Ministério Público Eleitoral pede indeferimento do registro de candidatura de Edna
O Ministério Público Eleitoral pediu o indeferimento do registro de candidatura da vereadora cassada Edna Sampaio (PT) por estar, atualmente, inelegível. O pedido é assinado pela promotora de Justiça Eleitoral Marcia Borges Silca Campos Furlan. De acordo com o MPE, foram identificadas causas de inelegibilidade relacionadas a um processo administrativo disciplinar (PAD) que resultou na cassação de seu mandato em 6 de junho de 2024, devido acusação de suposta prática de “rachadinha” no uso irregular da verba indenizatória do chefe de gabinete. A primeira cassação ocorreu em outubro de 2023, mas ela conseguiu o cargo de volta após uma decisão judicial. A Justiça entendeu que os vereadores não respeitaram os prazos do trâmite do processo. A promotora frisou que Edna recorreu, mas já teve dois recursos negados, de modo que sua cassação continua vigente. “Em consulta ao PJE constatou-se que ela chegou a interpor o Agravo de Instrumento nº 1012647-90.2024.8.11.0000 em face da mencionada decisão e o Recurso não foi conhecido pelo TJMT”, diz tredo do documento. O Ministério Público Eleitoral, considerando a inelegibilidade confirmada pela perda do mandato por infração de normas constitucionais, recomendou o indeferimento do pedido de registro de candidatura de Edna Luzia Almeida Sampaio. “Ante o exposto, considerando-se que a Requerente é, atualmente, inelegível, o Ministério Público Estadual se manifesta pelo indeferimento do Requerimento de Registro de Candidatura de Edna Luzia Almeida Sampaio”, pediu. A decisão final sobre o registro de candidatura de Edna Sampaio ainda será tomada pela Justiça Eleitoral.
Seja o arquiteto da sua própria vida!
Soraya Medeiros O ser humano possui a habilidade de discernir o mundo ao seu redor Antes de tudo, é fundamental compreender o significado do que vou abordar aqui: Quando alguém te diz o que fazer. Quem diz, direciona sua fala a alguém. O verbo “dizer” não exige preposição ao expressar uma ideia, mas requer quando se refere a quem a mensagem é endereçada. Da mesma forma, na vida, podemos tanto falar quanto ouvir. No entanto, escutamos de verdade apenas quando certas condições são atendidas—considerando quem está falando e para quem a mensagem é destinada. O ser humano, com sua extraordinária capacidade sensorial e cognitiva, possui a habilidade de discernir o mundo ao seu redor. Estamos todos aptos a escutar aquilo que faz sentido em nossas vidas, mas é essencial aprender a distinguir o que deve ou não ser absorvido. Este texto tem o objetivo de demonstrar as diferenças entre o dizer, quem diz, e o ouvir, para quem escuta. Nem toda comunicação merece nossa atenção, especialmente quando se trata de uma opinião alheia não solicitada. Ao longo da vida, somos cercados por diversas pessoas—sejam familiares, amigos, colegas de trabalho ou membros de outras comunidades. Nesse ambiente, é essencial: Autoconhecimento: Aprender a se conhecer profundamente, estabelecendo limites claros para o que não nos agrada. Seleção de Influências: Selecionar cuidadosamente as pessoas ao nosso redor que realmente merecem ser ouvidas. A comunicação é um aspecto fundamental nas relações interpessoais. Ela não só serve como um meio para transmitir ideias e sentimentos, mas também como uma ponte que conecta pessoas, ajudando a construir relacionamentos sólidos e significativos. Para que essa ponte seja forte, é essencial que a comunicação seja tanto assertiva quanto empática. O que é Comunicação Assertiva? A comunicação assertiva é a habilidade de expressar pensamentos, sentimentos e necessidades de maneira clara e direta, sem agredir ou menosprezar o outro. Ela envolve o uso de uma linguagem clara, objetiva e respeitosa, permitindo que você defenda seus direitos e pontos de vista sem desrespeitar os direitos dos outros. A importância da Empatia Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de entender e sentir o que o outro está vivenciando. Quando combinada com a