação de emissões. O projeto Guardião das Águas, desenvolvido pela APROSOJA em Mato Grosso, atesta o compromisso ambiental dos produtores. Com mais de 105 mil nascentes monitoradas, o estudo apontou que 95% dessas nascentes estão em bom ou ótimo estado de conservação, evidenciando o cuidado dos agricultores com os recursos hídricos. Essa prática é rara globalmente, especialmente quando comparada a regiões agrícolas da Europa e dos Estados Unidos, onde a preservação de áreas agricultáveis é mínima. Com o discurso de que é a paladina da preservação, única e capaz de “erradicar o desmatamento,” a ABIOVE vende uma narrativa que não representa a realidade do agronegócio brasileiro, promovendo uma imagem injusta e depreciativa dos produtores. Além disso, o modelo de moratória imposto por essas empresas se mostra contrário ao desenvolvimento econômico de Mato Grosso e do Brasil, uma vez que restringe o livre comércio e nega aos produtores a oportunidade de usar suas terras de forma produtiva e dentro da legalidade. Se o objetivo fosse realmente incentivar a sustentabilidade, as empresas signatárias da moratória deveriam assumir os custos de uma logística de segregação de produtos e implementar um sistema robusto de rastreabilidade, repassando esses custos operacionais aos compradores internacionais que exigem produtos com qualidades específicas. No entanto, o que ocorre na prática é a imposição de barreiras para o desenvolvimento do mercado interno, limitando o acesso dos produtores a compradores e concentrando o poder econômico nas mãos de poucos. Ao captarem recursos com taxas de juros mais atrativas no exterior, alegando vender produtos sustentáveis, essas empresas maximizam seus lucros sem compartilhar esses ganhos com os produtores que cumprem as normas impostas pela moratória. Em resumo, a Moratória da Soja, ao invés de ser uma medida que valorize e promova a sustentabilidade real, vem se tornando um instrumento de controle de oferta que prejudica o desenvolvimento de estados como Mato Grosso, cria barreiras para a redução das desigualdades sociais e projeta uma imagem equivocada do agronegócio brasileiro. O produtor rural brasileiro, principalmente o de Mato Grosso, já é modelo em preservação ambiental, conservação do solo e boas práticas agrícolas. O Brasil, com apenas 7,6% do seu território destinado à agricultura e mais de 66% do território nacional preservado com vegetação nativa, é um exemplo para o mundo, mas essa realidade é frequentemente desconsiderada no discurso de representantes da ABIOVE em conferências importantes, como no último congresso de crédito do agronegócio. É hora de questionar se a moratória realmente cumpre o propósito de promover um desenvolvimento sustentável e inclusivo ou se tem sido usada como ferramenta para criar um problema que as empresas vendem como solução, beneficiando-se financeiramente às custas da sociedade brasileira e da imagem do país na comunidade internacional. LUCAS COSTA BEBER é produtor e presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).” Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias