Tenho doença no coração, posso treinar?
João Lombardi O mais importante é poder realizar os seus treinos com segurança É comum que ao receber um diagnóstico médico, na sequência seja gerado uma série de dúvidas e incertezas em relação ao futuro e ao enfrentamento da patologia que iremos conviver. Quando são doenças relacionadas ao coração, pode ser que isso fique ainda mais evidente, pelo fato de que as doenças cardiovasculares são as doenças que mais matam no mundo e essa informação está amplamente difundida para a população. Assim, um dos questionamentos em relação a um diagnóstico de doença cardíaca é a possibilidade ou não de iniciar ou até mesmo manter uma vida ativa. Já é reconhecido há muito tempo o papel do exercício físico como ferramenta terapêutica não medicamentosa nas mais variadas doenças clínicas apresentadas pelo ser humano. Portanto, o treinamento físico tem que ser encarado como um remédio. E como um remédio, ele tem dose, isto é, frequência, duração, intensidade, volume, carga, entre outros… ou seja, cada pessoa em cada situação vai ter a sua prescrição de treino ajustada e adequada 100% para a realidade que ela está naquele momento! Quando se fala em problemas do coração, o primeiro passo é obviamente procurar um cardiologista. É obrigatório que o acompanhamento com especialista seja realizado de forma próxima e longitudinal. As doenças cardiológicas contam com um arsenal terapêutico enorme de acordo com cada patologia específica e o exercício vem para SOMAR com o tratamento medicamentoso, JAMAIS SUBSTITUIR, portanto os dois devem ser feitos juntos, pois não é uma escolha de um ou outro. O segundo passo é avaliar qual cardiopatia estamos lidando. Nem todas as cardiopatias contra indicam o esforço físico, muito pelo contrário, as doenças do coração que tem contra indicação absoluta ao esforço físico são RARÍSSIMAS e a maioria das cardiopatias terá um benefício enorme com um estilo de vida ativo e prática de exercício físico. Novamente, isto tem que ser realizado na quantidade e na forma certa! Um cenário possível são os pacientes já praticantes de exercício físico de longa data. Este preferencialmente irá continuar praticando exatamente a modalidade que já vem desempenhando ao longo dos anos, com ajuste em relação a carga e volume frente a situação apresentada pelo coração deste paciente naquele momento. A ideia é manter o treinamento físico para que atenue a progressão da doença cardíaca. Outro cenário são os pacientes que são sedentários e fisicamente inativos. Estes devem de acordo com a doença iniciar imediatamente, descartada todas as contra indicações, para que o coração seja tratado juntamente com a medicação, com exercício físico, na prescrição de frequência duração e intensidade inicialmente baixas para ter uma progressão com o tempo de acordo com a capacidade cardiorrespiratória e de força. O último cenário são pacientes graves com capacidade funcional extremamente baixa para conseguir fazer um plano de exercício físico programado. Ainda assim, estes irão fazer exercício físico, mas inicialmente irão contar com uma reabilitação para dar condições ao sistema cardiovascular para poder proporcionar a esse paciente futuramente um plano de vida ativa futuramente após essa reabilitação ser concluída! O mais importante para todos os casos é poder realizar os seus treinos com segurança e com um treino moldado completamente para o seu caso! Procure sempre um profissional da saúde! João Lombardi – é médico do exercício e do esporte pela Unifesp. Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Cuiabá Notícias.
