Febre do Oropouche: entenda o que é a doença que preocupa o Brasil
O Ministério da Saúde define a febre do Oropouche como doença causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, identificado pela primeira vez no Brasil, em 1960, a partir da amostra de sangue de um bicho-preguiça capturado durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no país, sobretudo na região amazônica, considerada endêmica. Em 2024, entretanto, a doença passou a preocupar autoridades sanitárias brasileiras. Até o início de julho, mais de 7 mil casos haviam sido confirmados no país, com transmissão autóctone em pelo menos 16 unidades federativas. Esta semana, São Paulo confirmou os primeiros casos no interior do estado. A transmissão acontece principalmente por meio do vetor Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. No ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não-humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros. Há registros de isolamento do vírus em outras espécies de insetos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus. Já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros. Nesse cenário, o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo e comumente encontrado em ambientes urbanos, também pode transmitir o vírus. Sintomas Os sintomas da febre do Oropouche, de acordo com o ministério, são parecidos com os da dengue e incluem dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. “Nesse sentido, é importante que profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle”, alerta a pasta. O quadro clínico agudo, segundo a pasta, evolui com febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular). Outros sintomas como tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados. Casos com acometimento do sistema nervoso central (como meningite asséptica e meningoencefalite), especialmente em pacientes imunocomprometidos, e com manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia) podem ocorrer. Ainda de acordo com o ministério, parte dos pacientes (estudos relatam até 60%) pode apresentar recidiva, com manifestação dos mesmos sintomas ou apenas febre, cefaleia e mialgia após uma ou duas semanas a partir das manifestações iniciais. “Os sintomas duram de dois a sete dias, com evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves”. Mortes inéditas No último dia 25, entretanto, a Bahia confirmou duas mortes por febre do Oropouche no estado. Até então, não havia nenhum registro de óbito associado à infecção em todo o mundo. De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia, as mortes foram registradas em pacientes sem comorbidades e não gestantes. A primeira morte, uma mulher de 24 anos que residia no município de Valença, ocorreu no dia 27 de março. O segundo óbito, uma mulher de 21 anos que residia em Camamu, foi registrado no dia 10 de maio. Técnicos de vigilância em saúde baianos informaram que as pacientes apresentaram início abrupto de febre, dor de cabeça, dor retro orbital e mialgia, que rapidamente evoluíram para sintomas graves, incluindo dor abdominal intensa, sangramento e hipotensão. Diagnóstico O diagnóstico da febre do Oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial e todos os casos positivos devem ser notificados. Além de ser de notificação compulsória, a doença também é classificada pelo ministério como de notificação imediata, “em função do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública”. Tratamento Não há tratamento específico para a febre do Oropouche. A orientação das autoridades sanitárias brasileiras é que os pacientes permaneçam em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico. Em caso de sintomas suspeitos, o ministério pede que o paciente procure ajuda médica imediatamente e informe sobre uma exposição potencial à doença. Prevenção Dentre as recomendações citadas pela pasta para prevenir a febre do Oropouche estão: – Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores. – Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele. – Limpar terrenos e locais de criação de animais. – Recolher folhas e frutos que caem no solo. – Usar telas de malha fina em portas e janelas. Transmissão vertical e microcefalia Apenas em julho, o ministério publicou duas notas técnicas voltadas para gestores estaduais e municipais envolvendo a febre do Oropouche. Uma delas recomenda intensificar a vigilância de casos e alerta para a possibilidade de transmissão vertical da doença, que acontece quando o vírus é transmitido da mãe para o bebê, durante a gestação ou no parto. Em junho, a Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas analisou amostras de soro e líquor armazenadas na instituição, coletadas para investigação de arboviroses e negativas para dengue, chikungunya, zika e vírus do Nilo Ocidental. Nesse estudo, foi detectado em quatro recém-nascidos com microcefalia a presença de anticorpos contra o vírus da febre do Oropouche. “Essa é uma evidência de que ocorre transmissão vertical do vírus, porém, limitações do estudo não permitem estabelecer relação causal entre a infecção pelo vírus durante a vida uterina e malformações neurológicas nos bebês”, destacou o ministério do documento. No mês passado, a investigação laboratorial de um caso de óbito fetal com 30 semanas de gestação identificou material genético do vírus da febre do Oropouche em sangue de cordão umbilical, placenta e diversos órgãos fetais, incluindo tecido cerebral, fígado, rins, pulmões, coração e baço. “Essa é uma evidência da ocorrência de transmissão vertical do vírus. Análises laboratoriais e de dados epidemiológicos estão sendo realizadas para a conclusão e classificação final desse caso”, informou a pasta no mesmo documento.
