Botelho diz que situação da saúde em Cuiabá está crítica e diz que acionou TJ

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado estadual Eduardo Botelho (UB), afirmou que a Saúde da Capital está crítica desde que retornou para o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Botelho disse ainda que já conversou com o desembargador Orlando Perri, relator do processo da intervenção, e que pretende agendar uma reunião para discutir a situação caótica do setor.  “Precisamos discutir a Saúde que está crítica em todos os postos. Voltar a discutir isso com o Governo, Ministério Público, Tribunal de Contas”, disse ele. “A situação da Saúde é crítica, está aumentando a fila, o atendimento é precário, as condições de trabalho estão precárias, atrasos são imensos. Quem está trabalhando lá são heróis”, acrescentou. Botelho citou a possibilidade de uma nova intervenção do Estado no Município. A última durou um ano e se encerrou em dezembro de 2023. “Vamos discutir e se não houver solução, evidentemente, que pode culminar em nova intervenção, mas primeiro o diálogo”, afirmou.  Notificação Nessa terça-feira (23), o Ministério Público Estadual notificou o prefeito Emanuel Pinheiro para que cumpra o Termo de Ajustamento de Conduta e repasse rigorosamente os valores previstos na Lei Orçamentária Anual de 2024 à Secretaria Municipal de Saúde. Até o momento, conforme o MPE, o município já deixou de repassar aproximadamente R$ 15,5 milhões. Na notificação, o promotor de Justiça Milton Mattos da Silveira Neto ressalta que a gestão do fluxo de caixa é imprescindível para a adequada execução das principais despesas à disponibilidade financeira. Afirma ainda a necessidade de manutenção dos pagamentos dentro de suas respectivas datas de vencimento para assegurar que os serviços contratados não sejam interrompidos devido a atrasos.

Comércio deve informar consumidores sobre substituição de produtos lácteos por similares

Estabelecimentos comerciais devem informar consumidores sobre substituição de produtos lácteos por similares. O Procon de Mato Grosso debateu, nessa segunda-feira (22), a obrigatoriedade de estabelecimentos comerciais do ramo alimentício no Estado informarem aos consumidores sobre a substituição de queijo e/ou outros lácteos por produtos análogos. A determinação está prevista na Lei Estadual (nº 11.396/2021) e foi pauta da reunião da Frente Parlamentar de Apoio ao Produtor de Leite de Mato Grosso, na Assembleia Legislativa. A secretária adjunta do Procon-MT, Márcia Santos, destacou que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabelece o direito à informação como um direito básico do consumidor, e que a lei estadual complementa a legislação federal, reforçando o direito à informação, e protegendo e defendendo o consumidor, que é o elo mais vulnerável nas relações de consumo. Supermercados, fabricantes, restaurantes e lanchonetes deverão prestar as informações sempre que houver substituição de lácteos por produtos similares. De acordo com a secretária, o direito à informação deve ser assegurado ao consumidor, tanto por quem fabrica quanto por quem comercializa o produto. “Não se trata de coibir a venda de nenhum tipo de mercadoria, mas de garantir que o consumidor tenha informação sobre que está comprando e possa exercer seu direito de escolha. A intenção do Procon é sempre harmonizar as relações de consumo”, pontuou Márcia. O presidente da Frente Parlamentar de Apoio ao Produtor de Leite de Mato Grosso, deputado Gilberto Cattani, também salientou que o objetivo da Lei Estadual não é coibir a comercialização dos produtos análogos aos lácteos, ou de multar os fornecedores, mas sim conscientizar a população sobre as diferenças entre os dois tipos de mercadoria. “Nossa intenção é dar ciência da lei aos setores envolvidos para depois cobrar sua aplicação no Estado. Também queremos que os produtos estejam separados e identificados nos estabelecimentos que os comercializam, como nos supermercados, por exemplo, para que o consumidor consiga identificar facilmente o que é produto lácteo e o que parece derivado do leite, mas não é”, ponderou o deputado. O vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínio de Mato Grosso (Sindilat-MT), Antônio Borelli, lembrou que muitas vezes o consumidor adquire produtos similares aos lácteos por causa do preço, mas desconhece sua composição. “Esses alimentos sintéticos contêm muita gordura trans, gordura vegetal hidrogenada e amido, substâncias que podem prejudicar a saúde. Queremos que os consumidores tenham as informações sobre os produtos para que possam fazer escolhas conscientes”, enfatizou. Lei Estadual A Lei Estadual Nº 11.396/2021 prevê que os estabelecimentos comerciais do ramo alimentício devem informar em local de fácil visualização – em cardápios ou por meio de cartazes, por exemplo – se utilizarem produtos análogos ao queijo/requeijão/produtos lácteos no preparo dos alimentos, trazendo a expressão “Este produto não é queijo/requeijão”. Os estabelecimentos também devem disponibilizar todas as informações nutricionais e os ingredientes do produto utilizado, deixando claro quando ele contiver adição de substâncias como gordura vegetal hidrogenada, amido e amido modificado, possibilitando a verificação do produto pelo consumidor. De acordo com a legislação estadual, em caso de descumprimento, os estabelecimentos comerciais poderão ser penalizados com advertência e, em caso de reincidência, com multa e interdição. As penalidades serão aplicadas de acordo com a gravidade do fato e capacidade econômica do infrator.

