Homem que participou de chacina praticava ‘tiro ao alvo’ e publicava vídeos nas redes sociais

Edgar Ricardo de Oliveira, 30, um dos autores da chacina em bar de Sinop, nesta terça-feira (21), já chegou a publicar vídeos em sua rede social em que surge praticando ‘tiro ao alvo’. Porém, os perfis do criminoso no Tik Tok e Facebook foram privados apenas para seguidores. Ele e mais seu comparsa, Ezequias Souza Ribeiro,27, estavam jogando sinuca em um bar em Sinop, quando perderam algumas apostam, que envolviam uma grande quantidade de dinheiro. As pessoas que estavam no local,  começaram a caçoar dos ‘perdedores’, que chegaram a ir embora do local.   Minutos depois, eles retornaram ao local em posse de uma pistola 380 e uma espingarda calibre 12. Em seguida, Ezequias mandou as  vítimas ficarem contra a parede, Edgar vai até sua caminhonete  S10 e tira de lá uma espingarda. Após isso, ele alvejou as vítimas. Depois do crime, eles fogem levando o dinheiro da aposta que estava na mesa de sinuca.  Sete pessoas morreram, sendo eles, Larissa Frazão de Almeida, de 12 anos,  Adriano Balbinote, 46; Orisberto Pereira Souza, 38; Josué Ramos Tenório, 48; Maciel Bruno de Andrade Costa, 35 e Elizeu Santos da Silva, 47. O local foi fechado para perícia.  A Polícia pede que população ajude na localização dos suspeitos, por meio de denúncia anônimas nos canais 190 e 197.   O carro e uma das armas usadas no crime foram localizadas pelos agentes no mesmo município.

Jovem é baleado na casa de amigo em MT

Um jovem de 18 anos, cujo nome não foi revelado, ele levou mais de 4 tiros em uma tentativa de homicídio, nesta terça-feira (21), no bairro Taiamã, no município de Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá). Os criminosos fugiram usando uma motocicleta.   A ocorrência ocorreu por volta das 23h15, que foi o horário que a Polícia Militar foi acionada. A primeira informação foi de que um jovem foi alvejado com diversos tiros. A equipe dos agentes encontraram a porta da casa quebrada.   Assim que entraram, encontraram na sala vítima baleada. O rapaz tinha ferimentos no pé esquerdo, joelho, braços e abdômen. Aos miliares, ele contou que estava na sala da casa do amigo quando foi surpreendido com a chegada dos suspeitos.   Eles não tiraram os capacetes, e atiraram várias vezes e fugiram do local. O Corpo de Bombeiros foi acionado e a vítima foi encaminhada para o Hospital Regional. A ocorrência será investigada.

Juiz decide manter prisão de acusado de assassinar assessor parlamentar

A Justiça de Mato Grosso, por meio da decisão do juiz  Ricardo Frazon Menegucci, da Vara Criminal de Terra Nova do Norte, converteu em preventiva a prisão em flagrante do jovem Murilo Henrique Araújo de Souza, acusado de matar o assessor parlamentar Wanderley Leandro Nascimento Costa, de 36 anos. Frazon não acatou o pedido da defesa de Murilo, que solicitou a revogação da prisão e a concessão de liberdade provisória com o estabelecimento de medidas cautelares. O magistrado alegou que o criminoso  é uma pessoa que gera risco para sociedade, já que a sua soltura pode acarretar a fuga do suspeito. “Com isso, torna-se evidente a necessidade de sua custódia cautelar, sendo os motivos supracitados suficientes para embasar a medida e autorizar a decretação da prisão preventiva, como resposta efetiva do Estado-Juiz, que não pode quedar-se omisso diante dessas circunstâncias”, justificou o magistrado. O outro suspeito, Richard Estaques Aguiar Silva Conceição, comparsa do Murilo, deve passar por audiência de custódia ainda nesta quarta-feira (21).

