Picape S10, com carretinha, é usada para furto de grama da Avenida Contorno Leste; Prejuízo é de quase R$ 100 mil

A Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Obras Públicas, estima um prejuízo ao erário público de quase R$ 100 mil devido ao furto de 5 mil metros quadrados de grama que preenchiam os canteiros da Avenida Contorno Leste. Dois episódios foram registrados somente na última semana. O furto ocorreu especificamente no trecho que vai do Coxipó à Avenida Jurumirim. As ações são registradas durante a noite e, na maioria das vezes, nos finais de semana. O trecho da Contorno Leste será entregue pela gestão Emanuel Pinheiro nos próximos dias beneficiando cerca de 300 mil pessoas.  Entre os episódios de vandalismo mais recentes estão os de segunda-feira (29) no Morro da Oração e na noite de quinta-feira (2 de maio), no mesmo local e, neste último, teria sido levada por ocupantes de uma picape modelo S10, de cor branca. O metro quadrado custa em torno de R$ 17, isso fora o replantio e o transporte.

Projeto que doa R$ 50 milhões do Fethab para RS será votado com urgência na ALMT na quarta-feira

O projeto do governo em que autorização para encaminhar R$ 50 milhões do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) para o Governo do Rio Grande do Sul entrará na pauta da sessão ordinária da Assembleia Legislativa na próxima quarta-feira (8). A apreciação será feita em regime de urgência. A proposta foi aprovada após reunião do Governo de Mato Grosso, nesta segunda-feira (6), com membros da Assembleia Legislativa e representantes do setor produtivo.  “Que bom que nós estamos ajudando e não estamos, nesse momento, precisando de ajuda, porque é uma tragédia gigantesca. Nosso objetivo é simplesmente dar uma colaboração, e, graças a Deus, o Estado de Mato Grosso pode ajudar esse povo tão importante, que faz parte do nosso presente, fez parte da nossa história e faz parte do nosso futuro. Então, é um gesto de respeito, de carinho e espero que outras instituições também possam colaborar”, afirmou o governador Mauro Mendes. O vice-governador Otaviano Pivetta também destacou a parceria entre os setores e órgãos para liberar o aporte. “Fizemos a reunião porque todos são representantes das entidades pactuantes do Fethab. Essa ação representa um gesto de humanidade ao nosso estado irmão”. Eduardo Botelho, presidente da Assembleia Legislativa, disse que a votação para a autorização do repasse em caráter de urgência deverá ser finalizada até a quarta-feira (08), e deverá ter um placar positivo. “Nós vamos deliberar com a máxima urgência na Casa de Leis para a aprovação desse repasse, diante da gravidade da situação”, declarou. Os representantes da Fiemt, Silvio Rangel, da Aprosoja, Luiz Pedro Bier, e da Famato, Vilmondes Tomain, destacaram que a ação do Governo de Mato Grosso é um gesto de empatia e que pode capitanear doações de outros estados. “Com certeza vai servir de exemplo para outros estados tomarem essa mesma iniciativa e eu acho que o exemplo é muito bom para que os gaúchos possam estar reconstruindo suas vidas”. Também participaram da reunião os deputados estaduais Max Russi e Beto Dois a Um, os secretários de Estado Fábio Garcia (Casa Civil), Rogério Gallo (Fazenda), César Roveri (Segurança Pública) e Laice Souza (Comunicação), o empresário Eraí Maggi, entre outros representantes do setor produtivo. Pontos de coleta de doações O Governo de Mato Grosso passa a disponibilizar, a partir desta terça-feira (07.05), quatro pontos de coleta de doações, em Cuiabá e Várzea Grande, para serem encaminhadas ao Rio Grande do Sul. As doações podem ser entregues das 8h às 17h, até sexta-feira (10), nos Sines e Procons das unidades do Ganha Tempo de Cuiabá e no Centro Estadual de Cidadania, em Várzea Grande; e até sábado (11) no Ginásio Aecim Tocantins, em Cuiabá. Serão recebidas doações de cestas básicas, água mineral, produtos de higiene (escovas, pastas de dente, sabonetes, fraldas adultas e infantis e papel higiênico), colchões de solteiro, lençóis, fronhas, travesseiros e cobertores.

