A complexidade do PL do Aborto

Sonia Mazetto Justiça, que deveria proteger, acaba condenando as vítimas a um sofrimento ainda maior O Projeto de Lei (PL) do Aborto – que equipara a pena do aborto feito após as 22 semanas de gestação a de um homicídio – reascendeu discussões em todo país nas últimas semanas. De um lado, há quem argumente que apoiar o PL é ser a favor da morte. Do outro, as vítimas alegam que estão sendo violentadas duas vezes. Quando falamos em defesa da vida, precisamos compreender todas as perspectivas e contextos. E esta é uma questão delicada e complexa que exige uma análise cuidadosa. É realmente chocante pensar em um aborto realizado com 22 semanas, pois o feto já está bastante desenvolvido. Vamos ponderar? Por que chega a 22 semanas? Na maioria dos casos, isso acontece devido à morosidade de leis e trâmites que mulheres e meninas enfrentam. A lei não deve sequer contemplar a possibilidade de chegar a 22 semanas tratando esses casos como emergenciais, resolvendo rapidamente, assim que a gravidez é descoberta ou ainda em situações de estrupo, já fazer prevenção, como a pílula do dia seguinte. Simples assim. Podemos comparar esse cenário como uma pessoa aguardando início de tratamento após diagnóstico. vivendo em constante agonia enquanto a doença progride. Da mesma forma, a mulher ou menina que sofreu abuso carrega o trauma e a dor, além de ter que esperar enquanto a gravidez avança, aumentando seu sofrimento. A Justiça, que deveria proteger, acaba condenando essas vítimas a um sofrimento ainda maior. Para uma menina, que muitas vezes não tem nem maturidade fisiológica para uma gestação, forçá-la a levar adiante uma gravidez é uma violência adicional. O novo projeto de lei parece dizer que a vida do feto é mais importante do que a vida da menina ou da mulher que está gerando essa vida. Não é uma inversão de valores? Se tivermos que escolher, devemos priorizar a vida que já existe. A mulher que foi violentada não tem culpa. O aborto em 22 semanas também não é uma culpa que deve recair sobre ela, afinal foi tirado dela seu livre arbítrio, ou seja, não escolheu ser violentada. Argumentar que a criança pode ser doada após o nascimento não resolve o problema. Essa criança, fruto de um abuso, carrega uma energia de violência desde a concepção. Qualquer lugar que ela vá, será reflexo desse trauma. Assim como se diz para não comprar um produto com uma origem duvidosa, devemos considerar a origem dessa criança. Estamos condenando essa criança a uma vida marcada pela violência e pela rejeição. Não creio que Deus deseja isso para suas filhas e filhos. Mais valioso ainda é deixar o direito de escolha a mulher envolvida, porém as nossas meninas, essas precisam ser cuidadas. Esse projeto de lei, ao não considerar esses aspectos, condena duas vidas: a da mãe e a da criança. Precisamos ponderar qual é o verdadeiro propósito da vida. Não podemos ver a vida de maneira simplista; é uma questão expansiva. É fundamental que a legislação trate essas questões com a urgência e a sensibilidade que merecem. Em vez de prolongar o sofrimento das vítimas com burocracias e trâmites lentos, devemos priorizar soluções rápidas e humanizadas. Somente assim poderemos realmente proteger e valorizar a vida em todas as suas dimensões. Sonia Mazetto – é gestora de potencial humano, fonoaudióloga e palestrante. Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Cuiabá Notícias