Governador anuncia nova fábrica para reeducandas confeccionarem uniformes ao Estado

O governador Mauro Mendes anunciou a construção de uma nova fábrica para confecção de uniformes na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, com capacidade para mais 100 detentas trabalharem.  O anúncio ocorreu na manhã desta terça-feira (24.04), durante visita do governador na unidade. Na ocasião, houve a entrega de 30 mil uniformes escolares confeccionados por reeducandos de seis penitenciárias do Estado. Serão contemplados com os uniformes alunos de baixa renda de 26 escolas da Polícia Militar e seis do Corpo de Bombeiros. Também serão beneficiadas 22 unidades prisionais, que receberão camisetas personalizadas das respectivas instituições educacionais que operam no Sistema Prisional. “Vamos dotar essa unidade de uma moderníssima fábrica para que a nossa rede estadual possa ser abastecida com os uniformes produzidos. Com isso, nós vamos ter trabalho para as reeducandas, um preço muito melhor para a nossa secretaria e vamos garantir que essas pessoas tenham oportunidade de se sustentar, com trabalho honesto, fora da unidade prisional”, afirmou. Atualmente, 50 reeducandas do regime fechado trabalham na produção das camisetas para ter o benefício da remissão de pena, além de receberem um salário. Por meio de cooperação entre a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Fundação Nova Chance (Funac) e Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o Governo de Mato Grosso tem comprado os uniformes produzidos no sistema prisional para uso na rede estadual de ensino. Os valores dos uniformes do sistema prisional acabam custando metade do preço que o Governo teria que pagar se comprasse por meio de licitação na iniciativa privada. “É fundamental que elas possam, com o seu trabalho, construir seu sustento aqui dentro e lá fora. Estamos trabalhando para transformar as nossas unidades prisionais em unidades de trabalho e ressocialização. Vamos incentivar para que aqui e na PCE [Penitenciária Central do Estado], onde já temos mais de 100 mulheres e 200 homens trabalhando, possamos ampliar, em um curto espaço de tempo, para que todos possam trabalhar, ter uma profissão e sair daqui sendo um cidadão melhor, com uma vida digna e honesta, depois de pagar a sua pena’, completou. Também participaram da entrega dos uniformes: o desembargador Orlando Perri; o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho; os deputados estaduais Elizeu Nascimento e Max Russi; os secretários de Estado Cesar Roveri (Segurança) e Alan Porto (Educação); e o presidente da Fundação Nova Chance, Winkler Teles.

