Governo tentará reverter mudanças em MP de estrutura ministerial

O governo federal tentará reverter mudanças em atribuições de ministérios aprovadas pela comissão mista do Congresso Nacional encarregada de analisar a Medida Provisória (MP) que definiu a estrutura administrativa do governo. O relatório do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) retirou diversas funções das pastas do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e também do Ministério dos Povos Indígenas (MPI). O texto foi aprovado na noite de quarta-feira (24) e ainda deverá passar por votações nos plenários da Câmara e do Senado até o dia 1º de junho, para não perder a validade. “A maior parte ou quase a totalidade dos pontos preservou aquilo que era o conceito original da MP, mas em alguns pontos isso não foi mantido. Portanto, o governo continuará trabalhando para que, nos outros espaços legislativos em que a MP ainda tramitará, o conceito original dos pontos que foram mexidos e que, em nossa opinião, está desalinhado com as políticas que precisam ser implementadas, que nós possamos retomar”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa, em coletiva à imprensa após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta quinta-feira (25), Lula fez encontro, no Palácio do Planalto, para analisar a situação dos dois ministérios e definir as estratégias para reverter as mudanças. Estavam presentes as ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; os ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, além dos parlamentares líderes do governo, senadores Randolfe Rodrigues e Jaques Wagner e o deputado José Guimarães. Questionado sobre o possível esvaziamento de poder do MMA e do MPI, o ministro Padilha disse que isso não impede a implementação do programa político do governo do Lula, “que coloca a sustentabilidade ambiental no centro da agenda de desenvolvimento”, independentemente do texto final que será aprovado. “Isso aqui não é ministério isolado, é um time coordenado e articulado”, disse. “O governo tem instrumentos que não impedem, que qualquer mudança de troca de competências que o Congresso Nacional possa vir a fazer, não impedem que a ação do governo, a ação dos seus ministros e ministras, seus responsáveis, continuem a agenda de sustentabilidade, que tem tido, já na largada do governo, resultados muito positivos, como a redução de mais de 42% do desmatamento na Amazônia. A ministra Marina trouxe esses dados, e o protagonismo do Brasil na agenda ambiental e de mudança climática no Brasil e no mundo”, ressaltou Padilha. O ministro das Relações Institucionais afirmou ainda que o relatório trouxe muitos avanços e que consolida a criação de 37 ministérios do governo Lula. “O relatório não acaba com nenhum ministério, não acaba com nenhum órgão, não tira do governo a possibilidade de poder implementar a sua agenda política. Nós vamos continuar conversando com o Congresso Nacional, com o seu relator, para buscar, até a votação no plenário, os aprimoramentos necessários”, disse. Padilha destacou, ainda, que não existe, por parte do governo, nenhuma medida de judicialização para reverter as mudanças. “Esse é um governo que respeita a relação e o papel que tem o Congresso Nacional, de construir a solução pela política e no diálogo, respeitando o processo legislativo”, acrescentou. As ministras Marina Silva e Sônia Guajajara não acompanharam a coletiva de imprensa após a reunião, junto aos outros ministros e líderes do governo. Ontem (25), em discurso em São Paulo, Lula minimizou as mudanças e afirmou que vai manter o diálogo com os parlamentares. Mesmo que as mudanças feitas pelo relator Bulhões sejam mantidas, Lula ainda terá a possibilidade de vetar trechos da MP. Caso isso ocorra, os vetos deverão ser confirmados posteriormente pelo Congresso. Mudanças Entre as mudanças no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o relatório aprovado tira da pasta a Agência Nacional de Águas (ANA), passando a supervisão do órgão ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Já o Cadastro Ambiental Rural (CAR), um cadastro eletrônico obrigatório a todas as propriedades e posses rurais, passa a ser vinculado ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. O relatório ainda retira da competência do MMA o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). Os três sistemas serão de responsabilidade do Ministério das Cidades. O texto do deputado Isnaldo Bulhões também retirou do Ministério dos Povos Indígenas sua principal atribuição, a de homologação de terras de povos originários, devolvendo-a à pasta da Justiça e Segurança Pública. Além disso, houve a redistribuição de atribuições da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – que passou a ser vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) – para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ao qual a Conab pertencia antes. Segundo o parecer, serão atribuições do Mapa a garantia de preços mínimos, à exceção dos produtos da sociobiodiversidade, e as ações sobre comercialização, abastecimento e armazenagem de produtos, bem como o tratamento das informações relativas aos sistemas agrícolas e pecuários. Agência Brasil

