Uma cidade verde possível

ZIDIEL COUTINHO “Recuperar o título de Cidade Verde.” Essa é a promessa que os cuiabanos ouvem a cada quatro anos. No entanto, após o período eleitoral, a realidade se revela bem diferente: a capital se transforma em um lugar cada vez mais cinza, com áreas verdes em declínio e pouco comprometimento da classe política com a arborização urbana. O plantio de árvores em Cuiabá não pode ser tratado como uma simples promessa ou uma moeda de troca por votos. A falta de comprometimento com o Plano Diretor de Arborização, que já existe desde 2007, reflete uma desconsideração pela qualidade de vida da população. Em um contexto de urbanização desordenada, a cidade enfrenta desafios significativos, agravados pela escassez de áreas verdes e pelo calor intenso que a caracteriza. Mas a quem cabe cobrar a execução do plano de arborização? Assim como em outras áreas do município, essa responsabilidade é fundamentalmente dos vereadores. Eles têm o dever de fiscalizar o Executivo, assegurando que as leis sejam cumpridas e que as promessas feitas em campanhas se transformem em ações concretas. A população também deve se engajar, cobrando e participando ativamente desse processo. É por isso que, mais do que fazer promessas, faço compromissos. Se eleito, atuarei para garantir que Cuiabá volte a ser a “Cidade Verde”. Isso é possível por meio de iniciativas que aliem o trabalho técnico à participação dos cuiabanos. Uma das alternativas, por exemplo, é a criação do IPTU Verde, que ofereceria benefícios fiscais àqueles que plantarem e cuidarem de árvores em suas regiões. Essa medida não só incentivaria o cuidado com o meio ambiente, mas também fortaleceria o sentimento de comunidade e responsabilidade coletiva. Além disso, é fundamental incentivar empreendimentos verdes. A verticalização de Cuiabá é cada vez mais evidente e, com as propostas certas, podemos garantir que esses importantes projetos contribuam para melhorar o conforto térmico e a qualidade do ar da nossa cidade. A integração de espaços verdes em novos empreendimentos pode transformar áreas antes esquecidas em oásis urbanos. Economia e sustentabilidade andam lado a lado, e Cuiabá não pode ficar para trás. Um futuro sustentável depende do nosso engajamento coletivo, e isso inclui tanto a ação dos representantes eleitos quanto a participação ativa da sociedade. É hora de transformar promessas em compromissos reais e de unir forças para recuperar a essência verde de nossa cidade. A luta pela arborização de Cuiabá é, na verdade, uma luta pela saúde, pelo bem-estar e pelo futuro de todos nós. ZIDIEL COUTINHO é advogado e candidato a vereador por Cuiabá pelo partido Solidariedade. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

O doce

A vida é amarga ou doce? Ela perguntou depois de provar um brigadeiro. Ela mesma respondeu, é doce! A vida é amarga e doce, respondi, mas só no pensamento. Toda vida leva no seu dentro o amargo, o doce e outras coisas, tudo é inevitável complemento. Não era momento ainda de falar sobre isso com ela, mas ela descobriria, com o tempo, que há em nós forças que nos impulsionam a viver, e outras a morrer. Energias que nos levam a transcender e outras a não-ser. Ah, menininha! Existem muitas coisas dentro da gente. Tem muitas coisas no espaço posterior das coisas que vemos. A gente tem a vida toda para encontrá-las – nem se tivéssemos sete vidas! E não pense que o amargo é sempre amargo ou exclusivamente amargo e o doce é eternamente doce ou puramente doce. É tudo uma confusão num sossego. É tudo muito cantável e muito silêncio. Tira e dá. A vida é alguma coisa mais que a gente, como a poesia é algo mais que os poetas. Sim, eu sei, menininha, toda comparação diminui o que foi comparado. Mas escrever é sempre incompleto. A vida amarga e doce é assaz genérica para exprimir a autenticidade da vida. Escrever é de uma pobreza evidente. Por isso componho por riso, brincadeira, por graça. Não sei mesmo se é assim, estou só começando. Guimarães Rosa, que já tinha passado da metade e revelado muita coisa, sempre apontou que as coisas são ocultadas demais. Ah, menininha! Ainda há a imaginação, a imaginação criante. Esta ajuda a gente a sair, até a sair da gente mesmo. Mas só tem um jeito de sair da gente mesmo, é tomando conta da gente mesmo por dentro. Ocorre que quando há doce cá dentro, há doce lá fora, e quando há doce cá fora, pode haver doce lá dentro. É isso menininha, tome o amargo e o doce naturalmente, não estranhe se encontrar os dois na mesma paisagem, já que há montanhas e planícies, florestas e desertos, chuva e sol. E há uma força muito forte, a sua escolha, e você já disse: é doce! Emanuel Filartiga é promotor de Justiça em Araputanga Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Meu pé de figueira

Luiz Fernando Fernandes Um ditado chinês diz o seguinte: ”Não volte para onde um dia você foi feliz, é uma armadilha da melancolia, tudo terá mudado e nada será igual, nem mesmo você”. Engraçado que a gente tende a fazer exatamente isso, e na maioria das vezes quebramos a cara. Lembro de uma casa que moramos em Chapada dos Guimarães. Havia um pé de figueira enorme que eu queria de todo jeito revisitar. Um dia tomei coragem e subi a serra. Cheguei na cidade e fui direto para aquele local onde tão boas lembranças havia guardado. Cheguei, bati palmas e o dono da casa veio todo solícito. Expliquei que havia morado ali na infância e que se possível gostaria de ir até a figueira nos fundos do quintal. Ele prontamente autorizou minha entrada e chegando então ao pé da mais frondosa árvore que tive contato em minha vida me decepcionei. A árvore em questão não era tão frondosa assim. Eram minhas lembranças de criança que me traíam. Era bem menor que minhas memórias poderiam supor e sai dali decepcionado. Assim somos nós no dia a dia. Adultos tentando voltar para um tempo onde fomos felizes, para lugares que acalentaram nossa felicidade, para amores que um dia deram certo, e por aí vai. Você já tentou voltar para um lugar, uma pessoa ou uma situação? Percebeu que a felicidade de outrora já não estava lá a te esperar? Fomos feitos para seguir em frente, para avançar, para experimentar o novo e o renovo, sempre. Voltar, além de frustração pode desencadear uma série de sentimentos negativos, afinal você nunca vai encontrar a felicidade de volta. O carro nos ensina muito sobre isso. Qualquer veículo, seja um popular ou um de luxo supremo, terá um parabrisa enorme e dois retrovisores pequenos. Isso mostra que devemos olhar sempre para frente e usar os retrovisores apenas como referência em alguns momentos. Quem olha demais para trás tende a se envolver num acidente. Quando vamos estacionar os retrovisores são necessários, mas estamos parando. Se estamos em movimento o olhar deve estar atento pra frente, por isso o para-brisa é grande e oferece um grande ângulo de visão. Não tente voltar, viver do passado pode ser uma prisão. A verdadeira liberdade está no hoje no bom que estamos vivendo. O amanhã é uma incerteza, mas o ontem não tem como ser revisitado. É comum pessoas voltarem a viver em cidades onde foram extremamente felizes em algum momento de suas vidas. Mas ao fazerem isso se frustram pois não encontram aquilo que foram buscar. Não se engane, a verdadeira felicidade está no hoje. Então aproveite e vá viver. Existem milionários se achando pobres e pobres que são milionários e sequer sabem disso. Momentos felizes vamos viver todos os dias. Ao apreciarmos o nascer do sol, ao ouvirmos uma música de boa qualidade e até mesmo ao tomarmos um café. E que tal se pudermos fazer todas essas coisas juntas? Imagine você logo cedo tomando um café, ouvindo uma boa música e aguardando o nascer do sol. Só quem já fez isso sabe o que é ser milionário. O ontem já se foi, se o hoje chegar, aproveite. Vá viver a vida. Você é maior do que suas lembranças e é capaz de viver algo muito maior neste exato momento.  Pense nisso e viva o agora.    Luiz Fernando é jornalista em Cuiabá, palestrante, terapeuta holístico e criador do método CURE que auxilia no tratamento para a bipolaridade. @luizfernandofernandesmt Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Réus investigados pelo Gaeco têm condenação superior a 60 anos

