MPF arquiva denúncia de prefeito contra intervenção de MT

Por unanimidade, a 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF) arquivou a denúncia feita pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) contra o Gabinete de Intervenção do Estado. Ele acusou suposto rombo de R$ 183 milhões na Saúde de Cuiabá durante a gestão estadual, no ano passado. De acordo com o relator do caso, procurador da República Eitel Santiago de Brito Pereira, as diligências realizadas para analisar os pagamentos feitos pela intervenção tinham amparo legal e visavam garantir a continuidade dos serviços públicos de saúde à população. Tais pagamentos foram fiscalizados pelos órgãos competentes, como o Tribunal de Justiça (TJMT), Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Assembleia Legislativa (ALMT).   “Não comprovação de ato de improbidade administrativa ou de materialidade delitiva. Não constatação de elementos indicativos da ocorrência de malversação de recursos públicos federais (…) Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do relator”, diz trecho da ata publicada nesta terça-feira (16).   Este já é o terceiro arquivamento feito em relação à denúncia apresentada pela prefeitura da capital contra a intervenção.   Em setembro do ano passado, Emanuel Pinheiro encaminhou a todos os órgãos a denúncia, afirmando que na Secretaria Municipal de Saúde e na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), as irregularidades somaram R$ 46.602.096,75.   Também constava na denúncia o possível pagamento de R$ 126 milhões de maneira indenizatória aos fornecedores, ou seja, feitos sem prévia realização de licitação ou outro procedimento de contratação direta, bem como sem cobertura contratual, no período de intervenção. O prefeito também afirmou que sua equipe detectou sobrepreço em 14 itens comprados pela intervenção, que ultrapassa meio milhão de reais.   A intervenção gerenciou a Saúde de março até o dia 31 de dezembro de 2023. Depois, a gestão da Saúde retornou para a prefeitura, que precisa cumprir um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Praça Alencastro receberá 1ª Feira da Agricultura Familiar nesta quarta-feira

A Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico – SMATED, realizará a 1ª Feira de Produtores da Agricultura Familiar. Os pequenos produtores são assistidos pelo programa Agro da Gente, criado na gestão de Emanuel Pinheiro com o intuito de fomentar a atividade agrícola e a produção local. O evento acontecerá nesta quarta-feira (17), na Praça Alencastro, Centro de Cuiabá, das 6h30 às 14h30. No local, ocorrerá a cerimônia de assinatura do termo de cooperação técnica com a Energisa para a regularização da energia elétrica nas feiras livres de Cuiabá, às 9h. A feira contará com 45 expositores, que comercializarão produtos feitos a partir da matéria-prima do leite, como queijos, doces e cremes. O evento receberá produtores de hortifrutigranjeiros, com opções de frutas, legumes e verduras, bem como representantes da cadeia da apicultura, que venderão mel, própolis, geleia real, pólen e cera de abelha. O evento representa um compromisso contínuo com o fortalecimento da agricultura familiar em nossa região. E demonstra os resultados satisfatórios promovidos pelo Programa Agro da Gente, instituído pela Lei 6.809/2022, um conjunto de diretrizes que visa dinamizar, fortalecer e desenvolver as cadeias produtivas da zona rural do Município de Cuiabá, e orientar o acesso aos programas de aquisição de alimentos em nível federal, estadual ou municipal. Durante a ação, será assinado o termo de cooperação em parceria com a Energisa, que fará a regularização do fornecimento de energia elétrica das feiras livres, gastronômicas e de artesanato do Município de Cuiabá, visando garantir a qualidade, conforto e dignidade para os feirantes da capital. Serviço O que é: 1ª Feira de Produtores da Agricultura Familiar e solenidade de assinatura de termo cooperação para regularização da energia elétrica nas feiras livres de Cuiabá Quando: 17 de abril (quarta-feira) Horário: 6h30 às 14h30 Local: Praça Alencastro, Centro

Polícia diz que trio acusado de assassinato de motoristas queriam lucrar com venda dos veículos roubados

Os delegados Nilson Farias e Olímpio da Cunha, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), revelaram que os três criminosos que confessaram os assassinatos dos motoristas de aplicativos, Rogério Carneiro, Elizeu Rosa Coelho e Nilson Nogueira, queriam lucrar com a venda dos veículos roubados. O delegado Nilson Farias destacou que o trio eram amigos, e que moravam no mesmo bairro. O delegado ainda reforçou que a polícia trata os três como ‘seriais killers’.  Segundo o delegado Nilson Farias, Lucas Ferreira da Silva, 20 de anos, era o “líder” do grupo e o mais agressivo deles. O menor E.G.M.L.,16 anos, também tinha forte influência sobre os demais. Já o mais novo L.P.S.,15 anos, teria apenas dirigido o carro após os crimes. Apesar de não ter assassinado efetivamente a vítima, ele irá responder por latrocínio, assim como os demais. Ainda segundo as autoridades policiais, o trio desenvolveu um método para avaliar a viabilidade de revenda dos carros.  “Eles deixavam esfriar o veículo para ver se tinha algum rastreador. E, aí, como tinha rastreador, os veículos foram liberados. Isso aí é um modo operante de quem faz subtração de veículos automotores. Eles, na possibilidade de haver rastreadores, aparelhos de rastreamento, eles deixam o veículo adormecer para ver se vai ser recuperado ou não. Se não buscarem, eles ficam livres para vender. No caso aí, os três tinham rastreadores”, disseram os delegados Nilson Farias e Olímpio da Cunha, em coletiva, na DHPP. Nilson Farias reforçou a intenção de assassinato em série dos envolvidos e afirmou que, independente do que acontecesse, o plano do trio era executar os motoristas pelo prazer de matar. “Nós queremos aqui destacar a expressão serial killer. Nós consideramos esse grupo de indivíduos verdadeiros seriais killers. Em termos de depoimento e interrogatório, eles deixaram claro o objetivo deles, além de ficar com o veículo, era matar a vítima do roubo. Independente de ela reagir ou não, independente de ela pedir pela sua vida ou não, ela iria morrer de qualquer forma”, destacou o delegado. O policial também esclareceu que não é descartado que outras pessoas estejam envolvidas no crime, mas que depende da investigação para descobrir o envolvimento de outros.  “A equipe de investigação está trabalhando para tentar localizar e identificar outras pessoas, porém, é a fase investigativa, então, não temos como ampliar e externar isso”, esclareceu Nilson Farias. Segundo o delegado, eles miraram apenas motoristas de aplicativos para matar, o delegado respondeu que muito se deve à facilidade e à criação do modus operandi.  “Eu acredito porque, pela facilidade de chamar pelo aplicativo e pelo fato de ter criado esse modus de operandi. Então, como ele praticou o primeiro, deu certo, no outro, pulou um dia, foi na quinta-feira. No sábado, praticou mais um, deu certo, no domingo já veio na sequência do sábado. Então, automaticamente, na segunda-feira eles iriam praticar mais um, inclusive eles colocaram isso em termos de declaração”, explicou o delegado. Nesta terça-feira, motoristas de aplicativo, de carro e moto, aparecem fazendo um buzinaço em protesto pela morte dos condutores, Rogério Carneiro, Elizeu Rosa Coelho e Nilson Nogueira.    

Gasto do Governo com folha salarial cresce e chega a 43,23%

“A despesa com folha de pagamento do Governo de Mato Grosso aumentou 9% entre os anos de 2022 e 2023. O índice é quase o dobro do crescimento da receita corrente líquida, que ficou em 5,3% no mesmo período.  Com o aumento da folha, o Governo fechou o ano de 2023 com índice de despesa de pessoal em 43,23%, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, o limite é de 49%. “Pela primeira vez desde 2019 a despesa com folha de pagamento do Estado cresceu mais do que a receita. Isso acende um sinal de alerta na análise de novas despesas de pessoal”, afirmou o secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo. A receita total do Executivo Estadual, em 2023, foi de R$ 30,8 bilhões e as despesas com pagamento da folha ficaram em R$ 11,5 bilhões. Já em 2022, a receita corrente líquida do governo foi de R$ 29,2 bilhões, enquanto a despesa total com pessoal foi de R$ 10,6 bilhões. A LRF naquele ano era de 38,4%. “Devemos acompanhar o comportamento da receita, que está pressionada pela queda dos preços das commodities e pela quebra de safra. A diretriz é equilibrar a gestão da folha com a capacidade de investimento do Estado”, afirmou 