Mauro não pretende adotar o programa de instalação de câmeras em fardas de PMs e diz: “Não é eficiente”

  O governador Mauro Mendes (União Brasil), foi incisivo ao declarar que não pretende adotar o programa de instalação de câmeras nas fardas de policiais militares de Mato Grosso. As declarações do governador foram dadas nesta sexta-feira (26) à imprensa durante a solenidade de entrega de 2,6 mil pistolas para unidades policiais de Cuiabá e Várzea Grande.  “Não (vamos implementar), porque se mostrou que não é eficiente”, afirmou Mauro, reforçando a teoria de que estudos apontaram a não diminuição de violência policial nos estados que já implementaram o programa.  A medida é debatida na Assembleia Legislativa (ALMT), por meio de projeto de lei (213/2023), do deputado Wilson Santos (PSD).  Mauro garantiu ainda que a redução da violência policial “não é uma verdade” e provocou que colocaria câmeras nas fardas dos policiais, caso as mesmas câmeras também fossem instaladas nas roupas de bandidos, para filmar a atuação deles.  O governador destacou ainda que tem feito diversos investimentos na pasta da Segurança. O mais recente foi a distribuição de armamentos, que custou aos cofres públicos R$ 5,7 milhões. As armas de calibre 9mm são fabricadas pelo grupo austríaco Glock. E reforçou também que as forças de segurança mato-grossenses têm à disposição o que há de mais tecnológico no mercado. “A Polícia Civil tem a melhor tecnologia disponível no mercado brasileiro para investigação. Foram feitos robustos investimentos nessa área ao longo de 2021 e 2022. Tenho que ficar feliz por estarem dando retorno a esse investimento, basta ver o número de operações contra o crime organizado na PJC e PM”, disse o governador.

Morador espanca cachorro até a morte e deixa outro em estado grave em Cuiabá; veja vídeos

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), está investigando a ocorrência de maus-tratos com resultado morte, ocorrido na manhã desta sexta-feira (26), no bairro São Gonçalo, em Cuiabá. O autor dos fatos ainda não foi localizado. Os policiais da Dema foram até o local após o recebimento de denúncia de que um homem estava espancando duas cadelas que ficavam aos seus cuidados. No local, a equipe de investigadores encontrou um dos animais já sem vida, sendo o corpo recolhido pela Diretoria de Bem Estar da Prefeitura, para necropsia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).  Os animais foram encontrados por uma vizinha que ouviu um barulho vindo da casa e foi até o local para verificar o que tinha ocorrido. Um vídeo gravado pela mulher mostra os cachorros no quintal da casa do suspeito. Um deles, já está morto, e o outro, deitado ao lado, respirando com dificuldades.  No vídeo, a vizinha discute com a esposa do suspeito, que tenta defender o marido dizendo que ele tem problemas de saúde. Ainda na gravação, a vizinha também diz que a mulher poderia ter impedido o marido de ter espancado os cães, mas a esposa alega que se fizesse isso, o homem acabaria matando ela. A secretária adjunta de Bem-Estar animal, Andrea Janaina Mello, informou que o animal que morreu no local se trata de uma fêmea, e o outro é um macho. Ele foi encaminhado para uma clínica, onde recebe tratamentos e, em seguida, deve ser disponibilizado para a adoção. O morador responsável pelas agressões não estava mais no local e a Polícia Civil realiza diligências para localizá-lo Crime Maus-tratos, abuso e violência contra animais é crime previsto por lei. A pena para quem praticar o crime contra cães ou gatos é de prisão, de dois a cinco anos, multa e perda da guarda do animal. Denúncias de crimes contra animais podem ser feitas de forma anônima pelo disque denúncia da Diretoria de Bem-Estar Animal, no 0800 647 7755 ou na Delegacia do município. Veja vídeos:   

