Sem pandemia, gasto do brasileiro com viagens salta 78% em dois anos
Impulsionado pelo fim da pandemia de covid-19, o gasto total dos brasileiros com viagens nacionais chegou a R$ 20,1 bilhões em 2023, valor que representa crescimento de 78,6% na comparação com os dois anos antes. O numero de viagens realizadas também deu um salto de 71,5% em 2023, na comparação com 2021 e 2023 (não houve pesquisa em 2022). A constatação faz parte do módulo turismo, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgado nesta sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo foi realizado por meio de um convênio entre o IBGE e o Ministério do Turismo. Apesar de ter sido iniciada em 2019, o IBGE faz comparações apenas a partir de 2020. “Em 2019, foi feito somente no último trimestre, enquanto que nos outros anos, a pesquisa aconteceu ao longo de todo o ano”, explica o analista William Kratochwill. “Isso pode trazer variações devido a sazonalidades. Pegando só o último trimestre de 2019, é natural que haja um viés do período do ano”, justifica o analista, acrescentando que em 2022, o convênio não vigorou, e a pesquisa não foi realizada. Em 2020, ano em que começou a pandemia, forçando medidas de isolamento, lockdowns e interrupção de várias atividades econômicas, os brasileiros gastaram R$ 12,6 bilhões com viagens nacionais. No ano seguinte, o montante caiu 10,8%, estacionando em R$ 11,3 bilhões, antes de saltar 78,6% e superar R$ 20 bilhões em 2023. Oscilação parecida aconteceu com o número de viagens realizadas. Em 2020, os brasileiros realizaram 13,6 milhões de viagens. No ano seguinte, a pesquisa registrou queda de 9,6%, 12,3 milhões de viagens. Já em 2023, esse número aumentou 71,5% e chegando a 21,1 milhões de viagens. Ao se analisar a proporção de domicílios que tiveram algum morador fazendo ao menos uma viagem, também é possível observar uma queda seguida por recuperação. Em 2020, dos 71 milhões de domicílios existentes à época, em 9,9 milhões deles, ao menos uma pessoa viajou (13,9% do total). Em 2021, a proporção caiu para 12,7%, ou seja, dos 71,5 milhões de lares brasileiros, houve algum viajante em pelo menos 9,1 milhões deles. Já em 2023, a proporção subiu para 19,8%, com pelo menos uma pessoa viajando em 15,3 milhões dos 77,4 milhões de lares existentes. O aumento proporcional de 2021 para 2023 foi de 68,5%. A pesquisa mostra que dos domicílios que tiveram ao menos um viajante, 73,7% fizeram uma viagem no ano; e 4,1% viajaram pelo menos quatro vezes. Renda De acordo com o IBGE, em 2023, 79,7% do total de domicílios brasileiros eram formados por famílias com rendimento mensal per capita (por pessoa) menor que dois salários mínimos. No entanto, no universo de lares que tiveram ao menos um viajante, a proporção dos que recebiam menos de dois salários mínimos era 62,9%. Ou seja, os lares dentro dessa faixa de renda são sub-representados quando o assunto é viagem. Também é possível perceber a relação entre renda e viagem ao analisar as respostas dada pelos entrevistados sobre os motivos para não realizar viagens. O principal é não ter dinheiro, opção apontada por 40,1% dos entrevistados. Ao se debruçar sobre o número, o estudo identificou que entre as pessoas com renda de menos de meio salário mínimo, o percentual sobre para 55,4%. Para os que recebem entre meio e um salário mínimo, a proporção cai para 45,7%. Já no universo de quem ganha quatro ou mais salários mínimos, apenas 12,1% justificaram a falta de dinheiro. “Há uma correlação direta entre o rendimento domiciliar per capita e a ocorrência de viagens, com domicílios de maior renda realizando mais viagens”, afirma o IBGE. No total dos entrevistados, o segundo motivo para não viajar foi não ter necessidade (19,1%); e a terceira razão mais citada, não ter tempo (17,8%). Destino A maioria das viagens em 2023 teve o próprio país como destino. No ano passado, das 20,4 milhões de viagens realizadas 97% foram nacionais. Apenas 641 mil trajetos cruzaram as fronteiras do Brasil. Já em 2021, apenas 0,7% das viagens (90 mil) foram internacionais. “O resultado mostra o efeito da pandemia. O mundo se fechou”, aponta