O “ponto do não retorno”

JUACY DA SILVA  A Caritas Brasileira, que faz parte da rede mundial Caritas, organismo da Igreja Católica voltada para as ações de assistência, solidariedade e fraternidade `as pessoas e grupos que enfrentam vulnerabilidades extremas, presidida por Dom Mario Antônio da Silva, que também é o Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Cuiabá, emitiu recentemente uma nota de solidariedade `as pessoas e comunidades ribeirinhas, pescadores, povos tradicionais/indígenas, quilombolas, pequenos agricultores que estão na iminência de sofrerem perdas irreparáveis, caso seja construído um empreendimento, uma barragem internacional no Rio Madeira. Além da solidariedade a tais pessoas e comunidades também a CARITAS BRASILEIRA na citada nota faz um alerta e apresenta argumentos contrários `aquele empreendimento que, a título de gerar energia, provocará mais degradação ambiental, como já acontece em outras bacias hidrográficas em outros Estados como Mato Grosso, Pará e outros estados que integram os biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal. Ao divulgar a referida nota da CARITAS BRASILEIRA a diversas pessoas e grupos em algumas redes sociais, recebi diversas manifestações de apoio ao posicionamento da entidade e algumas pessoas indagando o que podemos e devemos fazer para impedir tamanha insensatez, verdadeiros crimes ambientais, ja que estamos sob um novo governo que se diz, pelo menos no discurso, comprometido com as causas ambientais/ecológicas, em oposição ao governo passado que simplesmente compactuava e fazia “vistas grossas” ao processo de degradação ambiental, sob a idéia de que “era preciso aproveitar o tempo e deixar a boiada passar”. No seu questionamento uma pessoa fez um comentário e, ao mesmo tempo, um questionamento que aqui transcrevo e que passou a ser objeto desta minha reflexão/artigo “A natureza pede socorro, onde vamos parar?” Tentei demonstrar, argumentar `a referida pessoa que se essas agressões `a natureza, representadas pela destruição das florestas, pelo desmatamento, as queimadas, a poluição dos cursos d’água por agrotóxicos, erosão, lixo urbano, esgotos, construção de barragens em nossos rios; a grilagem de terras públicas e áreas indígenas, o garimpo ilegal e a mineração sem controle; o uso de combustíveis fósseis, como bem tem alertado e atestado diversas instituições de pesquisa ao redor do mundo e as agências especializadas da ONU, bem antes de 2040 ou 2050, estaremos atingindo “o ponto do não retorno”, ou seja, uma situação em que as perdas e a destruição do meio ambiente dificilmente serão recuperados, colocando em risco todas as formas de vida, inclusive da vida humana no planeta terra. Isto é o que é chamado de “ponto do não retorno”, a desertificação e as mudanças climáticas terão como consequência o aumento da fome, da miséria, dos conflitos, das guerras, das migrações. Para alguns estudiosos isto se aproxima bastante da visão contida na Bíblia Sagrada, no Livro de Apocalipse, ou o fim dos tempos, com muito sofrimento e aumento da mortalidade em geral e dezenas de milhões de pessoas, verdadeiras hordas humanas esquálidas, vagando, sem destino, pelos países, como já está acontecendo em todos os continentes: Europa, Ásia, África e América Latina, do Norte e Caribe. O “ponto do não retorno”, depende única e exclusivamente das pessoas, que, tanto individual e quanto/principalmente coletivamente e das instituições públicas nacionais e internacionais que precisam mudar radicalmente e de forma urgente nossos hábitos de consumo, na verdade a volúpia do consumismo, do desperdício e da voracidade como acumulam bens e usam serviços além da capacidade do planeta. Por isso precisamos de uma conversão ecológica, ao reconhecermos que estamos praticando não apenas crimes ambientais, mas também verdadeiros PECADOS ECOLÓGICOS, tanto individual quanto coletivamente, como sinal e forma de respeito tanto `a natureza quanto `as futuras gerações. Esta e a base da ECOTEOLOGIA e que fundamentam o conceito de TEMPO DA CRIAÇÃO, que está se aproximando e será celebrado entre 01 de setembro até 04 de outubro vindouros, que está ancorado em três dimensões: ORAÇÃO pelo bem e respeito `as obras da criação; SUSTENTABILIDADE, no sentido pleno do conceito e das práticas, sem o que continuaremos destruindo o planeta e causando todos os males que conhecemos, principalmente a crise climática e, finalmente, a MOBILIZACAO PROFÉTICA, ou seja, termos a coragem de questionar as estruturas sociais, políticas , econômicas, nacionais e internacionais, os atuais modelos econômicos que tem levado a todos esses desastres ecológicos, razão pela qual o Papa Francisco tem falado e nos exortado quando diz que “E preciso realmar a economia”, pois “tudo está interligado, nesta Casa Comum”, incentivarmos uma economia da vida e não da morte como o que temos assistido/visto passivamente. Esta é a síntese do novo paradigma contido na proposta do Santo Padre, denominada de ECONOMIA DE FRANCISCO E CLARA, onde a premissa básica não é a busca incessante e irracional pelo lucro e acumulação de renda, riqueza e oportunidade que beneficiam apenas uma ínfima minoria, os 1% ou no máximo 5% dos que estão no ápice da pirâmide social e econômica, em detrimento da grande maioria da população que praticamente vive ou vegeta na ou abaixo da linha da pobreza, a chamada pobreza extrema. Em substituição a esta economia da morte, precisamos rearmar a nova economia, onde os frutos do desenvolvimento e do progresso sejam repartidos, distribuídos de uma forma mais equitativa e humana a todas as pessoas e camadas sociais, condição necessária para uma nova civilização baseada na Bem Comum e no Bem Viver dos povos, em harmonia entre as diferentes classes sociais e nações e também, em perfeita harmonia com a natureza e as demais criaturas que habitam este planeta. A PEI Pastoral da Ecologia Integral, da mesma forma que a CARITAS BRASILEIRA e suas redes de Caritas Arquidiocesanas, Diocesanas e Paroquiais tem o dever, a obrigação , enfim, o desafio de seguir essas pegadas, caso não o façam, seremos mais uma pastoral e organismo da Igreja que produzirão poucos resultados e nenhum impacto em termos de transformações sociais, culturais, politicas e econômicas/financeiras, enfim, de estilo de vida. Cabe aqui também mencionar que a Caritas Brasileira enfatiza os três níveis de caridade: a Assistencial; a Promocional e a LIBERTADORA, a que questiona as estruturas e práticas que geram exclusão, fome, miséria,