Inscrições para segunda edição do Sisu 2023 começam em 19 de junho

As inscrições para a segunda edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para garantir vaga em instituição de ensino superior pública serão abertas em 19 de junho. O período de inscrição foi publicado no site oficial do Sisu e terminará em 22 de junho. Somente os estudantes que participaram da última edição do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem de 2022, e não zeraram a prova de redação poderão se inscrever no Sisu, relativo ao segundo semestre de 2023. O processo é gerido pelo Ministério da Educação (MEC). Para se inscrever, os interessados deverão acessar o portal Acesso Único ao Ensino Superior, do MEC e clicar em “Fazer inscrição”, quando estiver disponível. É necessário fazer o login com o número do CPF e senha, no portal Gov.br, a plataforma de serviços digitais do governo federal. O aluno poderá escolher duas opções de cursos no Sisu 2023.  Ao escolher a primeira opção de curso, o candidato à vaga deverá escolher o local de oferta, turno e a modalidade de concorrência (ampla concorrência, cotas ou ações afirmativas das próprias instituições). O portal Acesso Único ao Ensino Superior permite a pesquisa das vagas pelo nome do município da instituição de ensino ou do curso de graduação de interesse. Durante o período de inscrição, o candidato poderá acompanhar a inscrição, com as notas de corte dos cursos e a sua classificação parcial. Se desejar, o inscrito ainda pode trocar de curso até o fim do prazo das inscrições do Sisu e valerá a última escolha. De acordo com o cronograma publicado no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior, o resultado da chamada regular do Sisu será divulgado em 27 de junho. E a matrícula dos alunos aprovados na chamada regular deverá ser feita entre 29 junho e 4 de julho.  Quem não for selecionado em nenhuma das duas opções de curso indicadas no ato de inscrição, ainda terá uma chance de ingressar em curso de graduação em universidade ou instituto público poderá disputar, por meio da lista de espera do Sisu, as vagas não preenchidas anteriormente. O prazo para participar da lista de espera vai de 27 de junho até 4 de julho. O edital do processo seletivo com informações sobre a concorrência do Sisu ainda não foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).   Sisu Período de inscrição: 19 a 22 de junho Resultado da chamada regular: 27 de junho Matrícula da chamada regular: 29 de junho a 4 de julho Prazo para participar da lista de espera: 27 de junho a 4 de julho Agência Brasil

Cartórios: um bem desnecessário – Desburocratização do Estado é essencial para melhorar a vida das pessoas

Há algumas semanas dei voto de parecer favorável a um projeto de lei do deputado Wilson Santos, que dispõe sobre a aceitação de procurações outorgadas à advocacia perante todos os órgãos públicos da esfera Estadual, sem a necessidade de reconhecimento de firma do outorgante. Na ocasião, disse que esperava estar vivo para ver o fim dos cartórios. Minha fala gerou muita comoção: positiva por parte da enorme maioria das pessoas comuns e – sem surpresa nenhuma – negativa por parte de cartorários e seus descendentes/dependentes. É bom que se frise que não estou aqui criticando a necessidade do acesso a documentos, mas como esse acesso é dado (vendido) por meio dos cartórios. Como advogado, acredito que a desburocratização do Estado é essencial para melhorar a vida das pessoas. Como deputado estadual, é meu trabalho, minha missão, buscar formas mais eficientes de fazer serem cumpridas as mesmas funções dos cartórios no Brasil, nem que isso represente o fim dessas instituições. Por mais “modernizados” que possam estar, cartórios são instituições ultrapassadas que, sim, tiveram um papel importante na nossa história, mas que já não fazem sentido atualmente. É como uma máquina de escrever ligada à internet. Além disso, os custos para manter um cartório são altíssimos e, por mais que invoquem em sua defesa o recolhimento de impostos, a manutenção de empregos e sua “autossuficiência”, no final do dia, quem paga essa conta é a população. O cidadão que precisa enfrentar toda essa burocracia, gastar tempo, passar raiva e pagar caro. Atualmente, os custos para obter certidões, registros e outros documentos são extremamente altos, o que dificulta o acesso à justiça para muitas pessoas. Eliminar cartórios reduziria drasticamente essas despesas, tornando o acesso à justiça mais acessível a todos. As defesas acaloradas por parte dos cartorários argumentam que o nosso sistema de registro é o mesmo usado por diversos países no mundo. Sim, é verdade. Somos fruto de uma herança colonizadora, mas isso não nos impede de escolher as referências que queremos seguir e olhar para as possibilidades futuras, não apenas por conveniência histórica. Há diversos exemplos ao redor do mundo da não utilização de cartórios para intermediar a relação entre cidadãos e o Estado. O sistema legal britânico, por exemplo, não possui cartórios, sendo os registros feitos diretamente por meio de órgãos públicos, como o Registro Civil. Na Austrália, as mesmas funções exercidas pelos cartórios no Brasil são realizadas pelo próprio governo: o Registro Civil é feito por meio do departamento de registros do estado ou do território. Nos Estados Unidos, os registros são feitos diretamente pelas agências governamentais responsáveis. O sistema dinamarquês também não possui cartórios. Os registros são feitos diretamente pelos cidadãos em agências governamentais. Na Suécia, o registro de propriedades e o Registro Civil são realizados também por agências governamentais, sem a necessidade de intermediários. Embora eu queira muito estar vivo para acompanhar a modernização desse sistema de registros no nosso país, sei que a resistência dos cartorários é a primeira dificuldade nesse processo. Alguns cartórios são administrados por famílias há várias gerações. Outro obstáculo é a falta de estrutura do Estado, que teria que desenvolver aparato tecnológico e sistêmico adequado para realizar os serviços que são atualmente prestados pelos cartórios. A transição para o fim dos cartórios será, sem dúvida, um processo complexo. Exigirá muita boa vontade, planejamento, investimentos, mudanças na legislação e na estrutura do Estado. No entanto, as vantagens desse tipo de mudança podem ser significativas, tornando a relação entre cidadãos e o Estado mais eficiente, transparente e acessível, esse sim, um bem mais que necessário e tudo que eu acredito que as relações institucionais devam ser. Diego Guimarães – é deputado estadual por Mato Grosso pelo Republicanos.