Integrantes de organização criminosa desarticulada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) no município de Juína foram condenados a 62 anos de prisão. Cada um dos quatro réus recebeu penas que variaram de 12 a 19 anos de prisão. O grupo foi condenado também pelos crimes tributários e falsidade ideológica. De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, os réus causaram prejuízos ao fisco estadual na ordem de R$ 20 milhões, entre os anos de 2016 e 2019. O grupo foi acusado de constituir e integrar organização criminosa com o objetivo de obter vantagem mediante crimes de falsidade ideológica e sonegação fiscal, por meio da criação de empresas de fachada dos segmentos madeireiro e de transportes. “Foram três anos de ataques constantes e reiterados aos cofres do Estado”, diz um trecho da sentença assinada pelo juiz João Filho de Almeida Portela. Consta no documento que os réus cediam estabelecimentos de fachada para empresários fazerem a emissão de notas fiscais e conhecimentos eletrônicos de frete sem recolher os tributos devidos. As empresas eram utilizadas para retirar madeira em Mato Grosso sem o recolhimento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Conforme consta na sentença, no decorrer da ação penal, proposta em 2021, foi possível identificar que o grupo criminoso atuou de “maneira concertada e com a divisão de tarefas visando praticar fraudes fiscais e atacar de forma destacada o sistema tributário mediante sonegação de ICMS”. GAECO O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) é uma força-tarefa permanente constituída pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Polícia Judiciária Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo.

Luluca Ribeiro critica parecer da CGE e diz que cometeu “erro crasso”