De Vinicius Brasilino para Vinicius Junior
VINICIUS BRASILINO Vini, peço licença. Resolvi te escrever para dizer que de onde estás e daqui onde estou, estamos juntos na luta contra o racismo. Esses dias não têm sido fáceis, eu pelo menos, ainda não consegui absorver aquela imagem de um estádio inteiro te depreciando por ser um jovem preto que é consciente e resiste contra o racismo bravamente em defesa da tua dignidade, da tua história e a do nosso povo. É visível que a força que sustenta o racismo até hoje no imaginário de uma parcela do povo europeu, infelizmente, ainda tem as marcas do sangue de cada um que foi sequestrado da África para ser escravizado aqui no Brasil e no mundo. Tem o peso de cada grama de ouro e das riquezas que roubaram do continente Africano. É o mesmo ideal dos que outrora nos escravizaram e hoje não mais escravizaram nossos corpos, nem nossas mentes. Combater o racismo é o desafio do século para um mundo que se propõe a ser diferente, moderno e humano. Mas como fazer? Pois será preciso mudar consciências já formadas, ideologias já construídas. Como podemos modificar um imaginário que há milênios é imposto com regra em uma sociedade completamente diversa? E mais ainda, como tornar o combate ao racismo uma bandeira efetiva de promoção de uma cultura de paz mundial? Aos 22 anos, com a habilidade profissional e consciência que tu tens, tu és exemplo para o mundo. E sua voz é a potência de um povo que por séculos tentaram silenciar. O racismo em suas variadas formas é cruel e o sofrimento que causa não cicatriza jamais. Porém, é com mesmo brilho no olho que se comemora um gol, com a mesma garra de um contra-ataque precisaremos enfrentar o racismo. Por horas, tem-se a impressão que estamos a sós. Às vezes pergunto, “se não eu, quem faria?” E percebo que em vários lugares e de diversas formas tem pessoas que lutam contra essa chaga que é o racismo. Porém, é preciso unificar essas vozes. A luta institucional é necessária, ocupar os espaços e modificar as regras, denunciar e criar políticas públicas é fundamental em todo o mundo para que essa prática abominável, violenta, antidemocrática e desumana seja extirpada, mas a mobilização do povo negro é indispensável. Seja esse expoente no mundo, aliás, você já é. Virá um novo Rei Pelé no campo e com ele a luta atual de seu povo por plena liberdade. Tem nome: Vinicius Junior! Um forte, afetuoso e fraterno abraço de outro Vinícius, o Brasilino. Conte comigo! VINICIUS BRASILINO – é estudante do Bacharelado de Ciência e Tecnologia da UFMT e secretário para as Relações Raciais da APOLGBTQI-MT, coordenador de Juventude da Rede Nacional de Religiões Afrobrasileiras e Saúde-MT
Médicos ortopedistas retomam cirurgias no HMC após 6 dias de paralisação
Os médicos ortopedistas retomaram aos serviços de consulta e de cirurgias eletivas, na quinta-feira (28), no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) Leony Palma de Carvalho. Após reunião com representantes do Conselho de Administração do hospital, presidido pelo secretário de Saúde, Deiver Teixeira, os profissionais decidiram pela retomada das atividades. “Vamos sentar juntamente com o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) e o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) para discutir o pagamento à empresa terceirizada de uma forma segura”, afirmou o secretário Deiver Teixeira. Médicos da unidade hospitalar decidiram paralisar os serviços no início da semana. Os pagamentos à empresa estão sob auditoria por determinação do Decreto 10.058/2024. Na reunião, ficou decidido que a retomada das atividades será imediata e que no prazo de 15 dias a empresa deverá pagar os salários dos profissionais, após repasse da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), com aval do Ministério Público Estadual (MPE) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A auditoria determinada via decreto continuará vigente. Paralisação Médicos ortopedistas decidiram pela paralisação das atividades no último sábado (23), alegando 3 meses de salários atrasados. Em nota, a Prefeitura de Cuiabá esclareceu que a decisão foi tomada, com base a pagamentos que estão sob auditoria, da antiga empresa que prestava os serviços, a Medtrauma. O vínculo com a Medtrauma foi encerrado no dia 23 de fevereiro, por suspeitas de fraudes.
Empresa responsável por fornecimento do Peixe Santo será punida por desistir de contrato
A Prefeitura de Cuiabá informa que tomará as providências punitivas em relação à desistência da empresa credenciada para o fornecimento do tradicional Peixe Santo. A administração foi pega de surpresa com a resposta vinda de última hora. Infelizmente, a desistência ocorreu sem tempo hábil para que a administração pudesse realizar outras tratativas para fornecer a comercialização do tradicional Peixe Santo a preços mais acessíveis como acontece há anos na Capital. A empresa desistiu dois dias antes da programação, no ato de assinar o contrato, alegando que teria prejuízo com os valores que seriam comercializados. A empresa participou do processo de licitação realizado pela Prefeitura de Cuiabá, através da Secretaria Municipal de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico, visando o credenciamento e operacionalização do Peixe Santo. O processo foi homologado no dia 22 deste mês. Três dias depois, no dia 25, na segunda-feira, na assinatura do contrato, a empresa se recusou a formalizar o contrato dizendo ter desistido de fornecer os peixes. O processo licitatório prevê a penalização mesmo não tendo assinado o contrato. No caso, desde advertência até declaração de inidoneidade, aplicação de multa, suspensão de licitar com a Prefeitura de Cuiabá, bem como, com qualquer órgão público seja municipal, estadual ou federal. As medidas no sentido de punir a empresa por não honrar o contrato serão providenciadas imediatamente pela Secretaria de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico e pela Secretaria Adjunta de Licitações e Contratos.