Kratochwill. Ao observar as viagens domésticas, a pesquisa mostra que o destino mais procurado é o Sudeste (43,4%), seguido pelo Nordeste (25,3%), Sul (17,4%), Centro-Oeste (7,5%) e Norte (6,4%). Sob a ótica da origem, o estudo revela que das viagens saídas de estados do Nordeste, 89,3% têm como destino a própria região. Norte (81,4%), Sudeste (82,9%) e Sul (83,1%) também têm proporções de viagens para a própria região acima de 80%. No Centro-Oeste o percentual é de 61,5%. A Pnad apurou que, em 2023, pouco mais da metade (52,6%) das viagens realizadas com pernoite foram consideradas curtas, variando de uma a cinco pernoites em 2023. “São viagens menores que podem ser conjugadas com fins de semana e feriados colados nos fins de semana”, exemplifica Kratochwill. Uma em cada quatro viagens (24,3%) sequer teve pernoite. Apenas 5,5% delas contaram com mais de 16 dias fora de casa. Tipo de viagem Em 2023, mais da metade (51,1%) dos deslocamentos foram feitos com carro particular ou de empresa. O segundo meio de transporte foi o avião (13,7%), ligeiramente à frente de ônibus de linha (13,3%). No primeiro ano da pandemia, em 2020, a proporção de viagens de avião era de 57,5%. Em 2023, 85,7% das viagens (18,1 milhões) foram por questões pessoais; enquanto 14,3% (3 milhões), profissionais. Dentre as viagens profissionais, 82,4% eram destinadas a trabalho ou negócios. O analista William Kratochwill destaca o aumento expressivo de deslocamentos para eventos e cursos para desenvolvimento profissional, que saltaram de 4,9% do total de viagens profissionais em 2020 para 11,6% em 2023. “Mesmo com o avanço da tecnologia [meios de videoconferência] ainda há demanda por esse tipo de viagem, que se mostra bastante forte”, assinala. Já entre os principais motivos para viagens pessoais, o pesquisador identificou que houve uma inversão entre lazer e “visita ou evento de familiares e amigos”. Em 2020, 38,7% indicavam viagem para os encontros,
Moraes transfere R$ 18 milhões da Starlink para a União
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu transferir para a União R$ 18,3 milhões que foram bloqueados nas contas da Starlink e da rede social X. A medida foi assinada na quarta-feira (11) e divulgada hoje pelo Supremo. Na mesma decisão, Moraes determinou o desbloqueio das contas da Starlink por entender que o valor das multas aplicadas contra rede X estão quitadas. No início deste mês, o ministro determinou o bloqueio para garantir o pagamento de multas pelo descumprimento de decisões sobre o bloqueio de perfis de investigados pela Corte na rede social X. As duas empresas pertencem ao bilionário Elon Musk. Após a decisão, a empresa norte-americana de internet via satélite recorreu ao Supremo para derrubar a decisão, mas o recurso foi rejeitado pelo ministro Cristiano Zanin. A Starlink fornece serviço de internet para áreas rurais do país e tem contratos com órgãos públicos, como as Forças Armadas e tribunais eleitorais. Agência Brasil
Tribunal Regional Eleitoral acata recurso e defere candidatura de vice de Kennedy
Por unanimidade, o plenário do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso liberou nesta sexta-feira (12) a candidatura da pedetista Miriam Calazans, vice na chapa de Domingos Kennedy (MDB) na disputa pela Prefeitura de Cuiabá. Kennedy também está apto a concorrer, porque, quando indeferiu o nome de Miriam, a Justiça Eleitoral entendeu que a chapa toda estava barrada, uma vez que não poderia haver candidatura com apenas um cabeça. A pedetista havia tido a candidatura indeferida pela juíza Suzana Guimarães Ribeiro, da 39ª Zona Eleitoral, por estar com o título suspenso, por não fazer o cadastro biométrico. Agora, o TRE reverteu a decisão. O relator do processo, juiz Eustáquio Noronha, concordou com o parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE), destacando que a candidata deverá estar com a situação regularizada no TRE, fazendo a biometria até a diplomação, caso a chapa seja eleita em outubro deste ano. O relator do caso, o juiz eleitoral Eustáquio Inácio de Noronha Neto, apontou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu um precedente quanto à regularização de títulos eleitorais por falta de cadastros biométricos. O magistrado deu provimento ao recurso da candidata desde que, se eleita, faça a regularização em data anterior à diplomação aos eleitos. O entendimento do relator foi seguido pelos outros seis magistrados: Maria Aparecida Ribeiro, Serly Marcondes, Pérsio Landim, Ciro Arapiraca, Edson Dias Reis e Luiz Otávio Marques