Homem é preso por descarte irregular de entulhos em área da Capital

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), com apoio do Juizado Volante Ambiental (Juvam), prendeu nesta terça-feira (24), um homem flagrado descartando entulhos indevidamente em uma área, em Cuiabá. O suspeito responderá a Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por crime ambiental de poluição causada por resíduos sólidos, previsto no artigo 54, §1º da Lei de Crimes Ambientais, com pena de detenção de seis meses a um ano e multa. A prisão ocorreu após o suspeito ser flagrado pelas equipes da Polícia Militar Ambiental e Juizado Volante Ambiental, durante rondas pelo bairro Jardim Umuarama na Capital. Na ocasião, ele foi surpreendido com um veículo Corsa puxando uma carretinha cheia de entulho de construção civil, descartando de forma clandestina materiais como resto de piso e cerâmica, entulho e papelão em área não autorizada. A delegada titular da Dema, Liliane Murata, destacou que a especializada vem combatendo este tipo de crime incessantemente, uma vez que o descarte irregular de lixo deixa a cidade poluída atraindo vetores que podem causar danos à saúde.  “É preciso que haja consciência da população em fazer corretamente o descarte do lixo produzido, um dos grandes responsáveis pela poluição ambiental. Cuidar, guardar, preservar o meio ambiente – responsabilidade de todos nós”, disse a delegada.

Associação da Parada promove evento duplo de lançamento da 21ª edição e concurso de drag

A Associação da Parada do Orgulho de Mato Grosso realiza evento duplo neste sábado (27), a partir das 17h, no Teatro da UFMT: o “Concurso Drag da Parada” e o “Lançamento Oficial da Programação da 21ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Mato Grosso”. Como já é tradicional, no dia do lançamento, a diretoria detalha toda a programação com data oficial, tema do evento, identidade visual, trajeto a ser seguido pelos participantes e as diversas ações que serão realizadas para a população LGBTQIA+, até a dia da grande celebração nas ruas de Cuiabá. Este ano, a ideia do evento duplo foi para atender à demanda das caravanas do interior que tem se fortalecido a cada edição, e realizando o concurso para eleger a Drag da Parada, junto com o lançamento da programação, reforça e incentiva inúmeras pessoas do interior que vem torcer por sua candidata, e também para participar das novidades programadas para o grande dia da Parada nas ruas de Cuiabá. A Associação da Parada tem desenvolvido papel fundamental na organização da defesa dos direitos da população LGBTQIA+, e em suas reuniões discutem inúmeras pautas ligadas ao movimento, como a participação das conferencias municipais e estaduais com os encaminhamentos em 2025 na Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ que ocorrerá de 14 a 18 de maio, em Brasília (DF) e terá como tema “Construindo a Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+”. O objetivo da conferência em 2025 é “elaborar diretrizes para a criação do Plano Nacional de Promoção dos Direitos Humanos e da Cidadania das Pessoas LGBTQIA+ e implementar políticas públicas destinadas ao enfrentamento da discriminação contra essa população”.  Na noite de lançamento também será anunciado os representantes oficiais do evento: Padrinho, Madrinha e a Rainha da Parada que dão voz e inúmeras questões políticas e sociais da população LBGTQIA+, principalmente para este ano de pleito eleitoral. As informações podem ser acessadas pelas redes sociais da Parada @paradamt (Instagram) e também pela Comissão Organizadora – Wesley Da Mata (65) 998064918 Secretaria de Comunicação da Parada: Menotti Griggi (21 972854971).

Estudo aponta que 17 milhões de animais morreram nos incêndios de 2020 no Pantanal