O ex-secretário estadual de Agricultura Familiar, Luiz Artur de Oliveira Ribeiro, Luluca Ribeiro (MDB), se manifestou por meio de nota em relação a Operação Suzerano, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção, nesta terça-feira (24). Segundo Luluca, a Controladoria-Geral do Estado (CGE) de cometer um “erro crasso e tendencioso” no parecer que apontou ilegalidades na compra de equipamentos para a Pasta. Luluca Ribeiro e parte de sua equipe foram exonerados da pasta em 23 de julho. Na época, o governo informou que a troca tinha como objetivo fazer uma “correção de gestão” O ex-secretário foi dos alvos de busca e apreensão da operação. Além dele, outras nove pessoas incluindo  Além deles, Alessandro do Nascimento, dono da empresa Tubarão Esportes, e sua filha, Ana Caroline Ormond Sobreira Nascimento, também foram apontados na operação. Conforme o parecer da CGE, que embasou a investigação policial, apontou que as aquisições de kit agrícolas, feitas com recursos de emendas parlamentares, deveriam obedecer ao processo licitatório, o que não ocorreu. Em nota encaminhada à imprensa, o ex-secretário garante que as aquisições foram embasadas por uma legislação que permite a compra dos equipamentos pelo preço de mercado e que a CGE induziu o Ministério Público Estadual, o Judiciário de Mato Grosso e a Polícia Civil a erro. “Erro crasso e tendencioso no parecer da CGE – premissa equivocada ao tratar termo de fomento como processo licitatório: Nesse sentido, avalia que é inverídica a informação contida em parecer emitido pela Controladoria Geral do Estado de Mato Grosso (CGE-MT), que foi encaminhado aos órgãos de controle e ao Poder Judiciário, afirmando que as aquisições feitas com recursos oriundos de emendas distribuídas nas secretarias de Estado obedecem a processo licitatório”, consta em trecho da nota. “Esse parecer induz o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Civil a erro, ao afirmar a necessidade de licitação e, ainda, ao utilizar preços públicos ao invés de preços de mercado, induzindo à conclusão pela existência de superfaturamento na citada compra de kits”, completou. Ele explicou que, após o parlamentar escolher um projeto e instituição para destinar a emenda, é encaminhado “um ofício à Casa Civil indicando o instituto beneficiário, o objeto e o valor do projeto”.  “Para o processo ter continuidade, é necessária autorização expressa do Secretário Chefe da Casa Civil para prosseguimento e também para pagamento. Espanta o fato de que a referida Instrução Normativa SEFAZ/CGE nº 01/2016, que rege desde 2016 todas as normas das OC’s, foi estranhamente modificada por meio da INC 04/2024, no dia da minha exoneração (23/07/2024)”, disse. Veja nota na íntegra: “Diante das investigações da Operação Suzerano, deflagrada na manhã desta terça-feira (24), o ex-secretário de Estado de Agricultura Familiar de Mato Grosso (SEAF), Luiz Artur de Oliveira Ribeiro, conhecido como Luluca Ribeiro, esclarece que sua gestão à frente da pasta sempre foi pautada pelos princípios da administração pública, principalmente o da transparência. Erro crasso e tendencioso no parecer da CGE – premissa equivocada ao trata termo de Fomento como processo licitatório: Nesse sentido, avalia que é inverídica a informação contida em parecer emitido pela Controladoria Geral do Estado de Mato Grosso (CGE-MT), que foi encaminhado aos órgãos de controle e ao Poder Judiciário, afirmando que as aquisições feitas com recursos oriundos de emendas distribuídas nas secretarias de Estado obedecem a processo licitatório. Esse parecer induz o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Civil a erro, ao afirmar a necessidade de licitação e, ainda, ao utilizar preços públicos ao invés de preços de mercado, induzindo à conclusão pela existência de superfaturamento na citada compra de kits. Isso porque todas as emendas seguem a Instrução Normativa Conjunta nº 01/2016 SEPLAN/SEFAZ/CGE, que estabelece que “os termos de colaboração ou de fomento que envolvam recursos decorrentes de emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais e acordos de cooperação serão celebrados sem chamamento público”, em especial o artigo 45, que trata da Cotação de Preços, e não por normas de licitação. Após o parlamentar escolher um projeto e instituição, encaminha um ofício à Casa Civil indicando o instituto beneficiário, o objeto e o valor do projeto. Para o processo ter continuidade, é necessária autorização expressa do Secretário Chefe da Casa Civil para prosseguimento e também para pagamento. Espanta o fato de que a referida Instrução Normativa SEFAZ/CGE nº 01/2016, que rege desde 2016 todas as normas das OC’s (Organizações Civis), foi estranhamente modificada por meio da INC 04/2024, no dia da minha exoneração (23/07/2024). Por fim, Luiz Artur de Oliveira Ribeiro sempre se colocou à disposição dos órgãos de controle e do Poder Judiciário para esclarecer quaisquer informações pertinentes à sua gestão à frente da SEAF, e espera que as investigações da Polícia Civil elucidem os fatos e restabeleçam a verdade. Luiz Artur de Oliveira Ribeiro   Cuiabá-MT, 24 de setembro de 2024.”