Operação Oráculo: Prefeitura afirma que pagou empresa após serviços de TI serem prestados
A Prefeitura de Cuiabá se manifestou por meio de nota, em relação a Operação Oráculo, deflagada na manhã desta sexta-feira (13), que tem como alvo a Empresa Cuiabana de Saúde Pública. A prefeitura informou que os dois pagamentos realizados para empresas de tecnologias da informação foram realizados de forma indenizatória após comprovação dos serviços prestados, ou seja sem licitação. A nota alegou ainda que não teve acesso aos autos, mas garantiu que irá colaborar com as investigações. Em dezembro de 2023, o Gabinete de Intervenção Estadual na Saúde de Cuiabá comunicou a existência de pagamentos suspeitos, feitos em setembro de dezembro de 2022, pela Empresa Cuiabana de Saúde Pública com suposta contratação de serviços de consultoria de tecnologia da informação. As investigações apontam diversas diligências indicaram que a ECSP realizou dois processos de pagamento, sem licitação, com a finalidade simular a contratação de uma empresa de consultoria de tecnologia de informação que, ao que tudo indica, não prestou os serviços devidos, embora tenha recebido, à época, R$ 663.568,00 mil, em dois pagamentos. Conforme a apuração da Deccor, o valor teria sido desviado dos cofres da Saúde Pública do Município de Cuiabá. Diligências e análises feitas pela delegacia especializada apontaram que os processos de pagamento foram feitos em caráter indenizatório, de modo direcionado, sem prévia licitação e com apresentação de apenas um orçamento. As circunstâncias retiraram da Administração Pública a possibilidade fazer a contratação mais vantajosa, diante da falta de competição entre empresas diferentes. Um dos processos de pagamento contava com apenas nove páginas e diversos documentos sem assinatura. No outro processo de pagamento, a empresa investigada apresentou orçamento para realização de trabalhos por 35 dias, contudo, a fiscal do contrato atestou a realização do serviço no mesmo dia da apresentação do orçamento. No dia seguinte, a empresa emitiu a nota fiscal, que foi paga 13 dias depois, antes mesmo, portanto, do período estimado no orçamento para a realização dos serviços. Além disso, os locais onde a empresa de tecnologia da informação informou que estava instalada são endereços residenciais, que não contavam com fachadas e que os vizinhos nunca ouviram falar sobre o funcionamento. Por outro lado, a prefeitura informou que o pagamento dos dois processos indenizatórios apurados foram realizados somente após a comprovação dos serviços prestados. Pontuou ainda que o gabinete de intervenção realizou todos os pagamentos de forma indenizatória e sem a devida realização de processo licitatórios. Também ressaltou que não teve acesso ao processo da investigação até o momento, mas reforça que todas as informações serão fornecidas conforme os trâmites legais. Leia a nota na íntegra: A Prefeitura de Cuiabá esclarece, em relação à ação policial realizada nesta sexta-feira (13), que envolve dois pagamentos indenizatórios feitos pela Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP) no ano de 2022: 1. O pagamento dos dois processos indenizatórios apurados foram realizados somente após a comprovação dos serviços prestados; tanto é verdade que o gabinete de intervenção realizou todos os pagamentos de forma indenizatória e sem a devida realização de processo licitatórios; 2. A Prefeitura não teve acesso ao processo da investigação até o momento, mas reforça que todas as informações serão fornecidas conforme os trâmites legais; 3. Lamentamos que, em pleno período eleitoral, a saúde pública seja novamente utilizada como ferramenta de disputa política, em prejuízo da população.