A importância do gerenciamento de estresse

Vanessa Kasy Exposição exagerada às telas, ao invés de relaxar, dificulta Sem fazer exercício físico e dormindo mal, com mais fome, mais vontade de comer alimentos palatáveis como carboidrato, doces e gorduras. Emocionalmente irritada, insatisfeita e cansada. O tempo todo conectada ao celular. Mas a exposição exagerada às telas, ao invés de “relaxar”, dificulta ainda mais o sono e contribui para um círculo vicioso em que o estresse se tornou vilão. Consegue se reconhecer nesta cena cotidiana? Infelizmente, cerca de 90% da população mundial sofre com estresse, segundo dados dos últimos cinco anos da Organização Mundial de Saúde (OMS). Para ajudar as minhas pacientes no processo de reeducação alimentar e emagrecimento, primeiro compreendemos o que é o estresse, para criamos estratégias para o gerenciamento dele, inclusive para que não se torne crônico. Se não for tratado de forma adequada, o estresse pode gerar muitos problemas, entre eles cansaço, dores de cabeça e musculares, desajustes no sistema digestivo, irritabilidade, ansiedade, aumento da pressão arterial, problemas cardiovasculares, depressão e até compulsão alimentar. Sabe aquela vontade irresistível de comer doce? Devorar hamburger com batata frita e refrigerante? Aprender a gerenciar o estresse e as emoções que surgem a partir das questões do cotidiano é fundamental para que as pacientes consigam seguir a prescrição alimentar sem que isso seja vivenciado como um sofrimento. Infelizmente, hoje, grande parte da população brasileira sofre de sobrepeso ou obesidade justamente por não está conseguindo lidar com os estímulos estressantes de modo adequado e acabar descontando isso na comida. O que fazer? Ter uma rotina organizada e planejada ajuda muito, começando pela rotina do sono: quantas horas você dorme, qual a qualidade do seu sono, está conseguindo se recompor ou acorda diariamente cansada? Pode parecer insignificante, mas um sono de má qualidade atrapalha muito o desempenho nas atividades diárias, afeta o humor e pode inclusive gerar mais fome. Para facilitar e melhorar o sono, indico às pacientes que estabeleçam hábitos consistentes, como ir para a cama sempre no mesmo horário, criar um ambiente propício, mantendo o quarto escuro, silencioso e a uma temperatura agradável e incorporando atividades relaxantes, como leituras positivas e meditação. Além disso, é importante evitar o uso do celular antes de dormir, pois o azul da tela dos aparelhos eletrônicos pode interferir na produção do hormônio melatonina que interfere nos padrões de sono. Acrescentar nessa rotina a prática de exercício físico regular é fundamental para ambos: regular o sono e gerenciar o estresse. Entre outros hábitos saudáveis que contribuem na reeducação alimentar e no emagrecimento estão ingerir muita água, priorizar alimentos nutritivos e saudáveis e atividades de descompressão (leitura, ouvir música, estar com a família, contato com a natureza e momentos de autocuidado). As pacientes costumam passar por um processo de transformação ao longo desse processo, inclusive mudam o paladar e passam a gostar muito mais de salada, frutas e legumes. Mesmo com apoio nutricional, essa “jornada” só é possível quando a pessoa se propõe a viver o desafio do autoconhecimento, da autorregulação emocional e da autorresponsabilidade. Talvez seja necessário o suporte de outros profissionais, como psicólogo, psiquiatra e outros médicos. Mas independente da situação em que esteja inserida, não se cobre tanto. Tem uma frase que me ajudou e venho utilizando como mantra diário para obter excelentes resultados: “Primeiro faz, depois melhora”. Porque não evoluímos nada que não tenhamos começado. Apenas dê o primeiro passo! Vanessa Kasy – é nutricionista com formação na UFMT. Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Cuiabá Notícias