“Servirá como um impulso ao comércio da cidade”, diz Emanuel sobre a revitalização do Mercado Municipal

A revitalização do aspecto visual e logístico do Mercado Municipal Miguel Sutil está prestes a impulsionar a economia do centro histórico de Cuiabá. Essa visão  também é abraçada pelos comerciantes, com alguns deles já ansiando por uma revolução no ambiente. Na quinta-feira, dia 17, esse sonho se concretizou com o emocionante lançamento oficial da construção da obra, pelo prefeito Emanuel Pinheiro. O evento contou com a presença do corpo diretivo municipal, representantes do legislativo e membros do Consórcio CS Mobi Cuiabá, que irá executar a obra por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) que aplicará R$ 125 milhões no projeto. Construído há aproximadamente 60 anos e entregue pela gestão do então prefeito, Vicente Hermínio Vuolo, com a ambição de realizar uma revolução que foi de fato concretizada naquela época, o mercado se tornou o epicentro do comércio para as famílias cuiabanas. Agora, passado e presente convergem para marcar uma nova era. O projeto contemporâneo, liderado pelo prefeito Emanuel Pinheiro, apresentará uma estrutura ampla e moderna que reflete a importância de Cuiabá. “Servirá como um impulso ao comércio da cidade, trazendo uma nova atmosfera que resgata as raízes cuiabanas para sua população. Será uma obra monumental, uma transformação de grande magnitude, pois Cuiabá é, de fato, uma cidade grandiosa”, declarou o prefeito Emanuel Pinheiro, reforçando a necessidade de que a capital esteja à altura das principais metrópoles. Para Dona Antônia Mota, comerciante que atua no Mercado Municipal há mais de 20 anos, a expectativa de mudança é acompanhada de confiança na administração municipal. “Uma ótima iniciativa, não é? Haverá novidades para todos, especialmente para nós, comerciantes. Estou aqui há muitos anos e aguardava há bastante tempo por investimentos na estrutura deste local. Sempre acreditei que esse dia chegaria, e de repente, aqui está, glória a Deus por isso”, compartilhou a comerciante. Assim como a maioria dos 18 permissionários que operam no Mercado Municipal Miguel Sutil, Dona Antônia depende do comércio para seu sustento. Embora tenha começado sua empreitada quando seus filhos já eram adultos, ela continua obtendo sua renda diária no mercado e reconhece a importância vital desse espaço para sua estabilidade financeira. “Além de toda a tradição que envolve o Mercado Municipal, a modernização vem para nos auxiliar. Pretendo permanecer aqui mesmo após a conclusão de tudo, vendendo tapioca, cuscuz, misto quente”, afirmou. Terezinha Lucas, moradora do Jardim Passaredo, guarda com carinho as memórias de sua infância frequentando muito o Mercado, e ela nota que a realidade atual da estrutura está distante do que ela vivenciou naquela época. “Sem dúvida, o mercado ficará consideravelmente melhor do que é agora. A aparência atual é bastante desgastada, porém seria bastante positivo se pudessem preservar a história da feira e deste local. É crucial reorganizar o ambiente, proporcionar melhores condições para os frequentadores e aqueles que dependem deste espaço, mas sempre mantendo viva a rica história”, argumentou. O secretário municipal de Obras, José Roberto Stopa, destacou que a futura estrutura do Mercado Municipal Miguel Sutil representará uma metamorfose na área central, adicionando modernidade sem perder as características únicas da cultura cuiabana. O novo mercado será a obra magnífica final da gestão de Emanuel Pinheiro, englobando 186 espaços comerciais, estacionamento rotativo e mais de 80 totens com termômetros infravermelhos para medição de temperatura. Além disso, abrangerá a revitalização dos arredores, incluindo calçadas e a praça Rachid Jaudy. A obra será concluída em  dezembro de 2024, encerrando o período de 8 anos da gestão Emanuel Pinheiro. Da Assessoria