A Catedral de Cuiabá e o Padre Ernesto

Conta a história de Mato Grossos pelos renovados historiadores Virgílio Corrêa Filho e Rubens de Mendonça que, no dia 26 de maio de 1861, um padre Baiano chamado Ernesto Camillo Barreto foi preso enquanto pregava o Evangelho na igreja Matriz de Cuiabá, hoje Catedral Metropolitana de Cuiabá, durante os festejos do Senhor Divino Espírito Santo. Após tantos anos estamos aqui relembrando esse triste episódio junto à igreja católica, quando o padre dali foi conduzido preso para o Rio de Janeiro. No Parlamento Nacional, o fato chamou atenção dos Deputados Gerais – Francisco Otaviano de Almeida Rosa e Saldanha Marinho que denunciaram o fato contra o Presidente da província à época, o Cel Antônio Pedro de Alencastro. Jornalista, patrono da imprensa em Cuiabá, o Padre Ernesto Camillo Barreto, encontrou em suas colunas uma forma de expor as suas ideias e a sua posição política frente o governo da província, à época, governado pelo tenente coronel Antônio Pedro de Alencastro (1859) que, enfureceu-se com a crítica inteligente, que lhe examinava os atos da administração, do referido jornal. Em função da sua liberdade de expressão, como jornalista, o padre foi punido com uma ordem de prisão emitida pelo governo da época. A população revoltada e autoridades denunciaram os fatos e repudiaram o episódio. Contam os historiadores que, o padre Ernesto Camilo Barreto, à hora em que anunciava o Evangelho dentro da igreja Matriz do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, como pároco, durante a missa festiva, enquanto na manhã os sinos bimbalhavam alegremente, e no ar perdiam-se as últimas notas do hino festivo do Divino Espírito Santo, recebeu a ordem de prisão no dia 26 de maio de 1861 e a notícia da sua deportação para o Rio de Janeiro, determinada pelo presidente da província e pelo comandante das armas. Embora surpreendido com tal violência, aceitou a intimação, e subindo primeiramente ao púlpito, “orou ao Evangelho, e sem se desligar do motivo sagrado, terminou o discurso com as palavras: “vado sed venio ad vos”. A escolta de praças de linha era comandada pelo alferes Justiniano Cândido da Cunha Barbosa. Concluída a festividade, obedeceu à ordem ilegal, para não resistir às baionetas, recolheu-se ao estado maior do quartel militar, e dali, às 3 horas da tarde, no meio de uma escolta de soldados armados, porém rodeados de amigos, seguiu para o Porto de Cuiabá, à beira do rio, embarcando com destino ao Rio de Janeiro. Foi acolhido pelo vapor Corumbá, em cujo bordo viajou até o forte de Coimbra, à espera do Marques de Olinda, em sua descida para Montevidéu”. Em função do acontecido, o Bispo de Cuiabá, à época, comunicou o Ministro da Justiça sobre o fato assim pronunciando: (…) verificará que S. Exa. Revma. O Sr. Bispo de Cuyabá atesta que no clero daquela província esse padre com distinto lugar, é lente muito prestante do seminário, onde relevantes serviços hão prestado. Verificará que, longe de ir ele buscar fortuna em Mato Grosso, foi o escolhido do venerando Sr. Arcebispo da Bahia para ir naquela província instruir o clero. Assim, pois é uma calunia o que aqui se disse contra o padre Ernesto, e mesmo se ele fosse homem imoral que dizem, isto não atenuaria o crime revoltante praticado por aquele presidente, conforme documento registrado pela Câmara dos Deputados, Sessão de 12 de agosto de 1881, no Rio de Janeiro. “Logo que chegou ao conhecimento do governo imperial que este atentado fora cometido, devo declarar a V. Exa., à Câmara e ao país que o governo imperial ficou sobremodo surpreendido e indignado mesmo de um procedimento não só criminoso, como ainda por todas as circunstâncias de mais grave alcance no sentido de comprometer a administração pública e os interesses do Estado, sendo praticado como foi por um dos delegados do governo”. Conforme Virgílio Corrêa Filho, o episódio tornou-se conhecido na Corte, mercê da narrativa de Saldanha Marinho, que declarou, em sessão de 12 de agosto de 1861, da Câmara dos Deputados: “ O Sr. Alencastro não podia sofrer oposição tanto mais que atos traziam em si o estigma da reprovação. Baldo de meios decentes e legais, mandou por um capitão de linha chamar à sua presença o padre, o qual na casa de residência foi por este intimado para não continuar a escrever em oposição. Esta intimação foi acompanhada de ameaças, não só por palavras e promessas do futuro, como de fatos, dispondo-se o próprio presidente em sua sala a espancá-lo com uma cadeira, informou Corrêa Filho. O deputado Saldanha Marinho disse: “ (…) Não pertenço a província de Mato Grosso (…) O facto grave praticado pelo presidente da província, o Sr. Antonio Pedro de Alencastro, qualificado pelo senhor Ministro da justiça que nominou ‘attentado criminoso’, a que dou plenamente com a S. Exa., e para que o paiz melhor aprecie a justiça da qual passo a relatar o que sei e se acha provado documentos”. Sobre a prisão, segundo Corrêa Filho, “ Efêmera, a vitória do presidente, cuja exoneração resultou principalmente da violência então praticada contra o douto adversário, cuja presença em Cuiabá o irritava desmedidamente. (…)“Se são verdadeiros os fatos que eu vou denunciar nesta tribuna, afirmou F. Otaviano, em sessão de 10 de agosto, se a província de Mato Grosso está sob a pressão de um administrador tirânico, entendo que ele deve ser demitido pelo governo imperial”. Ao que Sayão Lobato, ministro, aparteou: “ E que já está demitido”. E, contemplando o seu pensamento, esclareceu mais tarde: “ devo declarar, senhor presidente, que em verdade a grave o atentado que foi praticado pelo delegado do governo naquela província longínqua, quando entendeu que podia deportar um cidadão brasileiro, exilando-se do seu domicílio, e assim o constrangeu a fazer uma viagem trabalhosa, preso e conduzido por uma escolta”. “E assim, logo em primeira conferência de despacho que teve o governo, foi decidida a demissão do sr. Alencastro da presidência da província de Mato Grosso” E o padre Ernesto Camillo Barreto regressou, como havia previsto: VADO SED VENIO AD VOS (prosseguir no outro que vem).