Sorriso se mantém no topo em valor de produção agrícola aponta IBGE
Sorriso (a 412 km de Cuiabá), registrou o maior valor de produção agrícola do País em 2023: R$ 8,3 bilhões, o equivalente a 1% do total nacional. Apesar da liderança, o montante representa um recuo de 27,6% em relação ao ano anterior. Os dados são da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2023, divulgada nesta quinta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento também mostra que Mato Grosso manteve a liderança nacional no valor de produção agrícola em 2023. Os números não levam em conta a seca da última safra, cujos efeitos serão sentidos nos números relativos a 2024. No ano passado, o valor da produção agrícola de Mato Grosso chegou a R$ 153,5 bilhões. O Estado é o maior produtor nacional de soja e milho e, em 2023, com a queda na cotação destes produtos, teve uma retração de 12,2% no valor, reduzindo sua participação nacional para 18,8%. Em seguida, aparece São Paulo, com 13,8% do valor de produção nacional (R$112,5 bilhões) e 9% de crescimento em relação a 2022. Municípios Pelo quinto ano consecutivo Sorriso apareceu como município com o maior valor de produção, respondendo por 1% do total nacional. Sorriso destacou-se também, mais uma vez, como o município com maior valor gerado com a produção de soja (R$ 5 bilhões) e milho (R$ 2,1 bilhões). A segunda posição no ranking foi ocupada por São Desidério (BA), que totalizou R$ 7,8 bilhões, retração de 12,4% em relação a 2022. Sapezal registrou o terceiro maior valor da produção agrícola, com R$ 7,5 bilhões, retração de 5,9% na comparação com o ano anterior. Mato Grosso tem seis municípios no ranking dos 10 que mais produziram divisas no campo no ano passado.
Líder de facção criminosa é condenado a 34 anos por autorizar morte
Apontado como líder de uma facção criminosa em Lucas do Rio Verde (a 354km de Cuiabá), o réu Leonardo de Jesus foi condenado a 34 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão, bem como ao pagamento de 21 dias-multa, pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa. O julgamento pelo Tribunal do Júri da comarca ocorreu na quarta-feira (12). O Conselho de Sentença acolheu a tese do Ministério Público de Mato Grosso e reconheceu a culpa do réu enquanto líder da facção e mandante da morte de Gediano Aparecido da Silva. Conforme a 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Lucas do Rio Verde, essa foi a segunda denúncia oferecida sobre o caso. Gediano Aparecido da Silva foi decapitado em janeiro de 2022 e teve a cabeça arremessada em uma avenida da cidade. A execução, motivada por uma disputa entre facções, foi filmada e divulgada nas redes sociais. O crime ficou nacionalmente conhecido como “Caso da Princesinha Macabra” em razão do vídeo gravado por Nithiely Catarina Day Souza, no qual ela executa a vítima com uso de uma faca, juntamente com outras pessoas. Nithiely Catarina foi julgada em maio deste ano e condenada a 32 anos e 10 meses de prisão pelo envolvimento na morte. Desta vez, o líder da facção foi condenado por ser o mandante do crime. Leonardo de Jesus deverá cumprir a pena em regime inicial fechado e não poderá recorrer da sentença em liberdade.
Princípio de incêndio em restaurante no Pantanal Shopping assusta clientes
Um princípio de incêndio na cozinha de um restaurante no Shopping Pantanal, em Cuiabá, na noite dessa quinta-feira (12), assustou os clientes. Apesar dos danos, o fogo foi contido rapidamente e ninguém ficou ferido. Em um vídeo que está circulando nas redes sociais é possível notar o grande volume de fumaça saído do shopping e se espalhando pela região. A assessoria de imprensa do centro comercial afirmou que a situação ocorreu em uma cozinha de um restaurante do piso 3. De imediato, foi acionado o sistema de combate de incêndio instalado na cozinha, bem como a Brigada de Incêndio do shopping, que atuaram de forma ágil e eficiente. O Corpo de Bombeiros Militar também foi acionado, porém, ao chegar ao local, a situação já havia se normalizado e as atividades retomadas. Apesar do susto ninguém se feriu. Veja vídeo:
Mulher é assassinada pelo marido e enterrada no quintal de casa
Uma mulher identificada como Enil Marques Barbosa, de 59 anos, foi morta pelo companheiro, na noite desta quinta-feira (12), no Distrito da Guia. Ela foi enterrada viva e estava com as mãos amarradas. Além disso, o corpo estava parcialmente carbonizado. O suspeito, identificado como Iris Divino de Freitas, de 40 anos, foi preso em flagrante. Segundo informações preliminares, a Polícia Militar foi acionada por familiares de Enil relatando seu desaparecimento. Questionado pela PM, o suspeito confessou o homicídio e afirmou que tinha enterrado o corpo no quintal da casal. As autoridades foram até o local apontado pelo suspeito, retiraram um pouco de terra e encontraram o corpo de Enil, parcialmente carbonizado, com mãos amarradas e um pano no pescoço. A área foi isolada para os trabalhos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). A motivação do crime é investigada pela Polícia Civil.