Judoca Beatriz Souza conquista o primeiro ouro brasileiro em Paris
O esporte brasileiro conquistou a primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, com a vitória de Beatriz Souza sobre a israelense Raz Hershko na final da categoria +78kg feminino. A vitória foi desenhada logo nos primeiros 30 segundos de luta, quando a brasileira conseguiu um wazari ao derrubar a israelense, em meio a uma tentativa de aplicar um o-soto-gari – varrida por fora da perna da adversária, empurrando-a contra o pé. Com a queda da israelense, a brasileira abriu a pontuação. Com duas advertências por falta de iniciativa, o combate continuou com a israelense quase aplicando um golpe que poderia igualar o placar, mas Beatriz soube se desvencilhar, evitando tocar o solo com sua lateral ou as costas. A brasileira, então, se manteve concentrada, administrando a vantagem, com a israelense já demonstrando cansaço. A vitória colocou o Brasil na 18ª posição no quadro geral, com uma medalha de ouro, três de prata e três de bronze.
Sandrin promete “choque de gestão” na Saúde de Cuiabá se for eleito
O médico Marcelo Sandrin (Republicanos), escolhido a vice do presidente da Assembleia Legislativa (ALMT) e pré-candidato à Prefeitura de Cuiabá, Eduardo Botelho (União Brasil), disse que umas das primeiras medidas da chapa, sendo eleita, será promover um “choque” na Secretaria Municipal de Saúde, que vem enfrentado sérios problemas na gestão nos últimos anos, além do acúmulo de operações da Polícia Civil por suspeitas de fraudes na Pasta. Em seu primeiro discurso, após a confirmação como vice, Sandrin também afirmou que não indicará, ou será o será o novo secretário de Saúde, a exemplo do atual vice-prefeito José Roberto Stopa (PV) que também responde pela pasta de Obras de Cuiabá. “Se o nosso representante Botelho estiver eleito, queremos dar um choque de gestão na Saúde. Friso que não indicarei ninguém e também não serei o secretário até ordem contrária. Estou como indicado a vice-prefeito, mas tenho um trabalho administrativo”, afirmou Marcelo Sandrin à imprensa. A confirmação de Sandrin ocorreu na manhã desta sexta-feira (2), em Cuiabá, após uma reunião entre partidos aliados. O médico filiado ao Republicanos concorreu a vice com figuras referendadas pelo PP, PSDB, PRD e Podemos. “Passamos mais de dois meses reunidos nesse recinto discutindo com uma ampla gama de pessoas existe um projeto que está na mão da equipe do Botelho, dentro daquilo dali vamos buscar as pessoas capazes de levar em frente. Deus que nos ajude”, falou Sandrin. O médico frisou que não fez parte do diálogo entre o Republicanos e o União Brasil que resultou em sua escolha. De acordo com ele, todo o processo foi “democrático”, oferecendo as mesmas chances para todos que disputavam o espaço. “Sou um especialista da área fim, um médico que vem trabalhando na área de saúde pública e privada. Não participei, mas sei o que aconteceu. Depois de todo esse trabalho, se mostrou o que é democracia. Os coligados se reuniram e optaram”, encerrou Marcelo Sandrin.
