Martelo batido
Licio Antonio A figura do vice-prefeito, na hierarquia do Executivo municipal, tem papel importantíssimo O engendramento político partidário, tanto na esfera: federal, estadual assim como na municipal, obedecem rigorosamente ás questões inerentes as suas atribuições e inserções, guardadas devidamente às suas peculiaridades. A figura do vice-prefeito, na hierarquia do Executivo municipal, tem papel importantíssimo por ser o segundo nome na ausência ou vacância de um prefeito, entre tantas outras atribuições. O papel do vice em uma administração municipal, deixou de ser meramente figurativa, passou a ganhar contornos de maior notoriedade, em função do protagonismo e qualificação dos mesmos. Tanto é verdade, que a escolha do vice do Eduardo Botelho (União Brasil), durou uma eternidade causando inúmeras especulações e figurações de uma infinidade de postulantes ao cargo; quem não quer ser pai de filho bonito. Não podemos perder de vista, dentre as inúmeras atribuições de um vice-prefeito, cabe a ele também a responsabilidade por tarefas administrativas de auxílio, durante o pleno exercício do prefeito, desde que esteja dentro da descrição inicial do cargo. No apagar das luzes o martelo foi batido, tendo como escolhido para vice do Eduardo Botelho (União), o médico Marcelo Sandrin (Republicanos), um excelente nome, por certo irá agregar bastante. No meu artigo anterior, ventilei a possibilidade de dois nomes, o primeiro seria Felipe Wellaton, por perfil jovem batalhador e arrojado, com passagens por vários cargos eletivos, e por ter sido vice em 2020, com atuação brilhante. O segundo nome foi do escolhido, o médico Marcelo Sandrin (Republicanos), com perfil técnico, com mais de 50 anos de experiência se especializando em UTIs no Hospital Geral e no antigo Pronto socorro de Cuiabá. Eu acompanho pari passu, os renomados sites da capital, em um deles, o vice Sandrin afirmou que dificilmente assumirá a condição de secretário da Pasta da Saúde em Cuiabá. Belíssima fala do vice-prefeito Marcelo Sandrin (Republicanos), de não querer trazer para si, a pecha de salvador da pátria, embora ele seja uma referência na Saúde. Ele está certíssimo uma vez que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), praticamente sucateou o município de Cuiabá de cabo a rabo, portanto não podemos setorizar os problemas caóticos da nossa capital, embora o ponto nevrálgico seja a Saúde. Se por um lado, o partido Republicanos sai fortalecido, com a indicação do Dr. Marcelo Sandrin para vice, o partido acaba perdendo na proporcional o maior puxador de voto, que nas últimas pesquisar aparecia na ponta. Essa indicação por certo, dentro do partido Republicanos poderá reduzir o número de vereadores eleitos pelo mesmo, porém favorecerá a aqueles que estão crescendo, a exemplo o candidato Robertinho Fernandes (Republicanos), que vem se despontando na agremiação. Licio Antonio Malheiros – é geógrafo e professor. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias
Felicidade e Sofrimento
Gonçalo Antunes A vida simples, rodeada de amigos e sem medo do desconhecido, talvez seja a chave A filosofia de Epicuro, um dos grandes pensadores da antiguidade, oferece uma perspectiva única sobre a vida e a busca pela felicidade. Epicuro, nascido em 341 a.C. na ilha de Samos, fundou uma escola de pensamento que enfatizava a importância do prazer e da ausência de dor como caminho para uma vida plena. A simplicidade e a busca pelo equilíbrio eram centrais em suas ideias, buscando uma vida tranquila e feliz. Epicuro resumiu sua filosofia em um conjunto de ensinamentos conhecidos como “Os Quatro Remédios” (Tetrapharmakos), que servem como guia para evitar a dor e alcançar o prazer, garantindo a ataraxia: não tema os deuses. Ele acreditava que os deuses, se existissem, não interferiam nas vidas humanas. Portanto, não havia razão para temê-los ou buscar sua aprovação. Não tema a morte: segundo Epicuro, a morte não deve ser temida, pois, quando se está vivo, a morte não está presente, e quando a morte chega, não se existe mais. A morte é apenas a ausência de sensações. O bem é fácil de obter: os desejos naturais e necessários (como a fome e a