Anatel determina medidas de combate a fraudes e golpes telefônicos

As plataformas de comércio eletrônico que vendem aparelhos de celulares terão que cumprir novas regras estabelecidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para combater a venda on-line de equipamentos eletrônicos não aprovados no país. Os sites deverão incluir no anúncio, de forma ostensiva, o código de homologação do telefone celular. Também devem instituir um procedimento que permita a validação do código de homologação dos telefones celulares cadastrados em relação aos códigos de homologação da base de dados da Anatel. Com isso, será possível verificar se o aparelho anunciado corresponde ao mesmo produto, marca e modelo homologado na Anatel. As plataformas deverão impedir o cadastramento de novos telefones celulares que estejam com código de homologação em desacordo e retirar todos os anúncios de telefones celulares que não tenham passado pelo procedimento de validação. As empresas que não cumprirem as determinações pagarão multa diária que vai de R$ 200 mil a R$ 6 milhões, além de ter que retirar todos os anúncios de equipamentos. A Anatel poderá bloquear o domínio da plataforma se a irregularidade dos anúncios não for sanada em 25 dias. Entre os dias 1º e 7 de junho, a fiscalização de telecomunicações da Anatel identificou a venda massiva de telefones celulares sem homologação da Anatel nas plataformas de comércio eletrônico. De acordo com a Agência, as tentativas de mediação juntos às plataformas não foram eficazes no combate à comercialização de produtos não homologados. Segundo a Anatel, a comercialização de produtos não homologados tem alto potencial lesivo, causando riscos à vida, à saúde e à segurança dos consumidores. Agência Brasil

Polícia divulga número para denúncias sobre serviços investigados no saneamento público de VG

A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) disponibilizou um número exclusivo para recebimento de denúncias relativas às fraudes, cobrança indevidas e de propinas no serviço de saneamento de Várzea Grande. As denúncias têm sigilo garantido e podem ser feitas exclusivamente pelo número (65) 98144-0355. A investigação da Deccor apontou diversas fraudes, dificultar o acesso da população várzea-grandense à ligação de água, com problemas artificialmente criados, além de diversas situações de cobrança de propina. A Operação Gota d’Água foi deflagrada no dia 20 de setembro para desarticular uma organização criminosa instalada na Diretoria Comercial do Departamento de Água e Esgoto do município de Várzea Grande (DAE-VG). Foram decretados 123 mandados judiciais, entre prisões preventivas, busca e apreensão, suspensão de função pública, sequestro de bens e bloqueio de valores e medidas cautelares diversas. A principal medida tomada foi a intervenção imediata do Município de Várzea Grande na diretoria comercial do DAE, para restabelecer a prestação regular e efetiva do serviço público de abastecimento de água e esgoto, que foi cooptado pelo grupo criminoso. Servidores e ex-servidores da autarquia foram alvos das decisões judiciais, além de um vereador do município identificado como participante do esquema. Entre as ações de corrupção cometidas na autarquia de saneamento público foram identificadas a cobrança de valores, por servidores públicos, para a execução de serviços da DAE aos consumidores. Auditorias ainda revelaram prejuízos ao órgão com a exclusão ilegal de débitos e também em razão de diminuição indevida de valores de faturas, tudo mediante recebimento de dinheiro por servidores. Segundo os elementos probatórios coletados durante a investigação, alguns servidores realizavam o trabalho rotineiro apenas mediante pagamento de propina.

“Nunca seremos país de 1° mundo se tivermos gestões públicas de 5ª categoria”, afirma governador