Médico Marcelo Sandrin é anunciado como pré-candidato a vice-prefeito na chapa de Botelho
O médico Marcelo Sandrin, do Republicanos, foi confirmado como vice na chapa do presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União), para disputar a Prefeitura de Cuiabá. A definição foi anunciada na manhã desta sexta-feira (02), após reunião na sede do União Brasil, na capital, com os presidentes dos partidos que formam o arco de aliança de Botelho. A reunião foi comandada pelo presidente do diretório estadual do União Brasil, o governador Mauro Mendes. Além de Botelho, a deputada federal Gisela Simona (presidente municipal do União), o secretário Fabio Garcia (Casa Civil), o senador Jayme Campos (União), os deputados estaduais Carlos Avallone (presidente estadual do PSDB), Max Russi (presidente estadual do PSB) e Janaina Riva (MDB), estavam na reunião. Marco Marrafon (presidente Cidadania), o suplente de senador Mauro Carvalho (presidente regional do PRD) e os vereadores Eduardo Magalhães (presidente municipal do Republicanos) e Wilson Kero Kero (PMB), também participaram da discussão. A disputa pela indicação para a chapa de Botelho chegou a gerar descontentamento entre os partidos aliados. O Republicanos chegou a ameaçar desembarcar do palanque caso o vice fosse indicado pelo PRD, que não tem bancada na Câmara de Cuiabá, nem chapa de pré-candidatos. Durante as discussões, PP e PSB também indicaram nomes para a chapa majoritária. A chapa de Botelho e Sandrin deve ser oficializada nos próximos dias. O Republicanos fará sua convenção no sábado (03), enquanto o União fará um grande evento na segunda-feira (05), no ginásio Aecim Tocantins. Marcelo Sandrin Médico renomado na Capital, Sandrin viveu 26 anos de sua vida como migrante, seguindo por diversas cidades. Em Mato Grosso se destacou no cenário político como administrador do Hospital Santa Helena, unidade filantrópica já reconhecida como maior maternidade da região. A atuação como administrador fez com que o nome do médico fosse citado como possível candidato nas últimas eleições. Em 2022, foi quase confirmado como segundo suplente do senador Wellington Fagundes (PL). Não ocupou a função pela escolha da ex-prefeita Rosana Martinelli (PL), definida para representar a região norte de Mato Grosso.
Polícia deflagra 7ª fase da Operação Sansão para apurar denúncias de maus-tratos a animais
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada do Meio Ambiente, deflagrou a 7ª fase da Operação Sansão, para cumprimento de 30 ordens de serviço para averiguações de denúncias de maus-tratos a animais em Cuiabá e Várzea Grande. O trabalho de fiscalização realizado na quarta-feira (31.07) e quinta-feira (01.08), teve como alvos 30 endereços onde supostamente ocorrem atos de abuso ou crueldade a animais domésticos, caracterizando crime ambiental contra fauna. A ação também de cunho educativo contou com a participação das equipes da Secretaria Adjunta de Bem-Estar Animal de Cuiabá, e do Centro de Zoonoses de Várzea Grande, que deram orientações aos tutores sobre condutas que podem caracterizar crimes de maus-tratos a animais. Conforme a delegada titular da Dema, Liliane Murata, percebe-se que população de modo geral está usando meio de comunicação oficial para fazer denúncias de importunações pessoais. “Muitas vezes existe um conflito entre os vizinhos, envolvendo tutores dos animais e o denunciante, e este utiliza do fato dos cães ficarem latindo e incomodando. Então quando é feita a averiguação, constata-se que o animal não está sofrendo maus-tratos”, disse a delegada.
MPE empossa cinco novos procuradores de Justiça; saiba quem são
O Ministério Público Estadual (MPE), empossa cinco novos procuradores de Justiça, em cerimônia nesta sexta-feira (02). O evento será realizado na sede das Promotorias de Justiça de Cuiabá, a partir das 16 horas. Os empossados serão os promotores de Justiça Wagner Cezar Fachone, Josane Fátima de Carvalho Guariente, Theodósio Ferreira de Freitas, Adriano Augusto Streicher de Souza e Antônio Sergio Cordeiro Piedade. Além dos cinco novos procuradores de Justiça, também serão empossados nesta sexta-feira (02), quatro promotores de Justiça substitutos. Esta é a quinta convocação do concurso público vigente, que foi realizado nos anos de 2019 e 2020. Serão empossados Caio Rodolfo Ramos Imamura, Brício Brítzke, Giedra Dalila Meneses Brito Martins e Thiago Matheus Torteilli.