Defensoria de MT processa a Gol e pede R$ 10 milhões de indenização

A Defensoria Pública de Mato Grosso ajuizou uma ação civil pública contra a Gol Linhas Aéreas e sócios por conta da morte do golden retriever Joca, de 5 anos, no mês passado. O órgão pede que a empresa seja condenada ao pagamento de R$ 10 milhões por danos morais coletivos, a ser destinados o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos. A ação é assinada pelo defensor público Willian Felipe Camargo Zuqueti e será analisada pela Vara Especializada em Ações Coletivas de Cuiabá. O cão deveria ter sido embarcado em um voo para Mato Grosso, junto do dono, João Fantazzini Júnior, mas acabou indo parar no Ceará após um erro da companhia aérea. Joca morreu no trajeto da volta, entre Fortaleza e Guarulhos (SP).

Governo quer medida excepcional para agilizar envio de recursos ao RS

Dias após garantir que não faltará dinheiro para reparar os danos que as chuvas vêm causando ao Rio Grande do Sul, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, destacou a necessidade do Congresso Nacional aprovar medidas legais para acelerar a transferência de recursos financeiros para o estado. “O anúncio da liberação de recursos é importante, mas mais importante que isso é o dinheiro chegar rápido lá na ponta. Não na semana que vem, mas agora. Os prefeitos precisam de dinheiro agora”, disse Pimenta durante reunião das bancadas federal e gaúcha com ministros do governo federal – evento que ocorreu na manhã desta segunda-feira (6), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Destacando a “complexidade” da situação, que voltou a comparar com um cenário de “guerra”, Pimenta ressaltou que a “burocracia” pode atrasar significativamente a entrega dos recursos financeiros, impedindo as prefeituras de atender às necessidades imediatas da população. O ministro também defendeu a flexibilização das normas que tratam dos gastos públicos. Segundo ele, em uma situação excepcional, de calamidade pública, é necessário permitir que os gestores públicos, principalmente os prefeitos, gastem conforme a urgência. “Precisamos criar todas as condições jurídicas para os prefeitos terem segurança e poderem gastar [com segurança jurídica]. Libera o dinheiro no calor da emoção, e depois as prefeituras vão ser fiscalizadas pelos órgãos de controle, conforme a letra fria da lei”, propôs Pimenta, lembrando que a legalidade da flexibilização das leis que tratam da gestão das contas públicas foi aprovada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) durante a pandemia da covid-19. “Precisamos aprovar uma medida legislativa que nos dê excepcionalidade de agir como foi feito na época da pandemia. Não sei se exatamente se nos mesmos termos, mas precisamos de uma medida legislativa excepcional para emendas parlamentares chegarem mais rápido, para o dinheiro chegar logo na prefeitura”, acrescentou o ministro, enfatizando que o governo federal se empenhará para mobilizar o Congresso para que uma medida legal seja aprovada nos próximos dias. “Acho que a coisa mais importante da política é conseguirmos, nesta semana, aprovar uma medida legislativa. Pedimos o apoio da bancada [federal estadual] e do governo [gaúcho] para criarmos as condições políticas para, até quarta-feira, aprovarmos uma medida”, finalizou Pimenta. O ministro descacou que o secretário especial de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), André Ceciliano, cuidará das questões relacionas à liberação das emendas. “A participação dele é muito importante, pois está aqui representando o ministro Alexandre Padilha. Delegado para tratar de toda a questão referente à liberação das emendas, ele, talvez, seja uma das pessoas mais importantes desta reunião.” Ontem (5), ao acompanharem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros em visita ao Rio Grande do Sul, os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmaram que trabalharão para que o Congresso Nacional elabore um pacote de ações para reduzir a burocracia e ampliar o socorro financeiro ao estado. “Temos a responsabilidade de discutir, nesta semana, um rumo para que a gente elabore uma medida totalmente extraordinária”, disse Lira. “Não há limitações, não há restrições legais de tempos comuns. Há sim a necessidade de retirar da prateleira e da mesa a burocracia, as travas e as limitações para que nada falte ao Rio Grande do Sul, para a sua reconstrução. Fizemos isso na pandemia com muita altivez no âmbito do Congresso Nacional com proposta de emenda à constituição que apelidamos de PEC da Guerra, com inúmeras medidas legislativas excepcionais”, destacou Pacheco. Esta manhã, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) protocolou, no Senado, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê formas de acelerar a transferência de recursos financeiros para estados atingidos por calamidades públicas resultantes de condições climáticas adversas. “A PEC 15/2024, de nossa autoria, prevê uma espécie de “orçamento de guerra” para lidar com calamidades públicas ambientais, como a que atingiu o Rio Grande do Sul. A ideia é que esse regime extraordinário garanta eficiência e rapidez nas respostas às situações de crise”, escreveu Vieira nas redes sociais, justificando a medida. “Com as frequentes emergências ambientais que têm assolado o país nos últimos anos, é fundamental termos mecanismos ágeis e eficazes para lidar com essas situações.”