Votação desconexa: Gostem ou não, a política de forma figurada se assemelha com o futebol

Licio Antonio Malheiros Vivemos em nosso país momentos sombrios, fruto, de uma série de ações: atabalhoadas, intempestivas, corporativistas, surreais e por aí vai. Um fato marcou o nosso país, mais precisamente na noite de 14 de março de 2018, quando, a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados no Rio de Janeiro. A elucidação do caso Marielle, se estendeu por seis longos anos, durante os quais; a pergunta que ecoava de forma intensiva, era, quem mandou matar a vereadora Marielle Franco? Tentaram, de todas as formas associar esse assassinato vergonhoso e imoral à família do ex-presidente Jair Bolsonaro; sem sucesso. No domingo, 24 de março de 2024, dez dias após o aniversário de sua execução a tiros junto com o seu motorista Anderson Gomes, a Policia Federal (PF), apresentou respostas e revelou os nomes dos supostos mandantes, bem como suas motivações. Segundo as investigações, Marielle Franco e Anderson Gomes, foram assassinados a mando de um deputado federal chamado Chiquinho Brazão e de um conselheiro do Tribunal de Contas estadual, Domingos Brasão, seu irmão. A elucidação desse caso tenebroso, trouxe à tona conexões perturbadoras, envolvendo: política, polícia e milícia. Os irmãos Brazão ganhavam a vida explorando negócios ilícitos na Zona Oeste do Rio, e o que é pior, em conluio com nada mais nada menos, o chefe da Polícia Civil, na época, Rivaldo Barbos, aí, fica mesmo difícil elucidar um caso tenebroso como esse. O caso Mariele Franco foi submetido ao Plenário da Câmara, por se tratar de um deputado federal conforme recomenda a Constituição Federal, para manutenção da prisão preventiva do Chiquinho Brazão ou não. Seu nome foi levado para votação; a manutenção da prisão foi aprovada por 277 votos a 129. A repercussão maior, se deu, diante da votação da bancada de Mato Grosso, votaram a favor da manutenção da prisão, Gisela Simona (União) Emanuelzinho (MDB), e Juarez Costa (MDB). Votaram contrários a manutenção da prisão, Abílio Brunini (PL), Amália Barros (PL), Coronel Fernanda (PL), José Medeiros (PL) e finalmente Coronel Assis (União). Os cinco, tentaram de todas as formas justificar suas votações, nada mais justo, dentro do processo democrático, eles alegaram estar respaldando a Constituição vigente em nosso país; porém hoje, infelizmente a nossa Carta Magna vem sendo vilipendiada, achincalhada, literalmente rasgada (Infelizmente, vivemos hoje, tremenda insegurança jurídica). Alguns irão entender a posição das suas votações, enquanto a maioria absoluta não irá, pois o que foi passado segundo inquérito, o pedido de prisão preventiva do Chiquinho Brazão, tem como objetivo central evitar que ele   atrapalhe a condução do inquérito, prisão preventiva esta, votada através de colegiado. Agora, o parlamentar enfrentará processo no Concelho de Ética na Casa Baixa que poderá levá-lo à cassação do mandato. Voltando para nosso mundinho Mato Grosso, por certo, dos cinco que votaram contrário, o maior desgaste recairá no pré-candidato à Prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL). Explico, essa votação desagradou muitas pessoas, alguns, até já disseram não votar nele; essa decisão de voto, acabou jogando literalmente no colo do Eduardo Botelho (União), alguns votos. Gostem ou não, a política de forma figurada se assemelha com o futebol, um passe errado pode comprometer uma campanha, neste caso especifico por restarem 6 meses para eleição, o Abílio Brunini, terá que remar muito para reverter esse quadro. Vamos aguardar os próximos capítulos. Licio Antonio Malheiros – é geógrafo. Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Cuiabá Notícias

G20: Manejo Florestal um caminho para mitigar as mudanças climáticas

EDNEI BLASIUS  Como presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), tenho a honra de destacar a importância do Brasil e mais especificamente de Mato Grosso, no contexto global das discussões sobre sustentabilidade, especialmente no âmbito do G20. A preservação das nossas florestas aliada ao combate às mudanças climáticas tem sido uma das principais prioridades da presidência brasileira no G20. Nesse sentido, os Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) emergem como uma solução poderosa e eficaz, como um dos poucos métodos capazes de contribuir para a mitigação das mudanças climáticas. Com grande entusiasmo, observamos a inclusão de Cuiabá como uma das cidades-sede da próxima reunião do G20, em setembro deste ano. Esta é uma oportunidade única para compartilharmos nossas experiências e boas práticas, demonstrando ao mundo o compromisso do Brasil e, em particular, de Mato Grosso, com o desenvolvimento sustentável. É uma ocasião que nos permite evidenciar a contribuição do Manejo Florestal para o equilíbrio do efeito estufa nos próximos anos. Um estudo realizado pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) destaca o papel crucial do manejo florestal sustentável na redução estimada de 16% das emissões de gases de efeito estufa. Atualmente, as áreas de floresta sob manejo florestal no Estado totalizam 5,025 milhões de hectares até 2023, com projeção de alcançar 6 milhões até 2030. É fundamental compreendermos que o manejo florestal é uma atividade que propicia a geração de emprego, renda e novos negócios na cadeia produtiva da madeira, sem agredir o meio ambiente. Das áreas de manejo florestal são colhidas apenas as árvores maduras previamente selecionadas, em consonância com as leis ambientais. Sobretudo, cumpre papel crucial na mitigação de um cenário de emergência climática, ao mesmo tempo em que garante a conservação dos recursos florestais e a promoção do desenvolvimento sustentável. Essa abordagem holística não só contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, como também para a fixação de carbono, duas vertentes essenciais na luta contra as mudanças do clima. Entenda: o sequestro de carbono ocorre na fixação da massa física de carbono na estrutura da árvore. Após a colheita da árvore madura, o carbono permanece fixado na madeira. Isso evita que a árvore apodreça, caia de maneira desordenada na floresta e essa mesma árvore libere CO2 de volta à atmosfera. A produção de madeira de Mato Grosso segue reconhecida globalmente como referência na produção de madeira legal, sustentável, e com responsabilidade ambiental, o que assegura para quem adquire um produto florestal o cumprimento das metas de sustentabilidade de seu país, com a regulação climática e a neutralização de carbono. Nós, do Cipem, estamos comprometidos em promover um modelo de desenvolvimento econômico que seja socialmente justo e ecologicamente correto, sustentável e renovável. EDNEI BLASIUS – é Presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras. Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Cuiabá Notícias

Fazendeiro que gastou fortuna em desmate químico no Pantanal fica em silêncio durante interrogatório

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), realizou o interrogatório do pecuarista, alvo da Operação Cordilheira, responsável pelo desmate químico em uma área mais de 80 mil hectares na região do Pantanal mato-grossense. O desmatamento ilegal atingiu vastas áreas de vegetação em, ao menos, 11 propriedades rurais pertencentes ao investigado. No interrogatório, realizado por vídeo, o fazendeiro C.O.L. optou em permanecer em silêncio, sobre as condutas em apuração, que ocasionaram a mortandade de espécies arbóreas com o uso irregular reiterado de agrotóxicos em área de vegetação nativa. A área abrangida pelo despejo criminoso de agrotóxicos para desmatamento químico compreende 81.223,7532 hectares dos imóveis rurais de propriedade do investigado, integralmente inseridas no bioma Pantanal – em planícies alagáveis da Bacia do Alto Paraguai, no município de Barão de Melgaço. A região, deveria ser ícone na proteção ambiental por se constituir em Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera, reconhecida pela Unesco, patrimônio nacional assegurado na Constituição Federal, além de ser a maior planície alegável do planeta e abrigar riquíssima biodiversidade. O investigado possui em torno de 277 mil hectares, o correspondente a 2.700 km² de área integralmente no bioma pantaneiro e constitui quase 6% da área total do Pantanal de Mato Grosso, estimada em 48.865 km². Conforme as investigações e considerando as ofertas de imóveis similares à venda no Pantanal, cujo preço de mercado está em torno R$ 2,8 mil, o hectare para as áreas de maior valor, as propriedades investigadas valem juntas, aproximadamente, R$ 775,6 milhões. Aquisição e uso do agrotóxico A análise de dados fiscais realizados pelo Núcleo de Inteligência da Dema constatou que no período de 1º de fevereiro de 2021 a 08 de fevereiro de 2022 foram adquiridos agrotóxicos de várias distribuidoras destinados à propriedade investigada, totalizando R$ 9,5 milhões. Na ocasião, foram emitidas notas fiscais por revendedoras de produtos agrícolas no valor de R$ 15,6 milhões, cujos valores permitem aferir a proporção dos danos causados pelas condutas dos investigados, vinculados aos planos de voos para aplicação criminosa dos defensivos adquiridos. A investigação apurou ainda que a aplicação dos produtos feita por avião agrícola totalizou 240 toneladas ao custo de mais de R$ 4 milhões. Nas propriedades do investigado também foram encontradas toneladas de semente de capim, que iam ser plantados no lugar da vegetação nativa destruída. Nas buscas realizadas no mês de março de 2023 foram encontradas diversas embalagens de produtos químicos e agrotóxicos, confirmando a autoria e a causa entre o desfolhamento das espécies nas áreas das propriedades rurais do investigado e o emprego de substâncias químicas hábeis a ocasionar o dano ambiental registrado. As amostras coletadas na vegetação e nos sedimentos detectaram a presença de quatro herbicidas: Imazamox, Picloram, 2,4-D e Fluroxipir. Os produtos são classificados com potencial de periculosidade ambiental III, perigoso ao meio ambiente. Por meio de perícia foi comprovada a contaminação em amostras da vegetação, do solo e da água. A delegada titular da Dema, Liliane Murata, destaca que a Instrução Normativa 02/2008, do Ministério da Agricultura, proíbe a aplicação de aérea de agrotóxicos em áreas situadas a 250 metros de mananciais de água. “A aplicação dos produtos tóxicos por via aérea tornou mais grave o dano ambiental, já que o Pantanal é área alagada, o que possibilita que as substâncias químicas sejam conduzidas pelas águas e atinja a fauna, ictiofauna e até seres humanos com a contaminação dos rios”, disse a delegada. Valoração do dano ambiental As autuações do órgão ambiental do Estado, decorrentes da investigação policial, e lavradas apenas no período de julho a agosto de 2023 resultaram em nove termos de embargo e interdição pelas degradações ambientais, contra nove dos imóveis rurais do investigado. A multas dos autos de infração somaram R$ 2.891.716.627,50 bilhões e é a maior autuação já registrada pela Sema e, consequentemente, a maior penalidade aplicada em Mato Grosso. O custo da reparação dos danos ambientais somado ao valor das multas aplicadas pelo órgão ambiental do Estado apontam um prejuízo de mais de R$ 5,2 bilhões, soma superior ao valor de venda de todas as propriedades do investigado situadas no bioma Pantanal, levando em conta a avaliação de mercado das áreas rurais da região. Na operação foram arrestadas e sequestradas, além de indisponibilidade de bens de 11 propriedades rurais com a finalidade de suprir parte do prejuízo e reparar o dano ambiental bilionário.

Quatro atletas de MT são convocados para representar o Brasil no Campeonato Ibero-Americano de Atletismo

Quatro atletas mato-grossenses foram convocados pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), nesta segunda-feira (15), para o Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, que será realizado entre os dias 10 e 12 de maio, em Cuiabá (MT). Foram chamados Jânio Varjão (Barra do Garças), Lissandra Maysa Campos (Nossa Senhora do Livramento), Wendell Jerônimo (Pontes e Lacerda) e Almir Junior (Peixoto de Azevedo).  A vinda do evento esportivo internacional, que reúne, a cada dois anos, países ibero-americanos, africanos e Andorra, foi articulada pelo Governo do Estado e é uma oportunidade para atletas obterem índices para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 ou pontos no ranking mundial.  “Correr em casa e em Cuiabá, onde eu comecei minha trajetória em competições estaduais, é uma motivação a mais. Estamos bastante empolgados e focados para essa competição”, afirma o atleta Jânio Varjão, que representa a Barra do Garças Associação de Atletismo na prova dos 800m. Atleta de Nossa Senhora do Livramento, Lissandra Maysa Campos representa o Instituto Vicente Lenílson, de Cuiabá, e é uma das favoritas na prova do salto em distância. “Eu estou muito feliz com a convocação e, ainda, por estar mais uma vez na seleção adulta. Estou confiante de representar meu Estado e minha cidade na nossa pista”, destaca. Será a primeira vez que o Centro-Oeste recebe a competição. No Brasil, o campeonato já foi realizado em Manaus-1990, Rio-2000, São Paulo-2014 e Rio-2016, cuja edição foi pré-olímpica, como será agora a de Cuiabá. A primeira edição do Ibero-Americano foi realizada em 1983, em Barcelona (ESP). “Estamos fazendo esporte em todo o Brasil e é assim que o atletismo cresce”, disse o presidente da CBAt, Wlamir Campos, ao convocar os quatro esportistas mato-grossenses, entre eles Wendell Jerônimo, que compete nas provas de 5000m e 10km de corrida de rua representando a Associação de Corredores de Rua de Lucas do Rio Verde. “Um evento com países da América Central e Caribe, do Norte, do Sul, da África e da Europa – Portugal e Espanha já confirmaram a participação – será uma boa prova de fogo para os brasileiros”, ressaltou Wlamir, que convidou o público de Cuiabá para assistir o evento que ocorre na pista do Centro Olímpico de Treinamento da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

Dólar vai a R$ 5,28 após revisão da meta fiscal, maior índice em 1 ano

O dólar opera em forte alta nesta terça-feira (16), após a revisão da meta fiscal pelo governo brasileiro e em meio a tensão no Oriente Médio. Por volta das 9h, a moeda americana estava cotada a R$ 5,22. Às 11h45, porém, esse valor atingia R$ 5,28, maior patamar desde março do ano passado. Na quinta-feira (15/4), a moeda americana fechou a R$ 5,18, o maior valor em um ano, o que representou uma elevação de 1,24% em relação ao dia anterior. Há três destaques entre os principais fatores de pressão sobre o dólar. O primeiro deles é a estimativa do mercado mundial de que os juros não vão ceder tão cedo nos Estados Unidos. A economia americana tem dado sucessivas mostras de aquecimento, um quadro que impede que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) reduza a taxa local, hoje fixada no intervalo entre 5,25% e 5,50%. Além disso, o agravamento do conflito no Oriente Médio, com o ataque do Irã contra Israel, no sábado (13/4) também fez com que a moeda americana se valorizasse. Nesse caso, o temor é que o acirramento da guerra resulte na elevação do valor internacional do petróleo, algo que teria forte impacto sobre a formação de preços em todo o mundo. Na prática, esse cenário resultaria em inflação. Por fim, a confirmação nessa segunda-feira (15/4) da mudança da meta fiscal para 2025 no Brasil também joga a favor da elevação da moeda americana – e contra o real. O governo federal anunciou que, em vez de superávit primário (o saldo positivo das contas públicas, sem contar o pagamento de juros) de 0,5%, o alvo do Executivo passou a ser um empate de zero a zero nas contas públicas, com eventual déficit de 0,25%.