OAB pede acesso a processo para acompanhar investigações que afastou desembargadores do TJ
A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso (OAB-MT), requisitou acesso integral aos autos da Corregedoria Nacional de Justiça que culminaram nos afastamentos dos desembargadores Sebastião de Moraes e João Ferreira Filho do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Decisão do ministro Luis Felipe Salomão, corregedor-geral de Justiça, veio à tona na quinta-feira (1º) e indica a existência de um esquema de venda de sentenças na Corte mato-grossense. Em nota, a OAB-MT declarou que espera que as apurações sejam efetivadas para a devida elucidação dos fatos. Segundo sugerem as investigações do CNJ, o suposto esquema no TJMT teria como um dos protagonistas o advogado Roberto Zampieri, assassinado a tiros quando deixava seu escritório no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá no dia 5 de dezembro de 2023. Além de manter relação ‘íntima’ com os desembargadores afastados, trocando, em tese, vantagens indevidas e presentes valiosos, em troca de decisões judicias favoráveis, os autos em trâmite na Corregedoria Nacional de Justiça indicam que Zampieri atuava como uma espécie de lobista no TJMT. As investigações avançaram com o acesso aos dados extraídos do celular de Roberto Zampieri, durante a perícia para desvendar os autores e a motivação do homicídio do advogado. Agora, o CNJ deve promover uma devassa nos dados bancários dos magistrados e de servidores do TJ, referente aos últimos cinco anos, para subsidiar o caso. Veja nota na íntegra: “Diante da decisão do Conselho Nacional de Justiça nesta quinta-feira (1º), que afastou dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso por suposto envolvimento em um esquema de venda de sentenças, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso espera que as apurações sejam efetivadas para que se obtenha a devida elucidação dos fatos. Conforme o CNJ, existem indícios de possível recebimento de recompensas pelos magistrados em envolvimento com o advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023 em frente ao seu escritório, em Cuiabá. A OAB-MT informa ainda que protocolizou junto ao CNJ um pedido de acesso ao inteiro teor dos autos para acompanhar as investigações”.
Comissão de Ética da Câmara recebe inquérito da PF contra Paulo Henrique
A Comissão de Ética da Câmara de Vereadores de Cuiabá recebeu o inquérito da Polícia Federal que investiga o suposto envolvimento do vereador Paulo Henrique (MDB), o com a facção criminosa Comando Vermelho. O presidente do grupo de trabalho, o vereador Rodrigo Arruda de Sá (PSDB), realizou uma reunião nesta quinta-feira (1º) com Wilson Kero Kero (PMB) e Renivaldo Nascimento (PSDB) para discutir a condução do processo. Ficou definido o prazo de 45 dias para os parlamentares analisarem as mais de 5 mil páginas do documento. “Quero colocar em pauta, tendo em vista a longa extensão deste inquérito policial, a solicitação do prazo de 45 dias para analisar lembrando que estamos tratando de um mandato, da vida de um vereador e precisamos analisar muito esse processo”, afirmou Rodrigo Arruda. O presidente da comissão ainda colocou para votação dois requerimentos, sendo um da Procuradoria do Legislativo e outro do presidente Chico 2000 (PL), solicitando acesso ao inquérito. Os três vereadores aprovaram o pedido. A Procuradoria recomendou que a Comissão de Ética arquivasse o processo contra Paulo Henrique. No entanto, os vereadores negaram a medida e decidiram apresentaram ofício junto a Polícia Federal para obterem detalhes sobre a Operação Ragnatela. O pedido foi protocolado meses antes do recesso, mas chegou à Casa de Leis somente nas férias e passará a ser analisado a partir da próxima semana. “Enviamos um ofício à Policia Federal que no dia 19 de julho, enviou o inquérito com mais de 5 mil páginas, mas estávamos de recesso e hoje tive ciência desse procedimento”, explicou Rodrigo Arruda.