Operação Oráculo cumpre buscas contra investigados por esquema fraudulento na Empresa Cuiabana de Saúde Pública
A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) deflagrou, nesta sexta-feira (13), a Operação Oráculo para cumprimento de mandados de busca e apreensão, bloqueios de bens, sequestro de valores contra investigados por um suposto esquema na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), no ano de 2022. As ordens judiciais, que incluem ainda o afastamento de função pública de um servidor da Secretaria Adjunta de Saúde do Município de Cuiabá, foram deferidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo). Os mandados de buscas foram cumpridos em endereços vinculados a seis investigados. Além disso, foi determinado o sequestro de um imóvel, 13 veículos, um barco de pesca e o bloqueio de bens de R$ 721.297,20, que corresponde ao valor atualizado do prejuízo causado à ECSP. Também foram determinadas quatro medidas cautelares contra os seis investigados, como: proibição de manterem contato entre si, de acessarem as dependências administrativas da saúde do Município de Cuiabá; comparecer periodicamente em juízo para justificar suas atividades; proibidos de se ausentar da comarca sem autorização judicial e entrega dos passaportes. A pedido da Polícia Civil, o juízo do Nipo também proibiu a Prefeitura de Cuiabá de realizar contratação direta de serviços de consultoria de tecnologia da informação e assemelhados, sem licitação prévia. A Administração Municipal também foi proibida de contratar um servidor e outros dois ex-servidores investigados. A decisão judicial determina ainda que as empresas Dinâmica Serviços de Tecnologia e Consultoria Ltda e Rinnove Construtora Ltda estão proibidas de celebrar novos contratos com entes municipais, em especial com o Município de Cuiabá. A investigação No finalde 2023, o Gabinete de Intervenção Estadual na Saúde de Cuiabá comunicou a existência de pagamentos suspeitos, feitos em setembro de dezembro de 2022, pela Empresa Cuiabana de Saúde Pública com suposta contratação de serviços de consultoria de tecnologia da informação. Ao longo da investigação, diversas diligências indicaram que a ECSP realizou dois processos de pagamento, sem licitação, com a finalidade simular a contratação de uma empresa de consultoria de tecnologia de informação que, ao que tudo indica, não prestou os serviços devidos, embora tenha recebido, à época, R$ 663.568,00 mil, em dois pagamentos. Conforme a apuração da Deccor, o valor teria sido desviado dos cofres da Saúde Pública do Município de Cuiabá. Diligências e análises feitas pela delegacia especializada apontaram que os processos de pagamento foram feitos em caráter indenizatório, de modo direcionado, sem prévia licitação e com apresentação de apenas um orçamento. As circunstâncias retiraram da Administração Pública a possibilidade fazer a contratação mais vantajosa, diante da falta de competição entre empresas diferentes. Um dos processos de pagamento contava com apenas nove páginas e diversos documentos sem assinatura. No outro processo de pagamento, a empresa investigada apresentou orçamento para realização de trabalhos por 35 dias, contudo, a fiscal do contrato atestou a realização do serviço no mesmo dia da apresentação do orçamento. No dia seguinte, a empresa emitiu a nota fiscal, que foi paga 13 dias depois, antes mesmo, portanto, do período estimado no orçamento para a realização dos serviços. Além disso, os locais onde a empresa de tecnologia da informação informou que estava instalada são endereços residenciais, que não contavam com fachadas e que os vizinhos nunca ouviram falar sobre o funcionamento. Em 2023, a empresa de tecnologia de informação se transformou em uma construtora. No mesmo ano, uma outra empresa, que vendia lubrificantes, peças e aceessórios para veículos mudou suas atividades para o ramo de