Durante entrevista ao programa Canal Livre, da Band, o governador Mauro Mendes afirmou que o Brasil nunca alcançará o status de país de 1º mundo se continuar a ter gestões públicas “de 5ª categoria”. A entrevista dada ao programa Canal Livre foi exibida na noite de domingo (22.09), via BandNews TV, TV Bandeirantes e no Youtube da emissora.  Para o governador, a ineficiência administrativa é um dos principais entraves para o desenvolvimento do país. Mauro citou a baixa qualidade da gestão pública brasileira, apontando a ineficiência e a burocracia nos serviços como um dos fatores de atraso. “Nós nunca seremos um país de primeiro mundo, se nós tivermos uma gestão pública de quinta ou oitava categoria. Somos um país aonde a gestão pública é muito ineficiente. Por isso que nós temos que pagar tanto imposto, porque arrecada muito e gasta mal, e toda vez que precisa pagar a conta, avança no bolso do cidadão”, disse ele. Mauro Mendes citou que Mato Grosso tem mudado essa lógica e focado na eficiência, com investimentos robustos e aplicando corretamente os recursos públicos em ações que beneficiam o cidadão. “Com uma estruturação rigorosa das contas públicas, conseguimos construir um sistema mais eficiente e transparente. Isso nos permite investir 20% da nossa receita em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura das nossas estradas, entre outros setores que impulsionam o nosso estado. Só como exemplo, nós saímos do 22º lugar no IDEB [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] e avançamos para o 8º lugar”, exemplificou. Ainda na entrevista, o governador falou sobre outros assuntos, como ferrovia, segurança pública, meio ambiente e as ações para combater os incêndios florestais.

Nicássio move novo recurso tentando validar sua candidatura

O candidatura a vereador Nicassio José Barbosa, o Nicassio do Juca (MDB), ajuizou novos embargos de declaração sustentando excesso na extensão da sua inelegibilidade, uma vez que, somada, alcança os 16 anos. No dia 18 de setembro, a juíza Suzana Guimarães Ribeiro proferiu a sentença negando os primeiros embargos que buscavam validar o registro de Nicássio. A Candidatura de Nicassio foi rejeitada por ele ter sido condenado pela prática do crime de homicídio qualificado tentado, em julgamento no ano de 2002. Ele chegou a ser preso em duas ocasiões, uma preventiva e outra definitiva, pelo crime. Nicássio foi condenado por tentar matar o então suplente de vereador Sivaldo Dias Campos (PT), em outubro de 2000, em Cuiabá. Ele pegou 9 anos e 8 meses de prisão pelo crime. Além da condenação, foi imposta, como consequência eleitoral, a inelegibilidade pelo prazo de 8 anos. Porém, segundo defesa, somados todos os períodos de inelegibilidade impostos pelo mesmo fato e processo, já foi computando mais de 16 anos de inelegibilidade. A Defesa de Nicassio requereu que a Justiça reconhecesse o recurso para entender que o prazo de inelegibilidade já se encontra superado. “Destarte, evidente que, somados todos os períodos de inelegibilidade impostos ao recorrente pelos mesmos fato e processo, estaremos computando mais de dezesseis anos […] Estes sucessivos acúmulos e sobreposições dos prazos de inelegibilidades, no que pese estarem em conformidade com a norma posta, violam inquestionavelmente o princípio da proporcionalidade”, sustentou a defesa. Na decisão do dia 18 de setembro, a juíza Suzana Guimarães Ribeiro proferiu sentença negando os primeiros embargos que buscavam validar o registro de Nicássio. Ela esclareceu que não se verificou, na decisão que negou registro, nenhum quesito que autorize provimento de embargos de declaração: obscuridade, contradição, omissão ou correção de erro material. Ainda segundo Suzana, a incursão do requerente na inelegibilidade declarada em sentença foi feita com lastro na legislação vigente. “Com essas considerações, recebo os Embargos, vez que tempestivos e nego-lhes provimento, mantendo a sentença intacta”, decidiu.

Polícia prende em flagrante autor de homicídio de motorista de aplicativo

A Delegacia Municipal de Alta Floresta prendeu em flagrante no sábado (21), o autor do homicídio de um motorista de aplicativo, encontrado morto às margens da MT-325. O crime ocorreu na sexta-feira. O corpo de Edilson Franceschini, de 45 anos , foi encontrado perto do seu carro, na rodovia. A unidade policial de Alta Floresta foi acionada e os investigadores iniciaram diligências para identificar o autor do homicídio. Após uma apuração intensa, o suspeito foi localizado. A arma usada no crime foi apreendida na residência do suspeito, assim como uma motocicleta utilizada por ele para cometer o homicídio. Conforme a investigação, o homicídio teria sido motivado por um crime supostamente cometido pela vítima, o que não está confirmado. Uma facção criminosa tomou ciência desse suposto crime e teria decidido a punição contra a vítima, que não faz parte da organização criminosa. A Polícia Civil apurou ainda que a arma utilizada no crime foi furtada em Alta Floresta, em 2018. O autor do crime foi autuado em flagrante pelo homicídio qualificado e aguarda apresentação em audiência de custódia.