Dia Das Mães pode injetar R$ 848 milhões na economia de MT

O Dia Das Mães, celebrando no segundo domingo de maio, deve movimentar diversos segmentos do comércio e serviços, como perfumarias e cosméticos, roupas, sapatos e acessórios, além de lojas de eletrônicos, floriculturas e estética podem se beneficiar com a principal data comemorativa deste primeiro semestre. A pesquisa de intenção de compras para a data de 2024, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT), espera uma movimentação de R$ 848 milhões na economia de Mato Grosso. O levantamento do instituto, elaborado com 502 pessoas de 32 municípios do estado, entre os dias 16 e 22 de abril, busca compreender o comportamento de consumo dos mato-grossenses para a data. Os dados que explicam essa circulação de dinheiro vêm de quase metade dos entrevistados (48%) que afirmaram que pretendem ir às compras. Os produtos mais citados pelos respondentes são cosméticos e perfumes, com 24%. Roupas e sapatos aparecem com 14% e 10%, respectivamente. Os mato-grossenses lembraram, ainda, de produtos eletrônicos (8%), seguido de joias, semijoias e bijuterias (7%). Salões de beleza, com procedimentos estéticos, aparecem com 2% e cestas de café da manhã com 1% na pesquisa. Observa-se, ainda, um aumento de 5,34% na média de gastos no comparativo com o Dia das Mães do ano passado, passando de R$ 334,16 para os atuais R$ 352,00 neste ano, impactando diretamente os setores de comércio e serviços. O aumento pode ser explicado pela variação daqueles que irão consumir mais na data deste ano, com 19%, e outros 14% que afirmaram que não gastaram nada no ano passado, contra 16% que alegaram que vão consumir menos. O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, também destaca a variedade de segmentos que podem ampliar seu faturamento em uma das principais datas comemorativas do comércio e serviços. “Sendo uma das datas comemorativas mais importantes do ano, o cenário da pesquisa se mostra bastante positivo, visto que há um aumento na pretensão de gastos, mas há também uma diversificação nos produtos a serem consumidos, favorecendo ainda mais o aquecimento da economia do estado”. O relatório do IPF-MT mostra os locais onde os consumidores se destinarão às compras, com 58% indicando as lojas do centro da cidade, seguido de autônomos/vendedores independentes, com 15%. Os shopping centers também serão bastante procurados, por 14% dos respondentes. Sites e aplicativos têm participação de 7%, depois, com 4%, as lojas de bairro e, por fim, os supermercados com 2%. Wenceslau Júnior explica que “com as lojas do centro da cidade sendo os principais destinos de compra, somado junto aos demais estabelecimentos locais, a movimentação nas cidades mato-grossenses se mostra bastante relevante e fortalece, principalmente, o comércio e serviços dessas regiões”. O levantamento do instituto mostra, ainda, que o cartão de crédito foi o mais citado entre as formas de pagamento com 47%, depois o Pix com 29%, cartão de débito com 10%, em seguida dinheiro com 9% e carnês e boletos somam 5%. Entre os que não consumirão na data, 61% disseram que não comemoram a data, em seguida, 25% apontam questões financeiras. Outros 7% atribuíram a disponibilidade de tempo e 5% a distância.