Mulher é agredida e mantida em cárcere privado pelo ex-companheiro

Uma mulher de 22 anos foi agredida com socos no rosto e mantida em cárcere privado pelo ex-namorado na madrugada deste sábado (19), em Cuiabá. A vítima foi socorrida por vizinhos que acionaram a polícia. O suspeito fugiu do local. Conforme informações do boletim de ocorrência, a PM foi acionada por volta das 2h para atender uma denúncia de violência doméstica. Ao chegar na residência , os militares encontraram a vítima que estava bastante assustada e com o nariz sangrando. A mulher relatou que o ex-companheiro que não aceita o término do relacionamento, chegou em sua casa querendo levar seu filho à força. A mãe não permitiu que o homem saísse  com a criança do local. Neste momento o ex-companheiro  deu um soco em seu rosto, tomou seu celular e a trancou dentro da casa não permitindo que ela saísse. A mulher começou a gritar pedindo por socorro, momento em que os vizinhos arrombaram a porta e resgataram a mulher. O suspeito fugiu do local e ainda não foi encontrado. A vítima foi levada até uma unidade médica e, em seguida, foi levada para delegacia para prestar denúncia.

Comida para todos

Licio Antônio Malheiros Embora vivamos em um país com dimensões territoriais continentais, e felizmente, não sofremos intempéries mais grave como: terremoto, maremoto, tsunami, apenas quando muito, sofremos alguns pequenos abalos sísmicos, pouco representativos. Além, de termos solos férteis e agricultáveis. Ainda assim, infelizmente cerca de 33,1 milhões de brasileiros vivem em situação de fome; 14 milhões a mais que em 2020, esse triste quadro acontece em decorrência da falta de políticas públicas e, ao exacerbado desperdício de alimentos. Agora, quando deparamos com uma ação implementada pelo Legislativo Estadual (AL\MT), tendo como presidente, o deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil), que além de visionário e vanguardista, apresenta, sentimento altruísta exacerbado. Ao lançar o programa de arrecadação de alimentos para entidades beneficentes, denominado, Programa Alimentar. Que tem como objetivo central, arrecadar alimentos para instituições filantrópicas que atendam famílias carentes em todo o estado. Esta brilhante iniciativa vem coroar o Poder Legislativo (AL\MT), na pessoa do presidente Eduardo Botelho (União Brasil), que oficialmente apresentou o Programa Alimentar. O lançamento se deu, durante a solenidade de abertura do Encontro do Supermercadistas, Atacadistas, Distribuidores, Industria e Food Service, belíssima iniciativa. Botelho foi enfático ao destacar “A ação em curso é uma forma de fortalecer o trabalho de instituições filantrópicas, que desenvolvem ações com seriedade e garantir comida à mesa de quem mais precisa”. O programa será desenvolvido pela Superintendência de Integração, Cidadania e Cultura (Assembleia Social) da ALMT. Gestores de supermercados poderão se cadastrar para participar das doações por meio dos telefones (65) 3313-6994 ou (65) 99239-8785. A Assembleia Social, com apoio de parceiros, fica responsável pela logística de transporte, armazenamento e entrega do que for doado. Na primeira etapa, a Assembleia Social terá o apoio da Cruz Vermelha como ponto de distribuição dos alimentos em Cuiabá. De acordo com a superintendente de Integração, Cidadania e Cultura, Daniella Paula Oliveira, os mercados interessados em participar do programa já podem realizar inscrição. No mundo, são 735 milhões de pessoas passando fome e 2,3 bilhões em situação de insegurança alimentar. A fome no Brasil é preocupante, segundo relatório, o Brasil tem 10 milhões de pessoas desnutridas. Talvez, o nosso maior gargalo seja, a falta de políticas públicas alimentares, e o desperdício constante de alimentos. Professor Licio Antônio Malheiros é geógrafo Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site Cuiabá Notícias.