Empowerment e accountability

FRANCISNEY LIBERATO O foco dirigido visando resultados satisfatórios depende do envolvimento dos líderes e dos liderados com a implantação das ideias do empowerment e accountability. Infelizmente, a cada dia, quanto mais informações e dados disponíveis temos para usar da melhor maneira possível, no intuito de gerar grandes resultados para a organização, não dá certo e muitos pecam nesta missão. Para conseguir alcançar essa missão, é indispensável que o líder se revista do empowerment, cujo termo em inglês significa dar poder, força, fortalecimento, empoderamento, capacidade para cada indivíduo. Não apenas o líder deve se revestir do empoderamento, mas também é uma forma de utilização do capital intelectual dos colaboradores da empresa, por isso a liderança, por intermédio da delegação de competência, coloca essa ideia em prática. Outro termo também em inglês é o chamado accountability, cuja ideia é a de que o líder tenha responsabilidade pelos seus atos e na condução de sua liderança, porém não devemos parar por aqui, essa responsabilidade deve ser disseminada e transmitida para os liderados da entidade. Perceba que ao colocar em prática a ideia expressa pelos dois termos em inglês nós construiremos uma empresa mais participativa, organizada, descentralizada, decidida, com pessoas motivadas e que tragam excelentes resultados para a organização. O líder deve despertar essas ideias e disseminá-las para construção de uma organização mais saudável e que faz as coisas acontecerem. O site “Valor Econômico”, em matéria publicada no dia 20/1/2021, traz a seguinte explicação: “Para garantir a existência da responsabilidade é importante desenvolver o empowerment trazendo e desenvolvendo pessoas que possuam accountability, ou seja, que assumem a responsabilidade e a obrigação de fazer o que precisa ser feito, sentindo-se comprometidas com os resultados, assumindo as consequências, sem nunca se colocarem como ‘vítimas’ do processo. Os líderes eficazes sabem identificar pessoas com as habilidades necessárias, atraí-las, engajá-las e motivá-las para que deem o melhor de si”. Tanto os líderes como os liderados jamais devem se colocar em uma posição de “vítima” para não fazer o que precisa ser feito e ainda para os resultados desastrosos que ocorrem. É necessário dividir e assumir as responsabilidades com todos e se empoderar, com vistas a reconstruir novos resultados satisfatórios para a organização. Cabe ao líder sensibilizar os seus colaboradores para entender as ideias propostas pelo empowerment e o accountability, visando ter colaboradores motivados, que tenham poder, mas sobretudo responsáveis, que tragam excelentes resultados para a entidade. FRANCISNEY LIBERATO é Auditor do Tribunal de Contas. Escritor. Palestrante. Professor. Coach e Mentor. Mestre em Educação. Doutor Honoris Causa. Bacharel em Administração, Bacharel em Ciências Contábeis (CRC-MT) e Bacharel em Direito (OAB-MT). Membro da Academia Mundial de Letras. Autor dos Livros: “Mude sua vida em 50 dias”, “Como falar em público com eficiência”, “A arte de ser feliz”, “Singularidade”, “Autocontrole”, “Fenomenal”, “Reinvente sua vida” e “Como passar em concursos – Vol. 1 e 2”, “Como falar em público com excelência”, “Legado”, “Liderança”, “Ansiedade”, “Mude sua vida em 50 dias Premium”, “Inteligência Emocional”, “Manual do Concurseiro”, “Sabedoria”, “Discípulos”, “Educação Financeira”, “Recordar é Viver”, “Manual de Oratória”, “Lições para a vida” e “Inteligência e Gestão da Emoção”. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Da “cadeirada” a reflexões sobre a Governança

