HMC realiza segunda captação múltipla de órgãos em menos de 15 dias

O Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) realizou, nesta quarta-feira (14), uma cirurgia de captação múltipla de órgãos. Essa é a segunda captação feita na unidade em menos de 15 dias, após empenho da equipe hospitalar durante a intervenção estadual na Saúde de Cuiabá para fazer esse tipo de procedimento. Foram captados dois rins, duas córneas e o fígado, de um doador de 38 anos, que era morador de Lucas do Rio Verde. “O doador dará a cinco pessoas a oportunidade de uma vida nova e nós, do HMC, estamos melhorando e ampliando a atuação em casos de alta complexidade”, afirmou o cointerventor Israel Paniago, que é diretor da Empresa Cuiabana de Saúde Pública. A cirurgia durou cerca de duas horas e meia. Os rins e o fígado foram levados para São Paulo e Brasília e as córneas ficaram em Cuiabá para o transplante. O doador passou mal em casa, no dia 7 de junho de 2023, e foi transferido para o Hospital Metropolitano de Várzea Grande, onde teve uma parada cardiorrespiratória e um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O hospital comunicou a Central Estadual de Transplantes após a notificação da morte encefálica, no domingo (11.06), e a equipe da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) fez a entrevista com a família que aceitou a doação. “Novamente, tivemos a captação múltipla de órgãos por meio de um trabalho conjunto de profissionais da equipe de enfermagem e médicos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), capacitados para a realização e fechamento do protocolo. A família foi acolhida pela nossa equipe multidisciplinar para se despedir do paciente que é mais um herói em todo esse processo”, afirmou o diretor técnico do HMC, Ademário Almeida Marinho Júnior. Ele explicou que qualquer pessoa que tiver interesse em ser um doador de órgãos e tecidos deve avisar os familiares sobre a sua vontade, para que em caso de falecimento a doação seja autorizada à equipe médica. A outra captação de órgãos, a primeira realizada no HMC, foi feita no dia 2 de junho de 2023.

Policial militar reage e mata criminoso após ser esfaqueado em São Félix do Araguaia

Um homem identificado pelas iniciais I.G.S foi morto na tarde de quarta-feira (14), após esfaquear um policial militar, que reagiu e atirou contra o criminoso. O caso foi registrado no município de São Félix do Araguaia (a 1.040 km de Cuiabá). De acordo com informações do boletim de ocorrência, o policial militar estava de folga no dia do fato. Ele estava em um supermercado quando foi surpreendido pelo criminoso que esfaqueou na região lateral do abdômen. O cabo conseguiu reagir, e sacou sua arma e efetuou tiros contra o acusado. Ambos foram socorridos encaminhados ao Hospital Municipal da cidade, mas o criminoso não resistiu aos ferimentos e morreu logo após dar entrada na unidade. O cabo precisou ser transferido para Confresa (a 1.160 km de Cuiabá), onde realizou um procedimento cirúrgico. Apesar do ferimento, ele passa bem. Consta no boletim de ocorrência a motivação do criminoso pode ter relação com uma ocorrência que o policial militar  atendeu há alguns dias sobre perturbação do sossego com som alto. No caso, o bandido estava com o som alto na residência. O cabo da PM foi até o imóvel e solicitou que o suspeito reduzisse o volume. Devido à ordem não ter sido obedecida, o suspeito foi encaminhado à delegacia mas foi liberado. O  caso será investigado.

Estados debatem importância de boas práticas para consolidação da produção sustentável na Amazônia Legal