Um estudo realizado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), revelou que 17 milhões de animais vertebrados morreram durante os incêndios florestais no Pantanal, em 2020. Contudo, os pesquisadores destacam que esse dado é subestimado e o número de animais mortos pode ser ainda maior. Segundo o estudo, a perda vegetação, contribuiu para o aparecimento de outras espécies típicas de áreas secas, mas o instituto ainda não sabe atestar se é benéfico ou não para o bioma.  “A gente sabe que morreram espécies que não encontramos na metodologia que utilizamos. Então, esse número é maior (que 17 milhões). Tínhamos animais que subiam nas copas das árvores para fugir e morreram intoxicados pela fumaça, não tinham sinais de queimaduras. Tatus que saiam correndo para procurar buracos para se entocar e não tiveram tempo de chegar porque o fogo era muito rápido. Outros animais que tinham estratégia fugir para água e não encontravam. O impacto vai desde os pequenos até o topo da cadeia, como as onças”, explicou o servidor do Cenap, Christian Berlinck, que apresentou os números. Conforme o estudo, em uma análise na estação ecológica de Taiamã, no Pantanal de Cáceres (a 225 km de Cuiabá), foi observado o aparecimento de novas espécies adaptadas ao clima somente seco, o que está se tornando o Pantanal devido à perda de superfícies alagadas, desmatamentos e os incêndios florestais. “O Pantanal está mais seco e o fogo abriu as áreas para que essas espécies conseguissem se deslocar mais. Isso é bom ou ruim? A gente ainda não sabe. Tem que continuar analisando essa questão. O que a gente sabe é que está mais seco e essas outras espécies chegaram”, disse.  Além disso, Christian Berlinck reforçou que o Pantanal não perdeu a diversidade de animais, mas perdeu “abundância” e que repetições de novos incêndios em grandes proporções, como já ocorreu em 2021 e 2023, podem prejudicar severamente a existência da fauna pantaneira. “O tamanho da população diminuiu por conta da mortalidade e dos efeitos indiretos. Se coisas parecidas continuarem a acontecer, essa redução vai ficando cada vez mais acentuada até que comece sumir espécies do sistema, ou seja, extinções locais. A gente percebe que mesmo dois anos depois da ocorrência dos incêndios de 2020, as populações não retornaram ao tamanho que eram antes”, explicou.  Conforme a pesquisa, existiram três tipos de fogo nos incêndios de 2020, sendo eles o superficial, subterrâneo e o de copa. Os mesmos se repetiram em 2021 e 2023 e essa situação dificultou ainda mais o controle das chamas, visto que, os locais são e difícil acesso e a escassez de água em razão da estigam. O ESTUDO O estudo foi desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Pantanal, do ICMBio, do Ibama, do Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal (INPP), da Universidade do Mato Grosso (UFMT), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Fundação Meio Ambiente do Pantanal, do Instituto Smithsonian (dos Estados Unidos), e de outras instituições.

“Ninguém casa para separar”, diz Gracyanne sobre fim do casamento com Belo

Na tarde desta quarta-feira (24) Gracyanne Barbosa abriu uma caixinha de perguntas nos stories de seu Instagram e por lá, respondeu se já esperava o fim de seu casamento com Belo. Emocionada, a influenciadora fitness disse que jamais esperava a separação, e disse que ninguém casa para separar. Além disso, a empresária disse que não se arrepende do término, mas, sim, de não ter tentado salvar a relação, renovando o amor todos os dias. Gracyanne ainda apontou que se arrepende de não ter dito quando se sentia triste, e que, não fez isso por ser orgulhosa. Ela também revelou que ela e o cantor deveriam ter feito terapia de casal para que não chegasse ao ponto que chegou. “Ninguém casa pra separar, né? Me arrependo de não ter renovado o amor todos os dias, de não ter tentado todos os dias, de não ter dado amor, atenção. Me arrependo de nos momentos em que eu me senti lado, de não ter falado, e eu não ia falar, eu ia ficar quieta, porque eu sou a ‘f*odona’, me arrependo de não ter procurado uma terapia e de não ter tido esses cuidados”, afirmou ela. Gshow

O homem bom: Desde sempre o homem lutou consigo mesmo na busca do seu destino

Onofre Ribeiro Desde sempre o homem lutou consigo mesmo na busca do seu destino. Como o destino nunca foi escrito e cada um escreve o seu, o tema é provocativo. Um olhar no tempo das cavernas, já se via o conflito. Caçar para comer, matar para se defender. Matar para ampliar os territórios de vida e de caça. Mais tarde, a luta por alimentos implicou em guerras e invasões. Com o passar do tempo a evolução do homem tornou-o mais competitivo e mais cruel na medida em que as ambições aumentaram. Quando vemos as grandes guerras mundiais à luz da paz social, elas foram absurdas. Mas quando olhamos com olhos de evolução, elas tiveram seu lado proveitoso. Exemplo disso são as tecnologias que sustentam o mundo atual que nasceram ali, como resultado das pesquisas para fins militares. O bem e o mal convivem de costas um para o outro. O mesmo homem capaz de um gesto de extrema crueldade movido pelas circunstâncias, como as guerras, é capaz de um gesto grandioso como desenvolver vacinas que salvam milhões. Nos tempos atuais nada é mais contraditório que exercer a bondade. O universo das escolhas e das oportunidades nunca foi tão extraordinário. Num momento a mesma escolha por assumir faces diferentes. Porém, na essência, todos somos bons. Nascemos para sermos bons. As circunstâncias da vida é que nos empurram pra um lado e para o outro. Os dogmas religiosos e a ética coletiva desenvolvidos ao longo dos últimos séculos nos apontam tantos caminhos. Mas é a essência divina que nos dá o privilégio da livre escolha. Cada um escolhe segundo as suas circunstâncias. O filósofo espanhol Ortega y Gasset disse: “eu sou eu e a minha circunstância”. O que isso nos diz? Cada momento da vida impõe uma circunstância e uma escolha. O olhar sobre as circunstâncias aponta o bem ou o mal. De novo, vem o poder das escolhas. Portanto, ser bom ou ser mal nos dias de hoje, com tanta oferta de informações, nada mais é do que o olhar para dentro de si mesmo. Lá a verdade essencial não mente e não engana. Por último, o coração indica com certeza o erro e o acerto. Tem o próprio código de ética e o senso de humanidade. Por mais que no futuro o mundo avance nas tecnologias e nas mudanças do comportamento humano, o bem estará sempre dentro de cada circunstância. Por mais diferentes que sejam as linguagens do amanhã, as circunstâncias sempre existirão. Esse tema e outros serão abordados em profundidade no 7º. Congresso Espírita que se realizará em Cuiabá de 30/5 a 2 de junho. Onofre Ribeiro – é jornalista em Mato Grosso. Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Cuiabá Notícias