 CRISTHIANE BRANDÃO Não há mais como qualquer um de nós se isentar das responsabilidades com o futuro do planeta. Estamos em meio às eleições municipais que vão definir o destino de mais de 5 mil municípios brasileiros no mês de outubro, mas será que está na nossa agenda debater questões essenciais como segurança alimentar, energética e climática? Ou será que vamos seguir o caminho mais fácil e novamente jogar tal responsabilidade nas costas dos outros: do agronegócio, dos políticos ou de qualquer outra empresa/pessoa que não seja nós mesmos? Acompanhei estarrecida, nesta semana, o episódio de violência física e verbal entre dois candidatos à maior prefeitura do Brasil, São Paulo, que deixaram de focar no essencial, que é um debate de ideias e propostas para melhorar as condições de vida da população e, deste modo, definir os caminhos da grande metrópole que é exemplo para todo país, para travar uma guerra de egos. Ainda não acredito que aquela cena da cadeira aconteceu. Lamentável. Na segunda-feira, mais uma decepção. Uma nova batalha, agora ‘instagramável’ de memes, frases de efeito, piadinhas irônicas, manchetes sensacionalistas e a viralização do vídeo. Quem ganhou com isso? Ninguém ganhou. Aliás, se pararmos para pensar, todos nós perdemos. Trouxe essa questão para dizer o quanto é fundamental que cada um se coloque como parte do problema e da solução para as questões que afligem o Brasil e o mundo. Precisamos abandonar essa visão de bem versus mal, porque, afinal, se a natureza tivesse voz, provavelmente nos diria que estamos coletivamente destruindo suas reservas, e que ela muito em breve irá colapsar! A lógica teria que ser. Vamos ter bons líderes, afinal, repensar o modelo de produção e de vida que vivemos hoje (e que nos expõe à extinção) exige pessoas adultas, preparadas e éticas em espaços de poder. Gente que consiga se sentar em mesas e cadeiras sem atirá-las em ninguém, seja nos candidatos da oposição, seja nos demais setores com quem terá de negociar em busca de soluções. Em vez de tentar eliminar quem pensa diferente, necessitamos de uma oposição forte, inteligente, igualmente ética, que possa colaborar com novas soluções, fiscalizando e cobrando transparência, como propõe a estrutura das Governanças Corporativa e Familiar. Ou seja, a profissionalização da gestão pública e privada se faz cada vez mais urgente para que possamos vislumbrar um futuro! Vamos alcançar a marca de 10 bilhões habitantes nos próximos 25 anos, o que significa um incremento de 25% e uma demanda de 60% a mais na produção de proteína animal. Como produzir mais mantendo as fronteiras agrícolas e adotando crédito associado a práticas sustentáveis? De que maneira incluir os 4,8 milhões pequenos produtores – que representam 5,1 milhões de unidades rurais – e, ainda promover a inclusão produtiva (jovens e mulheres)? Além disso, temos que incluir o risco climático nas análises de riscos de todas as cadeias e segmentos. Um exemplo é Botswana, país africano produtor de um dos melhores sorgo do mundo, que em 2024 conseguiu plantar 60% do potencial de seus campos, mas irá colher somente 10% em função dessas questões climáticas extremas. Outro alerta: completamos, este ano, 12 meses consecutivos de recorde de temperatura global (Climatempo). “Alimento é paz e poder”, destacou Renata Miranda, secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura e Pecuária, durante o evento Global Agribusiness Fórum (GAF), a maior e mais renomada conferência do agronegócio mundial, que desde 2012 reúne autoridades de mais de 60 países, e da qual fiquei extremamente impactada de participar neste ano pelo alto nível de discussões. Voltei da conferência imbuída de replicar e trabalhar tudo que vi e ouvi, de alertar pessoas, amigos, familiares, clientes, conhecidos e a sociedade em geral (como estou fazendo por meio deste artigo). Como dizem, ‘se correr o bicho pega, se ficar o bicho come’. Não tem como fugir dos desafios desse momento planetário que traz uma crescente vulnerabilidade no processo de produção. Não importa onde estamos, o sistema vai nos afetar de alguma maneira, seja como consumidores e/ou empresários. Compreender que precisamos de uma mesa equilibrada com os três pilares (ambiental, social e econômico) é essencial. Fica o convite, participe com afinco das decisões coletivas e individuais adotando prioridades que se alinhem a um modo de vida mais ético e a um consumo consciente. A mudança que esperamos começa conosco!  CRISTHIANE BRANDÃO é Conselheira de Administração, Consultora em Governança para Empresas Familiares e Coordenadora do Capítulo Brasília/Centro Oeste do IBGC. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