Justiça decide na quinta sobre intervenção na Saúde da Capital

Será realizada nessa quinta-feira (23), às 13h30, a sessão extraordinária do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) que decidirá sobre a intervenção do Governo do Estado na Secretaria Municipal de Saúde da Capital. A data foi marcada pela presidente da Corte, Clarice Claudino, atendendo um pedido do desembargador Orlando Perri. No último dia 13 de fevereiro, Perri atendeu o pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e solicitou formalmente que uma sessão extraordinária fosse convocada para tratar do assunto. Caberá aos desembargadores que compõem o Órgão Especial decidir se a intervenção será ou não retomada. No dia 28 de dezembro de 2022, o próprio Orlando Perri aceitou o pedido do MPMT para decretar intervenção do Governo do Estado na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá. Contudo, no dia 6 de janeiro de 2023, a presidente do STJ, ministra Maria Thereza de Assis Souza, atendeu um pedido da prefeitura e suspendeu a liminar até que a matéria fosse apreciada pelo Órgão Especial do TJMT.

Garimpo chegou a novas áreas yanomami nos últimos anos, aponta relatório

A invasão de garimpeiros às terras onde vive o povo yanomami, ou seja, o oeste de Roraima e o norte do Amazonas, não é um fenômeno novo. Na década de 70, iniciativas governamentais estimularam o garimpo na região. Na década de 80, veio a “corrida do ouro”. Mas foram nos últimos anos que o garimpo ilegal atingiu outro nível, avançando por territórios que, até então, ainda se mantinham livres da atividade de exploração do ouro, segundo Júnior Hekurari Yanomami, líder indígena ouvido pela reportagem da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Júnior Hekurari é presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami (Codisi-YY) e da Urihi – Associação Yanomami. Ele tem sido voz ativa na tentativa de resolver a situação humanitária emergencial de seu povo. O líder conta que o garimpo “sempre existiu” em algumas áreas do território yanomami mas que, desde 2019, a situação piorou muito. “No Uraricoera, sempre teve algumas balsas. Eram umas dez. Nem passavam de 2 mil garimpeiros na terra indígena yanomami antes de 2016, 2017. Em 2019, eu entrava nas comunidades, principalmente Parima, Xitei, Homoxi. Eu fazia as reuniões de educação, de saúde. A gente não via [garimpo] como está agora. Em 2020, durante [a pandemia de] covid-19, avançou muito, até na comunidade Keta”, afirma Júnior. Segundo ele, recentemente foi aberta uma estrada que vai até a nascente do Rio Mucajaí, o que piorou bastante a situação “Foi estrago total. Nessas comunidades não tinha garimpeiros em 2019. Quando eu fui lá em 2021, pensei: ‘meu Deus, o que aconteceu aqui?’. Júnior conta que a chegada do garimpo começou a gerar problemas novos para comunidades que ainda não conheciam esse tipo de invasão. “Um pajé que morava na comunidade de Xitei fugiu por causa da presença dos garimpeiros. Ele não conseguia fazer pajelança. Era muito barulho dos motores. O garimpo ficava a 50 metros [da comunidade]. Como vai conseguir se concentrar e fazer ritual? Ele [chegou a fazer] uma reunião. Algumas comunidades ganharam muitas armas de fogo [dos garimpeiros], como espingardas, pistolas. Essa liderança foi contra e foi embora pra região do Minaú. No Minaú, não tem [garimpo]”, conta Júnior, acrescentando que hoje são poucas as áreas yanomami livres do garimpo. Um relatório divulgado em abril de 2022, pela Hutukara Associação Yanomami, liderada por Davi Kopenawa Yanomami, e pelo Instituto Socioambiental, organização não governamental (ONG) de defesa dos direitos indígenas, com base em dados coletados no ano anterior, mostrou que 2021 era, até então, o ano de maior destruição