Paciente com leucemia luta na Justiça por medicamento que custa R$ 1,1 milhão
O juiz Raul Leite, da 4ª Vara Cível de Tangará da Serra (242 km de Cuiabá) reverteu, no dia 20 de março, decisão que garantia a Danielly Nakasawa Fernandes, de 22 anos, o acesso ao medicamento Inotuzumab Ozogamicin, de uso intravenoso. Os médicos do Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCan) apontam que o remédio – vendido por R$ 1,1 milhão – é a única chance da jovem na luta contra a leucemia. Analisando contestações do poder público contra liminar que tinha determinado a compra do medicamento, o magistrado reviu a decisão sob a justificativa de que a compra do remédio demandaria uma grande quantia dos cofres públicos, podendo prejudicar outros procedimentos já programados e essenciais para o funcionamento do sistema de saúde. No dia 22 de março, o defensor público Daniel de Souza Pinto interpôs um recurso de apelação junto ao Tribunal de Justiça (TJMT), solicitando o deferimento da liminar e o fornecimento do medicamento com a urgência que o caso requer. “A profissional descreve de forma fundamentada e detalhada a urgência e a necessidade do fornecimento do tratamento com a medicação oncológica Inotuzumab Ozogamicin 1,8 mg/m2 3,2 mg – 4 ampolas, administrar 3,2 mg, 1 vez a cada 4 semanas, bem como a ineficácia dos medicamentos fornecidos pelo SUS para o tratamento da doença ante a refratariedade destes tratamentos na paciente”, diz trecho do recurso. De acordo com a petição, os tratamentos atualmente disponibilizados pelo SUS não possuem eficácia para o tratamento da patologia. Assim, a medicação requisitada é a única alternativa para garantir a sobrevida de Danielly. “Em que pese o alto custo do medicamento pleiteado em relação à responsabilidade na gestão dos recursos públicos, o direito a ser ponderado no caso em tela é o da dignidade da pessoa humana corroborado pelo direito à vida da paciente, ora, recorrente, que se encontra em risco de vida”, enfatizou o defensor, em outro trecho do recurso. Danielly está totalmente isolada numa das salas do HCan, devido ao risco de morte caso tenha alguma infecção por vírus ou bactéria, por conta do seu debilitado estado de saúde.
Período proibitivo para exploração do manejo florestal sustentável encerra na próxima segunda-feira
O período de proibição para exploração do manejo florestal sustentável em Mato Grosso termina na próxima segunda-feira (1°). A restrição, que acontece todos os anos, se aplica ao corte, derrubada, arraste e transporte de toras. O objetivo é proteger o solo do impacto da retirada de madeira, principalmente no período das chuvas. Alguns municípios da região Noroeste, localizados na região amazônica, muito chuvosa, seguem com a proibição até o mês de maio. São eles: Aripuanã, Brasnorte, Castanheira, Colniza, Cotriguaçu, Juara, Juína, Juruena, Novo Horizonte do Norte, Porto dos Gaúchos, Rondolândia e Tabaporã. Cerca de 6% do território mato-grossense é atingido pela proibição, totalizando 52 mil quilômetros quadrados de áreas que possuem Planos de Manejo Florestal Sustentável autorizados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT). A medida, em vigor desde o dia 1º de fevereiro, está prevista em resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e é regulamentada pela Câmara Técnica Florestal de Mato Grosso, por meio da resolução N°10/2017, que dispõe sobre o período proibitivo de exploração florestal sob o regime de Manejo Florestal Sustentável de Baixo Impacto. Até o dia 1° de abril, só será possível emitir a guia florestal e transportar o volume e espécie das madeiras que foram estocadas na esplanada principal e cadastradas no sistema Sisflora antes do início do período proibitivo. O Manejo Florestal Sustentável tem como objetivo a exploração florestal com mínimo impacto. Segundo a superintendente de Gestão Florestal da Sema-MT, Tatiana Paula Marques de Arruda, respeitar essa fase de “reserva da madeira” é essencial para manter o equilíbrio entre o desenvolvimento ambiental, o econômico e social.