O desafio de ter uma produção de alimentos sustentável consolidada e conciliada com a floresta em pé foi amplamente debatido durante a 3ª Reunião dos Secretários de Agricultura da Amazônia Legal que aconteceu na tarde desta terça-feira (14.06) no Palácio Paiaguás, em Cuiabá (MT). O programa Mato Grosso Produtivo, do Governo do Estado, foi citado como referência de boas práticas no encontro. “Quero parabenizar o governador Mauro Mendes, porque Mato Grosso é uma referência com o programa MT Produtivo. Sem dúvida esse encontro vai trazer benefícios para a produção sustentável de alimentos no bioma amazônico e de toda a Amazônia Legal. Temos nove estados aqui e precisamos unir forças com experiências positivas”, destacou o secretário de Produção Rural do Amazonas, Petrucio Magalhães Júnior. Representando Mato Grosso, a secretária de Estado de Agricultura Familiar, Teté Bezerra, ressaltou que o encontro foi um momento importante para avançar em políticas públicas que possam ajudar a agricultura e a economia verde.  “Todos os estados trouxeram ações que podem ser compartilhadas e temos muito claro a importância de estarmos unidos pelo desenvolvimento da agricultura sustentável e para cumprir o calendário da COP que acontecerá daqui a dois anos”, ponderou. A reunião dos secretários de Agricultura integra a programação do 25° Fórum de Governadores da Amazônia Legal, que ocorre de 14 a 16 de junho, na capital mato-grossense. Na pauta, representantes dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, que compõem o consórcio da Amazônia Legal, discutiram sobre arranjos produtivos agroflorestais, cadeias de bioeconomia, exemplos de ações que podem ser replicadas e demandas em comum.  O secretário de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação de Roraima, Márcio Grangeiro, ressaltou a importância de ter os Estados reunidos para discutir ações que possam consolidar a produção sustentável do agronegócio e da agricultura familiar. Segundo ele, o encontro foi um momento ímpar para verificar quais as demandas que os estados têm em comum e tratar diretrizes que solidificam as ações desenvolvidas. “A Amazônia legal é um vasto território, e apesar da baixa densidade, é a menina dos olhos do mundo. Nós precisamos mostrar para o mundo que nós habitamos e produzimos na região de forma sustentável. Por isso que esse tema é de extrema importância, e nesse espaço conseguimos ampliar nosso leque de ações que precisam ser feitas em pontos que assegurem não só a produção, mas a comercialização, a segurança alimentar e a conservação dos meios produtivos e do meio ambiente”, afirmou.

Operação cumpre 58 prisões e buscas contra organização que comando tráfico em Rosário Oeste e região