Mato Grosso soma 16 incêndios florestais; 110 bombeiros atuam no combate às chamas
Mato Grosso soma 16 incêndios florestais até o final da tarde desta quinta-feira (1°), segundo o Corpo de Bombeiros. Ao todo 110 homens da corporação atuam nos combates com apoio de dois aviões, um helicóptero, 30 caminhonetes, nove máquinas, sete caminhões-pipa e três embarcações. Nesta quinta, os militares extinguiu um dos incêndio em Alto Araguaia. Desde terça-feira (30.07), os bombeiros estavam combatendo as chamas na Área de Proteção Ambiental (APA) Córrego do Boiadeiro. As ações foram encerradas na quarta-feira (31.07) e desde quinta-feira não há focos de calor detectados pelos satélites ou pontos de incêndio na superfície. No Pantanal, 36 bombeiros combatem quatro incêndios florestais em Porto do Triunfo e na Fazenda Cambarazinho, em Poconé; e em Porto Conceição e na divisa com a Bolívia, em Cáceres. Nestes incêndios, as equipes contam com apoio de um avião, dez viaturas, nove máquinas para a construção de aceiros, quatro caminhões auto tanque e três embarcações. Auxiliam nestas ações oito funcionários da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), cinco membros da Defesa Civil do Estado, um integrante do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Ibama, militares do Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira e Marinha do Brasil. Dentro do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense (Parna Pantanal), brigadistas do ICMBio e do Ibama combatem um incêndio próximo à divisa da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estância Dorochê. Em Cuiabá, 20 bombeiros combatem um incêndio florestal às margens da MT-351, entre o Coxipó-açu e o Residencial Parque Mirella. Os militares contam com apoio de cinco viaturas. Na Serra Ricardo Franco, em Vila Bela da Santíssima Trindade, 13 bombeiros fazem o combate direto onde há acesso. As ações contam com apoio de um avião, um helicóptero, um caminhão-pipa e cinco caminhonetes. Vinte e sete bombeiros combatem incêndios florestais na Serra do Patrimônio, em Pontes e Lacerda; na Fazenda La Serena, em Paranatinga; na APA Chapada dos Guimarães, em Chapada; na região da MT-242, em Itanhangá; e no Assentamento 12 de Outubro, em Cláudia; na Fazenda Carvalho, em Canabrava do Norte; na Fazenda Itapema, em Porto Alegre do Norte; e na Fazenda Morro Alto, em Marcelândia. Monitoramento de incêndios O Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) monitora com satélites incêndios florestais na Fazenda Bauru, em Colniza; na Fazenda Floresta VII, em Apiacás; na Fazenda Guanabara e Vale Verde, em Marcelândia; na Fazenda Coroados do Norte II, em Paranaíta; na Fazenda Água Bonita, em General Carneiro; na Fazenda Santana, em Luciara; na Fazenda Surpresa, em Paranatinga; na Apa Nascente do Rio Araguaia, em Alto Taquari; na Fazenda Zamboni, em Nova Maringá; nas Fazendas Mãe Augusta I e Sinopema, em Tabaporã; na Fazenda Bandeirante V, em São Félix do Araguaia; na Fazenda Araúna, em Novo Mundo; na Fazenda Mandala, em Juara, e na Fazenda Bang-Bang, em Nova Monte Verde. Também são monitorados incêndios florestais nas Terras Indígenas Sangradouro/Volta Grande e Merure e na Reserva Indígena São Marcos, localizadas na região de Primavera do Leste. Por serem áreas indígenas, o combate deve ser feito por órgãos do Governo Federal, já que o Estado não possui autorização para atuar. Até o momento, o Corpo de Bombeiros não foi acionado. Todos os incêndios combatidos pelos militares também são monitorados pelo BEA para orientar as equipes em campo. A estiagem severa e a baixa umidade do ar têm contribuído para a propagação das chamas e o Corpo de Bombeiros pede que a população colabore e respeite o período proibitivo. A qualquer indício de incêndio, os bombeiros orientam que a denúncia seja feita pelos números 193 ou 190. Incêndios extintos Desde o início do período proibitivo, 25 incêndios florestais foram extintos em Mato Grosso em Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Poconé, Vila Bela da Santíssima Trindade, Nova Lacerda, Barão de Melgaço, Planalto da Serra, Nova Brasilândia, Rosário Oeste, Canarana, Peixoto de Azevedo, Marcelândia, Primavera do Leste, Paranaíta, Nova Mutum, Sinop, São José do Rio Claro, Alto Araguaia e Novo Santo Antônio. Focos de calor Em Mato Grosso, foram registrados 188 focos de calor entre quarta-feira e quinta-feira, conforme última checagem, às 16h30, no Programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Desses, 124 se concentram na Amazônia, 54 no Cerrado e 10 no Pantanal. Os dados são do Satélite de Referência (Aqua Tarde). Importante ressaltar que o foco de calor isolado não representa um incêndio florestal. Entretanto, um incêndio florestal conta com o acúmulo de focos de calor.