assertividade, a empatia transforma a comunicação em uma ferramenta poderosa para resolver conflitos e fortalecer relacionamentos. Em qualquer relacionamento, seja pessoal ou profissional, é inevitável que surjam opiniões divergentes. A maneira como lidamos com essas diferenças pode determinar a qualidade do relacionamento. A comunicação assertiva e empática é essencial nesse contexto. Ouvir Ativamente: Antes de responder a uma opinião divergente, é importante ouvir ativamente o que a outra pessoa está dizendo. Isso significa prestar atenção não apenas às palavras, mas também ao tom de voz, às expressões faciais e à linguagem corporal. Responder com Respeito: Ao responder, use uma linguagem que reconheça o ponto de vista do outro, mesmo que você discorde. Frases como “Eu entendo seu ponto de vista, mas vejo de outra forma…” mostram respeito e abrem espaço para um diálogo construtivo. Expressar seus Sentimentos: Não hesite em expressar como você se sente em relação à opinião divergente, mas faça isso de forma clara e não agressiva. Dizer “Eu me sinto desconfortável com essa ideia porque…” ajuda a comunicar suas emoções sem culpar ou atacar o outro. Buscar um Meio-Termo: Em muitos casos, encontrar um compromisso que atenda às necessidades de ambas as partes pode ser a melhor solução. Isso não significa ceder em tudo, mas sim encontrar um terreno comum onde ambos possam se sentir valorizados. Quando você pratica a comunicação assertiva e empática, você contribui para a criação de um ambiente de confiança e respeito. Isso fortalece os laços e promove relacionamentos mais saudáveis, onde as diferenças são vistas como oportunidades de crescimento, e não como barreiras. Nos dias de hoje, é comum encontrar aqueles que opinam sobre tudo e todos, muitos dos quais criticam ou subestimam nossas capacidades. No entanto, cabe a você a responsabilidade de buscar aprendizado, evolução, e manter-se em um caminho de ascensão intelectual e espiritual. Os bons grupos, em geral, são liderados por alguém que inspira e instrui—não ditando o que fazer, mas servindo como exemplo a ser seguido, ou apenas como uma fonte de motivação. O essencial é reconhecer essas pessoas iluminadas que se comprometem em construir bons pensamentos, bons sentimentos e boas ações. Pessoas altruístas, que se posicionam a favor do coletivo, promovem o crescimento de todos, sem buscar glória pessoal. Há uma diferença significativa entre aqueles que compartilham conhecimento livremente, espalhando amorosidade, e aqueles que escolhem a dedo a quem esse conhecimento deve chegar. Não existe distinção perante a lei humana ou cósmica sobre quem pode ou não pode. O determinismo reside em você. Se disser a si mesmo que pode ou deve, ninguém poderá te dizer que não. Não se diminua nem se deixe levar pela opinião alheia. Não conceda poder a quem não o possui. Posicione-se a favor de si mesmo. Aprenda a reconhecer quem realmente deseja o seu bem, observando como essas pessoas ensinam, orientam, e escolhem suas palavras. Saiba identificar aqueles que orientam e ensinam porque genuinamente querem ver você crescer, seja em seu meio social ou profissional. Acredite na existência de pessoas que espalham amorosidade pelo mundo. Elas estão por aí, servindo gentilmente e acariciando o coração de todos, sem distinção. Aprenda a ouvir apenas o que faz sentido para a sua vida. E, se encontrar alguém que limita o seu ser sem oferecer amizade, aperfeiçoamento, aprendizado e evolução, não hesite em seguir outro caminho. Afinal, quem não sabe ensinar, não pode te orientar, muito menos te criticar. Quem não aprendeu a amar, jamais entenderá o verdadeiro significado do amor, além da imagem poética de um coração, mas sem a profundidade de sentir o que de fato é. Soraya Medeiros é jornalista. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
Tempo da criação
Deusdédit de Almeida Papa se tornou referência em relação aos grandes desafios da humanidade O Papa Franscisco, se tornou uma referência internacional em relação aos grandes desafios da humanidade neste momento da história, sobretudo em relação a crise socioambiental e climática. Em sua encíclica Laudato Si (louvado seja-2015), sobre o cuidado com a casa comum e na exortação “Laudate Deum”(Louvai a Deus-2023), sobre a crise climática, ele faz um chamamento para todos os homens de boa-vontade, para colaborar com a salvação do planeta, a nossa casa comum. Porquanto, como somo seres vivos, somos parte do meio ambiente. Somos frutos do ar que respiramos, da água que bebemos e dos alimentos que consumimos. Portanto, a destruição do planeta é, também, nossa destruição. Há uma percepção clara que o avanço do aquecimento global vem causando eventos climáticos cada vez mais extremos, com mais velocidade e mais intensidade. Não são castigos Divinos, mas consequências das ações ou intervenções nocivas e agressivas humanas na natureza. Na verdade, os eventos climáticos extremos são vinganças da própria natureza contra sua depredação. É dentro deste contexto que se situa esta iniciativa do Papa Franscisco de propor a celebração do “Tempo da criação”. Sem dúvida, é uma iniciativa educativa muito sugestiva e oportuna. O tempo da criação terá início no dia 1º de setembro, com a missa de abertura, às 9:00 HR, na Catedral e vai até o dia 4 de outubro, festa de S. Francisco de Assis, patrono da ecologia. Em que consiste o tempo da criação? É tempo de reflexão, discussão e oração pelo planeta e pelo fortalecimento da consciência ecológica e ambiental. Os esforços das Instituições públicas de defesa do meio ambiente são louváveis e importantíssimos, porém, é indispensável e absolutamente necessária a participação, de cada cidadão. O tema para o Tempo da Criação de 2024 é: “ESPERAR E AGIR COM A CRIAÇÃO”. São as “as primícias da esperança”, inspirado na Carta aos Romanos (8,19-25). Os tempos em que vivemos mostram que não nos relacionamos com a Terra como um presente do nosso Criador, mas como um recurso a ser utilizado. Olhar a natureza só como instrumento de lucro, é uma relação deletéria com a natureza. “A Criação sofre” devido ao nosso egoísmo e ações insustentáveis que a prejudicam, mas nos ensina que a esperança está presente na espera, na expectativa de um futuro melhor. O sétimo mandamento da lei de Deus diz: Não furtarás”. Este mandamento da santa lei de Deus tem uma dimensão social e ambiental. Manda respeitar, também, a integridade da criação, não se apropriando, egoisticamente, dos bens da natureza, como os seres animados (vivos) e inanimados (solos, águas, ar, pedras), os animais e plantas, os quais estão, naturalmente, destinados ao bem comum da humanidade: passada, presente e futura (Catecismo da Igreja Católica, n. 2415). A encíclica Laudato Si afirma que hoje, “temos uma verdadeira dívida ecológica” (Ls,51). Recordo, também, as palavras do secretário geral da ONU, Antônio Guterres, na COP 27: “estamos na estrada para o inferno climático. A humanidade tem uma escolha: cooperar ou perecer, ou é pacto de solidariedade climática, ou um pacto de suicídio coletivo”. Em 2021 criamos na Arquidiocese de Cuiabá, com ajuda de alguns leigos e leigas, com boa formação científica e ambiental, a pastoral da ecologia integral na arquidiocese de Cuiabá, inspirado no estudo da “laudato Si”. A Pastoral da ecologia Integral é uma pastoral transversal e não setorial, isto é, perpassa todos os grupos, pastorais, movimentos e associações eclesiais. Ela busca mobilizar as forças vivas da Igreja para uma ação orgânica em defesa da natureza e da proteção ambiental. São temas que já fazem parte dos conteúdos da catequese das crianças. A pastoral da Ecologia lembra que Deus privilegiou o Mato grosso com sua obra criadora, emoldurando a nossa cidade verde com três ecossistemas: Pantanal, Cerrado e Amazônia. Temos responsabilidade de preservar para as gerações futuras os encantos e exuberâncias desses três biomas naturais. É preciso pensar globalmente e agir localmente, cada um fazendo a sua parte e agindo no seu quadrado: Limpando a calçada e o quintal, cuidando das plantas ornamentais das ruas, plantando arvores frutíferas, evitando queimar o lixo no quintal ou jogando-os nos córregos e organizando o lixo seletivo (orgânico e reciclável). São medidas simples, fáceis e que fazem a diferença no mosaico da sustentabilidade ambiental. A natureza agradece! Deusdédit de Almeida é sacerdote Diocesano na Catedral de Cuiabá. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
Produtores driblam dificuldades e investem no cultivo do feijão em Mato Grosso
Altos custos, falta de energia e mosca branca. Produzir feijão em Mato Grosso não tem sido fácil para os agricultores. No entanto, muitos produtores têm conseguido driblar as dificuldades e investido no grão. Apenas na safra 2023/2024 foram 170 mil hectares plantados, com colheita de aproximadamente 300 mil toneladas. O feijão tem sido utilizado como opção para a 3ª safra, que tem sido possível por causa da irrigação. Produtor de feijão há seis anos em Vera (458 km ao norte de Cuiabá), Rodrigo Pozzobon aliou o grão à soja, milho e arroz que já cultivava. Ele planta feijão carioca e preto, que são destinados, em sua maioria, ao mercado brasileiro, em uma área de 700 hectares. “Com a instalação da irrigação, uma cultura viável é o feijão. É mais rentável uma 3ª safra do que a aquisição de novas áreas. O mais importante é manter a terra trabalhando e extrair o máximo potencial dela. Temos enfrentado uma rentabilidade que não está como esperávamos, então vamos aguardar mais alguns meses para comercializar o feijão enquanto ele fica guardado em uma câmara fria, sem perder a qualidade e esperando por preços mais remuneradores”, afirma Pozzobon. “O feijão tem um ciclo rápido, de até 75 dias, então é esperado um aumento da área plantada com o aumento dos preços pagos aos produtores. Temos enfrentado muitas dificuldades, mas esse grão segue sendo muito viável para a 3ª safra. Mato Grosso é o 4º maior produtor de feijão do país, o que demonstra a viabilidade dessa cultura, mesmo com adversidades encontradas pelo caminho”, explica Hugo Garcia, que é agrônomo, produtor de feijão e presidente da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir-MT). Quem também acredita no feijão é o engenheiro agrônomo e consultor agronômico Ademir Gardin, que planta o grão há 12 anos e é proprietário da AD Agronomia. Ele reclama de um problema que tem afetado a produção e, consequentemente, aumentando os custos: a dificuldade com a energia elétrica. “A qualidade do fornecimento de energia é muito ruim. Muitos produtores estão reclamando. Tem pivô de irrigação parado durante o período que poderia trabalhar por conta da baixa qualidade da energia. Isso acaba aumentando o custo, porque tem que trabalhar nas horas em que a energia é mais cara. E ainda enfrentamos a questão da mosca branca, que trouxe dificuldades a quem produz”, explica Gardin. Segundo o presidente da Aprofir-MT, o déficit energético no estado tem prejudicado o agronegócio, principalmente nas culturas que utilizam mais a irrigação, como o feijão. “Já há algum tempo temos buscado soluções junto à concessionária, mas a realidade vivida no campo é de não ter energia suficiente para abastecer as fazendas. São quedas, oscilações e até falta de energia que afetam diretamente na produção”, pondera Hugo Garcia. Mesmo com essas dificuldades, que aumentam os custos do cultivo e reduzem a rentabilidade, para o engenheiro agrônomo e proprietário da Agrossistemas, Edson Pina, a tendência é que o mercado volte a se recuperar e os preços a subir. “O feijão já teve momentos bons, mas a produção de uma forma mais ampla é recente, tem uns 20 anos. Hoje os preços não estão como gostaríamos, mas os produtores têm acreditado e investido nessa 3ª safra, especialmente com o aumento da área irrigada. Essas oscilações fazem parte, mas podem impactar a produção, principalmente para o abastecimento do mercado interno. Ainda é difícil prever a próxima safra, mas temos expectativas de que haja essa melhora no mercado em breve”, avalia o proprietário da Agrossistemas.