Rescisão indireta, quando o trabalhador “demite” o patrão

GISELLE SAGGIN Você já ouviu falar na expressão “demitir o cliente”, ou já teve vontade de “demitir a empresa” durante a vida profissional? Isso é possível por meio da rescisão indireta. Embora não seja comum demitir o patrão, é uma possibilidade garantida pela lei e que tem estado entre as ações mais frequentes ultimamente. O processo pode acontecer quando o trabalhador sente que o empregador não foi capaz de honrar com as cláusulas trabalhistas, sejam legais, sejam do contrato individual de trabalho, seja ainda, do ambiente do trabalho. A rescisão indireta pode ser considerada como o inverso da demissão por justa causa. Em vez de a empresa demitir o colaborador, ele pede o seu desligamento, tomando como base algumas situações específicas definidas na legislação. Quais as características dessa rescisão? Em uma demissão voluntária, o colaborador que não tem interesse em manter o vínculo empregatício com a instituição perde parte dos direitos quando pede o desligamento, como por exemplo, a indenização de 40% sobre o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que quando representa um valor considerável, acaba servindo como estímulo para que a pessoa continue trabalhando, ainda que sob condições irregulares. No entanto, muitas vezes, o pedido de demissão é motivado por atitudes arbitrárias por parte da empresa. Essa é a principal característica da rescisão indireta: permitir que o trabalhador rejeite contratos de trabalho indignos e arbitrários, sem se privar dos direitos trabalhistas. Como funciona a rescisão indireta? Na rescisão indireta, o processo é motivado pela quebra de uma ou mais cláusulas contratuais, que tornam inviável manter uma relação trabalhista saudável. Os casos mais comuns de descumprimento contratual que autoriza uma Rescisão Indireta são: atrasos reiterados no pagamento de salários, falta de concessão de férias no prazo legal, atraso ou falta de depósito do FGTS, dentre outros. Em situações que envolvam qualquer tipo de ofensa moral, tais como: empregado vítima de comentários constrangedores e discriminações de todo o tipo, por exemplo, sendo alvo de piadas; agressões físicas e/ou verbais, assédio moral ou sexual, dentre outras, além de arcar com os custos da rescisão indireta, o trabalhador ofendido pode pedir uma indenização por dano moral. Mas, atenção: para que caiba dano moral e a própria caracterização da rescisão indireta, não basta o relato do empregado ofendido. É necessário reunir provas documentais e testemunhas que possam comprovar cada situação. Enfim, a rescisão indireta é um recurso importante para proteger os direitos dos trabalhadores em situações de abuso, negligência ou descumprimentos contratuais por parte do empregador. É essencial que os empregados estejam cientes de seus direitos e busquem apoio legal adequado ao enfrentar essas situações. Deste modo, antes de pedir demissão, a orientação é que o trabalhador consulte um advogado especialista na área e se informe sobre seus direitos. GISELLE SAGGIN – é especialista em direito do trabalhador e vice-presidente da Comissão Jovem Advocacia de Mato Grosso, da Associação Brasileira de Advocacia (ABA). Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Cuiabá Notícias

