O Rio Coxipó: abrace a sua recuperação
NEILA BARRETO No século XVII começaram as primeiras bandeiras a entrar pela região que é hoje o estado de Mato Grosso. O primeiro homem branco que chegou à região onde depois seria Cuiabá, foi o bandeirante paulista Manoel de Campos Bicudo, entre 1673 e 1682. Em sua companhia, o seu filho, Antônio Pires de Campos, com 14 anos. Em busca do ouro, acampou na foz do rio Coxipó com o Cuiabá, e deu ao local o nome de São Gonçalo, santo padroeiro dos navegantes. Em 1717, já adulto, Pires de Campos retornou à região, e no antigo São Gonçalo encontrou aldeamento de índios Coxipones. Aprisionou muitos e rebatizou o local com o nome de São Gonçalo Velho. Mais tarde, depois de muitas aventuras chega a São Gonçalo Velho, Pascoal Moreira Cabral e seus homens. Deixando alguns homens no local para tomar conta, subiu cuidadosamente o rio Coxipó e, no caminho encontraram muitos peixes secando ao sol, onde deu ao local o nome de rio dos Peixes, retrocedendo até outro córrego, o Mutuca. De volta encontrou novidades, pois seus homens haviam encontrado ouro há várias léguas do rio Coxipó, na foz do rio Cuiabá. O vilarejo ainda guarda lembranças do período colonial e recebeu o nome de Coxipó do Ouro, hoje um distrito da capital mato-grossense. Geograficamente, o rio Coxipó é um recurso hídrico, que nasce no Vale da Benção, município de Chapada dos Guimarães-MT, e percorre 78,58 km até desaguar no rio Cuiabá, na capital mato-grossense. Suas nascentes são bastantes difusas compostas de vários olhos d’agua, situadas em uma área sobre o Paredão e são protegidas pelo Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. Com a convergência desses mananciais, o rio vai ganhando volume e dessa forma, aufere as características típicas de rios da região de Cerrado, até despencar de um paredão de mais de 80 metros, para formar um dos mais famosos cartões-postais do estado de Mato Grosso: a cachoeira Véu de Noiva, cujo ponto turístico recebe inúmeros turistas de todo Brasil e do exterior. Nos primeiros quilômetros à jusante de sua cabeceira é alimentado por diversos mananciais menores, que contribuem com a vazão do rio Coxipó. Por outro lado, verificamos que no Brasil historicamente as cidades, as lavouras, sítios, chácaras e as fazendas, são alocadas nas proximidades dos mananciais e na Bacia Hidrográfica do Rio Coxipó não é diferente. Aí é que mora o perigo. A ganância cega do ser humano não consegue percorrer o caminho da conciliação entre o uso da água, da natureza, do meio ambiente e a sua atividade de negócios. Abandona a necessidade da preservação da natureza, das nascentes, da água, dos animais e do meio ambiente e, rompe em busca de suas riquezas materiais, renegando as ambientais. Conforme o engenheiro Noé Rafael da Silva, professor aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT, esta bacia, possui uma área de drenagem de 694 km², localizada entre as coordenadas geográficas de 15º 20′ a 15º 40′ de latitude sul e 55º 36′ a 56º 10′ de longitude oeste de Greenwich. Para Rafael da Silva, com o processo de urbanização e adensamento da população com a necessidade de mais moradias e, para dar maior mobilidade urbana ao município de Cuiabá, mais de sete pontes, foram construídas atravessando o Rio Coxipó tanto no perímetro urbano como na zona Rural de Cuiabá, ao longo do tempo. Algumas dessas pontes fazem parte da história de Cuiabá, como a Ponte de Ferro do Coxipó, inaugurada em 20 de junho de 1897, hoje apenas um monumento. Esse fato também contribuiu de forma significativa para acelerar os impactos e degradação ambientais na bacia do rio Coxipó. Na capital, o rio Coxipó abastece de água potável a população por meio da Captação e Tratamento de Água da Estação de Tratamento de Água – ETA, no bairro Tijucal, bem como, a ETA do Coxipó do Ouro que abastece de água todo o distrito, informou Rafael da Silva. Vale informar que o rio Coxipó, em seu curso final, atravessa a região metropolitana de Cuiabá, cujo trecho já serviu de balneário e recreação, motivo de orgulho e tradição da população, hoje transformados em esgotos fétidos que desaguam no rio Cuiabá. O manancial drena a região urbana, recebe os esgotos da cidade de Cuiabá antes de atingir sua foz, localizada na região do Horto Florestal, próximo a antiga ponte de ferro, no bairro Coxipó. Daí em diante vai poluindo as cidades ribeirinhas até chegar ao pantanal de Mato Grosso. É importante que as autoridades competentes tomem consciência que, a preservação do rio Coxipó e de suas margens, deverá estar sempre em evidência pois devido as diversas atividades antrópicas tais como, mineração, fazendas, chácaras, loteamentos, esgoto doméstico, e queimadas, entre outros, de certa forma, acelera a destruição de toda