Prefeitura de Campo Verde contrata show do Gusttavo Lima por R$ 1,1 milhão

A Prefeitura de Campo Verde vai gastar R$ 1,1 milhão para contratar o show do cantor sertanejo Gusttavo Lima no evento de aniversário do Município. O show fará parte da apresentação de abertura da 23ª Expoverde, que começa no dia 3 de julho. O prefeito Alexandre Lopes de Oliveira (PDT) afirmou que o evento proporciona ganho aos diversos setores da economia local. O cachê do sertanejo quase superou os gastos que a prefeitura teve com a festa do ano passado, ao desembolsar R$ 1,4 milhão para contratação de quatro shows.

Mulheres na matemática

ROSANA LEITE Através da Lei nº 12.835/2013 foi instituído o Dia Nacional da Matemática no país. As ciências exatas são conhecidas, em regra, por trazerem o gênero masculino com grande dominação. Pesquisas, sem grande sucesso, já foram movidas para explicar o motivo das exatas estarem frequentemente nas mãos masculinas. Todavia, é certo que os meninos são incentivados desde muito cedo com brinquedos de montar, jogos de tabuleiro, videogames e outras atividades que induzem ao raciocínio lógico, diferente das meninas. Assim, o cérebro das meninas ativa a sensibilidade e a intuição, enquanto eles ativam a lógica e a matemática.  Intuitivamente, quando se fala de matemática, alguns nomes de homens bastante conhecidos são lembrados. Entretanto, elas também merecem destaque. Hipátia de Alexandria é a primeira matemática reconhecida historicamente, tendo nascido em 370 d.C., e dentre as suas muitas contribuições está a invenção do hidrômetro. Katherine Johnson é uma matemática afro-americana que trabalhou na NASA na década de 60, tendo efetuado contas que garantiram a ida e a volta de astronautas ao espaço com segurança. Inspirando o Dia das Mulheres da Matemática em 12 de maio, a iraniana Maryam Mirzakhani foi a pioneira a receber a Medalha Fields. No Brasil, a primeira doutora em matemática foi Maria Laura Mouzinho Leite Lopes, tendo sido, também, a primeira mulher a se tornar Membra Titular da Academia Brasileira de Ciências, em 1951. Participou, ademais, da criação do CNPq e do IMPA. Segundo estudo holandês divulgado pela Agência Brasil em março do corrente ano, o Brasil é o terceiro colocado em participação feminina. Dados desse estudo trouxeram o diagnóstico de que nos últimos 20 anos houve um aumento das publicações científicas femininas, com um salto de 38% para 49%. Assim, o Brasil ocupa a terceira colocação na lista de 18 países mais a União Europeia.    De acordo com a ONU, em relatório divulgado pela Unesco, as mulheres representam 28% de pessoas pesquisadoras mundialmente. O esquecimento delas também é sentido pela falta de divulgação das mulheres para as ciências exatas, e da respectiva contribuição que já tiveram ao longo da história. Apesar de o vernáculo ciência ser muito ligada ao universo masculino, algumas descobertas foram delas: a do DNA, dos cromossomos Y e X, e do vírus HIV. É de se imaginar o quanto essas mulheres de outrora passaram por discriminações e preconceitos de gênero para desenvolverem estudos de tamanha relevância para a humanidade.  Como se não bastasse todos os desafios enfrentados, quando conseguem alçar locais considerados de nichos masculinos, elas precisam firmar a competência todos os dias. Os cargos de chefia e direcionamento, bem como o salário igual, no país se perfazem em tabu, como temáticas de difícil discussão e compreensão.  A matemática do Reino Unido, Ada Lovelace (1815-1852) eternizou: “Meu cérebro é mais do que algo meramente mortal, e o tempo mostrará isso. Nunca estou realmente satisfeita quanto a entender alguma coisa; porque, até onde entendo, a minha compreensão só pode ser uma fração infinitesimal de tudo o que eu quero compreender.”   ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS – é defensora pública estadual e mestra em Sociologia pela UFMT. Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Cuiabá Notícias