Oportunidades

Classificada como condições favoráveis, benevolências ou ensejos. Oportunidades, quando batem à porta, são vistas como a esperança de uma mudança de vida, sejam elas representadas por conquistas pessoais ou materiais. No entanto, é preciso ter cautela e sabedoria ao analisar as esperanças que, na maioria das vezes, aparecem de forma repentina e inesperada. No decorrer de nossa trajetória, vivemos sob a expectativa de que ao nos depararmos com estes surgimentos, devem ser agarrados com todo vigor, pois podem não ser encontrados novamente de maneira tão fácil. Por outro lado, para ter êxito nas escolhas e transformá-las em cenários prósperos e duradouros, que nos servirão de chaves para aberturas de novas portas, é preciso olhar para as circunstâncias além do que se vê aparentemente, e não cair na cilada do efeito inverso. Na passagem bíblica, o livro de Mateus 10:16 diz: “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas.” O ensinamento chama a atenção para uma reflexão importante sobre a vida cotidiana, usando a cautela em nossas ações como uma grande aliada, uma vez que até mesmo os indícios denotam explicitamente que oportunidades únicas estão a nosso favor. Sabemos que para que o sucesso nos alcance, é preciso muito mais que o apego a nossas crenças e acasos. É preciso criar situações oportunas, estas que, muitas vezes, demandam um longo período de aperfeiçoamento, preparo e dedicação até que estejamos prontos, de fato, para recebê-lo, merecedores dos frutos plantados. Essas são as características fidedignas das oportunidades de valor. A existência nos permite evoluir ininterruptamente, sempre com o efeito fantástico de que nada, absolutamente nada do que passamos aqui, é em vão. Alegrias, tristezas, felicidade, frustrações, vitórias e derrotas fazem parte do propósito de melhoria do nosso estado atual, aspectos também denominados de oportunidades, que se não impactam a vida das pessoas, de nada serve. “A vida está cheia de desafios que, se aproveitados de forma criativa, transformam-se em oportunidades.” – Marxwell Maltz. Nathany Gomes  – é jornalista em Cuiabá/MT.