sede) são fáceis de satisfazer. Buscar a simplicidade e evitar desejos extravagantes faz aproximar da felicidade. O mal é fácil de suportar: a dor é geralmente de curta duração. Quando intensa, tende a ser passageira, e quando crônica, tende a ser suportável. Viktor Frankl, psiquiatra e sobrevivente do Holocausto, desenvolveu a logoterapia, uma abordagem psicoterapêutica centrada na busca de sentido. Em seu livro “Em Busca de Sentido”, Frankl argumenta que o sofrimento se torna suportável quando encontramos um propósito ou significado para ele. A capacidade humana de encontrar sentido nas adversidades é um fator crucial para a resiliência e a superação do sofrimento. O sofrimento não é apenas uma experiência individual, mas também uma construção cultural. Diferentes culturas têm maneiras variadas de entender e lidar com o sofrimento. Rituais, tradições e crenças influenciam como as pessoas percebem e respondem à dor e à adversidade. Embora o sofrimento seja frequentemente visto como uma experiência negativa, ele também pode ser uma fonte de crescimento e transformação. A dialética do sofrimento sugere que ele pode levar à introspecção, à empatia e à sabedoria. Grandes realizações artísticas, filosóficas e científicas muitas vezes emergem de crises pessoais e sociais. Apesar das ideias de Epicuro tenham sido eclipsadas por outras correntes filosóficas ao longo dos séculos, seu pensamento teve um renascimento na modernidade. Filósofos e pensadores contemporâneos encontram em suas ideias uma resposta para as ansiedades e complexidades da vida moderna. A ênfase na simplicidade, na busca por prazeres naturais e na valorização das relações humanas ressoa com aqueles que procuram um refúgio das pressões da sociedade atual. A vida simples, rodeada de amigos e sem medo do desconhecido, talvez seja a chave para a felicidade. Epicuro fundou o “Jardim”, uma comunidade onde ele e seus seguidores podiam praticar seus ensinamentos longe das preocupações e excessos da sociedade ateniense. Portanto, lembrem-se: cada um pode criar o seu jardim e ser feliz. É por aí… Gonçalo Antunes de Barros Neto – tem formação em Filosofia, Sociologia e Direito. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias.
Cuiabá tão próxima de Caracas
Sebastião Carlos Como o PT irá se comportar quando questionado de uma questão tão fundamental? Quão próximo está a nossa capital da capital da Venezuela? Se formos medir em distância física será em torno de 2.800 kms em linha reta, ou perto de 5.000 kms por estradas, nem sempre facilmente transitáveis. Mas, e se formos medir em distância política? A distância será bem menor. Como assim? Já está a indagar o leitor. E eu já tento a explicar. Os fatos que envolvem o processo eleitoral no país vizinho estão expostos em todos os meios de comunicações em todo o mundo. Aliás, eles antecedem mesmo a eleição propriamente dita. Potenciais candidatos da oposição foram presos, exilados ou impedidos de concorrer. Eleitores bloqueados em seu direito de se inscrever e mesmo de comparecer às secções eleitorais. Tudo público e notório. A insanidade do ditador de plantão não teve, e nem está tendo, limites. Não vamos falar da caótica situação econômica que em poucos anos transformou um dos países mais ricos da América, graças ao petróleo, em escombro miserável, com uma multidão de pessoas vivendo em condição sub-humana ou buscando o exilio. Só no Brasil já são perto de seiscentos mil. No mesmo passo dessa situação, se pode apontar a catastrófica destruição ambiental, acelerada sobretudo por sua maior riqueza o petróleo. A PDVSA que já foi classificada como a terceira maior empresa da América Latina e, segundo a Fortune, a 41ª empresa petrolífera entre as 500 maiores do mundo. Hoje sucateada, contribui para poluir os rios e a floresta onde explora o petróleo, gerando uma destruição ambiental sem precedentes. Além, é claro, da dívida altíssima que tem para com o Brasil. Mas, falemos de política, e mais especificamente da fala do presidente Lula feita em Cuiabá. Nesta terça feira [30], em entrevista à TV Centro América, o presidente se manifestou de forma indigna à história da qual a tantos anos tem sido figura proeminente