Extremos climáticos e a gestão pública

CAIUBI KUHN A história recente do Brasil é marcada por diferentes tipos de desastres naturais, como o que ocorreu na Região Serrana do Rio de Janeiro em 2011, causando mais de 900 mortes. Em 2022, em Petrópolis, um evento similar causou mais 233 óbitos. No ano de 2023, em São Sebastião, as fortes chuvas e movimentos de massa causaram mais 64 perdas. Além das mortes, os desastres naturais também causam outros tipos de impacto. As fortes chuvas no mês de julho de 2023 deixaram mais de 22 mil desalojados, e o ciclone no Rio Grande do Sul e Santa Catarina causou inúmeros prejuízos e 54 mortes. O mês de maio de 2024 marca mais uma tragédia no sul do Brasil, já são mais de 75 mortos, centenas de desaparecidos e milhares de desabrigados. Os extremos climáticos e o crescimento das cidades, muitas vezes sem o planejamento adequado e com ocupação de áreas suscetíveis ao risco, ampliam a tendência de ocorrência de desastres naturais. Além disso, os desastres tecnológicos, como o rompimento de barragens, dutos de gás, entre outros, infelizmente têm feito parte da rotina do brasileiro. Neste texto, será apresentado o histórico da defesa civil e quais mudanças podem ser feitas para fortalecer essa instituição tão importante para a proteção da vida. O termo Defesa Civil surge pela primeira vez no Brasil em 1942, relacionado ao cenário da Segunda Guerra Mundial, e pensado para auxiliar em eventuais situações de conflito militar que envolvessem o país. Em 1946, o órgão é extinto. Décadas depois, a ocorrência de tragédias como a de Caraguatatuba, em 1967, onde morreram 450 pessoas, leva o governo a criar, em 1969, por meio do Decreto-Lei nº 950, o Fundo Especial para Calamidades Públicas (FUNCAP). Além disso, o normativo previa a criação de um Plano Nacional de Defesa Permanente contra as Calamidades. A Constituição de 1988 iniciou um novo momento em relação à defesa civil. No artigo 21, estabeleceu como competência da União planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações. No mesmo ano, foi criado, por meio do Decreto nº 97.274, o Sistema Nacional de Defesa Civil (SINDEC), com o objetivo de planejar e promover a defesa permanente contra calamidades públicas. Nos anos 90, outros normativos avançaram na organização da defesa civil, na descrição de desastres e na criação de mecanismos de transferência de recursos para municípios afetados. Outro avanço importante foi a criação do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD) em 2005. Após o mega desastre de 2011, citado no início deste texto, mudanças estruturais mais profundas ocorreram, como a criação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) e da Lei nº 12.608/2012, que instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, trazendo uma visão sistêmica e uma abordagem preventiva para a defesa civil. Outras ações, como o Mapeamento de áreas de risco, realizados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) nos anos seguintes, contribuíram para avançar na Política de Proteção e Defesa Civil. No entanto, um dos grandes problemas existentes na política de Defesa Civil ainda não foi solucionado. Apesar da Lei nº 12.608/2012 dividir as atribuições entre os entes da federação, em alguns estados do Brasil, como Mato Grosso, não existem quadros técnicos adequados para realizar análises de mitigação e prevenção na defesa civil estadual. O mesmo problema é notado em grandes cidades como Cuiabá.             