Letalidade policial? Colocando os pingos nos is

ALEXANDRE MENDES Cinco criminosos foram neutralizados após reagirem à polícia militar em Sorriso, dias atrás. Pergunto agora. Seria essa ocorrência mais cinco mortes somadas na conta da “letalidade policial”? Seriam os policiais que participaram do confronto, doravante suspeitos de execução, considerando-se o resultado morte? O problema dessas perguntas não reside em suas respostas: um rotundo não! Mas na própria concepção de quem as concebe, cheio do pressuposto de que o criminoso que morre é vítima potencial da polícia. Um conceito distorcido que inverte os polos policial e bandido. Esse é o erro que antecede a discussão sobre os tais 800% de aumento nas mortes que está sendo atribuído à polícia. Frise-se, quem morre num confronto policial, em regra, atentou contra a vida de alguém que representa o Estado e defende nessa ação a vida. Logo, se há quem, quando sofre um atentado, que venha representar atentado à própria sociedade, este é o policial. Por isso, age como extensão do Estado, do gari ao procurador, do promotor ao professor, o policial que confronta legalmente um criminoso que reage exigindo dele essa proporção técnica. Somos profissionais e pressupor a tal “letalidade policial” é erro conceitual primário. A letalidade que querem atribuir à “polícia que mata” é, na verdade, *letalidade criminal*, isto é, fruto das facções e da ineficiência de todo um sistema estatal, inclusos nele, vale dizer, até mesmo quem propugna — via cargo público — essa falácia de que “a polícia mata”. Dizer que não há distorções e exceções é algo que não fazemos, mas daí usar a idônea instituição polícia em qualquer generalização beira má-fé. O policial não tem o dever de dispor da vida para o criminoso evitando assim o que chamam de “letalidade policial”. Quem poderia negar que nossas guarnições quando neutralizam uma ameaça, esta ameaça encontra-se armada, por vezes, até os dentes. Quem, senão o policial, pode frear o poder que essas facções querem impor mediante a violência? Cremos na educação como meio central de ação na segurança pública. No confronto em Sorriso dois eram menores, onde está a família?; um deles tem dezoito anos feitos recentemente, onde está o ensino técnico e profissionalizante?; dois deles são homens de vinte um anos, certamente optando pelo crime como forma de ganhar a vida. Recomendo conhecer a verdadeira realidade, não aquela dentro dos gabinetes refrigerados, mas a nossa, do meu irmão de farda que está na ponta, que em frações de segundo precisa agir dentro dos princípios legais, protegendo a própria vida, de terceiros inocentes e a do agressor ativo. Em frações de segundo, com batimentos cardíacos altíssimos, alterações do sistema nervoso central, e claro, muitas vezes com o suor entre os olhos. Assim, finalizo convidando todos aqueles que ainda duvidam das nossas ações à estarem ombreados conosco num exercício simulado ou, tecnicamente, em alguma ação, para justamente acompanhar e fiscalizar nossas técnicas de enfrentamento às facções criminosas. ALEXANDRE MENDES – Cel PM Comandante-Geral da PMMT. Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Cuiabá Notícias

Sanear, orgulho de Rondonópolis

PAULO JOSÉ CORREIA Em Rondonópolis temos muitas coisas que nos enchem de orgulho e satisfação. Uma delas é o saneamento básico. Diferente do que ocorre na maioria dos municípios brasileiros, aqui conseguimos universalizar o fornecimento de água tratada, a coleta e tratamento de esgoto, o recolhimento do lixo e, mais recentemente, também a coleta domiciliar dos resíduos recicláveis. A TV Globo, dias atrás, destinou uma reportagem de quase 5 minutos retratando essa conquista. Devemos reconhecer que a sequência de bons resultados foi fruto de boas escolhas. A primeira delas foi resistir a onda privatista que varria o país na década de 1990. Ao invés de ‘vender’ nosso saneamento, o mantivemos sob controle público. Criamos o Sanear, autarquia vinculada à Prefeitura, e isso fez muita diferença na hora de pleitear investimentos no município. O passo seguinte coube à classe política e à nossa equipe técnica. Aproveitando o bom relacionamento nos dois primeiros governos do presidente Lula e também da presidente Dilma, emplacamos bons projetos e a revolução aconteceu. Entre recursos onerosos e não onerosos, investimos mais de R$ 300 milhões para redimensionar o nosso saneamento e os resultados vieram. Ampliamos e reforçamos o nosso sistema de captação e distribuição de água tratada. A coleta e tratamento de esgoto, que antes atendia menos de 30% da população, hoje ocorre em todos os bairros. Fomos o primeiro município de Mato Grosso a ter um aterro sanitário e a universalizar a coleta seletiva domiciliar. Resumindo, antecipamos em 30 anos o cumprimento das metas impostas no Marco Legal do Saneamento no Brasil. O esforço e a capacidade de realização de várias gestões, destacando aqui o trabalho da saudosa companheira Terezinha Silva, tornaram Rondonópolis referência para o país. Sob o comando do prefeito José Carlos do Pátio, recebemos prêmios importantes e rotineiramente somos visitados por autoridades de outros municípios em busca de orientações para superar problemas que já equacionamos. É importante dizer que os avanços no saneamento também impactaram positivamente a nossa economia. Enquanto muitas cidades brasileiras têm projetos de investimentos parados por falta de água, esgoto ou de destinação adequado do lixo, aqui todos os empreendimentos (comerciais, industriais, imobiliários etc.) já nascem com a garantia de saneamento. E tudo isso acompanhando o rápido crescimento demográfico do município– que segundo o último censo ganhou mais de 50 mil habitantes na década passada. Claro que devemos celebrar esses resultados. Mas é preciso também continuar nos preparando para o futuro e evitar que esse patrimônio seja destruído. No primeiro caso asseguro que o Sanear está tomando as providências: renovou e ampliou a frota do Sanear, investiu na qualificação da equipe, tem um moderno programa de redução de perdas e prioriza sempre a eficiência. Também já encaminhou ao Governo do Presidente Lula projetos para o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que totalizam R$ 190 milhões. A articulação está adiantada e deve propiciar, entre outras conquistas, uma nova Estação de Tratamento de Esgoto e a mudança da nossa matriz energética, focando em fontes renováveis como a energia solar. Estamos cuidando do futuro. E precisamos da atenção de todos para garantir que o Sanear continue nas mãos dos rondonopolitanos. Agora, escolhido pelo meu partido, o PSB, como pré-candidato a prefeito, estou pronto para debater o que conquistamos e avaliar com todos o que podemos avançar. Venha com a gente! PAULO JOSÉ CORREIA é professor, ex-secretário de Habitação, ex-presidente do Sanear e pré-candidato a prefeito de Rondonópolis. Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Cuiabá Notícias  