tecnologia da informação e assumiu o nome utilizado pela empresa que recebeu valores da saúde cuiabana. Associação criminosa O inquérito policial apurou que, para que o esquema funcionasse, foi necessária a organização das funções dos suspeitos em alguns núcleos. Dentro da Empresa Cuiabana de Saúde Pública, diretores eram incumbidos da autorização dos pagamentos fraudulentos, pois eram eles que possuíam poder de decisão. Outra servidora, apesar de estar lotada, à época, na Secretaria Municipal de Saúde, atestou falsamente, ao que tudo indica, a realização dos serviços na Empresa Cuiabana de Saúde Pública. Na empresa de tecnologia da informação, os três proprietários do período emitiram as notas fiscais que possibilitaram os pagamentos pela ECSP mesmo que, ao que tudo indica, os serviços não tenham sido prestados. Os cumprimentos dos mandados da Operação Oráculo contaram com apoio de equipes da Delegacia Fazendária, Delegacia Especializada do Meio Ambiente e Gerência de Combate ao Crime Organizado.
Operação cumpre 76 ordens judiciais contra grupo de estelionatários que aplicou golpes em vendas de veículos
A Operação Smurfs, deflagrada nesta sexta-feira (13) pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis, cumpre 76 ordens judiciais contra uma organização criminosa formada por estelionatários que aplicaram golpes da falsa venda de veículos e lavaram o dinheiro obtido com as transações ilícitas. Foram decretados pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo) 16 mandados de busca e apreensão, 20 afastamentos de sigilo bancário e outras 20 medidas cautelares. A decisão judicial determinou ainda 20 bloqueios de contas dos investigados no valor de até 163.400,00 mil, mas que podem chegar a 3.260 milhões de reais. Entre as medidas cautelares contra os 20 investigados estão: proibição de entrar ou manter contato com as vítimas; proibição de se ausentar da comarca de Rondonópolis ou daquela em que residem; não manter contato com os demais investigados; manter endereço e telefone atualizados e comparecer às intimações da autoridade policial e aos atos judiciais. Os mandados serão cumpridos nas cidades de Rondonópolis, Alto Taquari, Poxoréu e Várzea Grande. Pulverização dos valores A investigação da Derf de Rondonópolis identificou, ao menos, 10 vítimas do grupo criminoso que aplicou o popularmente conhecido como ‘golpe do intermediário, falsa venda de carro ou golpe do OLX’. As vítimas, tanto comprador e como vendedor do produto, são ludibriadas por um terceiro que as induz a erro, quando são levadas a pagar por um bem, na maioria das vezes um veículo, que jamais foi entregue a quem o adquiriu. A equipe investigativa identificou que os criminosos se dividiram em três grupos. O núcleo principal era responsável por aplicar a engenharia social, identificando as vítimas e divulgando os falsos anúncios nas plataformas de e-commerce de compra e venda de veículos. O núcleo intermediário agia na localização de contas bancárias para o recebimento dos valores aplicados com os golpes. Já o terceiro núcleo era formado pelas pessoas que forneceram as contas bancárias para receber o dinheiro criminoso e pulverizar os valores. O nome da operação faz alusão ao termo ‘smurfing’, técnica conhecida para a lavagem de dinheiro, quando grandes quantias são pulverizadas em quantidades menores e menos suspeitas. A partir da pulverização do dinheiro, os valores são depositados em uma ou mais contas bancárias, por várias pessoas (smurfs), ou até mesmo por uma única pessoa durante um longo período, como forma de ocultar a origem ilícita e tentar despistar a investigação. A Operação Smurfs emprega um efetivo policial das unidades da Regional de Rondonópolis: 1a Delegacia, DHPP, Delegacia da Mulher, Delegacias de Alto Taquari, Alto Araguaia, Alto Garças, Itiquira e Poxoréu; e ainda a Gerência de Combate ao Crime Organizado.