A falta de planejamento nas cidades e estados Brasil, reflete anualmente em diversos desastres e problemas urbanos, além de perdas econômicas e sociais para a população. Em casos mais graves, podem ocasionar dezenas ou centenas de mortes. Embora os eventos extremos não possam ser evitados, o tamanho do impacto causado por eles, dependerá da forma como ocorre a gestão do uso e ocupação do solo, da capacidade de resposta e de resiliência, dos órgãos públicos e da população. A prevenção a desastres naturais precisa ser incorporada de forma sólida no planejamento e na gestão das cidades e dos estados. É preciso que existam análises sobre séries históricas e recorrência de eventos extremos, da mesma forma, estas informações precisam ser consideradas no planejamento do uso e ocupação do solo. A prevenção e gestão de risco de desastres, passa pela existência de equipes técnicas nos órgãos municipais e estaduais, em especial na defesa civil.     Buscando melhorar a gestão de risco e prevenção a desastres naturais, a Federação Brasileira de Geólogos (FEBRAGEO), tem atuado na defesa da obrigatoriedade para que todos os estados, e os municípios com mais de 50 mil habitantes, tenham equipes técnicas preventivas considerando as tipologias de desastres existentes em seu território. É preciso garantir a implementação de ações de mitigação e prevenção por profissionais devidamente capacitados, para desenvolver ações técnicas, eficientes e assegurar a boa aplicação de recursos. Fortalecer a prevenção é a melhor forma de reduzir o impacto de desastres na população. Avançar nas políticas de Defesa Civil é um demonstrativo de que o Brasil está empenhado em cumprir os compromissos com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), como, por exemplo, o ODS 12, que aborda a produção e o consumo sustentáveis, e o ODS 13, ação contra a mudança global do clima.             O Governo e o Congresso Federal precisam atuar de forma contundente para ampliar a capacidade do poder público, municipal, estadual e federal, de reduzir o impacto de extremos climáticos. Mudanças na legislação, e desenvolvimento de políticas públicas adequadas, podem contribuir para salvar vidas e reduzir os impactos financeiros, sociais e ambientais causados por desastres naturais. O Brasil precisa seguir os melhores exemplos internacionais, investindo na prevenção e na capacidade de resposta e de resiliência. Somente assim, o país estará preparado para enfrentar os desafios climáticos do presente e do futuro. CAIUBI KUHN – é Presidente da Federação Brasileira de Geólogos (FEBRAGEO) Professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Cuiabá Notícias