ONU: Lula critica incapacidade de negociação entre líderes mundiais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (24), que, em busca de resolver os problemas do planeta, os líderes mundiais andam em círculos e têm resultados ineficientes. Ao abrir o debate de chefes de Estado da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Lula citou o Pacto para o Futuro, documento adotado pelos países para reforçar a cooperação global. “Sua difícil aprovação demonstra o enfraquecimento de nossa capacidade coletiva de negociação e diálogo. Seu alcance limitado também é a expressão do paradoxo do nosso tempo: andamos em círculos entre compromissos possíveis que levam a resultados insuficientes”, disse Lula. “Nem mesmo com a tragédia da covid-19, fomos capazes de nos unir em torno de um Tratado sobre Pandemias na Organização Mundial da Saúde. Precisamos ir muito além e dotar a ONU dos meios necessários para enfrentar as mudanças vertiginosas do panorama internacional”, acrescentou o presidente. Para Lula, a crise da governança global requer transformações estruturais e essa missão recai sobre a Assembleia Geral, “expressão maior do multilateralismo”. Segundo ele, prestes a completar 80 anos, a Carta das Nações Unidas nunca passou por uma reforma abrangente. Na fundação da ONU, eram 51 países, hoje somos 193. “A versão atual da Carta não trata de alguns dos desafios mais prementes da humanidade”, disse Lula, citando os diversos conflitos armados existentes no mundo, “com potencial de se tornarem confrontos generalizados”. De acordo com o presidente, na ocasião da fundação da ONU, várias nações, principalmente no continente africano, estavam sob domínio colonial e “não tiveram voz sobre seus objetivos e funcionamento”. Ainda, para Lula, não há equilíbrio de gênero no exercício das mais altas funções e o cargo de secretário-geral jamais foi ocupado por uma mulher. “Estamos chegando ao final do primeiro quarto do século XXI com as Nações Unidas cada vez mais esvaziada e paralisada. Não bastam ajustes pontuais, precisamos contemplar uma ampla revisão da Carta”, disse. O Brasil propõe a transformação do Conselho Econômico e Social no principal foro para o tratamento do desenvolvimento sustentável e do combate à mudança climática, com capacidade real de inspirar as instituições financeiras; a revitalização do papel da Assembleia Geral, inclusive em temas de paz e segurança internacionais; o fortalecimento da Comissão de Consolidação da Paz; e a reforma do Conselho de Segurança, com foco em sua composição, métodos de trabalho e direito de veto, de modo a torná-lo mais eficaz e representativo das realidades contemporâneas. Para Lula, a reforma do Conselho de Segurança da ONU é urgente, com uma representação adequada de países emergentes. Hoje, esse conselho, com poder de tomar importantes decisões sobre conflitos internacionais, reúne apenas Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido como membros permanentes. Segundo as regras, para que uma resolução seja aprovada, é preciso o apoio de nove do total de 15 membros, sendo que nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto. “A exclusão da América Latina e da África de assentos permanentes no Conselho de Segurança é um eco inaceitável de práticas de dominação do passado colonial”, afirmou o brasileiro. “Não tenho ilusões sobre a complexidade de uma reforma como essa, que enfrentará interesses cristalizados de manutenção do status quo. Exigirá enorme esforço de negociação, mas essa é a nossa responsabilidade. Não podemos esperar por outra tragédia mundial, como a Segunda Grande Guerra, para só então construir sobre os seus escombros uma nova governança global. A vontade da maioria pode persuadir os que se apegam às expressões cruas dos mecanismos do poder”, acrescentou. O discurso de Lula na ONU reflete os temas prioritários do Brasil no G20: o combate às desigualdades e à fome, o enfrentamento às mudanças climáticas e a reforma das instituições de governança global. Até novembro deste ano, o país está na presidência do bloco que reúne 19 países e duas entidades regionais – União Europeia e União Africana. Debate geral A Assembleia Geral das Nações Unidas é um dos principais órgãos da ONU e reúne os 193 estados que fazem parte da organização, com cada nação tendo o direito a um voto. Por tradição, cabe ao governo brasileiro fazer o primeiro discurso do debate geral, seguido do presidente dos Estados Unidos. Este ano, o tema do debate geral da Assembleia Geral da ONU é “Não deixar ninguém para trás: agir em conjunto para o avanço da paz, do desenvolvimento sustentável e da dignidade humana para as gerações presentes e futuras”. Nesta sessão de trabalho, os chefes dos Estados-membros são convidados a discursar em uma oportunidade para apontar suas visões e preocupações diante do sistema multilateral. Esta é a nona vez que o presidente Lula abre o debate geral dos chefes de Estado. Ao longo de seus dois mandatos anteriores, ele participou do evento em todos os anos entre 2003 e 2009. Em 2010, foi representado pelo então ministro das Relações Exteriores e atual assessor especial da Presidência, Celso Amorim. No ano passado, em seu terceiro mandato, Lula também abriu a sessão de debates. O presidente desembarcou em Nova York no sábado (21). No domingo (22), discursou na Cúpula para o Futuro, um evento paralelo à Assembleia Geral da ONU. Segundo ele, o Pacto para o Futuro, documento a ser assinado pelos líderes mundiais, aponta uma direção a seguir, mas falta “ambição e ousadia” para que as Nações Unidas consigam cumprir seu papel. Ontem (23), o presidente brasileiro participou de reuniões bilaterais, com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz; com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; e com o primeiro-ministro do Haiti, Garry Conille. Ainda nesta terça-feira, Lula também coordena o evento “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”, em conjunto com o presidente espanhol Pedro Sanchez. A iniciativa busca o fortalecimento das instituições no combate à desigualdade, à desinformação e ao radicalismo.