Lúdio Cabral lança oficialmente pré-candidatura à prefeitura de Cuiabá

O deputado Lúdio Cabral (PT), lançou oficialmente sua pré-candidatura à prefeitura de Cuiabá pelo Partido dos Trabalhadores, no sábado (29), no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), na Capital. Em seu discurso o petista minimizou a polarização entre esquerda e direita e se mostrou aberto ao diálogo com todos em prol da população. “Buraco não tem ideologia. Nem Bolsonaro, nem Lula moram em Cuiabá. Vamos debater os problemas da população que vive em Cuiabá. Se o presidente fosse, Bolsonaro também buscaria parcerias”, declarou Lúdio. O petista comentou que falou ainda das pesquisas que o colocam em 1º lugar, o presidente da Assembleia Legislativa, e também pré-candidato na disputa Eduardo Botelho (UB). “A campanha vai começar em agosto. Em todas as campanhas eleitorais de Cuiabá, o cenário muda, em maio é um, junho outro e em outubro outro”, enfatizou Lúdio.     A presença do líder petista, no entanto, não é motivo de preocupação para o pré-candidato. Ele afirmou que a proximidade partidária com o presidente pode viabilizar maiores recursos para construção de casas populares, caso seja eleito.  CAMPANHA ELEITORAL Na semana passada Lúdio declarou que ainda é incerta a presença do presidente da República Luiz Inácio Lula Da Silva na campanha eleitoral. No entanto, a presença do líder petista, não é motivo de preocupação para o pré-candidato. Ele afirmou que a proximidade partidária com o presidente pode viabilizar maiores recursos para construção de casas populares, caso seja eleito. “O presidente da República ser do meu partido me dá condições para poder cobrar aquilo que Cuiabá precisa: um programa de moradia. Tem mais de 20 mil famílias sem casa em Cuiabá. [Posso dizer] ‘Presidente, vamos lá para Cuiabá trazer o Minha Casa, Minha Vida’”, disse. “Eu quero o presidente Lula aqui para, quando eu tiver governando essa cidade, trazer recursos para a população de Cuiabá. Se nós conseguirmos ter a presença dele na campanha será ótimo, se não tiver também não tem problema”, completou. Participaram do ato oficial do PT, o ministro da Agricultura (Mapa)  Carlos Fávaro, deputada federal do PT Rosa Neide, o deputado estadual do PT e presidente da sigla petista, Valdir Barranco, lideranças da Federação Brasil da Esperança (PT,  PV e PC do B), Federação do Psol – Rede , líderes sindicais e militantes dos partidos já aliados à pré – candidatura.   

Bombeiros seguem no combatendo incêndio em Porto Conceição; MT registra 152 focos de calor neste fim de semana

O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) segue combatendo o incêndio florestal que atinge a região de Porto Conceição, em Cáceres (a 220 km de Cuiabá), neste domingo (30). No local, os bombeiros atuam nas duas margens do Rio Paraguai. Do lado de Cáceres, os militares realizam a construção de aceiros para confinar o fogo, enquanto do lado de Poconé a estratégia de combate é o uso do contrafogo (o fogo controlado como estratégia para mudar a direção do incêndio).  Importante ressaltar que a região de Porto Conceição é considerada de difícil acesso. Para chegarem aos pontos de incêndio, os militares contam com apoio de embarcações, e de brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) para o combate. Estrutura de combate As ações de combate aos incêndios florestais no Pantanal envolvem o emprego de 36 militares, um avião, um helicóptero, um caminhão-pipa, oito caminhonetes, um barco, quatro pás-carregadeiras, duas motoniveladoras, um trator e dois quadriciclo, além de dois caminhões de combate a incêndios florestais. O Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) faz o monitoramento de todos os incêndios florestais do Estado via satélite, para orientar as equipes em campo. A estiagem severa e baixa umidade do ar têm contribuído para a propagação das chamas e o Corpo de Bombeiros pede que a população colabore e respeite o período proibitivo. A qualquer indício de incêndio, os bombeiros orientam que a denúncia seja feita pelos números 193 ou 190. Incêndios extintos O Corpo de Bombeiros já extinguiu dois incêndios florestais: um em Chapada dos Guimarães e outro na região da Fazenda Cambarazinho, em Poconé. Focos de calor Em Mato Grosso, foram registrados 152 focos de calor entre este sábado (29) e domingo (30), conforme última checagem, às 18h, no Programa BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Desses, 119 se concentram na Amazônia, 26 no Cerrado e 7 estão no Pantanal. Os dados são do Satélite de Referência (Aqua Tarde). Importante ressaltar que o foco de calor isolado não representa um incêndio florestal. Entretanto, um incêndio florestal conta com o acúmulo de focos de calor.