Prefeitura de Sapezal abre concurso com salário de até R$ 28 mil

A Prefeitura de Sapezal (a 473 km de Cuiabá), está inscrições abertas para 68 vagas e cadastro de reserva para um concurso público. Os salários variam entre R$ 2,3 mil a R$ 28 mil, e o edital reserva 5% das oportunidades para as pessoas com deficiência. As vagas estão distribuídas para os níveis fundamental, médio ou técnico, e superior. As inscrições podem ser feitas via internet, no site da Selecon, até as 23h59 do dia 4 de junho de 2023. A taxa de inscrição vai de R$ 55 a R$ 120. As provas objetivas estão previstas para o dia 16 de julho, no município de Sapezal, em local e horários a serem informados por meio de edital disponibilizado no endereço eletrônico do concurso, a partir do dia 11 de julho. A divulgação dos gabaritos preliminares das provas objetivas será realizada no dia 17 de julho, pelo endereço eletrônico da empresa organizadora. A validade do concurso público é de dois anos, contado a partir da data de publicação da homologação, podendo ser prorrogado uma única vez. Veja como será feita a avaliação: – Prova objetiva de múltipla escolha, de caráter eliminatório e classificatório para todos; -Prova de redação, de caráter eliminatório e classificatório para professor; -Avaliação de títulos, de caráter classificatório para cargos de nível superior; -Prova prática, de caráter eliminatório e classificatório para motorista de transporte escolar.

Homem é encontrado morto pela esposa em Conquista D’Oeste

Um homem identificado como Valdir de Souza Pereira, conhecido popularmente como Valdir do Laticínio, de 52 anos, foi morto à facadas na própria residência, próximo ao posto de saúde, em Conquista D’Oeste (533 km de Cuiabá), na manhã de quinta-feira (25). A vítima foi encontrada pela namorada, já sem vida. A Polícia Civil confirmou que Valdir foi assassinado, devido aos cortes profundos que haviam em seu pescoço. Na residência, os policiais verificaram manchas de sangue em pegadas da sala até o quarto, onde a vítima foi encontrada morta, sem roupas e com uma faca em cima da cama. O corpo foi encaminhado para o município de Pontes e Lacerda (a 91 km de Conquista D’Oeste), onde passará por exames de necropsia.  Ainda não se sabe quem foi o autor da morte de Valdir, a Polícia Civil investiga o crime.

Polícia prende suspeito de homicídio de advogado em Arenápolis

A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira (26), Rafael Alan Silva Rodrigues, suspeito de matar o advogado Hur-Carlos Santos França, em Arenápolis (a 233 km de Cuiabá). O suspeito  teve o mandado de prisão temporária cumprido pela Polícia após se apresentar na delegacia acompanhado de seu advogado. O suspeito teve o mandado de prisão decretado pela Justiça com base em investigações da Polícia Civil que identificaram indícios da autoria do investigado nos fatos. Na quinta-feira (25), foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência do suspeito, ocasião em que foram apreendidos roupas e um capacete, usados no dia do crime e um aparelho celular danificado. Ao ser interrogado na Delegacia de Arenápolis, o investigado optou por permanecer em silêncio e falar apenas em juízo. Segundo o delegado responsável pelas investigações, Hugo Abdon de Araújo Lima, a Polícia já tem elementos de provas suficiente para indiciar o investigado pelos crimes de homicídio pelo motivo torpe e também pelo porte ilegal de arma de fogo. “Será representado pela conversão da prisão temporária em preventiva do suspeito, que ficará preso enquanto perdurarem as investigações, que agora seguem com o foco de elucidar a motivação do crime”, disse o delegado.