Ex-secretário e outros nove são alvos de operação que investiga suposto esquema na Seaf; veja nomes

Dez pessoas foram alvos de busca e apreensão na Operação Suzerano, deflagrada pela Deccor (Delegacia Especializada de Combate à Corrupção) nesta terça-feira (24). A operação investiga um esquema na liberação de emendas parlamentares na Seaf (Secretaria de Agricultura Familiar). Um dos alvos é o ex-secretário da pasta Luiz Artur de Oliveira Ribeiro, o Luluca Ribeiro (MDB), que foi exonerado do cargo pelo govenador Mauro Mendes (UB), em julho desde ano.  Conforme a investigação veio à tona após uma denúncia encaminhada para uma auditoria da Controladoria Geral do Estado (CGE), que identificou que kits agrícolas foram comprados por uma emenda no valor de R$ 40 milhões. As investigações apontam que nos últimos anos, houve um aumento significativo na aquisição de materiais por meio de institutos e entidades. Um exemplo é o Instituto de Natureza e Turismo (Pronatur), que já recebeu mais de R$ 38 milhões do governo apenas em 2024. Da mesma forma, a Associação Mato-grossense do Desporto Agropecuário, Educativo, Cultural e Turismo (AMAD) foi contemplada com R$ 5,965 milhões para a compra de materiais semelhantes. Além disso, a Associação Social Educacional Cultural Desportiva e Comunitária Cinco Sentidos mantém contratos com o governo e já recebeu R$ 8,339 milhões neste ano. Essas entidades têm acordos com a Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf), com as pastas de Esporte e Cultura, além da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec). Luluca foi alvo de busca e apreensão. Além deles, Alessandro do Nascimento, dono da empresa Tubarão Esportes, e sua filha, Ana Caroline Ormond Sobreira Nascimento, também foram apontados na operação. Além de Lulca, outros dois alvos das investigações é o empresário Alessandro do Nascimento, dono da loja de confecção de uniformes esportivos Tubarão Sports, e a sua filha, Ana Caroline Ormond, que também tiveram suas residências alvos de busca e apreensão.  Veja os nomes alvos operação; Alessandro do Nascimento, dono da Tubarão Sports Ana Caroline Ormond Sobreira Nascimento, filha de Alessandro Luiz Artur de Oliveira Ribeiro, o Luluca Leonardo da Silva Ribeiro Rita de Cássia Pereira do Nascimento Wilker Weslley Arruda Silva Yhuri Rayan Arruda de Almeida Matheus Caique Couto dos Santos Diego Ribeiro dos Santos Um alvo ainda não teve identificação revelada

Polícia prende suspeito de divulgar vídeo íntimo de delegado candidato a prefeito em Brasnorte