Circo em Cuiabá

GABRIEL NOVIS NEVES Meu pai era um homem bastante antissocial.  Dificilmente saía às ruas para passear com seus filhos.  Quando eu nasci ele tinha quarenta anos de idade, e a expectativa de vida era de cinquenta. Fui criado por um idoso, e quando me entendi por gente, tinha horror de ficar órfão. Era o mais velho de oito irmãos, sendo cinco meninas e quatro meninos.  Quando nasceu a minha irmã caçula eu cursava o primeiro ano de Medicina, no Rio de Janeiro. Fui criado afastado dos meus irmãos menores, sendo padrinho de batismo do caçula dos meninos, quinze anos mais moço que eu. Passeio que me lembro que o meu pai fez comigo, foi de acompanhá-lo até o Porto, na Agência Migueis.  Ia saber notícias das suas encomendas para o bar, que chegavam pelo rio Cuiabá.  O pequeno ônibus que nos transportava era de assentos de madeira horizontais, com poucos lugares para passageiros e sem janelas.  Do lado esquerdo do motorista, uma buzina manual que espantava animais no trajeto do ônibus.  Como eu era muito matuto, em 1952 meu pai me levou de avião ao Rio de Janeiro, para conhecer a ‘cidade grande’ onde iria estudar em 1953.  Mas quando criança ele me levou aos espetáculos de Circo que sempre estavam por aqui. Meu pai de terno, gravata e chapéu londrino, não perdia exibições do Circo na década de quarenta, segurando firme em minha mão, para não me perder na multidão. Corria boato na cidade que os Circos roubavam crianças. Comprava um camarote privilegiado onde se podia apreciar com nitidez todas as acrobacias: globo da morte, piruetas de trapezistas, jaula dos leões e os maravilhosos palhaços.  Papai gostava de touradas no Campo do Ourique, circo e teatro. Assistiu à peça de autoria de Joracy Camargo — ‘Deus lhe pague’ — pelo ator Procópio Ferreira no Cine-Teatro-Cuiabá!  O circo é maravilhoso para a educação das crianças, e alegria para elas e adultos. Cuiabá está hospedando uma grande empresa circense, em lugar privilegiado.  Tenho insistido com as minhas netas, para levar meus bisnetos às fantasias do circo.  O circo é uma grande aula da vida como ela é. GABRIEL NOVIS NEVES

Sinfra assume compromisso perante o MPMT para obras nas MTs 140 e 255

A Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) assumiu nesta sexta-feira (3) o compromisso perante a Promotoria de Justiça de Vera (distante 461 km de Cuiabá pela manutenção e sinalização das rodovias estaduais MT-140 e MT-255. A promessa de providências foi feita durante audiência extrajudicial de negociação realizada na sexta-feira (3). A reunião foi um desdobramento de Inquérito Civil Público que apura responsabilidades e providências por parte do poder público estadual. Ficou acertado que a Sinfra fará melhorias no primeiro trevo da MT-140, instalando sinalizadores sonoros antes dos quebra-molas e, possivelmente,  construindo outro quebra-molas, além da colocação de placas indicativas de proximidade ao redutor de velocidade em 500, 400, 300, 200 e 100 metros.  Até o dia 8 de maio, a Secretaria de Estado de Infraestrutura ficou de apresentar novo projeto de readequação da sinalização. Outra providência é que a realização das obras de sinalização deverá ocorrer até o fim deste mês. Sobre a manutenção das rodovias MT-225, entre Vera e Sorriso, e MT-140, entre Vera e Sinop, a Sinfra se comprometeu em reforçar as ordens de serviço no sentido de realização de operações tapa-buracos, que já tiveram início, além de limpeza, roçada dos acostamentos e a aplicação de faixas amarela e brancas, imediatamente. A Sinfra informou que há um projeto em fase de elaboração de restauração dessa rodovia. Tão logo o projeto seja concluído, ele será levado à aprovação. Quando concluído, dependendo da disponibilidade orçamentário-financeira do Estado, poderá colocar “tachões” e “tachinhas” na pista, conforme sugeriu a Promotoria de Justiça de Vera. A Sinfra tem 60 dias para a apresentação das atividades de manutenção anunciadas durante a audiência extrajudicial de negociação. O compromisso foi assinado pelo promotor de Justiça Daniel Luiz dos Santos, pelo secretário de Administração de Vera, Roberto Carlos Dambrós e pelas representantes da Sinfra, Nívia Calzalori (secretária-adjunta de Obras Rodoviárias) e Kelys Auxiliadora (superintendente de Execução e Fiscalização de Obras). ACIDENTES A ocorrência de acidentes no trevo próximo à cidade de Vera levou o Ministério Público do Estado de Mato Grosso a cobrar providências junto à Sinfra no mês de fevereiro de 2023. A Promotoria de Justiça no município oficiou o Estado, em vários momentos ao longo de mais de um ano, acerca do problema, requerendo que medidas urgentes fossem tomadas, como a reposição de placas de sinalização e assim prevenir acidentes.