a mata ciliar. Tomando como referência a região metropolitana de Cuiabá, à montante do rio Coxipó, a água pode ser utilizada ao abastecimento doméstico após tratamento convencional, à proteção das comunidades aquáticas, à recreação de contato primário, irrigação de hortaliças e frutíferas e à criação natural e/ou intensiva de espécies destinadas à alimentação humana. Já na foz do rio Coxipó, é visível a piora da qualidade água, testemunhou Rafael da Silva, necessitando urgente de providências dos órgãos ambientais competentes. Apesar da degradação ambiental estar por toda extensão do rio Coxipó, é possível mitigar toda a bacia e, portanto, urge que as autoridades responsáveis, bem como, a iniciativa privada e a população, em conjunto, implementem um plano de conscientização e vigilância em toda a bacia hidrográfica do rio Coxipó, com o objetivo de sua recuperação, oferecendo à sua população águas límpidas para beber, lazer, pesca e a alegria das famílias mato-grossense. NEILA BARRETO é jornalista, historiadora e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
Pedidos aos prefeitos
Luiz Henrique Lima Prefeitos e prefeitas, por favor, lembrem-se: cuidem de nossas escolas! Não quero fazer pedidos aos candidatos. Quero pedir aos prefeitos e prefeitas que forem eleitos em outubro próximo. Não quero pedir ao prefeito de um município especificamente, mas aos de todos. Os pedidos não guardam relação com política partidária ou ideologia. Podem e devem ser atendidos por prefeitos de esquerda, de centro, de direita ou, como ouvi certa vez, de alhures. Os pedidos não são para nomear alguém, contratar alguma empresa ou conceder algum benefício fiscal. Não exigem a edição de nenhuma nova lei ou decreto e os recursos necessários para atendê-los sempre estiveram dentro dos orçamentos. Os pedidos não são complexos. Ao contrário, resumem-se em quatro palavras: cuidem de nossas escolas. Somente isso: cuidar das escolas públicas municipais. O Censo escolar de 2023, disponível em https://www.gov.br/inep, nos apresenta uma fotografia triste e vergonhosa de nossas redes escolares. Ele abrange 178,5 mil escolas da rede básica, com 47,3 milhões de matrículas e 2,4 milhões de professores. No limite deste artigo, falaremos das 23,3 milhões de crianças matriculadas nas 107 mil escolas públicas municipais, sob gestão direta dos prefeitos. Nas redes municipais, menos da metade das escolas que oferecem educação infantil possuem instalações sanitárias adequadas. E mais de 60% não dispõem de biblioteca, material para atividades artísticas, áreas verdes ou parque infantil. E na outra ponta, nos anos finais do ensino fundamental, mais de metade das escolas não possuem quadra de esportes, mais de 90% não contam com laboratórios de ciências e ainda 43% não têm uma biblioteca ou sala de leitura. Esses percentuais são nacionais, mas as carências ocorrem em praticamente todos os municípios brasileiros. Refiro-me aqui apenas à infraestrutura escolar, porque em artigo recente abordei os resultados do IDEB, com graves indicadores de deficiências na qualidade do ensino. Entendo que seja evidente para todos, inclusive para os futuros prefeitos, que a grande maioria das crianças matriculadas nas redes municipais, se não tiver acesso a livros ou atividades esportivas e artísticas no ambiente escolar, muito dificilmente os encontrará nas comunidades onde residem. Mas o Censo possui muitas outras informações úteis para o planejamento de uma política educacional responsável, como a necessidade de ampliação da educação especial, do ensino em horário integral, da formação adequada dos docentes, entre outros. Um prefeito ou prefeita admirável é aquele que, no dia seguinte à proclamação dos resultados eleitorais, reunir a sua equipe e estudar os dados de cada uma das escolas de sua cidade e áreas rurais, iniciando, antes mesmo da posse, um projeto de transformação da educação municipal. Prefeitos e prefeitas, por favor, lembrem-se a cada dia de seus futuros mandatos: cuidem de nossas escolas! Luiz Henrique Lima é conselheiro certificado e professor. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
Abilio Brunin promove adesivaço drive-thru neste sábado
O candidato a prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL), realizará neste sábado (24), a partir das 16h30, o primeiro drive-thru de adesivaço em seu comitê de campanha, localizado no posto desativado, na Av. Miguel Sutil, nº 5750, bairro Despraiado. Em vídeo descontraído postado em suas redes sociais, Abilio gravou em frente ao seu comitê, e mostrou várias interrupções durante a gravação por conta de buzinadas e acenos carinhosos de motoristas e motociclistas que passavam pelo local. “Vamos juntos resgatar Cuiabá, vai dar certo, vamos pra cima”. Veja vídeo: