Dia das mães e a realidade de crianças na espera pela adoção

Mirian Graça, Especial para o CN O Dia das Mães é celebrado neste domingo (15), o sonho de ser mãe hoje é realidade na vida de Daisy Anne Marklew Guilem, que por meio da adoção, realizou o grande desejo e adotou dois filhos. De acordo com o sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 34 mil crianças e adolescentes estão em casas de acolhimento e instituições públicas em todo o Brasil. .  Daisy Anne Marklew Guilem, que faz parte da diretoria da Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara), em Cuiabá. Ela contou que a realidade de Mato Grosso em relação às crianças que estão aptas para adoção é baixa. “Felizmente, hoje no Estado de Mato Grosso não existem muitas crianças e adolescentes aptos para adoção, porém uma criança que esteja afastada de sua família já é motivo para lamentar. Atualmente, temos 526 crianças e adolescentes nas 84 instituições de acolhimento do Estado e destas crianças, 53 estão aptas para serem adotadas. Em contrapartida, temos 551 pretendentes à adoção, porém o número não supre as 53 crianças e adolescentes aptos, devido ao perfil exigido pelos pretendentes que comumente preferem adotar uma criança menor de 6 anos. E a realidade das crianças institucionalizadas é na grande maioria de grupos de irmãos com idades acima dessa preferência”, conta. Durante a entrevista, Daisy contou que se inspira na própria mãe, que sempre se doou em amor e cuidado com ela e os irmãos. A presença da mãe na vida do filho é essencial para o desenvolvimento e de acordo com a entrevistada, uma criança que cresce sem a presença materna, ao longo dos anos se mostra um adulto inseguro, imerecedor de amor e com falta de pertencimento na sociedade. “O papel da Mãe é insubstituível e mesmo quando transferido a outra, as marcas dessa ruptura precisam ser acolhidas, atendidas e ressignificadas”, completou. Daisy é mãe de duas crianças, Renan e Gabrielly, frutos da adoção. Ela disse que começou a pensar em adotar após 10 anos de tentativas sem êxito para engravidar. “A decisão por adotar foi uma jornada cheia de medos, dores e muito preconceito. Foi preciso rever crenças e valores que historicamente nos chegam distorcidos para encarar o processo de gestação adotiva. Nessa jornada, a família extensa toda se envolve, porque a família será o núcleo de convivência e apoio da criança ou adolescente que chegará, sendo inaceitável que seja revitimizada pelo preconceito.” O Cuiabá Notícias deseja um feliz dia das mães a cada uma que tem feito a diferença na vida do filho, se doando em amor, respeito e dignidade.