Antes da Lei Maria da Penha: Algumas mulheres nos procuram para contarem as suas vivências

Rosana Leite Nessa semana, mais uma vez, recebi a Maria no Núcleo de Defesa das Mulheres. Mulher de 56 anos, que passou por dois relacionamentos amorosos. É assistida da Defensoria Pública, em razão de ter sofrido violência doméstica e familiar no segundo relacionamento amoroso.             Algumas mulheres nos procuram, após tomarmos conhecimento das muitas violências que foram vítimas, para contarem de forma pormenorizada as suas vivências. O relato do primeiro relacionamento data de 19 anos atrás, antes da entrada em vigor da Lei Maria da Penha.             Maria confessou que essa não foi a primeira vez que passou por violência em casa. Aliás, disse que suportou as violências do segundo relacionamento, pois no primeiro foram muito piores. Em meio a muitas lágrimas, contou que veio de berço bastante carente. Na adolescência, convivia com um pai que sempre desejou a “entregar” para um homem bem mais velho que ela, e que tinha um pedaço de terra. De tanto o pai a “prometer” para o tal homem, ela vinha sendo bastante assediada e aliciada pelo proprietário de terras.             Pelo temor de ter que se casar com quem não queria, quando conheceu o primeiro marido, que por ela se interessou, entendeu que seria melhor com ele se casar. Logo no primeiro mês de casada, fritou uma batata com muito óleo, e o seu marido a jogou com força um cadeado na cabeça, que lhe causou ferimento. Procurou o pai, para informar sobre a violência que havia sofrido e ouviu dele que não poderia a receber em casa novamente, pois já era mulher. Disse ela: “Tinha os cabelos compridos. Amarrei de forma a esconder o machucado, por um bom tempo”.             Desse primeiro relacionamento, advieram três filhas. Falou que o homem era muito agressivo, de forma a nunca ter ouvido dele palavras carinhosas. As filhas, quando o pai chegava em casa, chegavam a urinar de medo. Em determinada ocasião, uma das filhas deixou a manteiga fora da geladeira. O pai, quando percebeu o que ele entendeu ser um “erro” da filha, a jogou com força contra a parede.             Segundo ela, apanhava de ficar roxa sempre. E era obrigada a manter relação sexual, muitas vezes, cheia dos hematomas. Com o tempo, conseguiu o retirar de casa, concordando que se separassem. Mas, não o proibiu de frequentar a casa que ela vivia com as filhas do casal. Ele nunca concordou com a separação. Certa vez, ela precisou ser operada. O homem, então, esteve em sua casa, e, na frente das filhas a agrediu sobremaneira com uma toalha molhada. E, para encerrar as agressões, naquela data fatídica, a deixou despida e introduziu o seu braço nas partes íntimas dela. Aos gritos, foi socorrida pelas filhas de aproximadamente 7, 9 e 12 anos. Se lembra perfeitamente que, enquanto era espancada pelo homem, os amigos dele acompanhavam e o esperavam olhando por cima do muro. Levada ao Pronto Socorro, precisou passar por cirurgia, com a finalidade de reconstrução.             Após muito tempo de toda essa tragédia, conheceu o seu segundo companheiro. Narrou que, de início, foi muito bem tratada. Com o passar dos anos, segundo ela, apenas “apanhava de vez em quando”. Recebia migalhas de carinho, vez ou outra.             Quando conheceu a Lei Maria da Penha, percebeu que não era comum as situações vivenciadas em seus dois relacionamentos amorosos.             Não esquece das pessoas que a ampararam. Recebeu apoio de pessoas queridas, tal como da jornalista Margareth Botelho, que segundo ela, registrou em uma matéria jornalística a necessidade de ajuda para o enxoval da filha caçula, tendo recebido muitas doações.             Maria é nome fictício. E ela assim encerrou a nossa conversa: “Por tudo que passei, penso que outras mulheres podem vencer.”   Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual e mestra em Sociologia pela UFMT. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias

MPF denuncia 16 pessoas por organização criminosa, lavagem de dinheiro e uso de documento falso

O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia, no âmbito da Operação Sordidum, contra 16 investigados por organização criminosa (orcrim), lavagem de dinheiro e uso de documento falso. Atuando há quase uma década, o grupo estruturou-se em um esquema criminoso para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas, de operações ilegais de câmbio e de outros delitos. A quadrilha atuava em diversos estados brasileiros, especialmente no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Bahia e Paraná, e mantinha contato com uma organização criminosa envolvendo doleiros do Paraguai e com traficantes de países da América Central, como Guatemala e Honduras.  Durante as investigações, a Polícia Federal (PF) encontrou com um dos líderes da orcrim uma tabela com os valores da estrutura de logística utilizada para o transporte internacional de drogas, como a aquisição de aeronaves em nome de “laranjas”, contratação de pilotos, aluguel de pistas de pouso etc. Para se ter uma ideia da movimentação de recursos ilícitos, em uma única “operação”, envolvendo a logística do transporte de cocaína, foram gastos quase R$ 10 milhões. Os demais denunciados pelo MPF são familiares, “laranjas”, doleiros, “funcionários” e pilotos de avião.  Utilizando documento falso, tal líder do grupo abriu empresas, movimentou valores e registrou bens para ocultar a verdadeira origem do dinheiro. Análise dos dados bancários utilizados por ele mostraram uma movimentação de R$ 50 milhões entre os anos de 2015 e 2020. O denunciado chegou ao ponto de providenciar o próprio divórcio para se casar novamente, com a mesma mulher, utilizando o nome falso. Em outro momento, ele ainda compareceu perante a própria Polícia Federal para obter passaporte com a documentação falsa.  Havia ainda um outro grupo de pessoas, chefiado por um segundo líder, o qual também obteve documentos falsos. Ele atuava de forma semelhante ao comparsa, mas nem sempre a dupla operava em conjunto. No entanto, ambos possuíam uma característica comum: a periculosidade. Ao longo da investigação foram encontradas várias conversas em que os denunciados tratavam da compra de armas, possível morte de desafetos, corrupção de agentes públicos, tortura e outros. Esquema – As investigações apontaram que era comum, entre eles, a compra e venda de imóveis e empréstimos de dinheiro quando o doleiro usado por ambos não tinha disponibilidade financeira. Também utilizando-se de nome falso, lavavam dinheiro do tráfico transnacional de drogas e contavam, para isso, com o apoio de familiares. De acordo com a denúncia, um dos líderes da organização criminosa é detentor de patrimônio considerável no Brasil e no Paraguai decorrente do tráfico de drogas.  Para a inserção de recursos criminosos em atividades lícitas, permitindo a lavagem de capitais, o grupo utilizava empresas de fachada. A Operação Sordidum apontou como sendo as principais empresas duas imobiliárias e uma loja de materiais de construção, cuja movimentação financeira, entre 2015 e 2020, foi de aproximadamente R$ 20 milhões. Os denunciados passaram a adquirir grandes fazendas em municípios como Luciara/MT e São Felix do Xingu/PA. Mas não somente empresas de fachada faziam esse papel, já que as investigações apontaram que doleiros paraguaios também eram utilizados para a introdução dos recursos ilícitos na economia nacional. Uma quarta empresa, dedicada à compra e venda de veículos e situada em Maringá (PR), também era empregada para o branqueamento de dinheiro, com o diferencial de que o estabelecimento realmente realizava a compra e venda de veículos lícitos de modo paralelo aos veículos ilícitos, mesclando os valores e dificultando seu rastreamento.  Um fato curioso revelado na denúncia é que as aeronaves adquiridas por um dos denunciados eram utilizadas para transportar drogas uma única vez e não mais retornavam do país de destino. Apenas um traslado gerava receita suficiente para desfazer-se do avião, que era destruído para dificultar qualquer tipo de rastreio. Em razão disso, os pilotos do bando voltavam ao Brasil em voos comerciais. A aeronave mais empregada para o transporte consistia no modelo King Air. Entretanto, nos anos em que ocorreram as investigações, o grupo sofreu algumas perdas. Em julho de 2021, no interior de São Paulo, foram apreendidos 313 kg de cocaína ocultada no teto falso de um caminhão. O transporte da droga foi atribuído a um dos denunciados que prestava o serviço de logística a um outro traficante, preso na Operação Downfall, deflagrada em maio de 2023, e que prendeu 28 pessoas por tráfico internacional de drogas. De acordo com o MPF, a Operação Sordidum faz conexão com outras operações análogas, como a Prime e a mencionada Downfall, que investigam outras organizações criminosas cujos integrantes, em dado momento, operaram juntos em suas empreitadas criminosas ou fizeram “negócios” entre si. Dessa forma, a atuação de integrantes de uma, especialmente de seus líderes, levaram à investigação de outra. No mês passado, o MPF denunciou 14 pessoas no âmbito da Operação Prime. Além das penas previstas em lei para os crimes citados na denúncia, o MPF requer que eles sejam condenados ao pagamento de indenização milionária, especialmente os líderes da orcrim, por fazerem recursos criminosos circularem na economia, fragilizando o sistema financeiro. Indo além, requer-se o perdimento de todos os bens móveis e imóveis levantados na operação.