Quem são as pessoas da fila dos ossinhos?
Caiubi Kuhn Trabalhar de forma articulada as políticas municipais é o caminho Muitos brasileiros sonham em subir na vida e proporcionar uma condição melhor para suas famílias. No entanto, os indicadores sociais mostram que o Brasil é um dos piores países em termos de mobilidade social. Neste texto, apresentaremos o cenário nacional e regional relacionado à extrema pobreza. Para que o sonho da população mais pobre possa se tornar realidade, o único caminho é o acesso à educação, qualificação e boas vagas de trabalho. Conforme dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre 30 países analisados, o Brasil ocupa a segunda pior posição em relação à mobilidade social, ficando atrás apenas da Colômbia. De acordo com o estudo, um brasileiro entre os 10% mais pobres demoraria, em média, nove gerações para alcançar a renda média do país. Entre os 20% que nascem na base da pirâmide, mais de um terço permanece entre os mais pobres, e menos de 1 em cada 14 consegue chegar aos 20% mais ricos. Ou seja, em geral, o filho do pobre continua pobre. Para se ter uma ideia da diferença, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, os 1% mais ricos do Brasil ganhavam uma renda média 32,5 vezes maior que o rendimento dos 50% mais pobres. Dados mais recentes do instituto indicam que os 5% mais pobres da população vivem, ou melhor, sobrevivem, com uma renda per capita mensal de até R$ 232. Ou seja, uma família de quatro pessoas estaria vivendo com menos de R$ 928, valor bem inferior a um salário-mínimo. Conforme o IBGE, Cuiabá possui uma população de 650.877 pessoas. Considerando que por aqui também temos cerca de 5% com a renda de até R$ 232, isso significa que temos na capital mato-grossense mais de 32 mil pessoas vivendo nesta realidade. Ou seja, quase uma Arena Pantanal lotada de pessoas tentando sobreviver nestas condições. Essas pessoas provavelmente são as mesmas da fila dos ossinhos, as que moram nas ruas ou que tentam encontrar uma opção de moradia em áreas de risco ou ocupações irregulares. E como mudar essa realidade? O lubrificante para melhorar as engrenagens do elevador social é a educação. A renda de cada indivíduo está relacionada ao grau de escolaridade. Ou seja, conseguir se formar no ensino médio, cursar um curso técnico ou fazer uma universidade é o melhor caminho para subir na pirâmide. Porém, ninguém consegue estudar todo dia com fome, e por isso é preciso uma articulação forte entre a política de educação, com as políticas sociais e de trabalho e emprego. O poder público precisa construir os degraus para que a população mais pobre consiga alcançar a qualidade de vida que tanto precisa. É preciso divulgar de forma massiva as informações sobre as possibilidades de formação técnica e de nível superior. Também é necessário divulgar as políticas que existem nas universidades direcionadas para a população vulnerável. A mudança na realidade das pessoas que estão na extrema pobreza pode ser fomentada por meio do acesso à informação, pois a informação permite cultivar sonhos, e sonhar é a energia que pode ajudar e muito essas pessoas a acreditarem que elas e os filhos delas podem ter uma vida diferente. Além disso, é preciso a construção de uma política municipal de inclusão produtiva, focada em qualificar e empregar as pessoas em situação de vulnerabilidade. Trabalhar de forma articulada as políticas municipais é o caminho para conseguir mudar a realidade social de Cuiabá e do Brasil. Caiubi Kuhn é geólogo, doutor em Geociência e Meio Ambiente (UNESP) e professor na UFMT. Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabá Notícias.