provocada pelo garimpo ilegal na região. “Sabe-se que o problema do garimpo ilegal não é uma novidade na TIY [Terra Indígena Yanomami]. Entretanto, sua escala e intensidade cresceram de maneira impressionante nos últimos cinco anos. Dados do Mapbiomas [ONG de mapeamento do uso do solo] indicam que a partir de 2016, a curva de destruição do garimpo assumiu uma trajetória ascendente e, desde então, tem acumulado taxas cada vez maiores. Nos cálculos da plataforma, de 2016 a 2020 o garimpo na TIY cresceu nada menos que 3.350%”, informa o relatório. De acordo com o documento da Hutukara, apenas de 2020 para 2021, a destruição provocada pelo garimpo na TIY cresceu 46%. “Esse é o maior crescimento observado desde que iniciamos o nosso monitoramento em 2018, e, possivelmente, a maior taxa anual desde a demarcação da TIY em 1992”, destaca o relatório. “O garimpo não apenas tem crescido em área, mas também tem se espalhado para novas regiões do território yanomami”. O relatório mostra que entre as áreas com maior incremento do garimpo ilegal nos últimos anos estão Waikás, Homoxi, Kayanau e Xitei. Em Xitei, o crescimento foi de 1.000% de um ano para outro. Algumas áreas não apresentavam nenhum grau de degradação por garimpo em 2020 e passaram a registrar no ano seguinte, como Auaris (no extremo noroeste de Roraima), Parafuri e Waputha. Um novo levantamento feito pela Hutukara e pelo Instituto Socioambiental mostrou que o garimpo ilegal avançou ainda mais no ano seguinte. Imagens de satélite revelaram crescimento de 54% no desmatamento, provocado pela extração de ouro na Terra Indígena Yanomami de 2021 para 2022.  Radar na Amazônia De acordo com a Comissão Pró-Yanomami (CCPY), ONG criada na década de 70 para defender essa população indígena, em 1975, o projeto Radar na Amazônia (Radam) descobriu depósitos de minerais como estanho, cobre, níquel, zinco, prata e diamante, além de cassiterita e ouro. Logo depois, começa um afluxo de garimpeiros à terra indígena, em especial à área de Surucucu, para explorar os depósitos de cassiterita, com o apoio de pistas de pouso que foram abertas por ali. Ao mesmo tempo, o governo militar começava a implantar seus planos de integração nacional na região, com a abertura de uma rodovia, a Perimetral Norte, e programas de colonização da área por não indígenas. A própria Companhia Vale do Rio Doce, na época uma empresa estatal, também chegou a fazer prospecções nessa terra. Conflitos com os napëpë Esse primeiro contato já gerou os primeiros conflitos e problemas para o povo yanomami, uma etnia que vivia relativamente isolada até então (apesar dos primeiros contatos com os napëpë, ou “homem-branco” terem ocorrido na primeira metade do século 20). Segundo a CCPY, o contato dos primeiros garimpeiros provocou a disseminação de doenças venéreas, tuberculose, surtos de gripe e mortes entre os yanomami. As roças dos indígenas também começaram a ser atacadas pelos invasores, em busca de comida. Em 1980, de acordo com a Comissão Pro-Yanomami, ouro é descoberto na região do Ericó, atraindo mais de 5 mil homens apenas no garimpo de Santa Rosa. O afluxo de garimpeiros à terra yanomami continuou durante toda a década de 80 e culminou no que o Instituto Socioambiental, outra ONG de proteção dos indígenas, chamou de “corrida do ouro”, entre 1987 e 1990. Isso, apesar de o governo federal decidir interditar parte da terra yanomami para proteger a população indígena, em 1982, e depois criar o Parque Indígena Yanomami, em 1984. Apesar de uma ação do governo para retirar os garimpeiros, no início da década de 90, a extração ilegal de ouro continuou na área. Em 1993, a ação criminosa de um grupo de invasores resultou na morte de 16 yanomami, na região fronteiriça da Venezuela com o Brasil,