A Polícia Civil prendeu, nessa segunda-feira (23), um homem de 33 anos suspeito de ter divulgado o vídeo íntimo do delegado e candidato a prefeito de Brasnorte (579 km de Cuiabá), Eric Fantin (PL). Na gravação, o pré-candidato aparece fazendo sexo com uma garota de programa. A informação foi confirmada pelo próprio delegado à reportagem. Conforme o boletim de ocorrência, o suspeito identificado pelas iniciais F.S.L trabalha como cabeleireiro no município. Ele foi detido pelo artigo 218-C, que criminaliza a divulgação de cenas de sexo. A pena máxima pode chegar a cinco anos de prisão.  Ainda segundo a ocorrência a suspeita é que mais pessoas estejam envolvidas no crime. Relembre o caso O caos teve inicio no dia 28 de agosto quando as gravações passaram a ser compartilhadas nas redes sociais.  A princípio Eric Fantin negou os fatos e afirmou que as gravações são “falsas”, contudo, mudou de versão um dia depois e confessou a veracidade da gravação. Por meio das redes sociais, Fantin disse que estava separo de sua esposa quando se envolveu com algumas mulheres, mas logo o relacionamento foi reatado.  “Meus amigos de Brasnorte, venho aqui pedir perdão a vocês. Já pedi perdão à minha esposa, à minha família e aos meus amigos. Estive afastado da minha esposa há cerca de um ano. Estávamos em conflito no casamento e eu tive contato com quatro mulheres, entre elas a do vídeo”, relatou o delegado em vídeo. Ainda no pronunciamento, Fantin afirmou que os boatos de que a acompanhante era casada são mentiras e que as imagens divulgadas foram encomendadas por alguém da cidade, cujo nome ele não citou

Estação Bispo Dom José será reaberta na próxima segunda-feira

A Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), informa que a Estação Bispo Dom José, fechada desde a última quarta-feira (18), para reforma e reparos estruturais, será reaberta e os atendimentos aos usuários do transporte público retomados na próxima segunda-feira (30). O período de obras, conforme anunciado anteriormente, é de doze dias. Neste momento, são realizadas ações de pintura, limpeza, substituição e manutenção das portas de embarque e desembarque. As instalações elétricas também irão passar por revisão. Durante o período de obras, agentes da Semob estão orientando os usuários sobre as mudanças no embarque e desembarque, especialmente nos horários de pico: ➡ Linhas com destino à região Sul 501, 507, 508, 517, 525, 530, 540 607, 608, 613, 615 706, 711, 720, 730 Embarque: Praça Maria Taquara ➡ Linhas com destino ao CPA 301, 309, 310, 313, 314, 319, 323, 340, 390 Embarque: Em frente à Igreja Deus é Amor ➡ Outras linhas 103, 404, 609, 711 Linhas intermunicipais: 024, 055 Embarque: Em frente à Igreja Deus é Amor

Em seis meses, operação Lei Seca removeu 929 motocicletas e flagrou 340 condutores sem CNH

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) iniciou, em fevereiro deste ano, um plano de operações da Lei Seca voltado para a fiscalização de motocicletas. Nas 16 edições já realizadas, 929 motocicletas foram removidas e 342 condutores flagrados conduzindo veículo sem possuir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).  Até o momento foram realizadas nove operações em Cuiabá e sete em Várzea Grande. As ações realizadas até aqui também já totalizaram 1.571 infrações de trânsito, e 15 prisões por embriaguez, de acordo com o artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que prevê prisão de seis meses a três anos, multa e suspensão/proibição de dirigir veículo automotor. A tenente-coronel PM, Monalisa Furlan, coordenadora do Gabinete de Gestão Integrada, responsável pelas operações em Mato Grosso, destaca a importância de fazer as ações voltadas a fiscalização de motocicletas.  “Durante os estudos realizados pela Câmara Temática de Trânsito da Sesp, foi constatado grande quantidade de acidentes envolvendo motociclistas nos últimos anos, especialmente com resultado em morte. Além disso, identificamos que grande parte destes condutores não possuem carteira de habilitação, somado ainda a conduta do excesso de velocidade. Sendo assim, direcionamos esforços para operações específicas para motocicletas em 2024 com objetivo de educar e fiscalizar, prevenindo acidentes e salvando vidas”, afirma.  De janeiro a agosto de 2023, foram registrados 2.291 acidentes envolvendo motocicletas em Cuiabá e Várzea Grande, e no mesmo período de 2024, foram 2.114 casos. Já ao longo de todo ano de 2023, foram 3.409 acidentes envolvendo motocicletas em ambas as cidades.