e da qual é fruto o seu sucesso político. Disse, com a cara limpa de um anjo caído na terra, de que “não tem nada de grave, nada de assustador” acontecendo no país vizinho e de que “é normal que tenha uma briga” entre Maduro e a oposição. Disse outras coisitas mais, todas capazes de arrepiar e envergonhar menino de grupo escolar. Tais distorções foram ditas no mesmo dia em que a autoproclamada reeleição de Maduro era bravamente contestada pelo povo insurgente nas ruas incandescidas de Caracas e de outras cidades e vilas do país, e em que já se começavam a contar os cadáveres e os presos chegavam a perto de mil, incluindo as mais expressivas figuras da oposição. Lula, que está perdendo crescentemente o seu realce internacional, afirmava tal estultícia quando o mundo democrático já começara a questionar o anúncio do resultado que atribuía a vitória ao ditador, sem que disso tenha havido qualquer comprovação, já que as atas e os documentos eleitorais simplesmente desapareceram. O respeitado Centro Carter, o único observador independente admitido pelo governo, emitira parecer no qual considerou “grave violação dos princípios eleitorais” o anúncio da reeleição de Maduro sem a divulgação das atas com os resultados de cada seção eleitoral. Ressalve-se, no entanto, que houve o imediato reconhecimento dos “democráticos” presidentes da Rússia, da China, de Cuba, da Nicaragua etc. Estes sim sabem fazer eleições com a mais ampla participação da oposição. De quebra, Lula uma vez mais criticou interferências de outros países nos assuntos internos, numa indireta aos Estados Unidos. O princípio da soberania das nações deve ser sagrado. Só que, para quem assistiu nos meses recentes a ameaça de invasão que Nicolas fez, e faz, à Guiana com quem vem mantém disputas territoriais, vê-se muito bem que a atual Venezuela não tem qualquer autoridade moral para falar em soberania. Ah! A direção nacional do PT, do alto de sua sábia relevância, no dia anterior também dava como democrática e correto o resultado da eleição. O Lula procurando dar uma de equilibrado mediador disse que precisava esperar a apresentação das atas eleitorais. Escrevo na sexta feira e essas atas, prometidas ao brasileiro que seriam apresentadas dois dias depois, não apareceram. Algum néscio acredita que, se e quando chegarem, de onde vierem, serão elas autênticas? A situação se assemelha muito com o Brasil da Velha República, de antes de 1930, com os votos e urnas manipulados pelos “coronéis”. Convenhamos, nesse sistema, o sr. Lula jamais seria presidente. Ademais, se o ditador venceu, por que então essas atas sumiram, afinal não seria ele o maior interessado em apresentá-las? Já pensou se isso tivesse acontecido aqui no Brasil? Disse ainda o nosso mandatário que “é normal quem perde reclamar” e que “se continuar insatisfeita, a oposição que recorra à Justiça”. Isso parece ser uma piada de mau gosto. O brasileiro indica ser a única pessoa minimamente informada que acredita na independência do judiciário venezuelano. Há muito anos, desde Chavez, as instituições foram todas cooptadas pelo poder executivo. Os “juízes” da Comissão Nacional Eleitoral são todos nomeados pelo Presidente e a menor discordância é motivo para destituição. Será que ele pretende fazer crer que o CNE tem a mesma independência e lisura que o nosso TSE? Será que se o Lula fosse candidato de oposição na Venezuela seria hoje o Presidente da República? O Amorim poderia informar ao Lula que a senhora Caryslia Beatriz Rodríguez Rodríguez, presidente do Tribunal Supremo de Justicia, é militante chavista desde a Facultad de Derecho da Universidad Central de Venezuela e filiada ao Partido Socialista Unido de Venezuela, o partido fundado por Hugo Chavez. Antes de ser escolhida em janeiro deste ano para a presidência do TSJ, foi indicada para vários cargos importantes do regime e eleita pelo PSUV e pelo Movimiento Electoral del Pueblo, com apoio de organizações dominadas pela ditadura, para o Concejo Municipal de la Alcaldía de Caracas, da qual foi presidente, e em 2021, com a renúncia da prefeita, tornou-se a prefeita da capital. No ano seguinte, foi nomeada magistrada e tornou-se membro da Sala Electoral