A segunda fase da Operação Castelo de Areia foi deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso nesta quinta-feira (15.06), com o cumprimento de 58 mandados de prisões preventivas e de busca e apreensão contra integrantes de uma organização criminosa identificada em Rosário Oeste e outros dois municípios da região. Os criminosos estão envolvidos em delitos graves, como homicídios e tráfico de drogas cometidos a fim de demarcar domínio de território de uma facção. A investigação foi iniciada em outubro do ano passado, pela Delegacia de Rosário Oeste, para chegar aos integrantes da organização criminosa e coibir a prática de outros eventuais crimes, incluindo os constantes homicídios decorrentes de “decretamentos” identificou 33 criminosos estruturados no grupo. Três deles exerciam os papéis de gerente regional e responsáveis pela gerência local, administrando as vendas para as bocas de fumo, cobrança de disciplinas, e instruções aos demais integrantes da organização criminosa. Responsável pela investigação, o delegado de Rosário Oeste, Antenor Pimentel, destacou que o grupo tinha como líder um criminoso que está preso na penitenciária de Várzea Grande. Contudo, mesmo recluso na unidade, ele mantinha o controle regional da facção, comandando o tráfico em Rosário Oeste, Nobres e Jangada, com outros crimes conexos a fim de manter o monopólio na venda de entorpecentes. “A investigação apontou que, para que um indivíduo pudesse vender droga na região de Rosário Oeste, Nobres e Jangada, era necessário ser irmão ou lojista, ambos pagando igualmente R$ 100 reais mensais à facção. É considerada ‘cabritagem’ comprar droga para revenda de fornecedor diverso do estipulado ou adulterar a qualidade e quantidade da droga, podendo ser ‘decretado’, ou seja, ser castigado”, explicou o presidente do inquérito. Dos 33 criminosos identificados desde o início da investigação, quatro morreram devido a desentendimento entre eles próprios. Os 29 alvos da segunda fase da Castelo de Areia foram indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de organização criminosa, lavagem de capitais, tráfico e associação para o tráfico, e denunciados pelo Ministério Público Estadual. A Justiça também decretou o bloqueio de contas dos investigados. As ordens judiciais foram decretadas pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Atuação A segunda etapa da operação teve como foco a individualização da conduta dos integrantes da organização criminosa na região. A investigação policial apontou que a organização conta com clara divisão de tarefa entre seus integrantes, hierarquia de cargos e obtenção de vantagem de qualquer natureza para manter o lucro financeiro, poder e status. Grande parte dos lucros das vendas das drogas e o valor integral do recolhimento das taxas de “camisas” e “lojinhas” são repassados, em espécie, à cúpula da facção. Na região de Rosário Oeste, o tráfico era comandado por dois criminosos, que dividiam localmente a distribuição de drogas, a compra direta com fornecedores, venda aos lojistas, recolhimento de taxas, aquisição de armas, a contabilidade e a prestação de contas ao gerente regional, aplicação de salves e a intermediação e autorização de cadastramento de novos integrantes. O gerente regional, identificado como P.P.F.P., de 42 anos, está preso na penitenciária de Várzea Grande, de onde ordenava e liderava os crimes na região que abrange os três municípios. A ele cabia receber as contas do tráfico, atividades da facção e ficar com parte do lucro da distribuição das drogas e das taxas recolhidas das bocas de fumo. A prestação de contas ao criminoso líder era feita pelos gerentes locais via grupo em aplicativo de mensagens. A dupla de gerentes também o instruía como conduzir e cobrar dos disciplinas e integrantes, além de reforçar que os ‘irmãos’ deveriam matar cabriteiros e pilantras. “Destaca-se a liderança e periculosidade do preso, pois, mesmo estando em uma penitenciária, consegue exercer a função e influenciar crimes ocorridos extramuros”, pontuou o delegado Antenor. A investigação apontou que, além do tráfico, os gerentes locais da facção também faziam a gestão de armas e munições. Primeira fase Um dos gerentes locais do tráfico em Rosário Oeste foi detido na primeira fase da Operação Castelo de Areia. Aos 23 anos, ele ostentava uma vida de gastos sem ter uma ocupação lícita. Em interrogatório, ele foi questionado se exercia atividade laboral e disse que, no momento, estudava medicina em uma universidade do Paraguai e que sua renda provinha da mãe que vendeu gado e terras. Por meio de investigação financeira, a Polícia Civil apurou que diversas pessoas, suspeitas de tráfico na região, realizavam constantes transações financeiras a ele, incompatíveis com as atividades lícitas dos investigados. Conhecido pela alcunha de ‘Príncipe’, ele tinha autorização para ativar novos biqueiros da facção. Na representação pelos mandados da segunda fase da operação, a Polícia Civil destacou que grande parte dos indiciados se envolve reiteradamente na prática dos crimes apurados, demonstrando condutas perigosas e não se intimidando com a atuação da Justiça. A atuação se dá, sobretudo, pela autoridade exercida com a imposição da força e do terror, não apenas do tráfico de drogas, mas, com crimes violentos relacionados ao monopólio do tráfico e demonstração de poder. “O combate ao crime organizado deve se dar por investigações qualificadas que atinjam todos os membros e engrenagens desse sistema. O faccionado não pode ser visto apenas como pequeno traficante. As facções criminosas atingem o Estado Democrático de Direito de forma muito mais grave, instalando um poder paralelo e aliciando jovens ao crime. Apenas quando o Ministério Público e Judiciário entendem essa gravidade, é possível atingir a criminalidade de forma ampla e efetivamente reduzir índices de crimes”, conclui o delegado de Rosário Oeste. O cumprimento dos mandados judiciais da Operação Castelo de Areia conta com apoio de unidades policiais da Diretoria Metropolitana: Delegacia de Nobres, 1a, 2a e 3a Delegacias de Várzea Grande; Delegacias da Mulher de Cuiabá e Várzea Grande; Delegacia Especializada do Adolescente de VG; Delegacias de Roubos e Furtos de Cuiabá e Várzea Grande; Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos; Delegacia Especializada de Estelionatos de Cuiabá e 1a Delegacia de Cuiabá.