Os fósseis vão às escolas

CAIUBI KUHN Para muitas pessoas, é uma grande surpresa saber que em Mato Grosso já viveram na era mesozoica grandes dinossauros como Pycnonemosaurus nevesi e os Sauropodes, ou que na era cenozoica tatus gigantes, preguiças gigantes e mastodontes (elefante brasileiro) já caminharam pelos solos mato-grossenses. Desde o século XIX, diversas expedições científicas realizam coletas de fósseis no estado. O destino destes materiais, na maioria das vezes, eram grandes museus de outras partes do país ou do planeta. Embora conhecidos pelo mundo, a distância entre os fósseis e a população do estado fez com que muitos destes materiais ficassem fora do alcance diário dos mato-grossenses. Nas últimas décadas, com o surgimento de alguns museus no estado, essa realidade começou a mudar. Porém, mesmo assim, muitas vezes o museu mais próximo de uma escola ou comunidade fica a algumas centenas de quilômetros. Por outro lado, os locais onde ocorreram grandes descobertas de fósseis às vezes estão apenas alguns quilômetros de distância da escola. E mesmo tão perto de locais tão importantes, é comum nessas comunidades encontrar desde crianças até idosos que nunca viram um fóssil. Para auxiliar a mudar essa realidade, o Museu de História Natural de Mato Grosso, a Universidade Federal de Mato Grosso e o Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais têm realizado exposições itinerantes levando os fósseis até as escolas. A proposta surgiu da necessidade de enfrentar alguns desafios na popularização da ciência, entre eles o de tornar possível às pessoas de todas as classes sociais o acesso a acervos museológicos. Se para quem possui recursos é difícil ir a um museu que fica distante, para quem vive com pouco dinheiro isso se torna algo quase impossível. Outro objetivo da iniciativa é possibilitar o uso de acervos museológicos para educação. Coleções como rochas, minerais, fósseis e acervos arqueológicos possuem um potencial fantástico para auxiliar no ensino de conteúdos relacionados à história da Terra, à tectônica de placas, à evolução da vida, ao uso dos recursos naturais, química, física entre outros assuntos. As coleções museológicas, acompanhadas de banners e explicações adequadas para cada público, funcionam como ferramentas educacionais fantásticas. As exposições itinerantes foram planejadas em dois modelos distintos: em um deles, é montada em um local na cidade e as pessoas se deslocam até lá para ter acesso ao material; no outro modelo, a equipe do projeto vai até as escolas e monta a exposição por um dia, atendendo a todos os alunos do local. Embora as exposições itinerantes não substituam o museu, elas acabam propiciando o acesso para muitas pessoas que, sem essas exposições, talvez nunca teriam a oportunidade de conhecer aqueles materiais. O acesso, além de ser importante para educação, ainda possui outro papel importante, que é fazer com que a população do estado entenda que nosso território é rico em história e pré-história. Embora não seja comum ver em livros coisas sobre Mato Grosso, por aqui muita coisa já foi encontrada e ainda existe muito mais para ser descoberto. E por que não serem nossos jovens os futuros desbravadores que encontrarão as novas descobertas? Porém, para que essas iniciativas sejam fortalecidas e cheguem a todo o estado, é preciso que existam estratégias de fomento a projetos de extensão. É preciso compreender que a divulgação científica e a experimentação são ferramentas fundamentais na educação, e que sem elas a ciência fica um pouco mais abstrata e o ensino menos atrativo. Desta forma, é muito importante que tanto o Governo do Estado crie políticas públicas para fomentar a divulgação científica, como também que as prefeituras busquem construir parcerias com esse fim. O exemplo que já deu certo com fósseis indo às escolas pode também ser um caminho para outras iniciativas, das mais diversas áreas. Divulgar a ciência é auxiliar as nossas crianças a construírem o futuro. Divulgar ciência é também valorizar o nosso estado.  CAIUBI KUHN – é Geólogo, Doutor em Geociência e Meio Ambiente (UNESP), Professor na UFMT Presidente da Federação Brasileira de Geólogos (FEBRAGEO). Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Cuiabá Notícias