Cuiabá e Cruzeiro ficam no empate na Arena Pantanal

Cuiabá empatou em 0x0 com o Cruzeiro em partida válida pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro, a noite deste domingo (22) na Arena Pantanal, em Cuiabá. O Dourado segue em situação complicada com a terceira rodada sem vencer, somando apenas dois pontos dos nove possíveis. Com o empate, o Cuiabá se mantém na 19ª colocação, com 23 pontos, a cinco do Vitória, primeiro fora do Z-4. Em coletiva depois da partida, o técnico Bernardo Franco lamentou o empate e creditou o resultado à exibição do arqueiro cruzeirense. “Hoje gostaríamos de estar aqui comemorando uma vitória, tivemos as oportunidades, seria fundamental na nossa luta, mas continuamos acreditando. Depende só da gente, tem muito campeonato pela frente. É natural oscilar em alguns momentos, mas acredito que a gente teve um primeiro tempo muito superior ao contra o Criciúma e contra o Juventude, levando em consideração também o adversário que enfrentamos. O Cássio foi um dos melhores, senão o melhor em campo. Talvez se a bola tivesse entrado, a gente estaria analisando de outra forma e comemorando uma vitória, mas acredito que a postura foi dentro daquilo que a gente gostaria, diferente do que foi no jogo anterior (derrota para o Inter), que foi atípico. Dentro da nossa casa temos que pontuar, então temos que continuar lutando e acreditando, depende só de nós e a gente segue firme nessa luta”, disse o treinador. Na próxima rodada, o Cuiabá visita o Fortaleza na Arena Castelão, no próximo domingo, às 15h (de MT), pela 28ª rodada. O comandante do Dourado fez projeção para o duelo e mostrou confiança na recuperação para escapar do rebaixamento. “O jogo passado foi atípico, prova disso é que a equipe já fez jogos fora de casa e venceu. A nossa expectativa pro jogo do Fortaleza é repetir atuações que nos trouxeram três pontos, porque a gente precisa de vitórias pra sair dessa situação. A gente olha para a tabela, óbvio, sabíamos da importância da vitória hoje, mas temos um jogo em atraso e essa diferença pode diminuir consideravelmente. Temos alguns confrontos diretos, então vamos esperar afunilar para entender melhor a competição. Temos que acreditar no nosso trabalho, no nosso potencial, eu acho que a equipe teve uma evolução considerável desde a minha chegada. Estou confiante que a gente vai conseguir ter bons desempenhos e, acima de tudo, conseguir os resultados que a gente precisa”, diz.